A união faz o consolo

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Introdução

Há um ditado popular que diz “a união faz a força”. É um ditado verdadeiro. Há muitas situações na vida em que, quanto mais pessoas se unem para fazer, melhor é o resultado final. Ganha-se velocidade, economiza-se recursos.
Eventualmente, realizamos o que chamamos de “força tarefa”, lá no trabalho. Enquanto uma obra é executada por dois profissionais, ela vem num ritmo. A partir do momento que dobramos ou triplicamos a quantidade de gente na obra, tudo muda. O que o cliente veria só depois de 20-30 dias, ele vê em 10. Os custos de hospedagem e transporte do pessoal, também são reduzidos. A equipe se ajuda e a coisa acontece com mais fluides.
Na igreja não é diferente. Me recordo de termos um mutirão quando mudamos do Altos de Santana para o Villa Branca e a obra tinha terminado. Era um monte de gente - irmãos, irmãs, adolescentes - envolvida no objetivo de limpar a igreja para a inauguração.
Ou seja, de fato, a união faz a força neste tipo de situação.
Mas, na realidade da vida cristã, a união entre pessoas não produz só a força. Até o fim desta mensagem, aprenderemos isso com o apóstolo Paulo.

Contexto da carta

Essa carta foi escrita pelo apóstolo Paulo a seu amado irmão e colaborador, Filemom. Filemom é um homem abastado, alguém bem de vida que, provavelmente, morava em Colossos. Havia um relacionamento de muita consideração entre Paulo e Filemom, uma relação de muita confiança e companheirismo, isso porque Filemom creu em Jesus por intermédio de Paulo (v. 19). Ou seja, Paulo foi um canal que Deus usou para que Filemom conhecesse a Cristo.
O interessante é que o apóstolo Paulo não foi um canal de benção só na vida de Filemom, mas também de um homem chamado Onésimo. Um escravo que fugiu de seu dono (Filemom) e que encontrou em Paulo não apenas um refúgio, mas a nova vida em Jesus (v. 10). É em favor desse escravo, que agora passou a ser um “irmão amado” (v. 16), que o apóstolo se empenha junto a Filemom, para que este não o castigue, mas o receba com a mesma cordialidade com que receberia ao próprio Paulo (v. 17).
Ou seja, a carta é escrita porque Paulo quer que seu amigo e filho na fé, Filemom, demonstre amor cristão perdoando a ofensa de Onésimo, um escravo fugido , por amor a Paulo, com base em seus laços fraternos no evangelho de Cristo Jesus.
Esse é o contexto da carta a Filemom e, hoje, vamos dar um zoom num trecho desta carta para aprender com o apóstolo Paulo.
Philemon 1–7 NAA
1 Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, que é também nosso colaborador, 2 à igreja que se reúne em sua casa, à irmã Áfia e a Arquipo, nosso companheiro de lutas. 3 Que a graça e a paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês. 4 Dou graças ao meu Deus, lembrando sempre de você nas minhas orações, 5 porque tenho ouvido falar da fé que você tem no Senhor Jesus e do seu amor por todos os santos. 6 Oro para que a comunhão da sua fé se torne eficaz no pleno conhecimento de todo o bem que há em nós, para com Cristo. 7 Pois, irmão, o seu amor me trouxe grande alegria e consolo, visto que o coração dos santos tem sido reanimado por você.

Desenvolvimento

Paulo declara ter recebido duas bençãos com as informações que recebeu sobre Filemom, e essas bençãos não são só identificadas, mas, também, quantificadas. Paulo diz ter recebido “grande alegria e consolo”. Isso nos leva a pensar sobre as razões de Paulo ficar alegre e consolado:
Paulo estava preso, mas alegre e consolado
A circunstância em que Paulo se encontrava obviamente trazia dor, sofrimento, tristeza. Isso significa que Paulo não vivia numa bolha de uma vida perfeita diferente da nossa realidade. Pelo contrário, ele foi alguém sujeito à provações, à tentações, a impendimentos de fazer suas próprias vontades. O grande abismo entre Paulo e nós não está na ausência de dificuldades, mas em como Paulo se via na missão de anunciar o Reino de Deus.
Carta a Filemom 4. Ação de graças e intercessão – Fm 4–7

O apóstolo tinha necessidade de alegria e consolo. Ao se lembrar com gratidão do amor de Filemom ele obtém paz e refrigério. Tal é o significado que irmãos na fé podem ter um para o outro por amor de Jesus.

