O Sacerdócio Superior de Cristo

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A soberania de Cristo na Epístola aos Hebreus.

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Hebrews 7:1 NAA
1 Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, foi ao encontro de Abraão, quando este voltava da matança dos reis, e o abençoou.

Esboço de Hebreus 7

7.1–3 - A singularidade de Melquisedeque
7.4–11 - A superioridade do sacerdócio de Melquisedeque
7.11–19 - O fim do sacerdócio levítico e a perpetuidade do sacerdócio de Cristo
7.20–28 - A superioridade do sacerdócio de Cristo

Contexto

Hebreus é uma epistola escrita provavelmente entre o final dos anos 60 d.C. até 90 d.C.; a autoria de Hebreus é desconhecida; seus destinatários eram judeu-cristãos e, por tabela, também os judeus em geral; seu propósito, exortar os cristãos a terem ânimo e fé. O autor teme que se afastem da fé e recaiam em sua fé judaica anterior; assim, adverte que a apostasia vai atrair sobre eles o juízo divino e destaca a superioridade de Jesus sobre os profetas do Antigo Testamento, sobre os anjos por meio dos quais, assim criam os judeus, Deus lhes dera a lei mosaica, sobre o próprio Moisés, sobre Josué e sobre Arão e seus descendentes sacerdotais. Ênfase especial é dada à afinidade de Cristo com os seres humanos, a sua nomeação divina, a sua eternidade, a seu lugar no céu e a sua semelhança com Melquisedeque - tudo no contexto de um retrato de Cristo como nosso grande sumo sacerdote.

Pano de Fundo

O pano de fundo é o culto judaico, conforme o ritual descrito no Pentateuco. Sacerdotes e sacrifícios desempenhavam ali um papel fundamental. Os sacerdotes eram pessoas separadas e consagradas para o serviço a Deus em nome do povo. Faziam o papel de mediadores: representavam o povo diante de Deus e Deus diante do povo. Cabia-lhes presidir os rituais de sacrifício, mediante os quais se restabelecia a santidade das pessoas, necessária para a comunhão com Deus. O texto compara o sacerdócio e os sacrifícios da antiga aliança ao sacerdócio e ao sacrifício de Cristo. Exalta a magnitude e a superioridade de Cristo, quer como sacerdote, quer como sacrifício. O que o distingue e torna superior é sua condição humana, mas sem pecado, seu sacrifício único e definitivo em benefício do ser humano, sua exaltação ao céu e seu serviço perpétuo de intercessão e salvação. Ele ofereceu a si mesmo de uma vez por todas, de modo que nenhum sacrifício é mais necessário.

Introdução

capítulo 7 é o início do ensino avançado para a maturidade (Hb 5.14). Os versículos 1 a 10 descrevem a superioridade do sacerdócio de Melquisedeque. Segundo informa Gênesis 14.18-20, Melquisedeque foi maior que Abraão e Levi. Os versículos 11 a 25 descrevem a superioridade de Cristo, o sacerdote como Melquisedeque. Como diz Ps 110.4 , Cristo é sacerdote eterno. E é maior que os sacerdotes levíticos, descendentes de Arão (v. 11-25). 

A singularidade de Melquisedeque (7.1–3)

Melquisedeque é uma personagem importantíssima, porém enigmática. ele não é uma figura alegórica, mas tipológica. o nome de Melquisedeque só aparece nas Escrituras do Antigo Testamento duas vezes, ou seja, em Gênesis 14.17–24 e Salmo 110.4. Porém, ele foi o mais perfeito tipo do sacerdócio de Cristo.
Hebreus 7:1-2 — 1 PORQUE este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; 2 a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;

a)   A elevada posição de Melquisedeque (7.1)

Ele é chamado de sacerdote do Altíssimo. Não herdou esse status de sua família nem foi nomeado por homem algum. Recebeu seu sacerdócio das próprias mãos do Altíssimo e em seu nome o exerceu.

b)  a destacada autoridade de Melquisedeque (7.1)

