Deus busca quem está perdido

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Notes
Transcript

Introdução

Às vezes, quando estamos passando por situações difíceis, temos a tendência de olhar para o passado e sentir saudade do tempo que ficou lá atrás.
E dizemos: “Era feliz e não sabia!”
Provavelmente quando vivíamos neste passado em que éramos felizes, também devíamos falar de um passado mais remoto ainda, como se o tempo presente nunca fosse o ideal.
E com isso, vivemos sempre insatisfeitos, sempre buscando, como o mundo busca, a fonte de felicidade e paz que vai durar a vida inteira.
E nessa busca, acabamos perdidos. Perdidos como uma ovelha que se perde do rebanho, como uma moeda que some na casa de alguém que vive com dificuldades, ou como o filho que some no mundo em busca de… felicidade.
Enquanto isso, há quem se julgue que nunca se perdeu, pois está sempre junto, fazendo o que se espera deles. De olho em algum prêmio, alguma recompensa, que nunca vem. Esses acham que nunca se perderam, mas nunca foram achados.
Por isso Jesus conta a parábola a seguir a um grupo de fariseus e escribas que perguntam a ele porque andava e comia com publicanos e pecadores.

Texto

Luke 15:11–16 ARA
Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.

Tema

Deus busca quem está perdido

Um filho abandonou o pai

Como vimos no texto, um homem, provavelmente rico e poderoso, tem dois filhos que irão receber herança do pai após sua morte, como de costume.
Um dia, o filho mais novo resolve que quer viver a vida de acordo com sua vontade.
Vai até o pai e pede sua parte na herança, enquanto o pai ainda vive.
É importante entender que a palavra utilizada para herança, em grego, é bio, a mesma palavra que significa vida.
Ele pede ao pai a sua vida, pra viver como quiser. Sua vida estará descolada da existência de sua família. Sem precisar da bênção do pai para fazer o que acha bom e, ao mesmo tempo, longe de sua reprovação quando fizer algo errado.
Seu irmão mais velho... trabalha.
O pai se desfaz de tudo e reparte a herança entre os filhos: 2/3 para o mais velho e 1/3 para o mais novo.
Ele leva um tempo para vender tudo e mete o pé.
E o mais velho, dono da maior parte, continua trabalhando.
O mais novo vai embora. Vergonha para a família, que no momento da partilha da herança se desfaz.
Imaginem o que devem falar na sinagoga… quando o pai entra. O quanto não devem comentar com o irmão mais velho. Vergonha.
Na ânsia de viver a vida, mete os pés pelas mãos e se lambuza todo. Gasta o que tem e, provavelmente o que não tem.
E surge o senhor crise pra botar as coisas no lugar.
A fome chega onde está vivendo.
A alegria do início rapidamente se transformam no desespero da fome, da vergonha e da pobreza.
E quando chega à conclusão de que as coisas não vão melhorar sozinhas e que o dinheiro não cai do céu, vai fazer o que nunca precisou se preocupar em fazer: trabalhar.
Arruma um emprego como cuidador de porcos.
Seu pensamento é simples: vai ter um lugar pra dormir e pode comer parte do que sobrar da comida dos porcos.
Um cuidador de porcos na Judeia ou Galileia, no primeiro século era considerado o pior emprego que podia existir.
Além de ter que lidar com animais considerados impuros, teria que ficar o tempo todo dedicado a eles.
Estaria afastado de todos, porque seria considerado impuro e não poderia frequentar a sinagoga, nem o Templo, pois teria que trabalhar.
Melhor do que viver na miséria, mendigando, dependendo da bondade de quem sabe que ele abandonou tudo e gastou de forma irresponsável.
E ainda vai ter que disputar com os porcos a comida. Provavelmente, só vai poder comer o que sobrar, pois a comida é para os porcos, que são mais importantes que ele.
Como se diz, que fase!
Enquanto isso, o irmão mais velho trabalha. Duro!
E o pai espera.

