A missão do discípulo - multiplicação - 2Tm 2.1-10

Ser e fazer discípulos  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Haddon Robinson certa vez pregou um sermão em forma de parábola, chamava-se:
Restaurante de frango da igreja de Deus em Cristo.
Uma parábola não é uma história verdadeira, mas é construída sobre uma verdade.
Conta a história de um restaurante no meio do nada.
E quando você chega, parece um prédio de uma igreja, você chega em um domingo e toma uma mesa, e a espera média é de 45 minutos.
E então, ao fazer seu pedido eles te entregam um pagger que sinaliza quando a comida estiver pronta.
A área de espera é como um santuário de uma igreja, enquanto espera seu prato, um museu interativo é exposto diante das pessoas.
Há botões que podem ser apertados e luzes e shows de luzes acontecem, músicas de igreja começa a tocar.
Mais adiante tem uma representação da crucificação.
Aos 20 minutos da espera acontece um grande show de luzes e por fim uma breve apresentação do Evangelho.
No restante da espera até seu prato de frango chegar, eles te enviam a um local de meditação, para refletir sobre o que ouviu.
Enquanto isso seu pagger toca e você é conduzido a sua mesa por uma garçonete.
As pessoas curiosas perguntam à garçonete, qual a história deste lugar?
Por anos era uma igreja que se reunia todo domingo pela manhã, e eles queriam alcançar a comunidade, então começaram a fazer pequenas refeições de frango.
Após ao culto as senhoras da igreja desciam a cozinha e preparavam deliciosas refeições.
Começaram fazendo isso trimestralmente, e foi um sucesso, as pessoas vinham de diversas partes da cidade, e vinham ao culto também.
Os presbíteros se reuniram e decidiram fazer mensalmente, o sucesso foi maior ainda, e depois abriram mais um dia de programação na semana, e agora tinha toda semana o jantar de frango.
A igreja multiplicava como nunca antes, as coisas estavam indo muito bem.
Mas eles acharam que o pastor principal não tinha o perfil para este novo jeito de serem igreja, e buscaram alguém que tinha um bom currículo teológico e uma boa experiência com restaurantes.
Isso fez com que a igreja crescesse ainda mais, um grande sucesso de multiplicação.
E antes que percebessem, eles mudaram o nome da igreja de Igreja de Deus em Cristo, para restaurante de frango da igreja de Deus em Cristo.
Decidiram que era melhor montar um museu interativo do que fazer um culto de adoração a Deus.
No final da parábola, Haddon Robinson pergunta aos ouvintes:
Em que ponto a igreja foi longe demais?
A verdade é que ele nunca respondeu essa questão, ele diz que toda a igreja ao conhecer essa história precisa responder.
Eu acredito que a resposta a esta pergunta está em entender melhor o que é a igreja.
O que normalmente acontece com anos de igreja é que esquecemos porque começamos.
Esquecemos qual a nossa identidade e missão.
Tronou-se evidente no restaurante de frango da igreja de Deus em Cristo, que a identidade deles se tornou um frango, e não Cristo.
Haddon termina o sermão dizendo que todos podemos concordar que quando uma igreja se torna um restaurante de frango, ela foi longe demais.
Qual a nossa identidade?
Qual a nossa missão?
Pra entendermos a igreja é crucial compreendermos a relação inseparável destas duas palavras distintas.
Identidade e Missão.
Quem somos, está envolvido em qual é a nossa missão.
Vamos olhar para 2Tm 2.1-10.
Ao ler este texto responderemos três perguntas:
Qual a nossa missão?
Como cumprimos nossa missão?
Qual a nossa motivação?
2 Timothy 2:1 NAA
1 Quanto a você, meu filho, fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus.
No capítulo 1 desta carta, vemos Paulo entregando a Timóteo o encargo de não se envergonhar do Evangelho.
E vê-lo como um bom depósito que Paulo deu a ele e o mesmo devia guardar.
A questão que Paulo levanta a Timóteo e também a nós, é se seremos fiéis em guardar o bom depósito que nos foi dado, o Evangelho.
Como podemos ser fiéis em nossa missão como Igreja?
Missão Aviva Palhoça:
Existimos para ajudar as pessoas a conhecer a Deus, viver em comunidade e servir no mundo.
Um princípio que Paulo dá a Timóteo é fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus.
Antes de buscarmos entender nossa missão, de acordo com este texto, precisamos observar a beleza desse comando.
Seja forte na graça!
Seja forte, mas lembre-se que a força é um presente de Cristo.
