Tiago 1:5-18

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Estudo 2

Francis Bacon (1561–1626)
Um homem sábio cria oportunidades
Eclesiastes 11:4; Efésios 5:15–16
Tema: Sabedoria
Um homem sábio criará mais oportunidades do que as que encontra.
Recapitular
Autor: Tiago (meio irmão de Jesus)
Livro: Uma epistola com o foco Prático
Apesar de assumirmos que ele é meio irmão de Jesus ele não se coloca em bicos de pés e se apresenta como servo.
Aceitar Cristo nos torna parte de um povo especial, mas, não isentos de aflições.
As tribulações são compatíveis com a fé cristã, variadas, passageiras e pedagógicas.
Na dificuldade Deus continua a ser Deus.
Como viver com sabedoria (Tiago 1.5–18)
Como introdução ao tema vejamos Provérbios 4:7.
Elizabeth George comentando Tiago 1.5,6, diz que há três passos para conseguirmos essa sabedoria: o primeiro, é pedirmos; o segundo, é pedirmos a Deus; o terceiro, é pedirmos com fé.
Tendo em conta esta informação é bom definir o que é sabedoria, mas para tal vejamos primeiro o que não é: não é cultura, não é instrução académica, sendo assim o que é sabedoria. Veremos mais abaixo, no entanto abrindo um pouco o véu, a razão pela qual podemos pedir sabedoria, na consciência que receberemos, está na bondade de Deus.
Como lidar de forma sábia com as provações (Tg 1.5–12)
O alvo de Deus em nossa vida é a maturidade cristã (1.2–4,12; Rm 8.29; Cl 1.28). À medida que somos provados, precisamos pedir a Deus para nos mostrar o que Ele está a fazer (1.5). Deus nos prova para nossa maturidade.
Para alcançar esse alvo da maturidade, Deus faz três coisas (Ef 2.8–10): em primeiro lugar, há uma obra que Deus realiza por nós: a salvação. Em segundo lugar, há uma obra que Deus realiza em nós: a santificação. Em terceiro lugar, há uma obra que Deus realiza através de nós: o serviço.
Deus trabalhou 25 anos na vida de Abraão antes de lhe dar o filho da promessa. Deus trabalhou 13 anos na vida de José antes de colocá-lo no trono. Deus trabalhou oitenta anos na vida de Moisés antes de usá-lo como líder do seu povo. Jesus trabalhou três anos na vida dos apóstolos antes de enviá-los ao mundo.
Tiago nos ensina alguns princípios para lidarmos com as provações.
· Em primeiro lugar, na provação precisamos pedir sabedoria (1.5–8). Quando somos provados, precisamos de discernimento e sabedoria (1.5; 3.13–18). O que é sabedoria? É mais que conhecimento. Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Conhecimento pode ser definido, neste contexto, como conhecer bem a Bíblia. Sabedoria é usar bem a Bíblia.
· Em segundo lugar, quando somos provados precisamos conhecer o caráter de Deus (1.5). Tiago ensina três coisas sobre Deus: Deus é a fonte da sabedoria. A generosidade de Deus é ilimitada e não está sujeita a condições contratuais. Não lança em rosto as nossas deficiências.
· Em terceiro lugar, quando somos provados precisamos orar com fé (1.6–8). Tiago compara o homem que ora a Deus, mas duvida, a três figuras: ele é como as ondas do mar (1.6), como uma pessoa que oscila entre fé e incredulidade, ânimo e desânimo, otimismo e pessimismo. Ele é também como um homem que tem duas mentes em um só corpo(1.6). A palavra grega “duvidando”, diacrimonai, significa duas mentes. É uma pessoa dividida entre duas mentes. A fé diz sim, mas a descrença diz não. Ele ainda é como duas almas em um só corpo (1.8). A palavra grega “dobre”, dipsychoi, significa duas almas. Almas divididas. É tentar andar em dois caminhos. É tentar servir a dois senhores.
Tiago fala de dois resultados negativos ao crente que ora, mas duvida: primeiro, fracasso na oração (1.6). Segundo, inconstância espiritual (1.8).