O mundo abandonou Deus

Deus criou o mundo e tudo o que existe, dizendo que era tudo bom. Ao fim, criou o homem.
Responsável por cuidar da criação. Acima dele, só o próprio Deus!
O primeiro homem vivia a realidade de viver sem as obrigações que temos hoje, desfrutando da comunhão plena com Deus e vivendo no que literalmente era um paraíso.
Muito bom para ser verdade! Mas era!
Imaginem a situação. Não havia doenças, fome, sede, cansaço. A harmonia era total em toda a criação!
Mas, o homem preferiu viver como queria. Sua vida que era plena com Deus, foi abandonada pela vontade ser o seu próprio deus.
E, num instante, a harmonia acabou. A paz ficou prejudicada. O homem se separou de Deus. E todos os que vieram depois dele, viveram e alimentaram esta separação.
A partir deste tempo, a humanidade vive como o filho mais novo. Buscando viver como se quer, quando quer, fazendo o que se quer, com quem quiser fazer.
E quando aparece algum problema, damos o nosso jeito. Nem que seja alimentar-se do que sobra pros porcos!
Afinal, nós podemos! Neste mundo de empoderamento, achamos que tudo pode acontecer por força de vontade e empenho.
Mas nem tudo controlamos: Por mais cuidado que tomemos, pode vir alguma crise econômica que acaba com o que guardamos e com o que construímos com tanto esforço.
No caso da parábola, foi a fome que acontecia quando esgotavam-se os recursos em uma determinada região.
Doenças, guerras, enchentes, temporais, terremotos e coisas do tipo.
Coisas que não conseguimos evitar e nem sabemos como começam.
Quando acontecem, o homem lembra de Deus. E a vida segue.
Quanto mais confiamos em nossa capacidade, menos confiamos na soberania de Deus!
Quanto mais achamos que podemos, o nosso único poder verdadeiro é ficarmos cada vez mais afastados de Deus.
E afastados de Deus, ficamos perdidos no mundo, sem entender o que falta, porque falta e até quando vai faltar.

O pai recebeu o filho de volta

Luke 15:17–24 ARA
Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.
Em um determinado momento, o filho mais novo entende que fez uma bobagem sem tamanho. Tinha uma boa vida junto do Pai e do irmão e abandonou aquilo tudo para “viver a vida”!
Enquanto cuida dos porcos, dormindo com eles e comendo a comida deles, chega à conclusão de que os servos do pai têm vida melhor que a que a sua.
Toma uma decisão lógica: voltar para a casa do pai, como servo, onde viverá melhor do que está vivendo.
Ele que vivia como filho, agora, prefere voltar como servo.
Sabe que abandonou tudo e que seu pai não tem a obrigação de aceitá-lo de volta, mas é isso, ou a fome.
E volta!
Quando o pai o vê, distante - e podemos imaginar que ele devia passar partes do dia, ou o dia todo esperando o filho voltar - faz algo que seria impensável para alguém de alta posição social e idoso.
Ele corre até o filho que o abandonou e se atira a ele, beijando-o. Demonstra a felicidade em vê-lo de volta.
Volta como servo, mas o pai o recebe como o filho perdido que foi achado!
E com direito a festa! O pai manda matar um novilho cevado e faz aquele churrasco, o que só era possível para quem é da família.
Com isso, o pai acolhe o filho que o tinha abandonado. O filho perdido, que agora, foi achado.
Luke 15:25–32 ARA
Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado. Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.
O outro irmão continuou trabalhando e quando volta pra casa e descobre a festa, fica revoltado. Afinal, sempre fez tudo certinho. Esteve com o pai o tempo todo, mesmo depois de se tornar dono da maior parte das riquezas, servindo, esperando um reconhecimento que acabou vindo para o que foi embora.
E fala isso ao pai, que lhe diz que tudo o que tinha era seu. Ele poderia ter desfrutado da vida com o pai como filho, ao invés de usar o trabalho e a dedicação para ser reconhecido como filho.
Ele se via como um capataz que esperava o reconhecimento que exige por tantos anos de trabalho.
Mas para o Pai, ele era filho, assim como o irmão mais novo, que estava perdido e foi achado.
O mais velho, perdido estava e perdido ficou mais ainda, sem entender que o convívio com o pai era melhor que tudo o que achava que merecia.

