A4 - Que é o pecado?

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O aluno aprenderá que o conceito bíblico de pecado está voltado para uma ação contra Deus, contra a Sua vontade e contra a Sua Palavra, o que é comprovado pelas consequências que o próprio pecado traz para a humanidade.

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Descreva em uma frase: o que é pecado?

A palavra pecado é tradução do latim peccatum, cujo sentido é falta, ação má, erro ou crime. No vocabulário bíblico, o termo significa errar o alvo, no sentido de não alcançar o padrão estabelecido por Deus.
O objetivo da aula de hoje é explorar como o pecado é, como escreveu o apóstolo João, “a transgressão da lei” (1Jo 3.4).
Esse assunto é importante porque, até que tenhamos aceitado a definição bíblica de pecado, não conseguiremos entender o plano da redenção de Deus, através de Jesus Cristo.
Como disse o Pr. Martyn Lloyd-Jones, “a única maneira de compreendermos a doutrina neotestamentária da salvação é iniciar o exame da mesma pela doutrina do pecado”.

I. A origem do pecado

1. A origem do mal

A questão da origem do mal que está no mundo é considerada um dos mais profundos problemas da filosofia e da teologia. A pergunta que surge é: “Se Deus é bom e criou todas as coisas, como explicar mal? Se Deus é soberano e todo-poderoso, como entender o império das trevas?”.
Teólogos, pesquisadores e estudioso têm sido unânimes em atribuir a origem do mal a uma rebeçião que houve no mundo angelical. Deus criou um exército de anjos, e todos eram bons ao sair das mãos de seu Criador (Gn 1.31, Ne 9.6, Sl 148.2-5, Cl 1.16). Mas houve uma queda no mundo angelical, em que legiões de anjos se separaram de Deus. O tempo exato dessa queda não se sabe. Alguns textos bíblicos fazem clara alusão a esse fato, tais como Is 14.12-15, Ez 28.13-19, 1Tm 3.6, 2Pe 2.4, Jd 6.

2. A soberania de Deus e o mal

A primeira pergunta que surge quando confrontamos a soberania de Deus com o mal é: se Deus é absolutamente soberano em poder, então por que Ele, com um só movimento de Sua mão, não elimina completamente o mal da Sua criação?
Lewis Chafer sugere uma resposta: “O mal no mundo não é um acidente ou uma coisa que não tenha sido prevista por Deus, pois, nesse caso, Ele não poderia prever, como Ele prevê, o seu fim. O mal deve seguir o seu curso e fazer sua demonstração total para que possa ser julgado, não como uma teoria, mas como uma realidade concreta. Gn 15.16 “16 ... porque a medida da iniquidade dos amorreus ainda não se encheu.”. O trigo e o joio devem crescer juntos até o final dos tempos (Mt 13.30). Ele designou um dia no qual julgará o mundo com justiça através do Homem que destinou (At 17.31). E o homem do pecado será revelado apenas na hora designada por Deus (2Ts 2.6-8). Assim, temos a revelação de que o mal deve continuar junto com o bem até que cada um realize o seu fim determinado. Que o mal será julgado e destruído para sempre é o testemunho certo das Escrituras (Ap 20.10)”. E esta verdade final é o que importa, e dela jamais podemos esquecer.

3. A árvore do conhecimento do bem e do mal

A árvore do conhecimento do bem e do mal - Esta foi a árvore usada por Deus. Muitas especulações são levantadas sobre essa árvore mas o precisa ser destacado é que pode ser que, visualmente, ela não tenha tido nenhum tipo de destaque em relação às muitas árvores do jardim. O que a torna tão distinta é o fato que sobre ela estava a expressa proibição de Deus. Essa árvore era o alvo estabelecido pelo Senhor-Criador, mas o homem errou esse alvo.
Em que consiste o mal? De acordo com o que estudamos, a essência do mal está em não crer, não atender, não obedecer à proclamada, explícita e ouvida ordem ou vontade de Deus. A essência do pecado é a desobediência à ordem de Deus.
1Jo 3.4 “4 Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.”

