O discípulo e o culto - Hb 10.19-25

Sou discípulo, e agora?  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 2 views
Notes
Transcript
Handout

intro

Abandonar o culto público dominical e qualquer outro ajuntamento da igreja que sirva para adorar a Deus e edificar seu povo é abandonar o próprio Cristo, e tornar sem importância sua obra na cruz.
Essa deve ser a importância que damos ao culto público dominical.
Em todo o mundo, ouvimos cada vez mais acerca de novos protestos políticos. Quando milhares de cidadãos se reúnem e marcham para fins políticos, o público presta atenção.
Repórteres aparecem. As câmeras de vídeo são ligadas. Políticos dão entrevistas. E as pessoas em casa assistem em seus telefones, clicando em link atrás de link.
Grupos de pessoas são poderosos, não apenas pelo que acontece quando eles se reúnem, mas pelo que esse grupo se torna ao se reunir.
As pessoas do grupo podem se tornar um movimento. Uma força. O início de uma mudança no mundo, para melhor ou para pior.
O que torna os ajuntamentos tão poderosos?
O fato de você estar fisicamente presente. Você vê; você ouve; você sente, você vivencia.
Diferente de assistir a algo em uma tela na qual você está fisicamente distante do que está assistindo, uma reunião ou um ajuntamento literalmente o cerca. Isso define toda a sua realidade.
Como em um protesto político, o culto de uma igreja molda um povo.
O culto molda cada um de nós como indivíduos e nos molda coletivamente em uma cultura, uma força ou um movimento.
O culto da igreja nos molda como a cidade de Deus em missão na cidade dos homens.
E, como em um protesto, esse ajuntamento oferece um testemunho visível para o mundo inteiro ver. Diz ao mundo que somos cidadãos do céu.
Deus sempre quis que seu povo estivesse fisicamente reunido com ele.
É por isso que ele criou Adão e Eva com corpos físicos e caminhou com eles no jardim do Éden. Ele os expulsou de sua presença apenas quando pecaram.
Talvez a prova mais clara de que Deus deseja se reunir com seu povo, mesmo após o pecado, seja a encarnação de Jesus Cristo.
O Filho de Deus assumiu um corpo. Aquele que estava com Deus e que era Deus (Jo 1.1, 2) se revestiu de carne para que pudesse estar conosco (Jo 1.14).
E ele prometeu edificar sua igreja, e uma palavra que, traduzida literalmente, significa “assembleia reunida,” (Mt 16.18).
É possível que você nunca tenha se perguntado por que Jesus escolheu a palavra “igreja”.
Os judeus da época de Jesus se reuniam nas sinagogas, mas Jesus não usou a palavra “sinagoga”.
Ele usou a palavra “igreja”. Por quê?
Podemos responder a isso olhando para trás e para a frente no enredo da Bíblia.
Olhando para trás, aprendemos que foi profetizado que Jesus reuniria em adoração um povo que fora espalhado pelo exílio.
Joel 2:16 NAA
16 Reúnam o povo, santifiquem a congregação, congreguem os anciãos, reúnam as crianças e os que mamam no peito. Que o noivo saia do seu quarto, e a noiva, dos seus aposentos.
Olhando para a frente, entendemos que Jesus queria que essas assembleias, essas igrejas antecipassem a assembleia final onde Deus habitará com seu povo mais uma vez:
Revelation 21:3 NAA
3 Então ouvi uma voz forte que vinha do trono e dizia: — Eis o tabernáculo de Deus com os seres humanos. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles e será o Deus deles.
Nossas igrejas locais reunidas no culto público, representam a presença de Deus com o homem, onde o céu vem à terra.
Matthew 18:20 NAA
20 Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.
Isso acontece quando nos reunimos como igreja por meio do culto ao Santo Deus.
Às vezes, as pessoas gostam de dizer que “uma igreja são as pessoas, não um lugar ou um prédio”.
É um pouco mais exato dizer que uma igreja é um povo reunido em um lugar diante da presença de seu Deus.
Reunir-se ou ajuntar-se regularmente para cultuar ao Senhor faz uma igreja ser uma igreja.
Isso não significa que uma igreja deixe de ser igreja quando as pessoas não estão reunidas, assim como um “time” de futebol não deixa de ser um time quando os membros não estão jogando.
O ponto é que reunir-se regularmente é necessário para que uma igreja seja uma igreja, assim como um time tem que se reunir para jogar para ser um time.
Jesus organizou o cristianismo dessa maneira.
Seu intuito é centralizar nossa fé em torno de nos reunirmos regularmente, vermos uns aos outros, aprendermos uns com os outros, encorajarmos e corrigirmos uns aos outros e amarmos uns aos outros.
Coisas espirituais acontecem quando os cristãos ficam lado a lado, respiram o mesmo ar, unem as vozes em canções, ouvem o mesmo sermão e partilham do mesmo pão.
Diante disso, fica claro que Cristo nos reúne como igreja por meio do culto regular para manifestar sua presença em nosso meio e ser um conosco trazendo o céu na terra.
Logo, não é radical e nem exagerado a frase que iniciei este sermão.
Abandonar o culto público dominical e qualquer outro ajuntamento da igreja que sirva para adorar a Deus e edificar seu povo é abandonar o próprio Jesus, e tornar sem importância sua obra na cruz.
Quero te mostrar quatro razões porque não devemos abandonar o culto público nem um dia sequer.

