Deus transforma o mal em bem

Se eu recomeçasse tudo  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Introdução

Há algum tempo atrás, vi um filme chamado “Uma boa mentira”
Conta a história de um refugiado político africano que assume o crime que o irmão cometeu para que este não seja deportado, junto com os irmãos menores.
Aquele que assume o crime é deportado para o país de origem, Sudão, onde viverá em condições bem difíceis, inclusive correndo risco de vida.
Em determinado momento, o irmão menor pergunta: “Ele mentiu, mas é certo mentir?”
E outro personagem do filme, um americano, responde: “Esta é a boa mentira. Foi para salvar vocês.”

Uma família disfuncional baseada nos desejos conflitantes dos pais e na inveja dos irmãos

Isaque deseja satisfazer seus desejos

Gn 27:1-5
Genesis 27:1–5 ARA
Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse: Meu filho! Respondeu ele: Aqui estou! Disse-lhe o pai: Estou velho e não sei o dia da minha morte. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me uma comida saborosa, como eu aprecio, e traze-ma, para que eu coma e te abençoe antes que eu morra. Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho. E foi-se Esaú ao campo para apanhar a caça e trazê-la.
Isaque preferia Esaú por causa da carne que ele podia comer, resultado da caça
Por seu lado, Rebeca amava a Jacó
Genesis 25:28 ARA
Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó.
Esaú tinha se envolvido com mulheres hititas, um povo pagão e isso se tornou em amargura para sua mãe
Genesis 26:34–35 ARA
Tendo Esaú quarenta anos de idade, tomou por esposa a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. Ambas se tornaram amargura de espírito para Isaque e para Rebeca.
De um lado um pai que prefere o filho que satisfaz suas necessidades carnais imediatas (gula)
De outro lado, uma mãe que em vista do envolvimento do filho mais velho com mulheres pagãs, prefere o filho mais novo.
No meio disso, um filho que despreza tudo o que deveria valorizar, em detrimento da satisfação de suas necessidades imediatas e outro, esperto que utiliza essa característica do irmão para trai-lo.
Importante entender o que é a bênção patriarcal: é um reconhecimento do Patriarca sobre o filho que ocupará o seu lugar após sua morte.
Enquanto o direito à primogenitura dá a quem o tem o direito a herdar tudo o que o pai tem, a bênção patriarcal coloca o filho abençoado no local do patriarca quando este morre.
Era pública, não escondida como Isaque estava fazendo.
Antes da bênção, pede ao filho para satisfazer seus desejos imediatos.
Ele não conseguia se conter.
Quantos de nós também não buscamos satisfazer nossos desejos carnais, imediatos, sem pensar no futuro.
Sexo, bebida, comida, tudo isso fica à frente da comunhão com Deus, quando a oportunidade aparece.
Satisfaz-se no presente, prejudicando a vida eterna.
O impulso acaba nos guiando, como guiou Isaque.

Rebeca planeja uma fraude para consertar o problema

Genesis 27:6–10 ARA
Então, disse Rebeca a Jacó, seu filho: Ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, assim: Traze caça e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma e te abençoe diante do Senhor, antes que eu morra. Agora, pois, meu filho, atende às minhas palavras com que te ordeno. Vai ao rebanho e traze-me dois bons cabritos; deles farei uma saborosa comida para teu pai, como ele aprecia; levá-la-ás a teu pai, para que a coma e te abençoe, antes que morra.
Rebeca não podia deixar que a bênção fosse para o filho que tinha se envolvido com as mulheres pagãs.
Rebeca não está tão sem razão a este respeito. Quando nasceram, Deus falou a ela que o mais velho, Esaú, serviria ao mais novo, Jacó
Genesis 25:23 ARA
Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço .
Ao invés de buscar a orientação de Deus, ela resolve dar o seu próprio jeitinho de consertar as coisas.
Vejamos: ela está do lado certo, por assim dizer. Tem a palavra de Deus a seu favor, está defendendo a integridade da aliança da promessa. Mas a forma com que faz isso...
Quantas vezes não estamos certos.
Do lado da justiça, cobertos de razão, mas na hora de agir, metemos os pés pelas mãos.
É um problema no trabalho, às vezes um problema na família...
Ao invés de buscarmos a ajuda e orientação de Deus, que virá, tentamos dar um jeitinho, como Rebeca faz.