II. Quatro respostas bíblicas

Podemos dar quatro respostas bíblicas para a pergunta “o que é pecado?”:
Pecado é a incapacidade de alcançar o padrão estabelecido por Deus aos homens
A quebra de lei divina é pecado
Todo pensamento mau é pecado
Pecamos quando sabemos que devemos fazer o bem e não o fazemos
Pecado é a incapacidade de alcançar o padrão estabelecido por Deus aos homens: Ec 7.29 “29 O que descobri é tão somente isto: que Deus fez o ser humano reto, mas ele se meteu em muitos problemas.” Deus criou o homem para Sua glória - Is 43.7 “7 todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, sim, aqueles que formei e fiz.”” .
A quebra da lei divina é pecado: Tg 2.10 “10 Pois quem guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.”
Todo pensamento mau é pecado: Mt 15.19-20 “19 Porque do coração procedem maus pensamentos, homicídios, imoralidade sexual, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. 20 São estas as coisas que contaminam a pessoa; mas o comer sem lavar as mãos não a contamina.”
Pecamos quando sabemos que devemos fazer o bem e não o fazemos: Tg 4.17 “17 Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando.”
A primeira coisa que nosso Senhor enfatizou é aquilo a que poderíamos dar o nome de a profundeza ou de o poder do pecado. “Não adulterarás.” O Senhor não disse: “Enquanto você não tiver cometido o ato de adultério, tudo lhe irá bem”; pelo contrário, Ele declarou: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”.
O pecado não envolve apenas uma questão de atos e feitos; antes, é algo que está no interior do coração, que provoca aquelas más ações. Em outras palavras, aquilo sobre o que nos deveríamos concentrar não é tanto sobre os atos pecaminosos como tais. Os pecados nada mais são senão os sintomas de uma enfermidade chamada pecado, e o que importa não são esses sintomas, mas a própria enfermidade, porquanto a enfermidade, e não os sintomas, é que mata.
Os sintomas podem variar quase infinitamente.
Posso ver uma pessoa em um leito, encostada na cabeceira da cama, respirando dolorosamente e sofrendo grandes aflições; e daí posso concluir que aquela pessoa está desesperadamente enferma, sofrendo de pneumonia ou doença similar. Porém, posso ver uma outra pessoa que jaz de costas sobre um leito, sem sinais de aflição, sem qualquer sintoma agudo, sem dores, sem nenhuma dificuldade para respirar, aparentemente deitada em conforto e tranquilidade. Não obstante, pode haver nesta última alguma terrível enfermidade, algum distúrbio na sua constituição, e isso lhe está corroendo as forças vitais, pois é uma enfermidade que haverá de arrebatar-lhe a vida tão certamente como no caso daquela primeira vítima.
O que importa não é a maneira da morte, mas o fato da morte. O que conta, afinal, não são os sintomas, mas a enfermidade propriamente dita.
Concluímos que o pecado é, portanto, a tendência humana para desviar-se da ordem dada por Deus e estabelecer-se na sua própria posição, indo por seu próprio caminho.

III. Conceito de pecado no mundo atual

Em todas as épocas, o que se vê é uma negação da necessidade de salvação humana. Isso surge, geralmente, de uma concepção errada de Deus e do que é o pecado.
A ideia que se vê lá fora é do pecado como uma ilusão, como autoimagem negativa e falta de confiança própria; como uma doença ou como um simples erro de direcionamento na vida. Quando isso acontece, a obra redentora de Cristo é deformada e, naturalmente, a expiação que Ele realizou é eliminada.
Somente quando você reconhece o horror causado pelo pecado, como tudo o que contraria o caráter perfeitamente santo de Deus, é que você percebe quão necessitado está o homem da salvação.
Pecado é a barreira que separa os homens de Deus, e que se interpõe entre quem somos e quem Deus deseja que sejamos. Mesmo que na linguagem comum um “pecado” seja qualquer ação contra as práticas da sociedade, a maioria da tradição cristã está consciente que pecado é tanto uma ação como uma condição. Como ação, o pecado é a violação consciente da vontade de Deus, portanto, é possível falar de “pecados” no plural e classificá-los conforme diversos critérios. Isso é o que geralmente é conhecido por “pecado atual” — uma ação ou atitude que se rebela contra o que se sabe ser a vontade de Deus. Porém, em seu sentido mais profundo, o pecado não é uma ação nem uma atitude, mas uma condição em que os humanos encontram-se afastados de Deus e, por conseguinte, entre si e o restante da criação. Isso é parte do que se indica por pecado original* — uma condição em que todos nascemos e da qual não podemos nos livrar por nós mesmos.
Estudos no Sermão do Monte Capítulo XXII: A Grande Pecaminosidade do Pecado (5:27–30)

Ora, o pecado precisa ser entendido dessa maneira, como uma força terrível e dominadora. O pecado não é tanto que eu faça alguma coisa, mas é aquilo que me impulsiona a fazê-la, é aquilo que me desperta a vontade de fazê-la – é isso que importa. O pecado existe em cada um de nós – e somos forçados a enfrentar essa realidade – em toda a sua profundeza e poder.

Uma compreensão mais abrangente do pecado revela a grandeza da obra redentora de Jesus. A expiação que Ele realizou abrange todos os aspectos de nosso pecado e provê solução definitiva para eles.

