DEUS OU DINHEIRO: A QUEM VOCÊ SERVE? Lucas 16.1-13

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Nosso destino eterno será definido a partir dessa escolha: “Deus ou dinheiro”.

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Grande ideia: Nosso destino eterno será definido a partir dessa escolha: “Deus ou dinheiro”.
Estrutura: a história: o gerente desonesto (fiéis aprendendo com um infiel) (vv. 1-8), o princípio: quem serve a Deus, não pode servir ao dinheiro (Deus ou Mamom?) (vv. 9-12).
Lucas 8.9–10 (NAA)
9 Então os discípulos de Jesus lhe perguntaram o que significava essa parábola. 10 Jesus respondeu: — A vocês é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos demais fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam.
IMPORTANTE entender a ligação desta parábola (talvez a mais complexa de todas) com a conhecida história dos dois filhos perdidos (Lucas 15.11-31).
NA JORNADA PARA JERUSALÉM (Lucas 9-19) Jesus prepara seus discípulos para o clímax de sua missão: a cruz. Nessa caminhada, o coração de todos eles precisava estar liberado de “desperdícios” com questões materiais. Há no texto (16.1-13) uma parábola sobre a esperteza de quem faz de tudo para sobreviver (gerente desonesto) e uma poesia que enaltece a fidelidade de quem declara a sua exclusividade ao Senhor.
Lucas 18.24–27 (NAA)
24 Jesus, vendo-o assim triste, disse: — Como é difícil para os que têm riquezas entrar no Reino de Deus! 25 Porque é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus. 26 Os que ouviram isto perguntaram: — Sendo assim, quem pode ser salvo? 27 Mas Jesus respondeu: — O que é impossível para o ser humano é possível para Deus.
Charles Swindoll:
Correndo o risco de parecer terrivelmente simplista em minha análise, a cobiça pode ser rastreada nas Escrituras até aquele dia em que nossos primeiros pais, Adão e Eva, pecaram no jardim do Éden. Quando desviaram a atenção do Deus vivo, dirigindo-a a si mesmos, a cobiça penetrou e poluiu a corrente sanguínea humana. Como se queira controlá-la, é inevitável a luta. A batalha é sua, a batalha é minha- uma guerra sem sangue derramado, mas incessante.
O Senhor Jesus percebeu que as coisas materiais podem exercer tremendo domínio sobre a humanidade. Em nada menos do que 17 de suas 37 parábolas, ele tratou da propriedade e da nossa responsabilidade em usa-la sabiamente.
O pecador como um gerente desonesto. (vv. 1-8)
(a) Esse homem rico é um senhor dono de terras, um latifundiário, que possui um homem de sua confiança para administrar seus bens.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 3623 οικονομος oikonomos

οικονομος oikonomos

de 3624 e a raiz de 3551; TDNT - 5:149,674; n m

1) o administrador do lar ou dos afazeres do lar

1a) esp. um administrador, gerente, superintendente (seja nascido livre ou, como era geralmente o caso, um liberto ou um escravo) para quem o chefe da casa ou proprietário tinha confiado a administração dos seus afazeres, o cuidado das receitas e despesas, e o dever de repartir a porção própria para cada servo e até mesmo para as crianças pequenas

(b) E esse administrador era desonesto, um pródigo:
Luke 15:13 NAA
— Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá desperdiçou todos os seus bens, vivendo de forma desenfreada.
(c) Dai, o “homem rico” toma uma decisão impactante: pedi ao homem que ele entregue seu “livro de contas”.
Lucas 16.2 (RC95)
2 E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.
(d) O quadro que temos é esse:
Kennet Bailey:
Em suma, é claro que o contexto cultural mais provável para esta parábola é o de uma propriedade rural com um administrador que tinha autoridade para executar os negócios da propriedade. Os devedores provavelmente eram arrendatários, hakirin, que haviam concordado em pagar uma quantidade fixa de produtos pelo seu aluguel anual. O mordomo sem dúvida estava recebendo dinheiro extra “por baixo do pano”, mas essas quantias não apareciam nas contas assinadas. Ele era um oficial assalariado que, além disso, recebia uma comissão específica do proprietário, por cada contrato feito. O Senhor era um homem de nobre caráter, respeitado na comunidade, que se interessava suficientemente pela sua riqueza, a ponto de despedir um administrador esbanjador.
(e) Agora estamos diante da estratégia desenhada na mente por esse administrador infiel, porém astuto.
Ele procura os devedores de seu antigo patrão (lembrando que ele estava perto de ser demitido) e oferece um desconto generoso: 50% e 20%. Ele fez isso para garantir novas oportunidades de emprego:
Luke 16:4 NAA
Já sei o que vou fazer, para que, quando for demitido, as pessoas me recebam em suas casas.”
(f) O curioso é que seu patrão ao saber dessa engenhosidade, elogiou (não o caráter, mas a esperteza) e Jesus ainda aproveitou para fazer uma constatação:
Luke 16:8 NAA
E o patrão elogiou o administrador infiel por sua esperteza. Porque os filhos do mundo são mais espertos na sua própria geração do que os filhos da luz.