Jacó tem medo de não dar certo, mas escolhe ir em frente

Genesis 27:11–12 ARA
Disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Esaú, meu irmão, é homem cabeludo, e eu, homem liso. Dar-se-á o caso de meu pai me apalpar, e passarei a seus olhos por zombador; assim, trarei sobre mim maldição e não bênção.
A chance da armação de Rebeca dar errado era enorme.
Parece a história da Chapeuzinho Vermelho quando o lobo se veste como a sua avó.
Por isso, Jacó hesita.
É o momento em que ele tem que fazer uma escolha: revela-se como um filho que merece a bênção que seu irmão não merece e se coloca ao julgamento do pai, ou tenta enganar o pai, para receber a bênção que Deus disse que iria para ele mesmo.
Sua mãe antes já tinha tido a mesma chance de escolher.
Faz o certo ou faz o errado.
Da mesma forma, muitas vezes ficamos diante desse tipo de escolha:
Pagamos um suborno;
Inventamos uma história mentirosa;
Enganamos alguém;
Partimos para a briga quando estamos certos.
Como Jacó, hesitamos diante de fazer algo errado não porque é certo ou errado, mas pelo medo de ser pego.
Adultério, furto, sonegação, mentira...
O medo não é fazer o que desagrada a Deus, mas sim ser descoberto pelos homens, como se o juízo destes fosse mais importante que o juízo de Deus!

Rebeca assume o ônus da mentira e preparam tudo para a fraude

Genesis 27:13–17 ARA
Respondeu-lhe a mãe: Caia sobre mim essa maldição, meu filho; atende somente o que eu te digo, vai e traze-mos. Ele foi, tomou-os e os trouxe a sua mãe, que fez uma saborosa comida, como o pai dele apreciava. Depois, tomou Rebeca a melhor roupa de Esaú, seu filho mais velho, roupa que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho mais novo. Com a pele dos cabritos cobriu-lhe as mãos e a lisura do pescoço. Então, entregou a Jacó, seu filho, a comida saborosa e o pão que havia preparado.
Maldição não é transferível.
Assim como bênção.
Ninguém que vive longe do Senhor é salvo ou santificado porque os pais são crentes.
Da mesma forma, por mais que os pais sejam idólatras, ateus, ou qualquer outra coisa, isso não significa que um filho crente terá que pagar o pecado do pai ou da mãe.
Cada um com o seu cada um.
O juízo virá sobre Rebeca. Ela está dando a ideia.
Mas virá sobre Jacó.
Assim como veio sobre Adão, que comeu o fruto proibido, instigado por Eva.
Ao fim da 2a Guerra Mundial, os nazistas foram julgados em Nuremberg e tentaram alegar que estavam cumprindo ordens, nos campos de extermínio.
Não colou.
Não existe pecado por procuração.
Nisso Jacó resolve trilhar o caminho errado, sem saber que não teria retorno.
Como o lobo que se veste de vovozinha para enganar a Chapeuzinho, ele faz o que a mãe lhe diz, para enganar o pai e roubar o irmão.
Quantas vezes fazemos a escolha errada pelos motivos certos, ou não, sem medir as consequências, que provavelmente se arrastaram por toda a vida?

