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Assunto: Conferência Cosmovisão Cristã
Tema: O perigo da aculturação secular
Autor: Ricardo Moreira
Local: 18ª Igreja Presbiteriana Renovada de Goiânia
Data: 06/11/2022
Texto chave:
Daniel 1.1–8 “1 No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. “2 O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus. “3 Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, “4 jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus. “5 Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei. “6 Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. “7 O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego. “8 Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.”
1. INTRODUÇÃO – BREVE RETROSPECTIVA CONCEITUAL
1.1. Conceituação sobre cosmovisão.
1.1.1. Tábula rasa
O termo cosmovisão não é próprio da teologia, pelo contrário, é emprestado da filosofia. Surge durante o iluminismo para tentar explicar o fato de duas pessoas observando o mesmo acontecimento, interpretarem o evento de maneiras diferentes.
Este argumento da tábula rasa foi usado pelo filósofo inglês John Locke, considerado como o protagonista do empirismo. Locke detalhou a tese da tábula rasa em seu livro Ensaio acerca do Entendimento Humano, de 1690. Para ele, todas as pessoas nascem sem conhecimento algum (i.e. a mente é, inicialmente, como uma "folha em branco"), e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência.
1.1.2. Óculos para enxergar o mundo
Um conceito mais simples é dizer que a cosmovisão é como se fosse um óculos através do qual a pessoa passa a enxergar o mundo.
1.2. Como nasce uma cosmovisão
Uma cosmovisão nasce à medida que respondemos à quatro perguntas básicas que afrontam a todos:
(1) Quem sou eu? Ou, qual é a natureza, a tarefa e o propósito dos seres humanos?
(2) Onde estou? Ou, qual é a natureza do mundo e do universo onde vivo?
(3) O que está errado? Ou, qual é o problema básico ou o obstáculo que me impede de atingir a satisfação? Em outras palavras, como eu entendo o mal? E,
(4) qual é a solução? Ou, como é possível vencer esse impedimento à minha realização? Em outras palavras, como encontro salvação?
1.3. As bases da cosmovisão dentro da teologia reformada. (Criação, queda, redenção e consumação)
A teologia reformada pressupõe que as bases da cosmovisão cristã devem se apoiar nos elementos da criação, queda, redençãoe consumação. Pois é a partir da compreensão destes quatro elementos que devemos interpretar os fatos da vida.
Sem a correta compreensão destes elementos redentivos, os fatos da vida não são interpretados corretamente, e corremos o risco de procurar soluções equivocadas para nossos problemas.
1.4. Cosmovisão e cultura.
Uma cosmovisão nunca é meramente uma visão da vida. É sempre uma visão, também, para a vida. De fato, uma visão da vida ou cosmovisão, que não conduza, necessariamente, uma pessoa ou um povo em uma forma distinta de vida não é cosmovisão. Nossa cosmovisão determina nossos valores. Ela nos auxilia a interpretar o mundo ao nosso redor. Ela separa o que é importante do que não é; o que é mais valioso do que é menos.
Uma cosmovisão, então, proporciona um modelo de mundo que direciona seus adeptos no mundo. Ela estipula como o mundo deve ser, e assim nos adverte a respeito do modo como seus partidários devem se conduzir no mundo
2. CONTEXTO HISTÓRICO DE DANIEL
O ano era 586 a.C.. O reino do sul (Judá), incluindo a capital Jerusalém, haviam sido destruídos pelo império babilônico. Quase todo o povo havia sido levado cativo à babilônia, e sido escravizado.
Foram três deportações, a saber:
· Primeira. O rei, o sacerdote, e os principais nomes do reino.
· Segunda. Pessoas de posse, influentes e que possuíam algum ofício (carpinteiro, ferreiro, sapateiro, etc.)
· Terceira. Pessoas simples, mas que podiam executar trabalhos forçados.
Os pobres e indigentes ficaram em Judá, não foram levados.
Este cenário nos indica algo muito interessante. A estratégia de Nabucodonossor, era levar cativo pessoas ricas, de posse, artesãos, profetas, sacerdotes, ou qualquer pessoa que pudesse influenciar outras. Somente pessoas de destaque, que tinham poder de influência.
Àqueles que podiam ser facilmente influenciados, quer seja pela condição social, financeira, ou religiosa, foram deixados e abandonados.
A estratégia babilônica era mudar a cosmovisão dos judeus a partir das pessoas mais influentes. Queriam promover uma aculturação de cima para baixo.
Nabucodonossor sabia, assim como o diabo sabe, que se conseguissem mudar a cosmovisão desses que estavam na babilônia, todo o resto do povo, iriam segui-los, iriam fazer o que eles também estavam fazendo.
Neste cenário temos uma clara demonstração do poder de uma boa cosmovisão, e do grande estrago que uma cosmovisão equivocada pode trazer à uma nação.