1. O culto remonta a obra de Salvação; v.19-22

No AT era impossível as pessoas se achegarem a Deus livremente no santuário, a maneira de o povo se achegar era pela mediação de sacerdotes que eram tão falhos e pecadores como o povo.
Além disso, havia uma gama de lavagens cerimonias, sacrifícios, oferendas que deveriam ser feitas para que o pecado fosse expiado.
Havia no santuário compartimentos que impediam o povo de adentrar na presença de Deus.
Diversos animais deveriam ser sacrificados na tentativa de aplacar a ira de Deus e conquistar seu favor.
Alguém disse que na antiga aliança era assim:
Hebreus: A Superioridade de Cristo Uma Solene Exortação (10.19–25)

que a velha dispensação com seu culto levítico dizia: “Afastai-vos, afastai-vos, para que não morrais”. A dispensação cristã diz: “Cheguemo-nos, portanto, com confiança ao trono da graça”. Que superioridade gloriosa! Cristo restaura o homem à comunhão com Deus, comunhão plena, livre e íntima.

O evangelho nos diz que por causa da obra de Cristo, podemos entrar com ousadia diante do santuário, ou seja, diante da presença de Deus, não por nosso esforço, tão pouco por nossas obras.
Mas pelo sangue de Cristo, pela perfeita obra de nosso Salvador.
Cristo abriu em si um caminho no seu corpo, ele nos antecedeu diante de Deus como perfeito sumo sacerdote, seu sangue conquistou nossa libertação e nosso acesso diante de Deus.
Toda vez que nos reunimos no culto público remontamos essa narrativa da salvação.
A igreja reunida em culto a Deus, testemunha ao mundo que Cristo é um salvador fiel e suficiente, nele estão reunidos em comunidades locais os salvos por sua graça.
Toda vez que adentramos na presença do Senhor como povo reunido, lembramos que estamos aqui, podemos adorar, orar, ouvir o evangelho, participar do culto como corpo de Cristo, porque o Senhor nos deu acesso a sua graça.
Cristo não abriu um caminho sem saída, mas uma rodovia que nos conduz à salvação.
É por isso que nossos cânticos são organizados pela narrativa do Evangelho.
Começamos com cânticos convidando a presença de Deus, pecado, salvação, perdão, amor e glorificação.
Quando nos reunimos para cultuar nosso Senhor remontamos a história da redenção, somos expostos ao evangelho somos chamados a nos achegarmos a Deus com sincero coração em plena certeza de fé, pois fomos purificados, alcançados pela graça.