Jacó engana o pai e rouba a bênção do irmão

Genesis 27:18–29 ARA
Jacó foi a seu pai e disse: Meu pai! Ele respondeu: Fala! Quem és tu, meu filho? Respondeu Jacó a seu pai: Sou Esaú, teu primogênito; fiz o que me ordenaste. Levanta-te, pois, assenta-te e come da minha caça, para que me abençoes. Disse Isaque a seu filho: Como é isso que a pudeste achar tão depressa, meu filho? Ele respondeu: Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro. Então, disse Isaque a Jacó: Chega-te aqui, para que eu te apalpe, meu filho, e veja se és meu filho Esaú ou não. Jacó chegou-se a Isaque, seu pai, que o apalpou e disse: A voz é de Jacó, porém as mãos são de Esaú. E não o reconheceu, porque as mãos, com efeito, estavam peludas como as de seu irmão Esaú. E o abençoou. E lhe disse: És meu filho Esaú mesmo? Ele respondeu: Eu sou. Então, disse: Chega isso para perto de mim, para que eu coma da caça de meu filho; para que eu te abençoe. Chegou-lho, e ele comeu; trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu. Então, lhe disse Isaque, seu pai: Chega-te e dá-me um beijo, meu filho. Ele se chegou e o beijou. Então, o pai aspirou o cheiro da roupa dele, e o abençoou, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou; Deus te dê do orvalho do céu, e da exuberância da terra, e fartura de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações te reverenciem; sê senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se encurvem a ti; maldito seja o que te amaldiçoar, e abençoado o que te abençoar.
É o lobo enganando a Chapeuzinho Vermelha. Acho que o autor se baseou na história de Jacó!
E finalmente, Isaque faz o que Jacó e Rebeca queriam.
E na cabeça de Isaque, ele também faz o que quer.
Cada um se enganando.
Enquanto Jacó engana a Isaque, Isaque acha que conseguiu enganar o próprio Deus.
A mentira deu certo!
Jacó recebe a bênção!
Por esta bênção, ele governará sobre a sua casa, ou melhor, o seu clã.
Rebeca, agora, deve estar feliz.
Sua mentira fez efeito!
Deu certo!
Deu?
Não dá pra saber o que Jacó ou sua mãe pensaram, mas o texto não diz se eles comemoraram a bênção.
Deve ter ficado aquela dúvida, aquele gosto amargo na boca.
Ele conseguiu o que tanto queria, mas a que preço?
E Isaque também é deixado, achando que fez o que queria: seu filho querido que satisfazia seus desejos está abençoado.
A vontade dele prevaleceu!
E Rebeca acha que a mentira dela consertou tudo!
E muitas vezes achamos que a nossa vontade prevalece!
Outras vezes cremos que a mentira nos salvou de um problema maior!
Sabemos o certo, sabemos o que Deus quer, mas impomos a nossa vontade, ou pela força, como Isaque, ou como Rebeca, pelo mentira.
Mas, sem saber, Isaque terminou fazendo a vontade de Deus, pois abençoou o filho que Deus queria que fosse abençoado.
E Rebeca, em sua mentira, destruiu a família de Isaque, pois nunca mais os irmãos se uniram.
Por mais que pensemos e acreditemos que não importa se estamos fazendo coisas erradas, desde que o resultado seja justo, um pecado está sendo cometido e deixa suas consequências.

Isaque e Esaú descobrem que foram enganados

Genesis 27:30–35 ARA
Mal acabara Isaque de abençoar a Jacó, tendo este saído da presença de Isaque, seu pai, chega Esaú, seu irmão, da sua caçada. E fez também ele uma comida saborosa, a trouxe a seu pai e lhe disse: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoes. Perguntou-lhe Isaque, seu pai: Quem és tu? Sou Esaú, teu filho, o teu primogênito, respondeu. Então, estremeceu Isaque de violenta comoção e disse: Quem é, pois, aquele que apanhou a caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que viesses, e o abençoei, e ele será abençoado. Como ouvisse Esaú tais palavras de seu pai, bradou com profundo amargor e lhe disse: Abençoa-me também a mim, meu pai! Respondeu-lhe o pai: Veio teu irmão astuciosamente e tomou a tua bênção.
E a farsa foi descoberta...
Esau ficou amargurado.
Isaque, provavelmente decepcionado depois que conseguiu entender tudo.
E tudo, mais uma vez por causa da comida saborosa que é uma expressão que aparece no texto em hebraico 8 vezes.
É o que enganou a Isaque e derrotou Esaú.
A satisfação dos desejos imediatos, dos impulsos carnais.
Aqui de comida, mas poderia ser de sexo, dinheiro, uma boa vida, riquezas...
Genesis 27:36–40 ARA
Disse Esaú: Não é com razão que se chama ele Jacó? Pois já duas vezes me enganou: tirou-me o direito de primogenitura e agora usurpa a bênção que era minha. Disse ainda: Não reservaste, pois, bênção nenhuma para mim? Então, respondeu Isaque a Esaú: Eis que o constituí em teu senhor, e todos os seus irmãos lhe dei por servos; de trigo e de mosto o apercebi; que me será dado fazer-te agora, meu filho? Disse Esaú a seu pai: Acaso, tens uma única bênção, meu pai? Abençoa-me, também a mim, meu pai. E, levantando Esaú a voz, chorou. Então, lhe respondeu Isaque, seu pai: Longe dos lugares férteis da terra será a tua habitação, e sem orvalho que cai do alto. Viverás da tua espada e servirás a teu irmão; quando, porém, te libertares, sacudirás o seu jugo da tua cerviz.
Uma vez dada a bênção a Jacó, não tinha como voltar atrás.
Então Isaque dá outra bênção a Esaú.
E se vocês prestarem atenção, verão que a bênção que Esaú recebe é a antítese da bênção que Jacó recebe:

Nossos desejos e impulsos nos desviam da vontade de Deus e quando tentamos consertar, criamos outro desvio

Toda esta história é uma história de desvio.
Um, desvia-se da vontade de Deus por seus desejos e impulsos.
Outros, para consertar o desvio, ou seja, para agir como acham que Deus quer, criam outro desvio, mentindo, enganando.
Não é muito diferente do que muitas vezes fazemos.
Já falamos sobre como os impulsos e desejos carnais imediatos podem nos afastar do caminho de Deus que nos trará satisfação eterna.
É o que acontece com Isaque e Esaú.
A caça e a comida saborosa eram mais importantes que a vontade de Deus, então, Isaque fazia vista grossa para as mulheres de Esaú, pagãs, trazendo ídolos para dentro da família que deveria adorar ao único Deus.
Muitos são seduzidos por isso: riquezas, sexo, inúmeros vícios que trarão um sentimento inequívoco de satisfação, mas da forma como vêm, vão.
Deixando um rastro avassalador.
Por outro lado, gente que acredita que se o fim é legítimo, tem que se fazer qualquer coisa para atingir este fim.
Como disse Maquiavel: “Os fins justificam os meios”.
Mas não justificam.
Os americanos têm uma expressão para justificar certas ações questionáveis: “Greater Good” ou Bem Maior, ou Bem Geral.
Mas isso não existe.
Não há bem maior. Há bem e mal. Há certo e errado.
Não adianta tentar conseguir algo certo pelo caminho errado.
Você estará apenas propagando o erro.
A consequência nunca é boa.
Num primeiro momento, pode até parecer que sim. Mas depois de algum tempo, o resultado começa a aparecer e é feio.
Jacó fugiu e nunca mais viu seus pais.
Trabalhou feito doido para o tio, teve um encontro com Deus e quando resolveu voltar para sua terra, morreu de medo de encontrar o próprio irmão.
Mais tarde, passou pela mesma situação com seus doze filhos, escolhendo um deles como o preferido.
A descendência de Esaú formou o que se chamou de Edom.
Os edomitas foram vassalos dos judeus e mais tarde se rebelaram contra Judá.
E Isaque, filho da promessa amargurou seu filho preferido e nunca mais viu o filho que tinha abençoado para ser o seu herdeiro.

Deus faz de Jacó e de sua descendência o Seu Povo

Lembram que a vontade de Deus era justamente que Jacó reinasse sobre seu irmão?
Pelo caminho errado, foi o que aconteceu.
Jacó teve 12 filhos e uma filha.
Estes 12 filhos se transformaram nas 12 tribos de Israel.
Ao retornar para sua terra, Jacó teve um encontro com Deus e diz que ele lutou com Deus.
Ali, sua vida mudou.
E ele passou a ser fiel e adorar ao Deus de seus pais.
Seu nome mudou para Israel, dando origem, no futuro a uma grande nação e um grande povo.
Era a continuação do cumprimento da aliança que Deus tinha feito com o avô de Jacó, Abraão.
O filho preferido de Jacó, José tornou-se governador do Egito e livrou a família de uma grande fome.
E tudo isso começou com uma grande mentira, para consertar uma escolha errada.
Porque Deus transforma maldição em bênção, transforma o mal em bem.

Deus corrige o nosso rumo

Meu irmão, minha irmã, se for a vontade de Deus, Ele vai agir na sua vida!
Vai transformar o que parece ruim, o que é mal em sua vida, em algo bom.
A maldição se tornará bênção.
Jesus morreu e isso não foi bom.
Parecia que as forças do mal tinham prevalecido.
Mas era vontade de Deus!
Ele morreu para que eu e você tivéssemos vida, reconciliados com o Pai.
E ressuscitou!
Olha a maldição da morte no madeiro se transformando na bênção do sacrifício seguido pela vitória absoluta sobre a morte!
E tudo por nós!
Porque Deus a tudo controla!
E se Ele controla tudo, Ele transforma maldição em bênção, transforma o mal em bem.

Conclusão

Não podemos trocar a esperança do futuro com Deus pela satisfação dos desejos no presente
Os erros que vemos não podem ser consertados com outros erros. Precisamos ser verdadeiros, honestos e justos.
Deus tem um propósito para todas as coisas. Ele transforma maldição em bênção, transforma o mal em bem!
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