Mesmo sentindo dor e sofrendo na prisão, Paulo recebe alegria e consolo quando vê que, enquanto ele está preso, têm outras pessoas cheias de fé em Jesus e reanimando em amor o coração de outras pessoas.
O consolo não é algo só para o futuro, mas, também, no presente
É óbvio que a maior fonte de esperança, consolo e alegria de Paulo estava firmada na segunda vinda de Jesus. Mas isso não elimina a fonte de consolo que há na união dos crentes na missão do Reino de Deus.
A carta a Filemom não é o único lugar em que Paulo vincula o “ser consolado” à “comunhão com outras pessoas na missão”. Veja, por exemplo: 1Co 16.18, 2Co 7.13, Cl 4.11.
1 Corinthians 16:18 NAA
18 Porque trouxeram refrigério ao meu espírito e ao de vocês também. Deem o devido reconhecimento a homens como esses.
2 Corinthians 7:13 NAA
13 Foi por isso que nos sentimos consolados. E, acima desta nossa consolação, muito mais nos alegramos pelo contentamento de Tito, porque todos vocês trouxeram refrigério ao espírito dele.
Colossians 4:11 NAA
11 Também Jesus, conhecido por Justo, manda saudações. Estes são os únicos da circuncisão que cooperam pessoalmente comigo pelo Reino de Deus. Eles têm sido o meu consolo.
Em 1Ts 4.13-18, Paulo trata do assunto da ressurreição dos mortos em Cristo e a vinda do Senhor e, no v. 18, diz “Portanto, consolem uns aos outros com estas palavras.”
Quando estamos engajados na mesma missão e nos enxergamos uns aos outros com as mangas arregaçadas pela missão do Reino, somos consolados, ficamos alegres.
Vocês não imaginam a alegria e o consolo que recebo, como alguém que tenta ensinar a Bíblia, quando algum de vocês chega em mim compartilhando alguma benção que recebeu pela palavra de Deus. Quando alguém chega e diz que recebeu consolo e esperança pela Palavra; quando alguém diz que teve sua vida tocada pela Palavra. Quando alguém resolve mudar de atitude porque viu na Palavra que aquilo precisava acontecer. Eu sou consolado por isso, porque sei que a missão do Reino está avançando. Pecadores condenados - como outrora eu era - estão se tornando pessoas separadas e pertencentes do povo de Deus. Cristãos separados para Deus estão se tornando ainda mais santos, pela Palavra de Deus. Quanto consolo há nisso, meus irmãos!
O consolo e alegria não vêm de palavras solitárias, mas de ações de amor
Quando a gente se vê em uma situação de desespero, provação ou profunda tristeza, é comum esperarmos uma palavra de consolo. Não há nenhum problema em esperar palavras. Mas, para Paulo, não eram simplesmente as palavras das pessoas que o consolavam. O que alegra e consola Paulo era saber que (1) Filemom tinha fé no Senhor Jesus e que (2) Filemom amava os outros irmãos, reanimando o coração daquelas pessoas em Cristo.
Filemom tinha uma fé operante. Sua fé atuava pelo amor (Gl 5.6). Podemos mostrar nossa fé não apenas pela pregação do evangelho, mas também alimentando quem tem fome, vestindo os que não tem o que vestir, confortando os aflitos, libertando os oprimidos.
Viver em união no propósito de Deus te torna alguém mais grato e de oração
Quando Paulo soube da fé de Filemom e do amor ativo que ele tinha e demonstrava pelos outros irmãos, isso trouxe alegria e consolo para Paulo, mas não só isso. O serviço ativo e amoroso de Filemom leva Paulo a (1) dar graças a Deus e a (2) lembrar sempre de Filemom em suas orações. Isso mostra que quando estamos unidos na missão do Reino, nos tornamos mais gratos e intercessores.
A fé no Senhor Jesus é a fonte de amor que gera consolo e alegria
Quanto mais Filemom reconhecer plenamente o quanto ele próprio tem sido beneficiado pelo amor de Cristo, tanto mais ele estaria propenso a exercer misericórdia e perdão para com os outros, especialmente para com Onésimo.
Filemom não amava os irmãos porque ele era capaz disso em si próprio, mas, quando ele olhava e entendia a profundidade do amor de Cristo para com ele, então só restava ele estender esse amor recebido a outras pessoas.

Aplicações

Um crente sozinho corre o risco de viver sob mais sofrimento do que um crente engajado e unido aos outros membros do corpo na missão do Reino. Talvez você até esteja vindo à igreja, participado dos cultos, mas você ainda não entendeu o porquê ainda tem vivido uma vida estranha, sem esperança, sem consolo, parece que tudo é só tristeza. Meu convite é para que você pare de somente “vir à igreja”, mas que decida tornar-se parte dela. Jamais posso prometer que, ao se unir com as pessoas ao seu lado, em irmandade verdadeira, sua vida virará um oceano de águas tranquilas. Mas posso, pela Palavra de Deus, te prometer que, quando a tempestade vier, se você estiver com outras pessoas no barco, o fim será muito melhor do que se você estiver sozinho.
O relato da criação de Gênesis nos mostra, entre outras coisas, que Deus nos criou como seres relacionais. Ou seja, ainda que você relute em concordar e aceitar isso, a realidade é que, em algum nível da nossa existência, nós precisamos nos relacionar com alguém além de nós mesmos. Isso está enraizado nas profundezas da nossa existência. Logo, relutar contra isso não é só prejudicial para nós individualmente, pelo fato de deixarmos de experimentar uma vida cheia de bençãos que brotam da comunhão. Mas isso prejudica o nosso relacionamento com o próprio Deus, primeiro porque, quando optamos por tentar resistir à natureza que Deus implantou em nós, dizemos com nossas ações que “eu não acho bom viver assim, com relacionamento com os outros; não acho boa essa forma como Deus criou as coisas”. E isso é uma tremenda afronta ao Deus criador.
Qual foi a última vez que você agradeceu a Deus pela vida de uma pessoa e disse isso para ela? Às vezes, nós só falamos para os irmãos quais são os seus pontos negativos. Devemos ser pródigos no encorajamento!
Sua vida tem sido motivo de alegria e consolo para as pessoas que vivem perto de você? Será que existe alguém agradecendo a Deus por sua vida com alegria?
Aprendemos com o apóstolo Paulo que a união não faz só a força. A união também faz o consolo!
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