Igreja, Uma Família para Acolher a Todos (Tg 2.1-13)

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Introdução

Certa vez, um pastor, ao pregar em sua igreja nos EUA no domingo de manhã sobre o pecado da parcialidade, fez a seguinte pergunta à congregação ouvinte: “Quantos de vocês querem que a igreja cresça de forma impressionante?” Muitos levantaram as mãos. “Não seria incrível ver esse prédio lotado, os ministérios crescendo, e termos a capacidade para investir em várias igrejas pelo mundo afora?” Vários “améns” foram ouvidos. Mas, então, o pastor fez a seguinte pergunta: “e se 75% desse crescimento viesse com pessoas não brancas?”
A pergunta deixou uma tensão no ar. Alguns aplaudiram, outros torceram o nariz, outros ainda resmungaram. Um irmão até se levantou e saiu do templo.
A igreja estava num bairro diversificado, mas a grande maioria dos irmãos era branca. Então, o pastor insistiu: “e se metade dos nossos pastores fosse de negros e mulatos? E se você estivesse num hospital e um pastor negro te visitasse?”
Essas perguntas nos fazem refletir sobre o seguinte ponto: nós queremos realmente crescer acolhendo todo tipo de pessoas alcançadas pelo evangelho ou quer apenas ter mais pessoas parecidas conosco?
As igrejas do NT em geral eram compostas de pessoas bem diversificadas. Judeus e gentios; pobres e ricos; pessoas importantes e pessoas comuns. Não poucas vezes, havia diferença de tratamentos entre os irmãos.
Grande parte da carta de Paulo aos romanos trata da discriminação e do preconceito, visto que Paulo estava tentando unir os judeus e os gentios da igreja. Nos caps. 14 e 15, o apóstolo aborda a questão de forma bastante prática e, no cap. 15.7, diz:
Romans 15:7 NAA
7 Portanto, acolham uns aos outros, como também Cristo acolheu vocês para a glória de Deus.
Precisamos nos lembrar de que fomos acolhidos na família de Deus não por mérito próprio, mas por crermos em Jesus Cristo e recebermos a Ele como Senhor e Salvador de nossas vidas. Ele é quem nos recebeu de braços abertos. Agora, como igreja, devemos acolher os outros membros da família da fé.
A Bíblia deixa claro por que existe divisão e discriminação hoje, mas também nos mostra como Jesus veio para derrubá-los. Quando Deus criou todas as coisas, fez a humanidade à Sua imagem. Assim, todos têm o mesmo valor, a mesma dignidade e a mesma importância como imagem e semelhança de Deus. Porém, os primeiros homens pecaram. O pecado não apenas nos distanciou de Deus, mas também nos distanciou das outras pessoas. Agora experimentamos divisão e hostilidade entre classes, raças, idades e povos. Em Cristo, entretanto, podemos ser reconciliados com Deus e uns com os outros.
E essa união de pessoas distintas comprova o poder do evangelho. É justamente na igreja local que precisamos ver Jesus com Seu poder e amor destruindo as barreiras.
Então um dia, no novo céu e na nova terra, todas as coisas serão transformadas, e experimentaremos uma união perfeita na diversidade de pessoas no céu enquanto adoramos ao Senhor.
Portanto, nossa maior necessidade é aplicar o evangelho ao problema da discriminação. Precisamos nos lembrar da graça de Deus, e não podemos nos esquecer do fim da história. Toda parcialidade, todo preconceito e toda discriminação são obras das trevas, mas o evangelho de Jesus quebra toda escuridão. Vamos meditar sobre essa verdade.

1. Seja conhecido por agir em amor, e não com parcialidade.

Tiago 2.1 (NAA)
1 Meus irmãos, vocês não podem ter fé em nosso Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, e ao mesmo tempo tratar as pessoas com parcialidade.
Naquela época em que a carta de Tiago foi escrita, havia nas igrejas escravos e cidadãos; comerciantes; generais; príncipes; camponeses etc. Tiago está ensinando o seguinte: não podemos tratar as pessoas de acordo com seu rótulo!
O que deve importar pra nós não é o rótulo, o dinheiro ou a posição social. É natural do ser humano buscar a glória. Destacar-se. Porém, observe de quem é a glória nesse texto: de Jesus - Ele é o Senhor da glória! Não encha seus olhos com a glória dos homens - com riqueza, beleza, status, bens, emprego, carro ou outra coisa qualquer. Fique maravilhado ao olhar para Cristo, o Senhor da glória, e então você verá que a glória dos homens não tem real valor. Se a glória de Jesus te cativar, você não tratará mais ninguém com parcialidade.

