As características de um discípulo

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Recapitulação

Vimos anteriormente sobre a ascensão de Jesus e sua importância. Destacamos que ela é fundamental para nos ensinar acerca do que é o Reino de Deus. Também notamos que sem ela, não haveria a vinda do Espírito Santo, e, consequentemente, não haveria a missão da igreja. Por fim, observamos que ela nos mostra a esperança na volta de Jesus. Pois do mesmo modo como ele subiu, ele retornará.
Agora, na passagem em questão, Cristo não está mais fisicamente com eles. Ele ascendeu aos céus. Já está sentado a direita de Deus. O que os discípulos farão agora?
Na passagem que acabamos de ler, os discípulos fazem algumas atitudes que estão alicerçadas nas coisas que Jesus fez e ensinou (At 1.1.). Ao olharmos tais ações podemos notar algumas características do discípulo de Cristo.
Portanto, a pergunta que nos move a este texto é a seguinte:

Quais as características de um discípulo de Cristo?

Vejamos algumas delas:

1. Obediência

A primeira característica de um discípulo de Cristo é a obediência.
voltaram pra Jerusalém: eles voltaram para lá porque Jesus havia dado esta ordem a eles.
Atos 1.4 “E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes.”
Monte Olival: também conhecido como o monte das Oliveiras. Foi para lá que Jesus e os discípulos foram após a santa ceia.
Mateus 26.30 “E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.”
Jornada de um sábado: 1Km, uma espécie de unidade de medida para descrever o quanto um judeu podia andar no dia de sábado. Jesus não ascendeu num sábado, mas numa quinta-feira, conforme os 40 dias após a Páscoa. O que Lucas faz é descrever a distância que os discípulos percorreram para obedecer a ordem de Jesus.
Quanto a obediência, permitam-me fazer alguns destaques.
O discípulo de Cristo é chamado para ser obediente.
Em seu ministério terreno ele já havia feito algumas declarações que demonstravam isso.
João 15.14 “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.”
Mateus 21.28-32 “E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha.Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi.Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi.Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.”
Ser obediente é ser fiel.
É isso que a palavra de Deus nos mostra em 1Coríntios 4.2 “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.”
Não fomos chamados para ter sucesso. Fomos chamados para ser fieis! Esta é uma importante marca do discipulador.
A música que cantamos agora nos disse isso:
Se eu quiser adorar a Deus Tenho que entender Seu Filho
Se eu quiser adorar a Deus Tenho que ouvir do Espírito
e obedecer
Não existe outra forma de adoração que não seja por meio da obediência.
Foi por isso que lemos em 1Samuel 15.22 “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.”
Não adianta fazermos um grande sacrifício de coisas, se não obedecemos a palavra do Senhor.
É por isso que Deus se diz fartos das festas, dos ajuntamentos solenes, dos sacrifícios e dos incensos do povo de Judá em Isaías 1.10-15 “Ouvi a palavra do Senhor, vós, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, povo de Gomorra.De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios?Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene.As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.”
Portanto, meus irmãos podemos perceber que uma característica fundamental do discípulo de Cristo é a obediência.