Ele abençoou Abraão e era maior do que Abraão, o pai da nação de Israel e o pai de todos os crentes. Logo, o sacerdócio de Melquisedeque, que precedeu o sacerdócio levítico, era superior ao sacerdócio levítico, uma vez que Levi era bisneto de Abraão e Abraão era maior que Levi.

c)    A dupla função de Melquisedeque (7.1,2)

Melquisedeque é sacerdote e rei. De acordo com seu nome, é rei (melek) de justiça (tzedek) e, de acordo com o nome de sua cidade (Salém), é rei de paz. Somente nele e em Cristo, justiça e paz ficam juntas. Melquisedeque é sacerdote do Altíssimo e rei de justiça e rei de paz. Ele é um tipo de Cristo, que é rei e sacerdote. (Is 32.17; Sl 72.7; 85.10; Tg 3.17,18).

d)  A singularidade de Melquisedeque (7.3a)

Hebreus 7:3a — Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida,
Melquisedeque aparece sem falar de onde veio e vai embora sem deixar rastro. Ele não tem predecessor nem sucessor.[1] A Bíblia não informa a genealogia de Melquisedeque. É óbvio que ele foi uma pessoa real, que viveu no tempo dos patriarcas, uma vez que abençoou Abraão e recebeu dele dízimos. Isso apontava positivamente para Cristo, seu antítipo, e não para ele mesmo. Somente Cristo não tem começo nem fim. Só ele é eterno. Melquisedeque era apenas uma figura, mas Cristo é a realidade.[2]

e)   A perpetuidade de seu sacerdócio (7.3b)

Hebreus 7:3b — mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
O seu sacerdócio permanece para sempre. Isso significa que, por ser ele um tipo de Cristo, permanece para sempre em Cristo. Cristo é sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque.

A superioridade do sacerdócio de Melquisedeque (Heb 7.4–11)

Depois de mostrar a singularidade de Melquisedeque, o escritor aos Hebreus nos fala sobre a superioridade de seu sacerdócio em relação ao sacerdócio levítico. O autor inicia com uma interjeição inusitada, pedindo aos leitores que considerem a grandeza de Melquisedeque. O autor vai demonstrar que o sacerdócio de Melquisedeque é superior ao de Arão. Há três argumentos para provar:
(i)   O dos dízimos e da bênção;
(ii) O da mudança ocorrida, ao substituir o sacerdócio de Arão;
(iii)   O da perpetuidade.

a)   Melquisedeque é grande porque recebeu dízimos de Abraão, o pai da nação de Israel (7.4,5).

Hebreus 7:4-5 — 4 Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. 5 E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
Se os sacerdotes, filhos de Levi, por meio de mandamento, recebem dízimos de seus irmãos, Melquisedeque recebeu dízimos de Abraão, o pai da nação de Israel, de quem os levitas procederam. Eles eram autorizados pela lei a coletar os dízimos de seus conterrâneos hebreus.[3]
Abraão reconheceu Melquisedeque como representante de Deus e, portanto, ao dar a Melquisedeque o dízimo, ele deu o dízimo a Deus.[4]
O povo de Israel deveria entregar o dízimo de suas colheitas, gado e rebanhos (Lv 27.30–32). Esses dízimos eram entregues aos levitas (Nm 18.21 ss), no tabernáculo e, posteriormente, no templo (Dt 12.5ss).

b)  Melquisedeque é maior do que Abraão porque recebeu dízimos dele e o abençoou (7.6–8).

