O CUSTO DO DISCIPULADO

Ser e fazer discípulos  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

A reflexão que pretendo trazer hoje é uma das mais importantes dessa série.
Ela é necessária porque quando se fala de discipulado, se pensa em várias coisas, mas quase nunca no sentido correto a respeito.
Este tema é caríssimo para Jesus, foi caríssimo para os apóstolos e para todos quantos levaram a sério o discipulado.
A definição de discipulado é o ato de ajudar pessoas a seguirem a Jesus a partir do ato de seguir a Jesus.
Temos portanto dois atos, um o ato de ajudar alguém a seguir a Jesus, e outro é o ato de seguir a Jesus;
Não ajudaremos pessoas a seguirem a Jesus se nós não seguirmos a Jesus.
A verdade é que se seguimos é porque outros nos ajudaram a seguir a Jesus, que só puderam nos ajudar a seguir a Jesus, porque seguiam a Jesus, se elas seguiram a jesus, foi porque foram ajudadas por outros que seguiam a Jesus.
Significa então que o discipulado na igreja não é e jamais poderia ser um conjunto de informações, mas o produto de uma imitação que atravessa os séculos.
Vamos falar sobre isso, sobre como o discipulado não só pressupõe o ato de seguir a Jesus, mas pressupõe ser ajudado, é como se não pudéssemos seguir a Jesus sem ser ajudado, mas o problema é que aquele que nos ajuda, não consegue nos ajudar se ele tbm não seguir a Jesus.
É como se os dois atos fossem tão entrelaçados, como se o ato de seguir, e o ato de ajudar a seguir fossem como uma flor e a cor da flor.
Não tem como pedir pra comprar uma flor vermelha, mas a amarela está mais bonita e vivida, e as vermelhas estão murchas, ai você chega e pede para a florista, pegar as amarelas com a cor da vermelha?
Não tem como, a cor está presa a flor, de tal maneira que você distingue a cor da flor, mas não pode separar, assim como a cor da o tom da flor.
Seguir a Jesus deve sempre dar o tom do nosso ato de ajudar pessoas a seguirem a Jesus.
Pessoas que não seguem a Jesus e querem ajudar outros a seguir a Jesus, são como pessoas que ofertam flores sem cor, e flores sem cor, ninguém enxerga, ninguém vê.
Quero falar sobre um discipulado visível, aquele discipulado que aparece e é vivenciado porque seguimos a Jesus.
Pra entendermos isso e a dinâmica do discipulado dentro do contexto da igreja, precisamos descobrir um dos fundamentos do ato de seguir a Jesus.

O ato de seguir a Jesus tem um custo.

