A Confiança é uma decisão

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Deuteronômio 30.19-20

Introdução

Há muitos anos atrás, um certo pastor aconselhou uma mulher em relação ao seu casamento. A experiência desta mulher foi tão encorajadora que algum tempo depois ele pediu que ela escrevesse uma carta anônima para o benefício de outras mulheres que estivessem enfrentando problemas similares.
Resolvi então compartilhar com os irmãos esta carta porque creio que ela pode não apenas beneficiar mulheres, mas todos que passam pro problemas de conflitos em seu relacionamento Permitam-me ler a primeira parte:
Cara amiga,
Se você está recebendo orientação, talvez esteja se sentindo como eu me senti. Você está dizendo que deseja melhorar o seu casamento, mas o que você realmente quer, lá no fundo, é sair dele. Você não consegue mais aguentar a maneira como está vivendo, e deseja que o seu marido simplesmente pudesse desaparecer, deixando montes de dinheiro.
O dia em que pedi aconselhamento, eu estava pronta para tomar 30 comprimidos de analgésicos, se os tivesse. Eu estava cheia de raiva, ressentimento e ódio pelo que a minha via tinha se tornado. Eu tinha cehgado ao ponto onde não conseguia nem mesmo conversar com o meu marido. Não estou falando de conversas sérias - eu não conseguia sequer responder a uma simples pergunta com um “sim” ou um “não”. Quando ele entrava na sala, eu saía. Quando ele me tocava, eu enrijecia. Eu me sentia presa, e passava por edifícios de apartamentos com a ideia de encontrar um lugar para onde as crianças e eu pudéssemos fugir e viver.
Isso já vinha acontecendo por tanto tempo, que eu não conseguia ver como as coisas poderiam mudar. Conversar com meu pastor seria o meu último esforço para mudar as coisas, mas eu realmente sentia que já não havia esperança para o casamento e disse ao meu marido que queria deixá-lo.
Vamos parar por aqui. Você já se sentiu assim em relação ao seu casamento? Já pensou em terminar o seu namoro por não querer mais ficar perto do seu namorado? Provavelmente sim.
Interessante que este é um tipo de reação comum a conflitos. Conflitos ocorrem constamente, mesmo nós sendo crentes. E quando eles acontecem podemos ter a tendência de fugir, de acabar o relacionamento com a outra parte. Isso acontece no casamento e namoro, mas pode ocorrer também no trabalho, na escola/faculdade e… na Igreja!
Porém, quando olhamos pra essa passagem, vemos Deus colocando sobre o seu povo deve confiar nEle.
Em Deuteronômio, há uma recordação de todos os feitos realizados pelo Senhor ao povo de Israel. No texto em que lemos, Deus coloca o povo para tomar uma decisão: vida ou morte; benção ou maldição. Diante do cenário apresentado, a escolha parecia óbvia. Mas não é bem assim.
Israel não podia simplesmente dizer: escolho a vida. Ele devia demonstrar essa confiança enquanto decisão. E isso nos leva a pergunta: o que significa decidir confiar em Deus?
Vamos olhar, então, para este texto.

Tema: Elementos da Confiança enquanto decisão:

1. A confiança é uma decisão de amor a Deus.

Não bastava apenas falar que escolheria confiar em Deus. O povo de Israel, ao decidir confiar no Senhor, precisava amá-lo.
Isso concorda com outro texto deste mesmo livro. Deuteronômio 6.4-9 “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos.E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.”
Confiar é uma decisão de amor a Deus. Amar a Deus é o primeiro grande mandamento. Dos 10 mandamentos em Êxodo 20.1-17, os quatro primeiros mandamentos são voltados para descrever o que significa amar Deus sobre todas as coisas! Se amamos a Deus, então devemos confiar nEle!

2. A confiança é uma decisão de obediência a Deus

Em segundo lugar, a confiança é uma decisão de obediência a Deus. Dizer que escolhe o Senhor e não obedecê-lo seria um contrassenso do povo de Israel. A demonstração de confiança em Deus se dá a partir do momento em que confiamos nos seus mandamentos.
Existe um cântico antigo bem conhecido que diz assim:
Se eu quiser adorar a Deus Tenho que entender Seu Filho Se eu quiser adorar a Deus Tenho que ouvir do Espírito e obedecer Tenho que aprender a ouvir Mesmo sendo o que não quero E ainda assim abrir meus lábios Para adorar, para adorar.
Este cântico demonstra que a única condição para adorar a Deus é a obediência. Adorar a Deus significa obedecer. Amar a Deus significa obedecer. Confiar em significa obedecer.
Lembre-se do que Jesus falou aos seus discípulos:
João 14.15 “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.”
Amor, obediência e confiança estão entrelaçados em relação ao nosso relacionamento com Deus. A confiança é uma decisão de obediência a Deus.

3. A confiança é uma decisão de comunhão com Deus

O v. 20 do texto diz “apegando-se a ele”
ACF: achegando-se a ele.
NVI: se apeguem firmemente a ele.
NVT: apegando-se fielmente ao Senhor
A palavra no Hebraico (dabaq) é comumente usado no sentido figurado para expressar lealdade, afeição ou proximidade. Intimidade (talvez até sexual) é um sentido que fica implícito na passagem em que um homem deixa os pais “para unir-se” ou “ser unido” à esposa. (George J. Brooke, “דבק”, ed. Willem A. VanGemeren, Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento, p, 885.)
A medida que nós buscamos amar a Deus, obedecer os seus mandamentos nós nos aproximamos dEle. E ao nos aproximarmos dEle, isso mostra que de fato confiamos nEle! A confiança é uma decisão de confiança em Deus.