2. O culto é a pública confissão de fé em Cristo como Senhor; v.23

Num tempo onde dizem que a igreja precisa ser reinventada, onde muitos defendem que já foi o tempo de a igreja reunir-se em locais físicos e que podemos viver nossa fé longe do corpo, distantes da igreja.
Vemos o aumento de pessoas que dizem amar a Jesus mais odeiam a igreja, acham que podem viver com Jesus longe do seu corpo a igreja.
A maneira pública de reafirmar que o cremos em Cristo está ligado ao fato de estarmos unidos a uma comunidade de fé e participarmos ativamente e publicamente da vida comunitária por meio do culto e dos demais ajuntamentos.
Quando somos convidados por nossos parentes e amigos para eventos no horário do culto, devemos testemunhar que assim como o Senhor fez o mundo em 6 dias e no sétimo descanso.
Assim somos ensinados, trabalhamos, vivemos, mas separamos um dia para adorar nosso Senhor e descansar em seu cuidado, e nada é mais importante do que estarmos reunidos em comunidade.
Cultuar ao Senhor é uma confissão ao mundo de que Cristo é o Senhor de sua vida e todo o seu viver é orientado como um culto de adoração em tudo que você faz.
Romans 12:1 NAA
1 Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês.
Nada é mais importante do que nossa fé; nada molda tanto a forma que vivemos, e nada é mais importante para a vida cristã do que a fé que professamos.
Podemos até dizer que Cristo é nosso Senhor, que o amamos, que temos uma fé fervorosa nele, porém na prática, quando deixamos o culto de lado, nossa confissão não encontra eco em nossa vida prática.
O culto é uma das maneiras mais maravilhosas, visíveis e gritantes para reafirmar que pertencemos ao Senhor.

3. O culto nos estimula ao amor e boas obras; v.24,25

Uma das primeiras indicações da falta de amor de um discípulo para com Jesus e para com o próximo é ausentar-se do culto.
Ele abandona a obrigação comunal de participar desses encontros e exibe sintomas de orgulho e egoísmo.
Muitas coisas ajuntam multidões. Mas o cristianismo mantém as pessoas juntas por causa de Cristo e o amor uns pelos outros.
Os discípulos precisam uns dos outros para fortalecer o maravilhoso vínculo de amor que eles compartilham em Jesus Cristo.
O culto é a maior oportunidade que você tem de aproximar-se de outras pessoas para que de forma intencional possa amá-las e serví-las.
Quando você se organiza para vir ao culto ao Senhor, precisa orar para que o culto oferecido por você seja vertical, em adoração a Jesus, e horizontal, a fim de servir alguém e se aproximar de outros para ajudá-los.
Isso quer dizer que nenhum discípulo pode ser individualista. Nós somos responsáveis por nossos irmãos. Temos de refletir sobre como podemos ajudar os outros crentes.
O verso 24 apresenta o verbo, cuidemos, em outras traduções, considerar.
Considerar, tem a ver com nosso pensamento. Nós estamos acostumados a pensar somente em nós mesmos, mas nossos pensamentos devem ser voltados para os outros.
Neste sentido, teu lazer não é mais importante que o culto, um aniversário não é mais importante do que o culto a Deus, seu desejos não são mais importantes que estar reunido em comunidade
Deveríamos nos preocupar em estarmos presentes ativamente aos cultos, pois aqui podemos perceber a condição das pessoas ao nosso redor.
Se não estamos fazendo isso, então não somos mais do que compradores, consumidores de religião que têm pouca utilidade para o destino eterno das outras pessoas.
O verso 25 fala de animar, estimular significa incitar ou provocar.
A maneira como vivemos, conversamos e agimos deveria ser provocativa para os outros cristãos, no melhor sentido da palavra.
Eles deveriam ser lembrados da verdade espiritual por causa do que estamos dizendo e como estamos vivendo.
Em outras palavras, a maneira como você negligencia ou da importância ao culto, impacta na maneira como outros veem.
Se o fulano deixa de vir, vem um domingo sim e o outro não, então posso criar esse padrão também.
Dietrich Bonhoeffer, na Alemanha nazista ficou privado da vida comunitária, e na prisão ele escreveu.
É graça de Deus ua comunidade poder reunir-se no mundo de maneira visível com outros cristãos. A presença física de outros discípulos constitui para o crente uma forte alegria e fortalecimento incomparáveis.
Se estais doente, aqui é seu lugar, se estais desanimado, aqui é seu lugar, se estais deprimido aqui é seu lugar, pois Deus usará outro discípulo como instrumento para animá-lo, demonstrar seu amor, te motivar a permanecer fiel, a lutar contra o pecado.