É por isso que o discipulado cristão é ao mesmo tempo algo maravilhoso, e ao mesmo tempo algo desconcertante.
É uma marca de Deus que faz com que aqueles que o seguem não possam mais ser confundidos com aqueles que não o seguem.
Discipulado é o estilo de vida do povo de Deus, é o que qualifica o povo de Deus, o que caracteriza o povo de Deus.
E isto tem um custo, pra gente pensar em custo, precisamos pensar na capacidade que temos de em cada empreendimento de nossa vida calcular os custos.
Qualquer pessoa aqui pode planejar viajar, planejar um curso, planejar a compra de uma casa, planejar plantar uma igreja.
Qualquer planejamento tem um custo, tudo tem um custo, todos os negócios debaixo do sol tem um custo, tem coisa que a gente perde e tem coisas que a gente ganha.
Calcular os custos é saber se aquilo que a gente perde, vale o custo do que a gente ganha.
Quem não sabe calcular os custos não sabe perder pra ganhar, quer ganhar o tempo todo, quer vencer sempre, quer tirar vantagem de tudo.
Mas as coisas mais valiosas desse mundo, não são aquelas que a gente ganha, mas aquelas que a gente ganha quando a gente perde.
É preciso perder pra ganhar coisas valiosas.
A grande pergunta é:
Aquilo que a gente ganha, vale o que a gente perde?
Quando fazemos esse tipo de pergunta, fazemos a pergunta pelo custo.
O que nos interessa aqui não e o custo de uma viagem pro caribe, um curso de idiomas, ou uma pós graduação pra preencher o currículo.
O que está em jogo aqui é o custo do ato de seguir a Jesus, assim como qualquer coisa nessa vida que tem seu custo, e porque é valiosa, há um custo em seguir a jesus que torna seguir a jesus algo valioso.
Seguir a Jesus é valioso porque nos custa algo, seguir a Jesus é algo que custa a sua igreja, ser fiel a jesus custa algo de seus discípulos.
Não custa pra sua igreja a salvação, porque a salvação ela recebeu de graça, pela graça, pelo ato salvador de Jesus na cruz.
Mas o discipulado tem um custo porque como qualquer coisa valiosa houve um preço a ser pago.
A redenção não tem como pagar, porque quem pagou foi aquele que foi ofendido, aquele que foi ofendido pelos nossos pecados.
Exatamente aquele que pagou o custo, porque sabia que o custo da morte de seu filho, faria valer a existência da sua igreja em todos os tempos.
Deus fez o cálculo do custo, e valeu a morte de Jesus, por causa de você, por causa da igreja.
Todas as vezes que a igreja de Jesus se reúne pra adorar a Deus e esquece de si mesma por um instante e volta seus olhos pra Deus, faz valer a pena cada gota do sangue de Jesus.
O custo que Jesus pagou e que não poderíamos pagar, fez valer a existência da igreja.
Será que esse grande tesouro que Jesus nos deu, que é o discipulado, tem sido avaliado nos termos do seu custo?
Como assim? Preciso entender melhor sobre o custo?
Observemos o texto, note no verso 25.
Luke 14:25 NAA
Grandes multidões acompanhavam Jesus, e ele, voltando-se, lhes disse:
Ele fala para uma multidão que o acompanhava, e ele diz para a multidão que o custo de seguir a ele, vai demandar um certo tipo de amor, vai demandar um certo tipo de sofrimento e vai demandar um certo tipo de desapego.
Três demandas essa multidão vai ter que lançar mão, se ela quiser seguir a Jesus.
Ela vai ter que perder para poder seguir a Jesus, e ela vai ter que oferecer no seu ato de seguir a Jesus, um certo tipo de amor, um certo tipo de sofrimento e um certo tipo de desapego.
Note 3 versículos importantes que representam a estrutura desse texto e que fazem com que entendamos com uma clareza impressionante o ensino de Jesus.
O que tem de comum nos versículos 26, 27 e 33.
Observe cada um deles:
Luke 14:26 NAA
— Se alguém vem a mim e não me ama mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
Luke 14:27 NAA
E quem não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.
Luke 14:33 NAA
Assim, pois, qualquer um de vocês que não renuncia a tudo o que tem não pode ser meu discípulo.
3 vezes Jesus diz aquela multidão, "não pode ser meu discípulos".
Jesus está em primeiro lugar dizendo para aquela multidão o seguinte:
Existem pessoas que não podem ser discípulos de Cristo.
E quais são estas pessoas?
Aqueles que não apresentam esse tipo de amor que Jesus vai apresentar, o tipo de sofrimento e desapego que Jesus vai apresentar.
Pra entender o tipo de exortação à multidão, precisamos entender quem é a multidão.
Estudiosos dizem que Jesus tem 3 tipos de seguidores, 3 grandes círculos.
Multidão.
um maior, que é a multidão, tem uma só característica, acompanham a Jesus fisicamente, mas não com o coração.
Seguidores de Jesus
Um circulo mais próximo que sai do grande círculo da multidão, é o circulo dos discípulos de Jesus, que são aqueles que seguem fisicamente a Jesus, mas seguem tbm espiritualmente a Jesus, tem seu coração colocado em jesus.
Discípulos que fazem discípulos
E por fim tem o circulo mais estreito, o circulo dos 12, que não só seguem fisicamente e espiritualmente, mas são responsáveis por exortar todas aqueles que são discípulos e multidão, a seguirem a Jesus como eles seguem a Jesus.
Por isso a igreja é fruto do discipulado dos apóstolos, toda igreja é apostólica por que segue o ensino dos apóstolos.
Toda igreja é apostólica porque segue o ensino dos apostolos, fruto do discipulado deles com Jesus que faz com que Jesus se entregue ao discipulado desses 12 que torna possível o discipulado de toda a igreja.