4. A confiança é uma decisão de dependência de Deus

O v. 20 diz a razão pela qual o povo deveria amar, obedecer se unir a Deus. A conjunção “pois” revela a motivação para que o povo confiasse no Senhor.
A vida do povo, a sua longevidade, a sua permanência na terra prometida dependem de uma atitude de confiança em Deus. Se o povo de Israel não depositasse a confiança no Senhor, eles pereceriam.
O que a história mostra é que o povo de Israel não confiou no Senhor. Eles demonstraram esta falta de confiança na idolatria. Confiaram em Baal, confiaram em outros deuses confiaram na Rainha dos céus, confiaram em várias coisas, deuses e pessoas. E, assim, não conseguiram permanecer na terra.
Aprouve a Deus enviar seu Filho ao mundo para trazer uma verdadeira obra de redenção. Por meio de Jesus Cristo podemos confiar em Deus. Por meio de Cristo dependemos exclusivamente dele. O maior ato de demonstração de dependência de Deus é quando confiamos em Cristo Jesus como nosso único e suficiente salvador.

Conclusão

Portanto, irmãos, a confiança é uma decisão: 1) De amor a Deus; 2) De obediência a Deus; 3) de comunhão com Deus; 4) De dependência de Deus.
Ok, mas como o fato de confiarmos no Senhor se aplica a nossa vida? Como entender a confiança como decisão pode falar ao meu casamento/namoro?
Lembra da carta que eu estava lendo? Eu parei na parte mais difícil. Mas ela não terminou. Vouu continuar a leitura:
Depois de conversar com meu pastor, eu orei, orei muito sobre os princípios bíblicos que ele me tinha explicado. Eu estava profundamente preocuada com o meu futuro. Comecei a ver que Deus é soberano, e percebi que o meu casamento não era “acidente”. Também percebi que eu não tinha o direito de deixar meu marido. Em um retiro, Deus me mostrou, por meio das Escrituras (Dt. 30.11-20; por favor, leia essa passagem), que me comprometer com o meu casamento era o caminho de Deus. Ele colocou uma escolha diante de mim - o caminho dEle ou o meu caminho. Se eu escolhesse o meu próprio caminho, eu estaria sozinha.
Decidi confiar em Deus e seguir o meu caminho. Concordei em procurar aconselhamento com o meu marido. Isso foi muito díficil, em algumas ocasiões. Às vezes, eu não conseguia nem mesmo falar, mas continuamos indo durante alguns meses, e as coisas começaram a melhorar.
O que é interessante aqui é que um texto que não fala sobre casamento, falou ao coração dessa mulher. A palavra de Deus é viva e eficaz! Sua visão a respeito da situação conflituosa que ela vivia foi transformada a partir do momento em que ela entendeu que manter o seu casamento era uma decisão de confiança a Deus.
Mas a mudança não ocorreu de uma hora pra outra e muita coisa precisava a ser resolvida. Vamos ver o restante da carta:
Nós estávamos nos dando bem, mas eu me sentia profundamente incomodada pelo fato de que eu não sentia amor pelo meu marido. Eu já não sentia raiva ou ódio dele, mas tampouco havia calor humano. Embora o nosso relacionamento tivesse melhorado, eu sabia que o casamento tinha de ser muito mais do que apenas “dar-se bem”.
Eu não acreditava que Deus nos tivesse ajudado tanto para nos deixar em um relacionamento que era tão vazio. Eu queria continuar e confiar no Senhor e a depender dEle para ter esperança. Quando procurei “esperança” no índice remissivo da minha Bíblia, encontrei este versículo: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Rm 5.5). Para mim, esse versículo significava que, tendo esperança em Deus com relação ao meu futuro, eu não seria desapontada. Ele me daria o meu amor pelo meu marido. Eu podia confiar nEle. Eu estava seguindo o seu caminho, e por isso podia confiar que Ele satisfaria as minhas necessidades.
E advinhe o que aconteceu? Aconteceu alguma coisa absolutamente assombrosa. Estou apaixonada pelo meu marido. Gosto de estar com ele. Aprecio o seu senso de humor. Confio nele como um amigo. Ele é o meu encontro favorito para o almoço, e eu me flagro desejando dar-lhe um abraço e um beijo, quando ele está assistindo televisão.
O Senhor modificou os meus sentimentos. Agradeço a Ele praticamente todos os dias, porque Ele não me deixou seguir o meu próprio caminho, Eu teria jogado fora tantas coisas, e jamais teria percebido como Deus pode trabalhar quando deixamos que Ele trbalhe. A transformação na nossa família é verdadeiramente um milagre!
Um ano depois de escrita esta carta, o pastor telefonou pra ela para perguntar como eles estavam. Ela disse que eles continuavam a ter altos e baixos e que de vez em quando eles precisavam de novas orientações para o casamento deles. Disse ainda que, mesmo quando se sentia frustrada com o marido, raramente lutava com a falta de esperança que a tinha dominado dois anos antes. Disse também que tinha confiança de que Deus sabia o que Ele estava fazendo na sua vida, e tinha confiança de que as coisas iam continuar melhorando, com Ele trabalhando nos dois.
Por fim, ela também falou ao pastor que ela e seu marido tinham acabado de comprar um apartamento novo. E enquanto o pintava, ela lembrou de quando procurava apartamentos para morar longe do seu marido. Só que agora ela estremecera ao pensar no quanto se sentiria vazia e sozinha sem o seu marido. Ela disse: “Estou muito feliz porque confiei em Deus e não segui o meu próprio caminho.”
Desejo que você decida confiar em Deus na sua vida. Que diante dos conflitos, você escolha confiar em Deus. Que diante dos problemas, você escolha confiar em Deus. Escolha a vida. Escolha a benção. Escolha confiar em Deus.
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