Teologia católica vs. protestante sobre o pecado

Na teologia católica, existe a categoria do “pecado mortal”, um pecado tão grave que afasta Deus do pecador de tal forma que quem morre sem que tais pecados tenham sido perdoados, ou seja, morre em “estado de pecado mortal”, fica irremissivelmente condenado ao inferno. Em contraste, os “pecados veniais” são ou pecados menores, ou antes, aqueles que foram cometidos por ignorância. O pecador que morre em “estado de pecado venial” vai para o purgatório antes de ser finalmente admitido no céu.
Em geral, nós, protestantes, somos contra toda classificação de pecado como essa, visto que todo pecado separa o pecador de Deus e, todo pecado, não importa quão grande ou quão pequeno, requer a graça de Deus para ser perdoado.

IV. Consequências do pecado de Adão para a raça humana

A queda corrompeu o homem em seu todo: moral, espiritual, psicológica e fisicamente. Estes textos deixam claro que o agente dominador da carne é o pecado: Rm 8.3, Gl 5.19-20, Ef 2.3, Cl 3.5, Tg 3.15.
Rm 3.9,23 “23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,”

5 Consequências principais do pecado

Ausência de comunhão com Deus: Is 59.1-2 “1 Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; e o seu ouvido não está surdo, para não poder ouvir. 2 Mas as iniquidades de vocês fazem separação entre vocês e o seu Deus; e os pecados que vocês cometem o levam a esconder o seu rosto de vocês, para não ouvir os seus pedidos.”
Corrupção interna da natureza humana: Mc 7.21-23 “21 Porque de dentro, do coração das pessoas, é que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os homicídios, 22 os adultérios, a avareza, as maldades, o engano, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, o orgulho, a falta de juízo. 23 Todos estes males vêm de dentro e contaminam a pessoa.”
Sentimento de culpa: Gn 3.7 “7 Então os olhos de ambos se abriram; e, percebendo que estavam nus, costuraram folhas de figueira e fizeram cintas para si.”
Conflito com o próximo: Gn 3.12 “12 Então o homem disse: — A mulher que me deste para estar comigo, ela me deu da árvore, e eu comi.” Gn 4.8-16 “8 Caim disse a Abel, seu irmão: — Vamos ao campo. Estando eles no campo, Caim se levantou contra Abel, o seu irmão, e o matou. 9 O Senhor disse a Caim: — Onde está Abel, o seu irmão? Ele respondeu: — Não sei; por acaso sou o guardador do meu irmão? 10 E o Senhor disse: — O que foi que você fez? A voz do sangue do seu irmão clama da terra a mim. 11 E agora você é maldito sobre a terra, cuja boca se abriu para receber da sua mão o sangue do seu irmão. 12 Quando você cultivar o solo, ele não lhe dará a sua força; você será fugitivo e errante pela terra. 13 Então Caim disse ao Senhor: — Meu castigo é tão grande, que não poderei suportá-lo. 14 Eis que hoje me expulsas da face da terra, e da tua presença terei de me esconder; serei fugitivo e errante pela terra; quem se encontrar comigo me matará. 15 O Senhor, porém, lhe disse: — Não! E, se alguém matar Caim, será vingado sete vezes. E o Senhor pôs um sinal em Caim para que, se alguém viesse a encontrá-lo, não o matasse. 16 E Caim se retirou…”
Sofrimento e morte: Rm 6.23 “23 Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Conclusão

Loyd Jones afirma algo e eu concordo com ele:
“se você não aprecia a doutrina neotestamentária do pecado, isso simplesmente significa que você não é crente. Porque ninguém pode ser crente se não acredita que nasceu de novo, se não tiver noção clara de que coisa alguma, salvo a morte de Jesus Cristo na cruz, pode reconciliar com Deus o pecador.”
Que Deus proíba que qualquer de nós contemple a santa lei de Deus e se sinta satisfeito consigo mesmo. Se não nos sentirmos impuros neste momento, que Deus tenha misericórdia de nós. Se for concebível ficarmos satisfeitos com a nossa própria vida, por jamais termos cometido algum ato de adultério, ou de homicídio, ou qualquer desses outros pecados, então assevero que não conhecemos a nós mesmos e nem a negridão e imundícia de nossos próprios corações. Pelo contrário, precisamos dar ouvidos ao ensino do bendito Filho de Deus e examinarmos a nós mesmos, perscrutando os nossos próprios pensamentos, desejos e imaginação. E, a menos que sintamos que somos vis e imundos, carentes de lavagem e purificação, a menos que nos sintamos totalmente falidos, numa terrível pobreza de espírito, e a menos que tenhamos fome e sede de justiça, então, que Deus tenha misericórdia de nós.
“Quando percebi que precisava de um novo coração, graças a Deus também descobri que Ele veio a fim de me dar como favor esse novo coração, e Ele, realmente, me deu.”
“A natureza Tua, meu Senhor, De cima venha logo, como deve; E o novo nome Teu, nome de amor, No meu carente coração escreve.”
Que essa seja a nossa oração!
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