Hebreus 7:6-8 — 6 Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. 7 Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. 8 E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.
Melquisedeque foi grande porque Abraão deu a ele os dízimos. No texto grego, a palavra patriarca é enfática. A grandeza de Abraão, aquele que possuía as promessas de Deus (v. 6), ressalta a posição ainda maior de Melquisedeque, o sacerdote de justiça.
Abraão foi abençoado por Melquisedeque, e o menor é abençoado pelo maior. Ele disse: “Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra” (Gn 14:19). Na concepção judaica Abraão é referido como um dos maiores heróis nacionais, e ele certamente era. No entanto, Abraão reconheceu um sacerdote “não judeu” como superior a ele.
Melquisedeque é superior a Abraão, que é maior que os levitas, seus descendentes. Os levitas que recebem dízimos de seus irmãos são homens mortais, mas aquele que recebeu dízimos de Abraão, por ser um tipo de Cristo, não teve princípio de dias, nem fim de existência (7.3), ou seja, é aquele de quem se testifica que vive (7.8).

c)    Melquisedeque é superior a Levi (7.9,10)

Hebreus 7:9-10 — 9 E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. 10 Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
Quando Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, Levi ainda não existia, pois seria seu bisneto. Mas, porque Levi é descendente de Abraão, em Abraão, ele também pagou dízimos a Melquisedeque. Logo, Melquisedeque é maior que Levi, o pai da tribo dos levitas e sacerdotes.

O fim do sacerdócio levítico e a perpetuidade do sacerdócio de Cristo (7.11–19)

Depois de provar a superioridade de Melquisedeque sobre Abraão e Levi, o autor aos Hebreus mostra a transitoriedade do sacerdócio levítico e a perpetuidade do sacerdócio de Cristo.

a)   O sacerdócio levítico é transitório e imperfeito (7.11)

Hebreus 7:11 — 11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia mais de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
O sacerdócio levítico teve um começo e um fim. Ele foi apenas sombra de uma realidade, apenas um sacerdócio preparatório que apontava para o sacerdócio perfeito.
O autor argumenta que certas promessas no próprio Antigo Testamento indicam que a lei foi imperfeita e que seria substituída nos “últimos dias” (Heb 1.2).
Ele é imperfeito porque é exercido por homens imperfeitos, oferecendo sacrifícios imperfeitos, em favor de homens imperfeitos. Ele não pode aperfeiçoar os pecadores. Por isso, foi substituído por um sacerdócio superior, o sacerdócio de Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque.

b)  O sacerdócio de Cristo não procede da ordem levítica (7.12–14)

Hebreus 7:12-14 — 12 Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. 13 Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, 14 Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.
mudança da lei — Se uma mudança de lei tinha de ocorrer, o próprio Deus teria de fazer a mudança. Deus mudou a lei ao apontar seu Filho como Sumo Sacerdote em outra ordem e confirmar a mudança com um juramento. Com a vinda de Cristo, a ordem sacerdotal foi transformada e transferida. Com seu sacrifício único e válido para sempre, Cristo cumpriu a lei e tornou obsoleto o sacerdócio levítico.[5]
pertence a outra triboAs diferenças entre Jesus e os levitas são ligeiramente avaliadas. A sua descendência é de Judá, e não de Levi (v. 14). Cristo não procede da tribo de Levi, a tribo sacerdotal, mas da tribo de Judá, da qual jamais procedeu qualquer sacerdote e da qual ninguém prestou serviço ao altar.

c)    O sacerdócio de Cristo é constituído por um poder superior (7.15,16).

Hebreus 7:15-16 — 15 E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote, 16 Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo o poder da vida incorruptível.
O sacerdócio de Cristo não foi constituído conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder da vida indissolúvel. O eterno sacerdócio de Cristo (Sl 110.4) é fundamentado sobre o poder invencível de sua ressurreição (Rm 6.9,10). Os sacerdotes eram procedentes da tribo de Levi e exerciam o seu ministério por um tempo determinado. A morte punha fim ao seu sacerdócio. Mas a morte foi vencida por Cristo, e seu ministério jamais é interrompido. Ele é sacerdote para sempre.

d)  O sacerdócio de Cristo é estabelecido por um juramento divino (7.17)

Hebreus 7:17 — 17 Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
O escritor aos Hebreus cita Salmo 110.4 para explicar que o sacerdócio de Cristo não vem por um mandamento legal nem por uma esteira hereditária, mas por um juramento divino. Deus, não tendo ninguém maior que ele mesmo por quem jurar, jura por si mesmo.
“Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. A ênfase aqui está na palavra para sempre. Seu ministério nunca cessará porque sua vida nunca terá fim.