No capítulo 1 Timóteo foi chamado a guardar o Evangelho a ele confiado, a viver nele, a crescer nele.
Cultivem o evangelho, cresçam no evangelho, vivam por meio do Evangelho e o progresso de vocês aparecerá a todos.
Em outros textos Paulo diz, lembra-te do dom que há em ti, ou seja, foquemos nossa vida no evangelho.
Guardemos o Evangelho, cresçamos no Evangelho, cultivemos o evangelho, essa é a recomendação do capítulo 1.
Protejam-se de se tornarem um restaurante de frango, qualquer coisa que faça nos afastar da missão de Cristo confiada a nós pelo evangelho.
Devemos nos guardar de colocar nossa identidade, confiança e missão em qualquer outra coisa que não seja o Evangelho.
A ênfase no capítulo 2 é transmitir o evangelho a outros pessoas.
2 Timothy 2:2 NAA
2 E o que você ouviu de mim na presença de muitas testemunhas, isso mesmo transmita a homens fiéis, idôneos para instruir a outros.
Não podemos ser fiéis ao Evangelho se somente guardamos em nosso coração suas verdades, retendo em nós e entre quatro paredes.
A missão é transmitir o Evangelho, transmita.
Em Mt 28.18-20 aprendemos isso.
Vão a façam discípulos de todas as nações.
A declaração de missão de nossa comunidade está fincada neste versículo.
Vão e façam discípulos...
A ênfase é fazer discípulos, é nisso que devemos gastar nossa vida, essa é nossa missão, porque nossa identidade é sermos discípulos de Jesus.
Mas hoje estamos falando sobre multiplicação.
E veja como Paulo pensa isso aqui no verso 2.
Alguns chamam este trecho da mordomia do chamado.
O que temos aqui é um chamado à missão de fazer discípulos que fazem discípulos.
Fazer discípulos que fazem discípulos, envolve pensar gerações a frente de nós.
Paulo > Timóteo > Homens fiéis e idôneos > outros;
Esta é a missão de Cristo dada a igreja, a multiplicação, fazer discípulos que fazem discípulos.
Como fazemos então discípulos que fazem discípulos?
Ensinado o evangelho a eles, e o evangelho não envolve apenas o chamado individual ao arrependimento e fé para salvação e perdão de pecados, mas o chamado a missão de fazer discípulos que fazem discípulos.
Transmitimos a eles o bom depósito que nos foi confiado, o Evangelho.
Os próximos versículos, vão nos mostrar o como cumprimos nossa missão.
Paulo nos dá três imagens de como a multiplicação de discípulos que fazem discípulos acontece.
Estas imagens são muito provocativas, pois são imagens de como deve ser a vida cristã, de como devemos viver se estamos envolvido na missão de multiplicar discípulos.
Quando pensamos a vida cristã no século 21, pensaríamos metáforas muito diferentes.
Pensaríamos em conforto, numa boa estrutura de acolhimento para quem chega entre nós, boa comida.
Pensamos em como tornar o evangelho mais tangível e leve para as pessoas.
Observemos as imagens que Paulo traz.
2 Timothy 2:3–4 NAA
3 Participe dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. 4 Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é agradar aquele que o recrutou.
Eu nunca servi o exército e eu não tenho ideia de quais são os sofrimentos que um bom soldado enfrenta e compartilha na batalha.
Desconheço as renúncias de um soldado e tão pouco a fidelidade a eles exigida a ponto de esquecer assuntos da vida comum e focar em sua missão.
Mas, eu liguei pra um amigo que é cabo do exército na floresta amazônica, eu e ele estudamos juntos no seminário.
A grosso modo ele me disse:
Um bom soldado é aquele que recebe uma missão e cumpre a ordem sem questionar e sem pensar em sua vontade, mas vive em prol da missão.
Os sofrimentos são inerentes ao soldado (fome, frio, risco de morte, inimigos).
Mas ele avança em missão pois ele entende que foi chamado sob o comando de alguém em quem ele confia a vida. Por isso ele vai e sofre o preço de obedecer a ordem à missão.
Eu sou fã de filmes de guerra:
E eu busquei saber qual a missão dos fuzileiros navais dos EUA.
"Os fuzileiros navais são treinados para improvisar, adaptar e superar qualquer obstáculo em qualquer situação em que sejam necessários, eles tem a vontade de se engajar e a determinação de derrotar o inimigo até que a vitória seja conquistada. O que diferencia os fuzileiros de qualquer outra força no mundo, não é apenas seu treinamento, seus equipamentos e táticas. É algo muito primitivo. É o espírito de luta que vive dentro de cada fuzileiro e os leva a aceitar nada menos que a vitória em todas as situações. Essa determinação para vencer, vontade de lutar e alto padrão de excelência são características fortalecidas no corpo."