Mas jesus não se dirigiu aos 12, se dirigiu a multidão.
Porque ele está preocupado com a multidão, não deveria ele se preocupar somente com os 12, afinal eles eram os da casa, da intimidade, das noites de oração?
Mas porque ele se dirige a multidão, onde está o perigo das multidões, porque elas são perigosas?
Porque Jesus sabia que muitas pessoas podem segui-lo sem ser seus discípulos, é possível pessoas seguirem a Jesus e não serem seus discípulos.
É importante a gente eliminar da nossa visão a ideia de que a multidão é uma espécie de seguidora de Jesus que representam alguma espécie de importância no reino de Deus, Não.
Jesus está preocupado não porque elas são importantes pro reino de Deus, mas o quanto as multidões podem desvirtuar aqueles que são do reino.
O quanto elas podem representar perigo aos discípulos de Jesus.
Isso é muito interessante, principalmente quando hoje vemos uma espécie de uma inclinação para construção de igrejas repletas de multidões.
Sabe porque há perigo nisso?
Porque multidões geralmente são atraídas pela curiosidade, e verdade, a curiosidade pode despertar o interesse pelo discipulado.
Mas a curiosidade não é suficiente para sustentar um discípulo. Pra formar um discípulo.
O cenário é de uma grande multidão, que está acompanhando a Jesus.
Mas o que é uma grande multidão?
Como uma pessoa sem rosto, sem nome, uma zona cinzenta, neutra, indefinida, isenta de responsabilidades, o típico isentão.
As multidões não são responsáveis, elas não possuem um rosto, por isso se sentem isentas das responsabilidades a respeito do ensino de Jesus.
Multidões querem acompanhar a Jesus, mas não querem arcar com os custos de seguí-lo.
E esse é o perigo das pessoas e das igrejas hoje.
Terem pessoas que querem acompanhar a Jesus, mas não querem se comprometer com Jesus, que não querem se comprometer com o evangelho, querem ouvir a mensagem, mas não querem se comprometer com a pregação do evangelho.
É disso que sofremos hoje, e o nome disso é multidão.
A multidão é a reunião de pessoas que não querem se comprometer com o evangelho.
A grande multidão é o exemplo mais escandaloso de que é possível seguir a Jesus sem compromisso algum. Sem levar em consideração o custo do discipulado.
Meus irmãos o discipulado de Jesus, não é um discipulado feito em massa, ou um discipulado de rede social, onde se tem milhares de seguidores, mas nenhum relacionamento com responsabilidade.
Discipulado é mais do que isso, podemos achar que é simplesmente e suficiente ouvir, ou simplesmente aprender informações, o discipulado não se constitui por informações que se aprende.
Em Mateus 28.18-20 quando abrimos vemos Jesus dizer, toda autoridade me foi dada nos céus e na terra, ide por todo mundo e ensinai, o evangelho a toda criatura, é isso mesmo?
Não, FAZEI, o ensinar vem depois.
Se faz um discípulo não é ensinando num primeiro momento, se faz um discipulado como se educa um filho, não se educa um filho ensinando, se educa um filho fazendo a vida.
Seu filho não está de olho nos seus discursos, ele não está prestando atenção ao que você diz, ele está preocupado com sua vida, ele olha pra o que você faz, ele te IMITA, umas das palavras pra traduzir discipulado é IMITAÇÃO.
Se faz um discípulo dizendo pra ele não o que ele tem que fazer, mas mostrando como se faz, e não se mostra como numa aula, no caso X se faz assim, no Y faz assado.
Se faz um discípulo agindo como um discípulo, é isso que as multidões não conseguem fazer.
Seu filho só será um discípulo teu se você tiver compromisso com ele e com Jesus, sua esposa só será sua discípula, se você tiver compromisso com ela e com Jesus.
O discipulado não é fruto de um encontro entre duas pessoas que vão discutir teologia, assuntos do jornal, resultado de futebol, meramente.
Mas o encontro de duas pessoas que vão falar do evangelho, e ao falar do evangelho não vão só falar, vão mostrar o evangelho com suas vidas e em suas vidas.
Uma multidão não faz isso, uma multidão é um jeito confortável de seguir a Jesus sem ser percebido.
As multidões aplaudem a Jesus, querem seguir a Jesus, mas na hora da cruz, elas gritam crucifica-o, elas não têm compromisso com Jesus, o compromisso dela é com o que as pessoas vão dizer, com as tendências da moda.
Estão preocupados com reputação, em serem aceitas, estão ligados no que os outros vão pensar e ver.
Precisamos honrar o nome de Jesus, que foi desenhorado na cruz por amor a nós, se Jesus colocou em jogo a sua reputação, porque deveríamos nos preocupar com a nossa.
As multidões para se tornarem discípulos, precisam aprender 3 demandas.
Quais seriam essas demandas?
Se você lembrou dos versículos 26, 27 e 33, acertou na mosca.
Você vai perceber então que Jesus está dizendo o tempo todo, "não pode ser meu discípulo", "não pode ser meu discípulo", "não pode ser meu discípulo".
Mas ao mesmo tempo ele coloca condição, "se alguém vier a mim", "Se alguém vier", "se alguém vier". Note no versículo 26, 27, 33.
Meus irmãos todas as vezes que Deus nos ensina sua palavra e nos da uma condição, ele nos dá uma direção, e a direção que ele diz pra multidão é simples, "se alguém vier a mim", e ai vem o preço, o custo.
E não apresenta, esse tipo de amor, esse tipo de sofrimento, esse tipo de desapego, então não pode ser discípulo de Jesus.