2. Parcialidade é coisa séria para Deus.

Jesus nos evangelhos ensina que, ao darmos uma ceia, não devemos chamar quem pode nos recompensar, mas os mais pobres e necessitados. Na carta aos romanos, Paulo deseja unir judeus e gentios. Em sua carta aos coríntios, o apóstolo adverte que os irmãos estavam celebrando a Ceia do Senhor da forma errada: ricos com ricos, livres com livres, escravos com escravos. Assim, em vez de celebrar o amor e a união em Cristo, a Ceia estava evidenciando as divisões na igreja. Na carta de Tiago, ele mostra o problema da parcialidade para com os ricos deste mundo.
Um dos motivos de a parcialidade ser tão combatida na Bíblia é que ela é coisa séria para Deus. Não deve haver nenhum tipo de discriminação na igreja.
Quero citar quatro razões pelas quais você deve ser um membro acolhedor:

a. A parcialidade não reflete a graça de Deus ( 5a).

Jesus convidou Nicodemos, um mestre na lei, a se converter. Ele também acolheu uma mulher samaritana com vida conjugal irregular. Jesus recebe graciosamente pessoas de todos os tipos: pessoas ricas e pobres.
Contudo, ninguém deve se aproximar de Jesus como rico, mas como “pobre de espírito”. Deus nos aceitou quando não tínhamos nada a oferecer além do nosso ser impuro e pecaminoso.
Mesmo assim, atraídos por Seu amor, fomos a Ele. Então Ele nos abraçou carinhosamente, nos limpou e nos vestiu com Sua belíssima graça. É esse amor de Jesus que deve nos tornar acolhedores.

b. A parcialidade não reflete o Reino de Deus (vv. 5b-7).

Muitos pobres são chamados de “ricos em fé” e de “herdeiros do Reino”. No Reino de Deus, tudo é virado do avesso. Provavelmente, no último dia, teremos algumas surpresas. Talvez um irmão pobre e anônimo receba mais honra do que um pastor famoso.
Devemos nos lembrar de que a igreja é a embaixada do Reino de Deus. Temos que mostrar ao mundo que o Reino de Deus funciona de forma diferente. Na igreja podemos encontrar um irmão pobre, sem educação formal, mas maduro na fé, ensinando um médico e professor universitário que acabou de se converter.

c. A parcialidade não reflete o amor ao próximo (vv. 8-12).

Toda a lei de Deus se resume nessas palavras: “amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Jesus ensina que até mesmo estrangeiros e inimigos estão entre os “próximos”. Em outras palavras, é absolutamente proibido discriminar qualquer pessoa que passe por nossas portas, não importa sua aparência ou origem. Quem discrimina outras pessoas não conseguirá amar as pessoas verdadeiramente.

d. Ela não reflete a misericórdia de Deus para conosco (v. 13).

James 2:13 NAA
13 Porque o juízo é sem misericórdia sobre quem não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.
Tiago inverte a bem-aventurança de Jesus:
Matthew 5:7 NAA
7 — Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Em outras palavras, malditos são os sem misericórdia, pois não alcançarão misericórdia. Se alguém na igreja continua a mostrar parcialidade, então serão julgados sem misericórdia no fim de suas vidas, provando que nunca possuíram a fé salvadora.
Porém, “a misericórdia triunfa sobre o juízo” (v. 13b). A misericórdia de Deus em nós provoca atos de misericórdia através de nós. É impossível tratar os outros com compaixão e graça sem antes aplicar a graça de Deus em nosso coração, sem viver conforme a vontade de Deus e sem praticar o verdadeiro amor ao próximo.
É por isso que precisamos falar mais uma vez sobre a graça de Jesus.

3. A graça de Jesus produz um povo acolhedor (Rm 15.7).

Se nos lembrarmos sempre de onde Deus nos tirou e do que Ele fez em nós, seremos o povo da graça,o povo que ama e acolhe.
O que nós podemos fazer diante de um amor de Deus tão grande praticado por nós ao enviar Seu único filho para morrer na cruz e nos salvar? Nós podemos (e devemos) estender essa graça de Deus aos outros. Aqueles que verdadeiramente aplicam a graça de Jesus em seus corações tornam-se pessoas acolhedoras, gratas e alegres.
É por isso que Paulo fala em Rm 15.7: “Portanto, acolham uns aos outros, como também Cristo acolheu vocês para a glória de Deus.”
Portanto, já que você foi acolhido por Jesus, seja um membro que acolhe os outros, sem discriminação, nos cultos, em sua casa e em seu coração.

Considerações finais

Igreja acolhedora não apenas prega o evangelho, mas também transmite o amor através da convivência. Aplicações:
1. Medite mais em como Jesus te acolheu.
2. Peça a Deus para quebrar seu orgulho.
3. Nos cultos, esteja atento a quem está sozinho.
4. Ore para que você e sua igreja reflita o amor de Jesus pelos pecadores.

Apelo

Peça a Deus que você possa expressar o amor Dele por todos.
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