Um bom soldado compartilha do sofrimento, a imagem aqui aplicada a multiplicação de discípulos é que.
Fazer discípulos que fazem discípulos envolve duas coisas:
Um sacrifício de vida e uma devoção obstinada em agradar seu comandante.
Um soldado, tem uma missão clara, e por isso ele está disposto a investir tudo, a sacrificar sua vida para cumprir a missão.
Deus está falando a nós nessa manhã. A pergunta que fica é:
Estamos dispostos a nos sacrificar e obedecer a Jesus em nossa missão de multiplicar discípulos que fazem discípulos?
Um soldado não pode ser distraído por assuntos que o tirem da missão, ele não pode se distrair com assuntos secundários.
Mas visa unicamente cumprir a missão e agradar aquele que o convocou.
A missão é multiplicar, fazer discípulos que fazem discípulos, o método é sacrificar-se e ter uma devoção obstinado a Jesus.
2 Timothy 2:5 NAA
5 Igualmente, o atleta não é coroado se não competir segundo as regras.
A imagem agora é de um atleta.
Uma metáfora um tanto difícil de trabalhar, porque também há aqui uma devoção obstinada pelo pódio.
Mas a menos que cumpra as regras, a menos que percorra todo o trajeto, ele não poderá vencer, logo, isto requer treinamento.
É preciso muito trabalho, sacrifício, renúncia, estudar o trajeto, estudar o adversário.
Um atleta tem de jogar de acordo com as regras.
Neste sentido, fazemos discípulos por meio do bom depósito do evangelho, não são boas programações que fazem discípulos, mas é fruto da fidelidade ao evangelho transmitido a outros.
Somos muitas vezes tentados ao pragmatismo de fazer o que outros fazem para a igreja crescer, e isso muitas vezes leva a igreja a negar o pecado, a negar a necessidade do arrependimento.
A negar o chamado a vida em santidade, por fim muitas igrejas chegam a ponto de negar a fé em Cristo, negar a tradição teológica e histórica, para poder ter relevância.
Mas as regras da multiplicação, é sermos treinados no evangelho, as regras da boa multiplicação em fazer discípulos que fazem discípulos, não é negar o evangelho, mas transmití-lo com fidelidade e ousadia.
Um atleta abre mão de muitas coisas boas que poderia fazer, para treinar a fim de conquistar a coroa.
O que fica de ensinamento aqui nesta metáfora é que devemos ter uma devoção obstinada de que faremos o que for preciso para ganhar a coroa como um atleta.
Em outras palavras, faremos o que for preciso para ajudar pessoas por meio do evangelho a conhecer a Deus, viver em comunidade e servir no mundo por meio do evangelho.
2 Timothy 2:6 NAA
6 O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar dos frutos.
O fazendeiro é alguém que trabalha muito duro, um trabalho que marca o corpo, um trabalho que exige grande esforço, preparar a terra, lançar semente e confiar que Deus mandará as chuvas.
Não é um trabalho glamuroso, não um trabalho que te dá likes no instagram.
Envolve muitos sacrifícios, acordar cedo, trabalhar sob o sol, ficar vulnerável as intempéries do tempo, das pragas.
A imagem aqui nos ensina que cumprir a missão de multiplicar discípulos que fazem discípulos é um trabalho duro, envolve sacrifício.
No verso 7 Paulo nos chama a refletir sobre estas implicações e nos garante que o Senhor nos dará entendimento para a missão.
2 Timothy 2:7 NAA
7 Pense bem no que acabo de dizer, porque o Senhor dará a você compreensão em todas as coisas.
Até aqui já vimos qual nossa missão, multiplicar discípulos que fazem discípulos, como cumprimos isso, como um soldado, atleta e fazendeiro, com devoção e sacrifício por meio da regra do Evangelho.
Mas Paulo deseja nos apresentar a motivação que devemos ter para tanto.
Mas, me deixe recapitular algo aqui.
Existimos para ajudar pessoas conhecer a Deus, viver em comunidade e servir no mundo.
Essa é nossa declaração de missão, é só uma forma mais nossa de dizer que queremos te ajudar a fazer discípulos que fazem discípulos.
Muitas vezes olhamos para as igrejas e as vemos fazendo muitas coisas, envolvidas em diversas atividades, cheia de programações, mas muitas vezes, nenhuma destas programações está ensinando as pessoas a fazer discípulos que fazem discípulos.