Um certo tipo de amor

Luke 14:26 NAA
— Se alguém vem a mim e não me ama mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
Esse "e não ama mais", é obvio que Jesus não manda não amar ninguém, ele diz que em primeiro lugar ele é uma pessoa, mas não qualquer pessoa, ele é Deus.
Se alguém vem a ele, encontra diante dele, alguém mais precioso do que pai, mãe, esposo, esposa, irmãos, e assim por diante.
E quando Jesus diz, se voce vier após mim e abrir mão de tudo isso, Jesus está dizendo que essa é a melhor maneira de você amá-los.
Enquanto você se amar a si mesmo, seu casamento está comprometido, enquanto estiver preocupado com você mesmo, sua família está comprometida.
A melhor maneira de salvar um casamento, não é se preocupar com seu cônjuge, mas se preocupar com Jesus em primeiro lugar.
A melhor maneira de salvar a família não é se procurar em salvar a si mesmo, mas se preocupar com Deus.
Porque?
Porque é impossível colocar nossos olhos em Deus e não sermos transformados por Ele.
Quando a palavra de Deus nos diz em primeiro lugar, ou seja, esse amor que considera Deus maior que a família, que a esposa, que as relações.
E é pelo fato de entender que Deus é maior que tudo, que de fato a família será beneficiada.
Mas não apenas isso, imagine você que pessoas no tempo de Jesus, se elas proferissem sua fé em Jesus publicamente, elas seriam perseguidas, por isso que tinham pessoas que ficavam na multidão, não precisavam dar a cara a tapa, elas não precisam comprometer-se com o evangelho.
Ninguém mexe com elas, ninguém questiona a integridade delas.
Mas Jesus diz, se quiser me seguir, mas não for capaz de amar a mim mais que vc e os seus, não pode ser meu discípulo.
Não pode ser discípulo de Jesus aquele que se preocupa tanto em salvar a si mesmo.

Um certo tipo de sofrimento

Luke 14:27 NAA
E quem não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.
Do que Jesus está falando, qualquer tipo de sofrimento?
Do patrão que não gosta de voce, porque não gosta. Ou de uma dor, doença ou algo assim?
Não, ele está falando do sofrimento que surge mediante a fé professada, do compromisso a Jesus em público.
É um tipo de sofrimento como o amor que vimos antes, o amor a Deus sobre tudo, a mesma coisa, com relação ao sofrimento, decorrente do fato de ser fiel a Jesus e sua palavra.
Sem se comprometer com o evangelho ao ponto de sofrer por causa dele, você não pode ser seu discípulo.
2 Timothy 3:12 NAA
12 Na verdade, todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.