4. O culto orienta nosso coração para a eternidade; v.25

Deus escolheu o culto para orientar nossos corações e discipular nossos amores.
Quando trocamos o culto por nossos prazeres, lazeres e programas, isso pode mostrar mais do que pensamos, que estamos sendo discipulados pelas liturgias do mundo para que nos voltemos a adorar outras coisas ao invés do Senhor.
Isso mostra que estamso sendo afetados mais pelo nosso tempo, do que pelo desejo de vivermos eternamente em adoração a Cristo.
Quando insistimos que você deve permanecer firme na disciplina de não faltar culto.
Não é porque somos como a igreja universal e seu líder Edir Macedo que quanto mais vezes a pessoa vai a igreja, mais dinheiro eles podem tirar delas.
Ou como R.R Soares, Valdemiro Santiago, que estimulam diversos cultos diários e semanais, unicamente para encher os cofres da igreja.
Aqui, queremos estimular vocês a insistirem em não abandonar o culto, porque o culto aqui, orienta nosso coração para a eternidade.
O culto aqui provoca culto na eternidade, é como se quando adentramos na presença do Senhor aqui, houvesse um culto sincronizado nos céus.
Hebrews 12:18–29 NAA
18 Ora, vocês não chegaram ao fogo palpável e aceso, à escuridão, às trevas, à tempestade, 19 ao toque da trombeta e ao som de palavras tais, que aqueles que ouviram isso pediram que não lhes fosse dito mais nada, 20 pois já não suportavam o que lhes era ordenado: “Até um animal, se tocar o monte, será apedrejado.” 21 Na verdade, o espetáculo era tão horrível, que Moisés disse: “Estou apavorado e trêmulo!” 22 Pelo contrário, vocês chegaram ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a milhares de anjos. Vocês chegaram à assembleia festiva, 23 a igreja dos primogênitos arrolados nos céus. Vocês chegaram a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, 24 e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o sangue de Abel. 25 Tenham cuidado e não se recusem a ouvir aquele que fala. Pois, se os que se recusaram a ouvir quem divinamente os advertia na terra não escaparam, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que dos céus nos adverte. 26 Naquele tempo, a voz dele abalou a terra, mas agora ele promete, dizendo: “Mais uma vez eu farei tremer não só a terra, mas também o céu.” 27 Ora, as palavras “mais uma vez” significam a remoção dessas coisas abaladas, ou seja, das coisas criadas, para que permaneçam as coisas que não podem ser abaladas. 28 Por isso, recebendo nós um Reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e temor. 29 Porque o nosso Deus é fogo consumidor.
O culto público manifesta na terra a realidade do culto celestial. O discípulo é alguém que vive à luz de seu destino celestial eterno.
Na eternidade nos reuniremos com a igreja de todas as era para cultuarmos ao cordeiro de Deus, nosso amado Salvador.
O culto que fazemos aqui, discipula nosso coração para a esperança futura de que Cisto vem buscar sua igreja que fielmente o cultua agora aqui, porque deseja cultuá-lo eternamente.
A orientação do autor é que quanto mais próxima está a volta do Senhor, tanto mais devemos congregar, tanto mais devemos nos reunir como igreja em culto fiel ao Senhor.
Quanto mais perto chegar o dia do Senhor, tanto mais decidida deve ser também a atitude de fé da igreja.
A forma mais eficaz de enfrentar os perigos da vida espiritual é perseverar inabalavelmente na comunhão dos santos e na promessa da volta de Jesus.
Nenhuma outra disciplina espiritual pode arrebatar mais nossos corações a desejar a volta de Cristo do que o culto público.
Nada deve tomar o lugar do culto, pois quanto mais distante estivermos da vida da igreja, mais nosso coração é capturado pelas coisas desse mundo.
A cada culto, a cada novo encontro, o Senhor arrebata nossos corações à eternidade, nossos afetos vão sendo orientados pelo prazer eterno do culto ao Senhor.
Que sejamos uma comunidade que reunida, se torna um potencial poderoso de transformação, porque o culto.
Remonta a narrativa do Evangelho, reforça nossa confissão pública de Cristo como Senhor, nos estimula ao amor e boas obras e orienta nosso coração a eternidade.
SDG
Related Media
See more
Related Sermons
See more