Nós estamos focados em ensinar o evangelho a você para que cresça por meio do evangelho, viva por meio do evangelho e transmita o evangelho a fim de multiplicar discípulos que fazem discípulos.
Essa missão foi confiado a mim, foi confiada a você, foi confiado a nossa comunidade Aviva Palhoça.
Neste texto nós vemos como a multiplicação é exponencial, Paulo > Timóteo > Homens fiéis > Outros.
Neste sentido, a missão do reino de Deus de multiplicar discípulos que fazem discípulos é muito maior do que o que fazemos aqui a cada manhã.
A missão do reino de Deus de fazer discípulos que fazem discípulos deve dar o tom de nossa programação.
Por isso te desafiamos a conhecer a Deus, viver em comunidade e servir no mundo, porque entendemos que este caminho te ajudará a viver e cumprir a missão de fazer discípulos que fazem discípulos.
Não queremos que você seja um simples seguidor de Jesus, mas que você seja um seguidor de Jesus que faz discípulos que fazem discípulos.
Temos que entender que não dá pra ser um seguidor de Jesus sem estar envolvido na missão de Jesus.
Ou seja, não tem como ter identidade sem missão.
Você não pode ser fiel ao evangelho sem o trabalho árduo e o sacrifício necessários para fazer discípulos que fazem discípulos.
A missão é fazer discípulos que fazem discípulos, o modo é o sacrifício de vida e a devoção obstinada.
Nossa motivação é Jesus Cristo e sua obra completa.
2 Timothy 2:8–9 NAA
8 Lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho. 9 É por ele que estou sofrendo até algemas, como malfeitor. Mas a palavra de Deus não está algemada.
Paulo está acorrentado, esperando a morte chegar, estamos diante das últimas palavras do apóstolo.
Em outros textos ele fez uma listas dos muitos sofrimentos por amor a Cristo e sua missão.
Mas veja, ele não se queixa disso, ele põe sua motivação em Cristo.
Essa motivação o levou a suportar todo o tipo de sofrimento, pois ele foi fiel ao Evangelho que Cristo confiou a ele.
Sua motivação está em Cristo, sua motivação está no túmulo vazio, Cristo ressuscitou.
Essa é a motivação, o túmulo vazio muda tudo.
O Evangelho trás as tona a boa nova de Deus, que Jesus Cristo é o descendente de Davi, o Deus encarnado que veio ao mundo para viver em obediência como nunca poderemos viver, morreu em nosso lugar para perdão dos nossos pecados e ressuscitou para nossa redenção e justificação.
É por isso, que Paulo mesmo preso, diz que o Evangelho não está acorrentado.
Porque?
Porque o evangelho gera discípulos que transmitem o evangelho a outros discípulos que fazem outros discípulos.
O Evangelho que você recebeu é para te transformar e perdoar, mas também te empodera para fazer discípulos que fazem discípulos por causa de Jesus Cristo.
A motivação de Paulo é dupla, um túmulo vazio e a palavra de Deus não estar presa.
Isso é um chamado a confiar tudo a Jesus e seu evangelho.
Não devemos confiar em nossas estratégias humanas e planejamentos robustos.
Mas na esperança que vem do túmulo vazio e do evangelho que foi confiado a nós e não deve estar preso em nossa mente, mas transmitido por meio de nossas vidas.
Não precisamos nos envergonhar deste evangelho.
2 Timothy 1:12 NAA
12 e, por isso, estou sofrendo estas coisas. Mas não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar aquilo que me foi confiado até aquele Dia.
O nosso encargo é fazer discípulos que fazem discípulos, mas é o poder do Evangelho que age nos corações daqueles que virão a crer em Jesus.
O encargo é compartilhar o Evangelho e apontar para o túmulo vazio.
Por isso, a missão da igreja de fazer discípulos que fazem discípulos é também nossa identidade.
2 Timothy 2:10 NAA
10 Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna.
Podemos sacrificar tudo, podemos nos entregar em missão para alcançar a outros e multiplicar, porque Cristo elegeu aqueles que deseja chamar e o fará por meio da pregação do Evangelho que a nós foi confiado, para a glória do Seu Nome.
Um novo ano se aproxima, passaremos por mudanças, por novos desafios, por dificuldades.
Em meio a tudo isso, a missão que estamos envolvidos não muda.
Somos chamados a fazer discípulos que fazem discípulos.
O evangelho avançará de geração em geração, e nós podemos participar desse avanço, nos engajando na missão que Jesus nos chama, fazer discípulos que fazem discípulos.
S.D.G
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