Um certo tipo de desapego

Luke 14:33 NAA
33 Assim, pois, qualquer um de vocês que não renuncia a tudo o que tem não pode ser meu discípulo.
Se não for capaz de amar a Deus mais que suas coisas, se estais preso a suas coisas de tal maneira que isso te impeça de seguir a Jesus, não pode ser seu discípulo.
Porém, antes de entendermos o que Jesus tem a dizer, o texto nos apresenta duas parábolas.
Uma do tolo construtor e a outra do rei prudente.
Luke 14:28–30 NAA
28 Pois qual de vocês, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? 29 Para não acontecer que, tendo lançado os alicerces e não podendo terminar a construção, todos os que a virem zombem dele, 30 dizendo: “Este homem começou a construir e não pôde acabar.”
Ou seja, ele está dizendo ao que vai construir, que precisa saber das condições financeiras diante da construção.
Trata-se dos que começam a seguir a Jesus sem compromisso, lançam o fundamento primeiro, mas acham que seguir a Jesus não os compromete, não custa nada.
Uma coisa é certa, se for assim, você durará muito pouco nesse caminho, eu até te aconselho, vai embora, sai agora, se você for como esse construtor tolo.
Só aguenta até o fim, aqueles que tem consciência do que significa o custo de seguir a Jesus.
Trocando em miúdos, quando se tem certeza de que estou seguindo a Jesus com compromisso?
Quando tudo se for e não sobrar mais nada.
Como pessoas são capazes de abandonarem sua fé em Deus?
Assim fazem porque o compromisso foi pautado na força, mas nunca calcularam os gastos.
Como diante da possibilidade de chegar um dia que tiver que abrir mão de tudo por tudo que é mais valioso nesse mundo, teríamos forças pra isso?
As pessoas acham que seguir a Jesus demanda apenas vontade, Não, é preciso, pensar, avaliar, se de fato há compromisso e custo.
Porque?
Porque podemos improvisar o inicio da vida cristã, mas não o fim.
No começo parecemos como qualquer outro cristão no mundo, mas é só o longo da caminhada que vamos dar o sinal da verdadeira transformação.
Jonathan Edwards, escreveu um livro, afeições religiosas, lá diz que "o amor e a alegria são os elementos que sinalizam a verdadeira espiritualidade."
Ele está preocupado com o avivamento que trouxe uma afeição enorme dentro do povo de Deus, e quando as pessoas são afetadas pelo poder de Deus, elas expressam com suas emoções, elas amam, elas são alegres, entusiasmada com o que veem.
E ele queria saber qual o entusiasmo como produto de uma verdadeira religião, ou da falsa, porque todas as pessoas expressam seu entusiasmo com o mesmo sentimento, com as mesmas afeições.
Como saber?
Ele termina dizendo, a diferença aparecerá quando a provação vier.
Aqueles que calcularam o custo, no dia da provação, continuarão alegres, cantarão, mesmo diante de ter tudo tirado, e não pecarão contra Deus.
É desse tipo de gente que a igreja tem que ser formada, aqui não é clube social, aqui é a convocação urgente de Jesus, pra reunião onde ouvimos seus mandamentos e ouvimos sua voz, e proclamamos sua lei, seu ensino e sua verdade.
Olha que coisa interessante, de um lado tem um tolo, e do outro um prudente na figura de um rei.
Luke 14:31–32 NAA
31 Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? 32 Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz.
Ou seja, o que está em jogo é o reconhecimento de um Deus poderoso, é a disputa por soberania.
E o que se tem é um rei prudente que calcula, que analisa, ele diz: O rei do lado de lá, é muito mais poderoso que eu, o rei diante de mim e quem vem contra mim, ele vai me vencer.
O que ele faz?
Manda um emissário pra dizer que está em paz, que está rendido.
Discipulado é rendição, discipulado é a bandeira branca que diz, Tu és o meu Rei, Jesus, não dá pra lutar contra o Senhor.
Porque não é a minha vontade que vai prevalecer, mas a sua.
É a prudência daquele que diante do Rei Soberano se humilha pra fazer sua vontade.
Luke 14:33 NAA
33 Assim, pois, qualquer um de vocês que não renuncia a tudo o que tem não pode ser meu discípulo.
Renunciar tudo quanto tem, não pode aqui de jeito nenhum ser entendido como aqueles doidos entusiasmados que largam absolutamente tudo e dizem, vou viver pela fé, larga emprego, tudo.
Não é isso que Jesus está dizendo, Jesus está falando de desapego do coração, ele está falando de ídolos.
Quanto o seu coração pode estar tão comprometido nas coisas do mundo, que você se preocupa mais com as coisas do que com o reino de Deus.
O discípulo de Jesus descobre que não tem nada, pois tudo que tem pertence ao rei, foi enviado um emissário dizendo que estou rendido.
Eu me rendo, tudo que é meu não é meu, é teu, sou teu súdito.
O desapego é fruto daqueles que entendem que tudo pertence a Deus.
C. S. Lewis em Cristianismo Puro e Simples, fala o seguinte:
"Não tente reter nada, nada que você não tenha entregue será realmente seu, nada que em você não tenha morrido totalmente, poderá algum dia ressuscitar dentre os mortos, busque a Cristo e você o encontrará e com ele você e tudo mais."
Entende porque Jesus disse que quem quiser segui-lo tem que negar a si mesmo?
Porque pra seguir a Jesus, é preciso esquecer-se de si mesmo, é preciso desapergar-se daquele que é o maior de todos os seus bens, a maior de todas as suas coisas, não é seu emprego, sua casa, seu carro, mas seu EU.
Essa vai ser a última e derradeira entrega da sua vida, e somente quando você entregar seu EU, você vai encontrar seu verdadeiro EU, "negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga a Jesus.
Só assim você será discípulo de Jesus e ajudará outras pessoas a seguir a Jesus.
Como Jesus termina, com algo muito diferente, uma metáfora diferente.
Luke 14:34–35 NAA
34 — O sal é certamente bom; mas, se o sal se tornar insípido, como lhe restaurar o sabor? 35 Não presta mais nem para a terra nem para o monte de estrume; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Gente esse texto, o sal degenerado é a multidão, essa multidão de gente sem rosto, sem compromisso, que não mostra nada, que vive nas sombras, o sal degenerado somos todos nós quando não nos comprometemos com discipulado de Jesus.
O sal degenerado é interessante sua imagem, o sal aqui é aquele que quer seguir a Jesus e permanecer no anonimato, o sal que perdeu seu valor, sua essência, tem cara de sal, mas não tempera e nem conserva.
O sal serve para dar sabor, e também, serve como aquilo que garante que o alimento seja duradouro e não decompunha, o sal quando é sal verdadeiro mantem a vida temperada, e mantem a vida com Deus duradoura;
O que acontece quando o sal deixa de ser sal, ele se torna inútil, verso 35, é lançado fora.
Aquele que for incapaz de amar a Cristo acima de tudo, incapaz de sofrer por Jesus e seu ensino, e se desapegar do que o prende, jamais poderá ser seu discípulo.
O sal sem essência tem que ser jogado fora, é o sal do cristianismo genérico, do cristianismo sem discipulado.
O cristianismo genérico também tem custo, mas um baixo custo, ele é mais ligth, todo mundo fica feliz, a multidão também é importante, todo mundo é aceito de qualquer jeito, venha como estais e fique assim mesmo.
O cristianismo de baixo custo, produz igrejas de baixo custo, tem consequências pra vida também, nos torna muito mais parecidos com o cristo de baixo custo, com um falso cristo, que só poderia produzir um falso cristão, um falso discípulo.