e)   O sacerdócio de Cristo traz esperança superior (7.18,19)

Hebreus 7:18-19 — 18 Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade 19 (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus. 
A ordenança anterior é revogada por causa de sua fraqueza e inutilidade. Era apenas sombra. Era apenas um símbolo. Apontava para o sacerdote perfeito, para o sacrifício perfeito, para o sacerdócio de Cristo.
O sacerdócio de Cristo traz-nos uma esperança superior, pela qual nos achegamos a Deus. Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Por meio dele, temos livre acesso à presença de Deus (Heb 4.14–16). Agora não há mais necessidade de irmos a um sacerdote humano para nos representar. Não há mais necessidade de sacrifícios de animais. Tudo isso era sombra; a realidade é Cristo.

A superioridade do sacerdócio de Cristo (Heb 7.20–28)

a)   A superioridade do sacerdócio de Cristo está baseada no juramento divino (Heb 7.20,21)

Hebreus 7:20-21 — 20 E visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, 21 Mas este com juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; tu és sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquisedeque),
O sacerdócio de Cristo não vem de uma linhagem humana, mas do juramento divino. Kistemaker afirma que o sacerdócio araônico foi instituído por lei divina; o sacerdócio de Cristo, por juramento divino. Uma lei pode ser anulada; um juramento dura para sempre.[6]

b)  A superioridade do sacerdócio de Cristo está fundamentada numa aliança superior (Heb 7.22)

Hebreus 7:22 — 22 De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador.
Como Mediador entre Deus e o homem, Jesus Cristo é o grande Fiador. Cristo é o fiador de uma nova aliança, a aliança firmada em seu sangue. O termo fiador significa aquele que garante que os termos de um acordo serão cumpridos. O próprio Jesus é a garantia de uma nova e melhor aliança.
Champlin diz:
Jesus se tornou a fiança do cumprimento das provisões do novo pacto. Ele é a garantia, dada por Deus aos homens, porquanto Cristo é o Pioneiro do caminho. E, por ser o fiador, ele é também o mediador do pacto, o que é salientado em Heb. 8:6.[7]

c)    A superioridade do sacerdócio de Cristo é demonstrada pela sua atividade permanente (Heb 7.23,24).

Hebreus 7:23-24 — 23 E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, 24Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
Os sacerdotes da ordem levítica não eram apenas imperfeitos, mas também tinham seu ministério interrompido pela morte. Uma geração de sacerdotes dava lugar à próxima geração. O ministério de Cristo, porém, é perfeito e dura para sempre, pois ele morreu pelos nossos pecados, venceu a morte, ressuscitou para a nossa justificação, voltou ao céu e está à destra do Pai intercedendo por nós. Ele vive para sempre.

d)  A superioridade do sacerdócio de Cristo é demonstrada pelo seu ilimitado poder (7.25a)

Hebreus 7:25a — 25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
O sacerdócio levítico não podia aperfeiçoar o pecador, mas Jesus pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus. A salvação não decorre da obediência do pecador, mas do sacrifício vicário do divino Fiador. Sua morte foi vicária, substitutiva.
Hebreus 7:25b — “...vivendo sempre para interceder por eles.”
A perpetuidade da vida e do sacerdócio de Jesus tornam possível a sua eterna intercessão em favor dos “que por ele se chegam a Deus”, culminando na total e eterna salvação deles. “Totalmente” pode referir-se à abrangência da salvação (satisfazendo cada uma das nossas necessidades), ou à eternidade da salvação (por ser baseada sobre o fato de Jesus estar "vivendo sempre para interceder por eles").

e)   A superioridade do sacerdócio de Cristo é demonstrada pelo seu caráter inculpável (7.26)

Hebreus 7:26 — 26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus;
Os sacerdotes levitas precisavam oferecer sacrifícios primeiro por si mesmos, pois eram pecadores. Mas Jesus é o sacerdote perfeito, santo, inculpável, separado dos pecadores. Ele é o sacerdote perfeito que não precisou oferecer oferta por si mesmo. Ele é a oferta perfeita e o ofertante perfeito. Nele, não havia pecado; ao contrário, ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

f)      A superioridade do sacerdócio de Cristo é demonstrada pela sua perfeita oferta (Heb 7.27,28)