φρονίμως (phronimōs), ADV. prudentemente; sabiamente.

Uso do Advérbio

1. astutamente — atuando com grande inteligência prática.

Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 5429 φρονιμος phronimos

φρονιμος phronimos

de 5424; TDNT - 9:220,1277; adj

1) inteligente, sábio

2) prudente, i.e., atento aos próprios interesses

Kennet Bailey:
Nesta secção, portanto, vimos uma balada parabólica acerca de um senhor honrado, e seu administrador de propriedades esperto e desonesto. O administrador é assalariado, é provavelmente um “agente”, e lida com arredantários que pagam em espécie. O mordomo é demitido e admite a sua culpa mediante o silêncio. Ele não é preso, e assim descobre a misericórdia de seu senhor. Então decide arriscar tudo baseado nessa misericórdia. Ele faz reduções em aluguéis, presumindo que seu senhor as aprovará. Louvores se levantam da população local ao senhor e ao mordomo. Nem se questiona a possibilidade de o senhor repudiar desgraciosamente um “ato generoso” desses. O mordomo é louvado pelo senhor da estória, por sua perícia tendo em vista a auto-preservação. Finalmente a parábola volta ao seu ponto inicial com um comentário de Jesus, e propicia uma percepção inesquecível da natureza de Deus, das condições lamentáveis do homem, e da base para a salvação.
2. O dinheiro como péssimo senhor. (vv. 9-12)
(a) O verso nove é um dos mais complexos em sua interpretação. A fala de Jesus parece sugerir que sejamos tão “espertos” quando o gerente desonesto, mas na verdade há aqui algo profundo.
Lucas 16.9 (NAA)
9 — E eu recomendo a vocês: usem a riqueza injusta para fazer amigos, para que, quando a riqueza faltar, vocês sejam recebidos nos tabernáculos eternos.
Lucas 16.9 (ARA)
9 E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos.
Lucas 16.9 (NVI)
9 Por isso, eu lhes digo: Usem a riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos, de forma que, quando ela acabar, estes os recebam nas moradas eternas.
O homem de Deus já tem a “carteira convertida”. Seu uso do dinheiro e dos bens que possui revela quem é o verdadeiro senhor de sua vida. Os homens de Deus são reconhecidos por uma vida desprendida e generosa.
Merkh, David. Homem nota 10 (p. 104). Editora Hagnos. Edição do Kindle.
Provérbios 19.17 (NAA)
17 Quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e este lhe retribuirá o benefício.
(b) Jesus chega aqui ao seu ponto: a fidelidade conta mais do que a esperteza. E ele reafirma o padrão do Reino de “justiça” como retidão moral.
Usar as riquezas mundanas com o propósito de fazer o bem ao próximo, e abrindo mão da avareza, demonstra compromisso e fidelidade com o reino de Deus, pois quem é fiel no pouco (as riquezas mundanas) é fiel também no muito (as riquezas do reino de Deus). Ao agir deste modo, o discípulo de Jesus coloca também as riquezas em seu lugar, como um servo, como instrumentos nas mãos de um administrador fiel, “simples como as pombas e prudente como as serpentes” (cf. Mt 10.16).
Gouvêa de Oliveira, Flávio; Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (p. 290). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
PODE-SE pensar esse poema que sucede a parábola como lição de moral da história do rico e o mendigo (Lucas 15.19-31).
(c) Repare nesse contraponto: “riqueza injusta” e “verdadeira riqueza”.
Leon Morris:
Jesus contrasta as riquezas de origem injusta, as terrestres, com a verdadeira riqueza, a riqueza celestial que somente Deus pode dar. De acordo com o princípio definido no versículo anterior, o homem que emprega seu dinheiro da maneira errada revela-se indigno de tratar de coisas mais importantes. Não deve ficar surpreendido se Deus as afasta dele.
(d) O contraste entre “esperteza” (v. 8) com a fidelidade (v. 10).