Conclusão

Qual a nossa condição hoje, a de um falso discípulo, um falso cristão, ou de alguém que se comprometeu com o evangelho de Jesus?
Se você é alguém que ouviu o evangelho e se comprometeu, seu primeiro sinal não é seu discurso, mas sua ação, discipulado não é conversa, é um ato de seguir a jesus, e esse ato de seguir a Jesus é o fundamento para ajudar outros a seguir a Jesus.
Discipulado tem a ver com com a vida, tem a ver com viver a vida de Cristo a fim de produzir novos discípulos.
Será que quando nós pregamos o evangelho, pregamos aquilo que acreditamos?
Será que pregamos o evangelho?
"Mas eu não sou bom de falar, sou tímido", não tem a ver com isso, tem a ver com a vida, a vida prega, seus atos pregam, seus atos anunciam ao Deus que você segue.
Quando você vive a ética do reino, seus atos pregam, pra quem estiver com você.
Temos que sair desse movimento que faz a gente ficar embebedados com ideias, e ficamos discutindo ideias, temos que olhar para o mundo real.
Discipulado não é viver no mundo das ideias, é viver com cristo e com pessoas no dia a dia, custe o que custar.
A grande pergunta é:
Você um discípulo de Jesus?
Você precisa afirmar 3 coisas pra responder a pergunta acima.
1 – Alguém está te ajudando a seguir a Jesus, alguém serve de modelo pra você, alguém te inspira a seguir a Jesus?
2 – Você está seguindo a Jesus?
3 – Você está ajudando alguém a seguir a Jesus?
Se não fazemos isso com os que estão próximos, como faremos com os que estão longe? Só evangelizaremos se soubermos discipular.
É só vivendo o discipulado de Jesus que manteremos o evangelho vivo em nossas vidas e igrejas, hoje, amanhã e sempre.
O discipulado é o único ato que nos ajuda e obedecer por inteiro todas as exigências de Jesus, e isto nos custa nossa vida toda.
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