Hebreus 7:27-28 — 27 Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. 28 Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre.
Jesus não é apenas o sacerdote perfeito, mas ofereceu o sacrifício perfeito. A palavra grega traduzida por “perfeito” é derivada de “τελειως teleios” que carrega a ideia de completar, terminar, cumprir, consumar. Por isso Ele bradou na cruz: τετέλεσμαι Tetelestai Está consumado! (Jo 19.30). Obra perfeita, sacrifício perfeito, oblação perfeita, cordeiro perfeito, sumo sacerdote perfeito.
Ele é a própria oferta. Ele é o próprio sacrifício. Ele entregou a si mesmo, como oferta pelo nosso pecado. Sua oferta foi perfeita, completa e eficaz. A natureza estável, permanente e eterna do sacerdócio de Jesus, estabelecido por juramento de Deus, contrasta com a natureza frágil e temporal do sacerdócio levítico.
Resta claro afirmar, portanto, que, sendo Jesus Cristo o nosso Sumo Sacerdote, nunca haverá um tempo em que, ao nos aproximarmos de Deus, seremos rejeitados. Consequentemente, desviar-se de Cristo é uma consumada tolice, e a apostasia, a mais incontroversa loucura.

Conclusão

Concluo com as palavras de Stuart Olyott: [8]
Jesus Cristo não é um sacerdote levítico convivendo com o pecado, enfermidade e fraqueza, oferecendo cada dia sacrifícios por si mesmo e pelos outros. Designado a esse mister por juramento divino, plenamente qualificado para a obra, foi nomeado para isso por toda a eternidade! Tratou o pecado de modo definitivo, de uma vez para sempre, oferecendo-se como sacrifício perfeito, plenamente aceitável a Deus, em cuja presença hoje está.

Referências bibliográficas

Champlin, Norman R., O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Vol.5. 1995. p. 560
Hughes, Philip Edgcumbe, A Commentary on the epistle to the Hebrews, 1977, p. 248.
Kistemaker, S. (2013). Hebreus (C. A. B. Marra, Ed.; M. Tolentino & P. Arantes, Trans.; 2a edição). Editora Cultura Cristã.
Laubach, F. (2000) Comentário Esperança, Carta aos Hebreus. Curitiba: Editora Evangélica Esperança.
Lopes, H.D. (2018) Hebreus: A Superioridade de Cristo. São Paulo: Hagnos (Comentários Expositivos Hagnos).
MacDonald, W. (2011) Comentário Bíblico Popular: Novo Testamento. 2a edição. São Paulo: Mundo Cristão.
Olyott, Stuart. A Carta aos Hebreus bem explicadinha, Editora Cultura Cristã, 2012, p. 69.
Peterson, David G., Hebrews, p. 1337.
Sweeney, J. P. (2016). Hebrews, Letter to the. The Lexham Bible Dictionary. Lexham Press.
Wiersbe, W. W. (2009). Comentário Bíblico Wiersbe Novo Testamento. Rio de Janeiro: Geográfica.
[1] Peterson, David G., Hebrews, p. 1337.
[2] Hughes, Philip Edgcumbe, A Commentary on the epistle to the Hebrews, 1977, p. 248.
[3] MacDonald, W. (2011) Comentário Bíblico Popular: Novo Testamento. 2a edição. São Paulo: Mundo Cristão, p. 844.
[4] Kistemaker, Simon, Hebreus, p. 261.
[5] Kistemaker, Simon, Hebreus, p. 275
[6] Kistemaker, Simon, Hebreus, p. 278.
[7] Champlin, Norman R., O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Vol.5. 1995. p. 560
[8]  Olyott, Stuart. A Carta aos Hebreus bem explicadinha, Editora Cultura Cristã, 2012, p. 69.
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