πιστός -οῦ, ὁ; (pistos), ADJ. fiel; confiável. Equivalente hebraico: אמן 1 (9), אֵמוּן 2 (2), נְאֻם (2).

Uso do Adjetivo

1. fiel — caracterizado por inabalável afeição ou lealdade (a alguém ou algo). Tópicos Relacionados: Fidelidade; Lealdade

(d) Os dois senhores não é Deus e o Diabo, mas Deus e Mamom.

MAMON(מָמוֹן, mamon). Palavra aramaica que é transliterada para o grego no Novo Testamento, que significa "fartura", "dinheiro", "riquezas" ou mesmo "propriedade". A palavra מָמוֹן (mamon) ocorre quatro vezes no Novo Testamento, todas faladas por Jesus. Às vezes é transliterado nas traduções em inglês como "Mamon", mas também é traduzido como "dinheiro". A primeira ocorrência de מָמוֹן (mamon) é parte do Sermão do monte (Mt 6:24) e as outras três fazem parte da Parábola do administrado infiel (ou desonesto) (Lc 16:9, 11, 13).

Mateus 6.24 (NAA)
24 — Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou irá odiar um e amar o outro, ou irá se dedicar a um e desprezar o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas.
Martin Lloyd Jones:
Não podemos amar duas coisas opostas ao mesmo tempo. O amor tem um caráter exclusivista; é exigente e sempre insiste naquilo que é absoluto. Sempre é uma coisa ou outra; tem que ser a luz ou as trevas. O olho ou é bom ou mau. É Deus ou as riquezas.
3. Outras aplicações:
(a) O uso consciente do dinheiro implica em não permitirmos que ele encontre o caminho do nosso coração. Tenha dinheiro, mas deixe ele lhe ter.
Leon Morris:
O dinheiro do qual pensamos que somos donos não é realmente nosso. É sempre aquilo que temos da parte de Deus ( 1 Cr 29.14) e não somos mais do que mordomos dele. Não o podemos levar conosco quando morremos. Se o manusearmos incorretamente, mostramos que não estamos prontos para usar as verdadeiras riquezas celestiais que doutra forma nos serão dadas como nosso possessão permanente.
1Crônicas 29.14 (NAA)
14 Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e nós só damos o que vem das tuas mãos.
Mateus 25.34 (NAA)
34 — Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Venham, benditos de meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo.
(b) Somos chamados a prestarmos um culto exclusivo a Deus com nossas vidas e bens. Quem não adora a Deus, adora a si mesmo.
Leon Morris:
O servo é um escravo do lar, e servir (douleuein) significa “servir como escravo”. Ninguém pode ser escravo de dois senhores ao mesmo tempo. Pode procurar fazê-lo, mas somente um deles receberá sua dedicação integral. Assim acontece com Deus e Mamom (a personificação das riquezas). O homem pode dedicar-se de todo coração ao serviço de um ou do outro, mas não de ambos.
Colossenses 3.5–6 (NAA)
5 Portanto, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus desejos e a avareza, que é idolatria; 6 por causa destas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
Ilustr.: 1703-1791
John Wesley não se deixou dominar pelo dinheiro
"Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" (1 Timóteo 6:10)
Na infância, Wesley conheceu a pobreza. Samuel, seu pai, era pároco anglicano numa das paróquias que pagava menos em Inglaterra e tinha nove filhos para alimentar e vestir. John via sempre o pai endividado e certa vez viu-o ser preso por causa de dívidas. Quando decidiu seguir o ministério não tinha ilusões quanto às suas recompensas financeiras.
Entretanto Wesley não enfrentou a mesma pobreza do seu pai. Em vez de se tornar o pregador de uma paróquia, sentiu a orientação de Deus para dar aulas na Universidade Oxford. Foi eleito membro do Lincoln College e a sua situação financeira mudou completamente.
