Deus refaz os laços rompidos

Se eu começasse tudo de novo  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 7 views
Notes
Transcript

Texto

1Jacó levantou os olhos e viu Esaú aproximando-se com seus quatrocentos homens. Assim, dividiu os filhos entre Lia, Raquel e as duas servas.
2Colocou as servas e os filhos delas à frente, Lia e seus filhos em seguida, e Raquel e José por último.
3Jacó passou à frente e, ao aproximar-se de seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes.
4Esaú correu ao encontro de Jacó e o abraçou; pôs os braços em volta do pescoço do irmão e o beijou. E os dois choraram.
5Então Esaú viu as mulheres e as crianças e perguntou: “Quem são estas pessoas que estão com você?”.
Jacó respondeu: “São os filhos que Deus, em sua bondade, concedeu a seu servo”.
6As servas e seus filhos se aproximaram e se curvaram diante de Esaú.
7Em seguida, Lia e seus filhos vieram e se curvaram diante dele. Por fim, José e Raquel se aproximaram e se curvaram diante dele.
8“E o que eram todos aqueles rebanhos que encontrei no caminho?”, perguntou Esaú.
Jacó respondeu: “São presentes, meu senhor, para garantir sua amizade”.
9“Meu irmão, eu já tenho muitos bens”, disse Esaú. “Guarde para você o que é seu.”
10Mas Jacó insistiu: “Não! Se obtive seu favor, peço que aceite meu presente. E que alívio é ver seu sorriso amigável! É como ver a face de Deus!
11Por favor, aceite o presente que eu lhe trouxe, pois Deus tem sido muito bondoso comigo. Tenho mais que suficiente”. Diante da insistência de Jacó, Esaú acabou aceitando o presente.

Introdução

Pra quem gosta de novela, há pouco tempo atrás, em 1972, o país inteiro parou, pela primeira vez para assistir ao que foi o primeiro grande campeão de audiência: a novela Selva de Pedra.
Quem é da época, lembra. Foi a primeira novela que marcou 100% de audiência. O Brasil parou para acompanhar a história de um jovem humilde, no interior do antigo Estado do Rio, filho de um fanático evangélico que acompanhava o pai na praça da cidade, tocando bumbo, quando o pai ia pregar.
Ridicularizado pelos outros jovens da cidade, ele arruma briga com um deles, quando conhece uma jovem artista plástica e se apaixona por ela. Em uma outra briga naquela noite, mata acidentalmente um dos jovens e foge da cidade, sendo ajudado pela tal jovem, e vai para o antigo estado da Guanabara, que é a capital do Rio de hoje.
Seu tio, irmão de seu pai é um rico industrial, dono de um dos maiores estaleiros do país, onde ele se emprega como operário.
A história segue por longos 200 capítulos e muita coisa acontece: ele casa com a tal jovem, envolve-se com um pilantra que só dá ideia ruim, a jovem, Simone sofre um acidente, sendo dada como morta, ele se envolve com a ex-noiva do primo, que o despreza e, quando o tio morre, acaba herdando parte da empresa e ocupando sua presidência.
Ao final da novela, reencontra a mulher e os dois, obviamente, vivem felizes para sempre! Afinal, é novela.
Mas antes disso, ele tem que acertar as contas com o primo. Ele roubou a empresa do primo. Roubou a posição que seria do primo, no comando da empresa e quase roubou a mulher que seria do primo, que termina louca.
Uma das últimas cenas, ele devolve tudo ao primo: sua participação na empresa e seu comando. Mesmo o primo dizendo que a empresa cresceu enquanto ele esteve à frente, ele prefere devolver tudo, pois a ambição que moveu sua vida trouxe mais coisas negativas que positivas.
O evento que lemos no texto conta uma história assim. Alguém que errou muito, mas se arrepende e outro que teria o direito de exigir tudo de volta e se vê na posição de perdoar. Porque um acerto de contas é necessário.
‌Há a necessidade do perdão para refazer um laço que foi rompido.
Deus refaz os laços rompidos