2. Comunhão

Outra característica fundamental do discípulo é a comunhão. Eles não só obedeceram como permaneceram juntos.
Cenáculo: andar superior de uma casa. Por ser em cima, era um local onde os discípulos podiam estar juntos e não sofrer tantas interferências para este propósito.
A menção aos 11 apóstolos serve para quê? Provavelmente, para destacar que faltava um apóstolo para completar os 12. Veja que a partir do v. 15 Lucas narra a escolha de Matias como décimo segundo apóstolo. Portanto, pode ser que o autor tenha achado necessário descrever os nomes deles a Teófilo para trazer este destaque.
Unânimes em oração (uma só mente). A comunhão deles era em propósito e não apenas em presença. Eles estavam unânimmes em oração.
Além de citar os nomes dos apóstolos, o v. 14 traz menção aos irmãos de Jesus e as mulheres, com destaque para Maria, mãe de Jesus. Tudo isso, a fim de corroborar com a ideia de que TODOS estavam em comunhão.
Sobre a comunhão convém alguns destaques:
Comunhão é benção do Senhor.
Sobre a comunhão precisamos destacar que ela é uma benção do Senhor para nós. Veja o Salmo 133 “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre.”
Ao falar sobre isso, o salmista nos mostra que o povo de Deus reunido tem prazer nisso porque o Senhor derrama a sua unção sobre ele.
Comunhão é imperativa.
Mas além de ser uma benção, a comunhão é um imperativo para nós. Não se trata de uma opção.
Por isso lemos em Hebreus 10.24,25 “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”
Ao falar sobre a comunhão dos santos, a Confissão de Fé nos mostra que esta é um imperativo para nós.
“26.II. Os santos são, pela sua profissão, obrigados a manter uma santa sociedade e comunhão no culto de Deus e na observância de outros serviços espirituais que tendam à sua mútua edificação, bem como a socorrer uns aos outros em coisas materiais, segundo as suas respectivas necessidades e meios; esta comunhão, conforme Deus oferecer ocasião, deve estender-se a todos aqueles que em qualquer lugar, invocam o nome do Senhor Jesus.”
O que isso nos mostra é que a comunhão não é uma marca opcional, mas um dever como discípulos de Cristo.
Certa vez, um grupo de pessoas resolveu sair da igreja em que estavam. Resolveram se reunir em casa, mas não queriam ser chamados de igreja. Com o tempo eles passaram a ter dias e horários fixos de reunião. Eles se reuniam para orar, ler e meditar nas Escrituras. Eles também começaram a fazer santa ceia e batizar. O tempo foi passando foi fazendo eles se sentirem a necessidade de uma organização maior.
Sabe o que aconteceu? Eles brigaram entre si. Eles achavam que o problema era eles serem uma igreja institucional. Mas quando eles saíram da igreja, eles levaram o problema. A raíz do conflito estava no coração deles.
Irmãos, não é deixando de congregar que você resolverá os seus conflitos. O evangelho nos chama a vivermos juntos, a sofrermos juntos, a caminharmos juntos. Certamente haverá conflitos no meio de nós. Mas a graça do Senhor é muito mais abundante do que os nossos pecados. Por isso a comunhão é uma marca indispensável para os discípulos de Cristo.

3. Oração

Outra características fundamental do discipulado é a oração.
Veja no versículo 14 que os discípulos obedeceram a Jesus indo para Jerusalém, permaneceram juntos, mas também estavam em oração.
Como falado anteriormente, a unidade dos discípulos não se resumia somente a estar juntos, mas também de propósito. Todos estavam unânimes em oração.
A oração é a marca fundamental do discipulado é vista em toda a escritura. O famoso versículo de Paulo aos Tessalonicenses evidencia isso. 1Tessalonicenses 5.17 “Orai sem cessar.”
No próprio livro de atos, vemos que os discípulos perseveravam nas orações. Atos 2.42 “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.”
E.M. Bounds escreveu: “Nenhum ministério, porém, pode ser espiritual, assegurando santidade ao pregador e a seu povo, sem que a oração seja uma força evidente e direcionadora.” (Poder pela oração, p. 29)
Pensamos muitas vezes no que devemos e podemos fazer. Mas antes de tudo devemos nos colocar em oração. Durante a execução dos nossos ministérios, devemos manter a constância na oração. E nos momentos de avaliarmos os resultados não podemos jamais nos esquecer da oração.

Conclusão

Vimos, portanto, algumas características dos discípulos de Cristo neste texto. Destacamos as seguintes: 1) Obediência; 2) Comunhão; 3) Oração.
Aplicações:
Precisamos ser discípulos radicais. John Stott: O discípuo radical.
Precisamos ser um.
Precisamos orar.
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