A estratégia do inimigo de nossa alma foi, é, e sempre será a mesma. O mundo quer que abandonemos as verdades absolutas de Deus, pelas meias verdades subjetivas deste mundo tenebroso, isto é, existe uma enorme pressão para abandonarmos nossa cosmovisão cristã, e a substituirmos pela cosmovisão secular, seja ela qual for.
E é sobre isso que iremos falar hoje, e como devemos estar preparados para resistirmos essa pressão do mundo para abandonar as verdades de Deus.
3. O QUE DEUS ESPERA DE NÓS
3.1. Imagem e semelhança de Deus
No mandato criacional de Deus, há três dimensões em que Deus desejava que suas criaturas, portadores de Sua imagem e semelhança, pudessem se expressar divinamente, a saber: Espiritualmente (mandato espiritual); na cultura (mandato cultural); na sociedade (mandato social). Ou seja, quando Deus nos cria a Sua imagem e semelhança, o objetivo não era uma criatura particularista, dualista, olhando somente para nós mesmos.
A visão de Deus sempre foi universal, global. Deus queria espalhar sua imagem e semelhança, qualitativa e quantitativamente, tanto em extensão, quanto em abrangência. Deus cria o homem à sua imagem e semelhança, para que em todos os lugares, em todo o tempo, o homem pudesse glorificar a Deus em tudo o que faz, vejamos isto num quadro.
Mandato Espiritual
O homem precisa andar em espírito, confiando sempre no seu Criador. Este mandato se refere ao relacionamento de Deus com o homem feito à sua imagem e semelhança. Onde quer que o homem esteja, deve refletir em seu espírito o Espírito de Seu Criador. O mandato espiritual também se refere à pessoalidade.
Mandato Cultural
O homem deveria cultivar a terra e dominar sobre toda a criação. A criação aqui relaciona-se não somente ao que foi criado até o sexto dia, mas tudo o fora criado a partir daí também, como sendo obra da divina providência. Toda espécie de arte, cultura, sociedade, política, e tudo o mais. O homem que reflete a imagem e semelhança de Deus, deveria dominar tudo como um bom mordomo de Deus.
Mandato Social
Toda a relação do homem com o homem, socialmente, com seu próximo, sua família, com os poderes e autoridades constituídas, devem estar dentro dos padrões de Deus.
Sendo assim, podemos perceber que a vontade de Deus não era criar um povo peculiar, entre outros povos, e que este povo peculiar fosse exclusivista ao ponto de particularizar tanto a sua fé, que excluiria todo o resto da criação dos benefícios advindos da imagem e semelhança divinas que o homem é portador.
Àqueles que são imagem e semelhança de Deus, devem sê-lo em todos os lugares, em todo o tempo, de toda as formas.
3.2. Somos o sal da terra
Quando Jesus acabou de falar o sermão da montanha, onde se inaugura as mensagens de Jesus acerca do reino de Deus, Cristo nos ensina algo maravilhoso sobre o propósito de sermos eleitos e feitos filhos de Deus.
Mateus 5.12–13 “12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. “13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.”
Note que a metáfora do sal da terra, vem logo em seguida às bem-aventuranças, ou seja, todos aqueles que são bem-aventurados, devem também ser sal da terra. O sal tinha duas funções, a de assepsia, limpeza, purificação, e conservação, de retardar o apodrecimento da carne.
Essas devem ser a funções da igreja no mundo:
· ASSEPSIA. Os cristãos devem purificar o local onde estão, não apenas com palavras, mas com suas próprias vidas, seu estilo de vida, sua cosmovisão santa. Onde tem um cristão, deve haver retidão, justiça, respeito, etc. · CONSERVAÇÃO. Nesta função de conservação, o cristão deve refrear o mal, o apodrecimento da carne em sua volta. Onde quer que o cristão esteja, o mal deve ser refreado, não por sua própria forma, mas somente a presença do cristão deverá ser capaz de refrear o avanço do mal.
Somos o sal da terra, não o sal do saleiro. Sal dentro do saleiro é inútil. O sal tem que se espalhar na terra.
Note que somos imagem e semelhança de Deus, e sal da terra, não para sermos exclusivistas, no sentido de recebermos essa dadiva e ficarmos caladinhos, pra ninguém ficar sabendo o que herdamos. Pelo contrário, somos tudo isso para espalharmos a boa notícia. Somos chamados a espelhar essa boa nova de salvação.
4. O QUE O MUNDO ESPERA DE NÓS
Vivemos num tempo em que vemos que a fé cristã tem-se restringido aos ambientes de culto, aos ambientes particulares, aos ambiente de adoração. E nestes locais temos total liberdade, pelo menos por enquanto. E isto parece ser bom não é mesmo? Quem aqui nunca se deparou com a frase: “Graças a Deus no Brasil temos liberdade de culto”
Mas isso tem um problema relacionado à cosmovisão. Quem não possui uma cosmovisão cristã adequada pode até pensar que esta liberdade de culto, dentro de nossas igrejas, é uma coisa boa, adequada, e cumpre o desejo de Deus.