Jacó precisa encontrar com Esaú

Já vimos a história de Jacó até aqui: o espertinho que achava que conseguia dar seu jeito para conseguir tudo o que queria. Roubou o irmão, duas vezes; enganou o pai e fugiu.
Foi quando tudo começou a dar errado: deparou-se com alguém mais esperto. Enganado pelo tio, é obrigado a trabalhar de graça sete anos para casar com a mulher que queria, sua prima, Raquel, por quem se apaixonou.
Depois dos sete anos, o tio lhe dá a prima mais velha, feia e sem graça, com quem tem 7 filhos, e é obrigado a trabalhar mais sete anos para casar com Raquel, estéril. Só quando ela busca a Deus consegue engravidar.
E Deus, em sua infinita graça e misericórdia ainda faz com que ele fique mais rico que o próprio tio e, agora, sogro.
Ele vai embora com seu rebanho, seus filhos, seus servos e mulheres e sabe que no caminho, terá que encontrar com seu irmão, a quem roubou. Pois Esaú continua morando na região por onde irá passar.
Mais uma vez, Jacó tenta dar o seu jeito: com medo, manda todo mundo ir na frente, manda entregar presentes a Esaú para amansar a fera e fica atrás. Com medo do que virá.
E aí, acontece o que vimos na semana passada: ele encontra Deus e é transformado.
Na manhã seguinte, o esperto medroso que tinha ficado pra trás, agora toma a frente, mesmo aleijado, mancando.
Esaú vem ao seu encontro com 400 homens. E o orgulhoso que antes achava que podia dar jeito em tudo se ajoelha e reverencia o irmão, humilhando-se diante de alguém que, humanamente é mais poderoso.
Porque Jacó foi transformado por Deus. É sua fé em Deus que o guia. Antes, ele confiava na sua inteligência e em suas habilidades, agora, sua confiança é no Senhor. Sabe que depende da graça e da misericórdia de Deus no encontro com o irmão a quem roubou e tanto prejudicou.
Os presentes enviados ao invés de aplacar a ira do irmão, servem como forma de restituição, de pedido de perdão. Ao invés de contornar as terras de Esaú, vai em frente, confiando em Deus.
Um acerto de contas é necessário para que possa retomar sua vida nas terras que Deus lhe dará.

Precisamos reencontrar o que perdemos

Ao longo de nossas vidas também temos nossos atritos. Amizades são desfeitas, conflitos irrompem desfazendo relacionamentos e separações acontecem.
Deixamos inacabados projetos e trabalhos que de vez em quando voltam para nos assombrar:
· Um curso interrompido;
· Uma amizade perdida;
· Uma ferida que não cicatrizou;
· Um trabalho suspenso.
Há a necessidade do reencontro, da retomada! A necessidade de revisitar o que foi suspenso, o que foi interrompido. Que, por isso mesmo, incomoda.
E dá medo revisitar.
Mexe conosco, nos tira da zona de conforto! Remexer nesse tipo de coisa pode doer e pode machucar.
E se falta fé, vai continuar escondido. E enquanto não encararmos, vai nos incomodar, mesmo que tentemos não pensar.
A gente varre pra baixo do tapete da nossa vida, mas o tapete não é tão grande assim e o que tentamos esconder, sempre volta pra nos assombrar.
E como Jacó que não podia evitar Esaú a vida toda, precisamos resolver aquilo que não foi resolvido. Retomar o que foi interrompido.

Deus faz Esaú perdoar Jacó

Quando Esaú chega, à frente de 400 homens e vê Jacó curvado em reverência a ele, larga tudo e corre para abraçá-lo e beijá-lo.
O texto diz que ele agarra Jacó pelo pescoço e ao invés de um mata-leão, lhe enche de beijos.
A história de traição, ódio, vingança que por tantos anos tomou conta dos dois irmãos, chega ao fim. A traição agora é só parte de um passado a ser esquecido.
‌O ódio dá lugar ao amor que brota da saudade de ambos. A vingança, uma pálida sombra do que nunca se concretizou.
‌Ao invés da separação, a reconciliação. Ao invés da vingança, o perdão.
E o perdão vem de quem não se esperava que viesse. Vem de alguém que tinha o direito de pedir reparação.
De quem não encontrou Deus, pois Esaú continua igual ao que era. Enriqueceu pela espada, conforme a bênção que Isaque lhe deu. Confia nele mesmo! Sua fé é na própria capacidade!
Roubado, enganado, por duas vezes. Mesmo assim, perdoa.
Perdoa porque os cerca de 20 anos que passou longe do irmão que nasceu junto com ele, ao final, doeram mais do que a traição que sofreu.
Perdoa porque Deus age. Porque é Deus quem faz Esaú perdoar a Jacó. É Deus quem faz Esaú ter misericórdia de Jacó, pois Deus é um deus de misericórdia! E age em Esaú como agiu em Jacó.
Depois de alguma resistência, Esaú aceita os presentes de Jacó e ainda se oferece para escoltá-lo.
O próximo registro dos dois juntos é quando se reúnem para enterrar Isaque, seu pai, indicando que viveram em paz até o fim de suas vidas.
Dois irmãos tão diferentes. Um deve ao outro muito que não poderá pagar nunca, mas a graça e a misericórdia de Deus transformam o ódio em perdão, a vingança em reconciliação.