Passou a receber no mínimo 30 libras por ano (R$ 190,00) – mais do que suficiente para sustentar um homem solteiro naquela época. Parece que apreciou a sua relativa prosperidade enquanto dava aulas, gastando o dinheiro no jogo, cigarros e bebidas.
Um facto ocorrido em Oxford alterou a sua perspetiva do dinheiro. Havia acabado de comprar quadros para o seu quarto quando uma das camareiras bateu à sua porta. Era inverno e ele reparou que ela só tinha um vestido fino de linho para protegê-la do frio. Enfiou a mão ao bolso para dar-lhe dinheiro para comprar um casaco e descobriu que sobrara muito pouco. Entendeu, então, que Deus não estava contente com a forma como gastava o seu dinheiro. Perguntou a si mesmo:
Será que o teu Mestre dirá: “Bem está, servo bom e fiel?”. Adornaste as tuas paredes com o dinheiro que poderia ter protegido essa pobre criatura do frio! Ó justiça! Ó misericórdia! Esses quadros são o sangue desta pobre empregada (trecho de Sobre Roupas).
Talvez como reflexo desse acontecimento, Wesley passou a limitar os seus gastos a fim de ter dinheiro para dar aos pobres. Verificou que num ano a sua renda havia sido 30 libras, os seus gastos para viver, 28 libras (R$ 176,00) e, então, tinha 2 libras (R$ 12,60) para doar. No ano seguinte a renda dobrou, mas gastou as mesmas 28, então pôde doar 32 (R$ 202,00). No terceiro ano, a renda disparou para 90 libras (R$ 568,00). De novo, viveu com 28 e doou 62 (R$ 390,00). No quarto ano, ganhou 120 libras (R$ 756,00), gastou 28 e deu 92 (R$ 580,00) aos pobres.
Wesley pregava que os Cristãos não deviam limitar-se às ofertas normais, mas dar toda a renda extra depois de atender às necessidades da família e de pagar aos credores. Ele acreditava que, com o aumento de renda, o Cristão deveria elevar o seu padrão de doação, não o seu padrão de vida.
Mesmo quando a sua renda subiu para milhares de libras, continuou a viver em simplicidade e doava todo o dinheiro que sobrava. Em determinado ano, a sua renda chegou a mais de 1.400 libras. John ficou com apenas 30 e doou todo o restante. Ele temia acumular tesouros na terra, por isso tão logo recebia, enviava o dinheiro para caridade. Declarou nunca ter possuído mais do que 100 libras (R$ 630,00) ao mesmo tempo.
Entre as maneiras como Wesley limitava os seus gastos estavam a vida sem luxos e a identificação com os necessitados. Pregava que os cristãos deveriam considerar-se membros da classe pobre a quem Deus entregou o dinheiro como ajuda. Colocava as suas palavras em prática, vivendo e comendo com os pobres. Sob a liderança de Wesley, os metodistas de Londres abriram na cidade duas casas para abrigar viúvas que eram sustentadas por ofertas levantadas nas reuniões e na Ceia do Senhor.
Em 1748, Wesley morava nas mesmas acomodações que qualquer outro ministro metodista que estivesse na cidade. Alegrava-se por comer da mesma comida à mesma mesa, esperando ansioso pelo banquete celestial que todos os Cristãos irão compartilhar.
John Wesley não se identificava com os pobres apenas compartilhando o alimento e a moradia e abrindo mão do luxo, mas algumas vezes deixava de atender algumas das suas necessidades para doar o dinheiro. Durante quase quatro anos alimentou-se basicamente de batatas. Isso não foi apenas para melhorar a saúde, mas também para poupar. “O que eu economizo com carne irá alimentar alguém que não tem nada.”
Em 1744, Wesley escreveu: “[Quando eu morrer], se deixar dez libras... cada um de vós e toda a humanidade [podem] testemunhar contra mim, que vivi e morri como ladrão e assaltante”. Quando morreu, em 1791, o único dinheiro citado em seu testamento foi a miscelânea de moedas encontradas nos seus bolsos e gavetas. Havia doado a maior parte das 30 mil libras (R$ 190.000,00) que ganhou na sua vida.
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