Deus nos traz de volta

Quando o primeiro homem pecou, Deus constituiu um povo e deu um território para ele.
Este povo seria abençoado e funcionaria como canal de bênçãos para todos os outros povos!
Mas o povo não aproveitou esta chance. Preferiu viver como o filho mais novo.
Deus podia deixar o homem vivendo para si mesmo, longe Dele e sofrendo as consequências desse afastamento.
Ao invés disso, Deus mandou o próprio filho que veio viver entre nós, em carne e osso para através de sua morte na cruz fazer uma nova aliança com o homem.
O sacrifício de Jesus representa o fim da antiga aliança e o início da nova, que traz a reconciliação com Deus, através de Jesus.
Sua ressurreição representa o início de uma nova criação. O início do reino de Jesus sobre aqueles que o confessam como Senhor, ou Rei!
Da mesma forma que o pai que acolhe o filho que estava perdido, Deus mostra a forma como o homem pode viver com Ele:
É o Seu Reino do qual podemos fazer parte. Basta crermos Nele e entendermos que a vida sem ele é muito pior do que a vida de um de seus servos.
É isso que Jesus quer dizer com esta parábola: o Reino de Deus é daqueles que se humilham e retornam querendo apenas servir ao pai que vai receber a estes como filhos!
De quem estava perdido e foi achado. De quem estava morto e reviveu em Jesus!
Não daqueles que cumprem rituais e costumes esperando as bênçãos que podem vir, criticando os que não cumprem, como o filho mais velho que fazia tudo somente para ser recompensado.
Você não busca a Deus para ser abençoado. Você é abençoado porque busca a Deus. Pode parecer a mesma coisa, mas não é.
A bênção é a própria comunhão com Deus. É seguir a Jesus e servir a Ele. É dizer que Jesus reina sobre você, sobre sua vida, sobre seu trabalho, sobre sua família, sobre tudo!!
Se você acha que merece, vai ficar fora da festa, porque a festa não é para quem merece. É para quem entende que a vida não tem sentido sem Jesus.
Assim, você deixa de ser perdido, porque foi achado em Jesus.
Porque Deus busca o perdido.

Conclusão

Neste mundo que vivemos hoje, o Evangelho é cada vez mais relevante e urgente! Não depende de nossas ações ou posição.
Quem pensa que precisa agradar a Deus para ser abençoado, obedecendo o que está na Bíblia e vivendo uma vida moralmente correta para não sofrer condenação, transforma Deus em um ídolo obrigado a fazer a sua vontade.
Quem age assim, está perdido como o filho mais velho, apesar de não saber.
Aqueles que pensam que serão abençoados e encontrarão felicidade no trabalho, em uma posição social mais elevada, ou na luta pelos seus direitos e que Deus abençoará tudo o que fizerem, pois são filhos de Deus, mas só lembram Dele quando vem a dificuldade e transformam Deus em amuleto, estão tão perdidos quanto o filho mais novo.
Porque o que traz paz, felicidade, salvação e vida eterna não é religião ou moralidade. Nem a luta por direitos individuais ou coletivos, sejam eles quais forem.
A salvação para este mundo está no Evangelho, que é a boa notícia de que Deus reina sobre a sua vida, hoje e para sempre.
É o Reino de Deus que sai da cruz para o sepulcro e dele para a vida eterna, na ressurreição de Jesus. É Ele quem te dá a vida eterna.
É Ele quem acha o perdido.
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