Deus refaz os laços que rompemos

Há momentos em que rompemos relacionamentos. E não importa se é justo ou não, ou se partiu de nós ou da outra parte.
Laços são rompidos: amizades, relacionamentos familiares, na igreja, no trabalho, ou até mesmo entre marido e mulher.
E fica a mágoa, o rancor e nossa vida fica paralisada. A nossa e a da outra pessoa com quem rompemos o relacionamento.
Porque evitamos frequentar os mesmos lugares, falar com as mesmas pessoas. Tudo porque laços foram rompidos.
A espontaneidade e a alegria dão lugar ao constrangimento e à mágoa. E vamos tentando nos convencer de que a vida é assim mesmo.
Mas não é! Porque não podemos louvar a Deus se guardamos mágoa de alguém! Deus não nos quer para a inimizade, pois Deus é amor!
Em Mateus 5, Jesus nos ensina que se temos algo contra qualquer um de nossos irmãos, devemos deixar a oferta sobre o altar, refazer os laços com quem rompemos e então, junto com ele, apresentarmos o nosso louvor a Deus!
23“Portanto, se você estiver apresentando uma oferta no altar do templo e se lembrar de que alguém tem algo contra você, 24deixe sua oferta ali no altar. Vá, reconcilie-se com a pessoa e então volte e apresente sua oferta.
O amor de Deus por nós é maior que as nossas certezas, que nossos motivos, que nossos direitos! E o perdão deve fazer parte de nossas vidas! Para pedir, ou para conceder.
Jacó jamais conseguiria chegar à sua terra sem pedir perdão a Esaú. Nós não conseguiremos servir a Deus se não estivermos em paz com nossos irmãos.
Somos conhecidos do mundo como filhos de Deus exatamente pelo amor que temos uns pelos outros.
O pecado que você fez ao seu irmão, ou que ele fez a você, estão lá na cruz. O mesmo Jesus que morreu pelos seus pecados, morreu pelos pecados do seu irmão.
Deus faz a reconciliação. Entregue a Ele!

Conclusão

Depois de reconciliados, cada um toma seu caminho. Esaú vai para suas terras com sua família que, mais tarde, dará origem aos Edomitas. Jacó vai para Siquém onde constrói um altar e que mais tarde será a capital do reino de Israel, antes de Samaria ser construída.
Seus filhos darão origem às 12 tribos de Israel e um deles, Judá terá a linhagem dos reis de Judá e, posteriormente, messiânica, pois Jesus é da tribo de Judá.
Jacó, no livro de Gênesis torna-se em um personagem coadjuvante a partir de agora, com a história focando em seus filhos, até o fim do livro.
Mas a partir do seu encontro com Deus, ele passou a entender que sua fé e confiança estavam somente no Senhor, não em si mesmo.
A aliança com Deus é reafirmada e confirmada após o acerto de contas entre os dois irmãos.
Deus muda nossa vida para seguirmos e servirmos a Ele. Laços rompidos precisam ser refeitos para que não haja raiz de amargura entre os filhos de Deus. Esta raiz de amargura atrapalha no momento da adoração. Então, orgulho e vaidade precisam ser quebrados.
A dureza do coração precisa dar lugar ao perdão que é fruto do amor de Deus em nossa vida.
É importante guardarmos as seguintes verdades:
1. Quando nossa fé está depositada em Deus, não precisamos ter medo;
2. ‌Deus é poderoso para transformar o ódio em amor, a vingança em perdão e a divisão em reconciliação
3. ‌Reconciliação não significa renunciar ao que Deus transformou em sua vida. Podemos estar reconciliados, mas nossa obediência é ao Senhor!
4. ‌Temos que renunciar a coisas como orgulho, vaidade e vergonha para estarmos em paz com todos aqueles que professam a mesma fé que nós (Marca do Cristão).
Deus refaz os laços rompidos!
E temos os seguintes desafios:
a)Entregue as mágoas que você guarda a Deus.
b)Entenda que Jesus morreu pelo seus pecados e pelos pecados do seu irmão.
c)Confie em Deus para refazer os laços rompidos.
Related Media
See more
Related Sermons
See more