Mas não é bem assim. Isso pode até ser bom, mas não retrata a ardente expectativa da criação (Rom 8:19). Não foi para isso que fomos eleitos. Não é essa a vontade de Deus para nós, como já vimos anteriormente.
Mas é exatamente essa a resposta que o mundo espera de nós.
4.1. A privatização da fé
O desejo dessa sociedade caída, é limitar nossa fé aos locais particulares, a sociedade pressiona o povo de Deus para que nossa fé se torne cada vez mais privada, que nossa fé seja professada apenas em locais privados, e não nos locais públicos, particularizado nossa fé, limitando nossa cosmovisão cristã. O que eles querem é que tenhamos nossa cosmovisão cristã restrita apenas dentro das igrejas, ou dos locais de culto, mas no mundo, fora do ambiente religioso, temos que adotar a cosmovisão secular e antiDeus, anticristã.
Foi justamente isso que Nabuconossor tentou fazer com os jovens Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
Daniel 1.5–6 “5 Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei. “6 Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.”
No caso desses jovens, o rei não disse que eles deveriam deixar de seguir a Kashrut judaica, o rei não impediu Daniel de seguir sua tradição, sua religião, sua cultura, apenas pediu que ele incluísse na sua alimentação, os manjares do rei, isto é, a introdução de um elementos simples como uma alimentação específica.
Perceba o quão sutil é o inimigo. Ele não diz para você abandonar sua fé, só pede para adicionar outros elementos à sua fé. Parece piedoso, inofensivo, mas ao final, mostra-se destruidor.
Mais tarde, no capítulo 3 novamente o Rei continuava tentando impor novos elementos à cosmovisão judaica dos jovens, vejamos:
Daniel 3.3–6 “3 Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para a consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado. “4 Nisto, o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens de todas as línguas: “5 no momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou. “6 Qualquer que se não prostrar e não a adorar será, no mesmo instante, lançado na fornalha de fogo ardente.”
Mais uma vez vemos a sutileza na tentativa de subverter a fé dos jovens. Note que em nenhum momento Nabudonossor impede os jovens de continuar adorando o seu Deus, de manter seus rituais, suas orações etc. O objetivo de babilônia não era fazer que os escravos judeus abandonassem sua fé, mas que aderissem à fé dos babilônicos. A intenção era misturar as religiões. Como babilônia era um centro pagão politeísta, ali não se proibia nenhum tipo de Deus, pelo contrário, você poderia adorar qualquer Deus, aliás, quanto mais melhor.
Importante relembrar que desde o início Deus sempre ordenou ao seu povo que não se misturasse com outros povos, pois eram santos, separados de Deus. Deus sabia que ao se misturarem com outros povos eles acabariam por inserir em sua adoração elementos pagãos.
A intenção do inimigo não é fazer você abandonar completamente sua fé, mas fazer você introduzir elementos estranhos e pagãos tão sutis à sua fé, que apesar de sutis, irão minar aos poucos aquilo que você crê.
Colossenses 2.8 “8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;”
4.2. Em babilônia
No caso dos jovens, eles poderiam adorar ao seu Deus, dentro de seus lares, e até mesmo nas sinagogas (as sinagogas surgem justamente durante o cativeiro babilônico), ou seja, na esfera privada eles tinham autonomia de adorarem aos seu Deus. Mas quando estiverem em público, devem fazer o que todos fazem, devem adotar as práticas e rituais da sociedade em que vivem, deviam se prostrar diante da estátua.
Importante notar que o livro de Daniel retrata esses 4 jovens fiéis, cuja cosmovisão estava correta e centrada em Deus. Sua cosmovisão não foi modificada, alterada, após chegarem à babilônia. Esses jovens permaneceram firmes em sua maneira de enxergar as coisas de Deus, em sua fé.
Por outro lado, a grande maioria daqueles que foram levados cativos à babilônia não tiveram a mesma resposta desses 4 jovens. A grande maioria dos judeus que foram para a babilônia cederam à pressão do rei. Apesar do rei nunca ter decretado que os judeus deveriam abandonar sua fé, a grande maioria dos judeus acabaram abandonando sua fé, ou misturando tanto sua fé, que após algum tempo, suas crenças já estavam tão misturadas com as crenças dos babilônicos que não dava mais para diferenciá-las.
Quando o Rei Ciro ordena que os judeus voltem para sua terra (Judá), 70 anos depois do início do cativeiro, muitos judeus não quiseram retornar, pois já estavam adaptados à cultura babilônica.
Foram vencidos pela aculturação. O objetivo babilônico fora alcançado. O processo da aculturação tinha dado resultado positivo. Os judeus não eram mais judeus.
Mais tarde esses judeus que ficaram na babilônia, formaram o que o novo testamento chama de samaritanos, um povo misturado, que apesar de se declararem judeus, possuíam costumes tão pagão e estranhos que os judeus da Judeia os rejeitavam , e foram alvo de preconceito dos judeus que voltaram.
4.3. A estratégia marxista
Se no século 6 a.C. a estratégia era acabar com a fé dos judeus através do processo de aculturação, no século XIX a estratégia continua a mesma através da aculturação do pensamento marxista.
O pensamento marxista ensina justamente isto. Acabar com os valores absolutos da família, da religião, dos valores do trabalho, da propriedade, através da opressão e imposição cultural, do cerceamento de direitos reais, e aculturação social.
Em babilônia, foram levados os influenciadores para a capital do império, e foram sendo introduzidos aos poucos à cultura babilônica. Não obrigaram os judeus a abandonarem de imediato sua fé, apenas introduziram tantos elementos estranhos à fé judaica, que aos poucos essa fé judaica se desvirtuou tanto que perdeu sua essência.
Hoje, o pensamento marxista/esquerda adentrou nas academias, nas universidades, pseudointelectuais, influenciadores sociais, no mundo das artes, do cinema, etc. Toda essa articulação com o nítido intuito de criar uma cosmovisão secular marxista que é totalmente contrário aos valores cristãos, aos valores bíblicos.
Esse é o resultado que o mundo espera alcançar. Ao introduzir elementos novos à nossa fé, ao restringir nossa fé apenas aos lugares particulares, eles querem promover um processo de aculturação, ou seja, introduzir lentamente sua cultura, sua visão de mundo, seus ideais, ideologia, a fim de que, passados algumas gerações, nossa fé esteja tão fragmentada e misturada que não seja mais reconhecida como uma fé ou cosmovisão cristã.
5. COMO ESTAMOS HOJE
Infelizmente o cristianismo tem-se fechado dentro de seu espaço de culto. Hoje, limitamos a fé cristã apenas aos locais de adoração, aos ambientes de culto, privatizamos nossa fé, cedemos à pressão do mundo. Fazemos hoje justamente o contrário daquilo que é a vontade de Deus para nós.
Qual a causa dessa omissão da igreja de Cristo??? Muitas são as causas, vejamos algumas delas:
o As ameaças que ela recebe por parte do Estado
o A hostilidade que recebe por parte da sociedade ímpia
o Pressão da mídia militante
o Influência de uma cosmovisão secular
o Educação secularizante
Com todos esses fatores pressionando a igreja para privatizar sua fé, a igreja tem procurado um lugar de conforto para não entrar em confronto com o Estado e com a sociedade. Isto tem criado uma igreja cristã privatizada.
Explicar o que é a privatização (fazer de algo que deveria ser público, privado) Limitação da fé apenas aos espaços particulares em detrimento do público.
Cedemos a pressão da babilônia de nossa época. Ou seja, dentro dos espaços privados de nossa vida, somos crentes, mas quando estamos em sociedade, esquecemos que somos sal da terra, esquecemos que carregamos a imagem e semelhança de Deus, nos tornamos apenas mais uma pessoa que anda segundo os preceitos desse mundo.
Somente a partir de um cristianismo que influencia o mundo, é que daremos a Deus a glória devida. Não podemos ser influenciados pelo mundo.
No evangelho de João, Jesus Cristo pede ao Pai que não nos tire do mundo. Mas por quê??? Para que possamos cumprir nossa missão aqui na terra, iluminar o caminho dos perdidos, para refrear o mal presente neste mundo.
João 17.14–18 “14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. “15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. “16 Eles não são do mundo, como também eu não sou. “17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. “18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.”
Veja, nossa missão aqui na terra é influenciar, temos que trazer purificação e refrear o mal, como já dissemos a respeito do sal da terra. Não devemos ser influenciados pelo pluralismo mundano.
Mas infelizmente o que temos visto é justamente o contrário, a igreja tem sido fortemente influenciada pelo mundo, tem introduzido elementos estranhos à fé cristã em seu culto, adicionado valores mundanos como se fossem valores cristãos, tem-se calado sobre as verdades absolutas de Deus e da fé cristã.
Temos valores absolutos que não podem e não devem ser relativizados por pressão midiática. Nossa fé não deve ser restrita apenas aos lugares privados e particulares. Devemos ser sal “na terra”, não ser sal somente dentro da igreja.
Assim como Daniel e seus três amigos não abriram mão dos valores absolutos que tinham aprendido em sua infância, nós hoje devemos ter uma cosmovisão sedimentada, consolidada, inabalável, a fim de conseguirmos suportar as tentativas seculares de relativiza ou sincretizar nossa visão cristã.
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