O que duvida é como uma onda agitada pelo vento, para lá e para cá, para cima e para baixo, para frente e para trás, ao sabor do vento. Como um navio desorientado, como um homem sem direção e sem controle. Conheces alguém assim? De um jeito hoje, de outro jeito amanhã, ontem por cima, hoje por baixo, à mercê das mais variadas circunstâncias, porque este alguém não tem sua vida ancorada na Palavra de Deus e não busca a direção do Espírito de Deus. Deus não responde a alguém assim. E isso não ocorre por causa de uma falha no caráter de Deus ou uma falta de desejo da parte dEle… mas é a consequência de uma falha daquele que pede.
· Em quarto lugar, quando somos provados precisamos nos alegrar com as riquezas espirituais (1.9–11). Tiago aplica o princípio da sabedoria nas provas em duas circunstâncias específicas: cristãos pobres e cristãos ricos. Dinheiro e status eram problemas reais entre aqueles irmãos (2.1–7, 15,16; 4.1–3; 5.1–8). A Bíblia jamais ensina que a riqueza em si é um mal. O próprio Deus deu a Salomão tanto a riqueza como a sabedoria (1Rs 3.12,13). Tudo depende de como a riqueza é adquirida, como é usada e qual o lugar que ela ocupa no coração de quem a possui. Jim Elliot, mártir morto pelos índios Aucas: “Não é tolo aquele que perde o que não pode acumular, para ganhar o que não pode perder”. O foco deve ser com cada um olha para a sua vida na perspetiva da eternidade.
O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade(1.9) - o irmão humilde não deve desprezar-se por ser pobre, mas regozijar-se na sua dignidade. A dignidade é evidenciada não pelo que o homem tem, mas pelo que é.
· Em quinto lugar, quando somos provados precisamos estar de olho na recompensa (1.12). Quando Deus nos prova é para o nosso bem, por isso somos bem-aventurados. Quando somos provados, desenvolvemos a paciência triunfadora. Quando somos provados somos aprovados por Deus. Quando somos provados temos a oportunidade de demonstrar nosso amor por Deus. A Bíblia diz que nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória (2Co 4.17).
O fato de sermos provados nos capacita, não apenas para recebermos recompensa futura, mas também nos equipa para sermos usados por Deus agora. Li algo maravilhoso que nos ajuda a entender esse princípio:
O processo utilizado no passado para o cultivo das árvores que se tornariam os mastros principais dos navios militares e mercantes era assim: os grandes construtores de navios selecionavam as árvores localizadas no topo das altas colinas para, provavelmente, virem a ser o mastro de um navio. Então, eles cortavam todas as árvores que as circundavam e que protegeriam da força do vento as árvores escolhidas. Com o passar dos anos, e com os fortes açoites dos ventos contra aquelas árvores, elas cresciam e se tornavam mais fortes ainda, até que, finalmente, estavam suficientemente firmes para serem o mastro de um navio.
Como lidar de forma sábia com as tentações (Tg 1.13–18)
Uma pessoa madura é paciente nas provas. Uma pessoa imatura transforma provas em tentações. Warren Wiersbe diz que provas são testes enviados por Deus, e tentações são armadilhas enviadas por Satanás. Quando Deus nos prova é para que possamos passar no teste e herdar as bênçãos.
Quando passamos por dificuldades somos tentados a questionar o amor e o poder de Deus. Então, Satanás oferece um caminho para escaparmos das provas. Essa oportunidade é uma tentação. Quando Jesus estava jejuando e orando no deserto, Satanás o tentou, sugerindo que transformasse pedras em pães.
Há três fatos que devemos considerar se queremos vencer as tentações.
· Em primeiro lugar, olhe para frente e considera o julgamento de Deus (1.13–16). Não culpes a Deus pela tentação, Ele é absolutamente santo para ser tentado e Ele é absolutamente amoroso para tentar. Deus nos prova como provou a Abraão, mas Ele não nos tenta. A prova é para santificar-nos. A provação visa a nosso fortalecimento; a tentação, a nossa queda.
Tiago vê o pecado não apenas como um ato, mas como um processo em quatro estágios: o primeiro estágio é o desejo ou cobiça (1.14). A palavra que Tiago usou para “desejo”, epithymia, não necessariamente tem um sentido de desejo mau e impuro. Podemos transformar um desejo legítimo em um desejo pecaminoso. A cobiça é a tentativa de satisfazer um desejo fora da vontade de Deus. Comer é normal, glutonaria é pecado. Dormir é normal, preguiça é pecado. Sexo no casamento é normal, sexo fora do casamento é pecado. Os desejos devem estar sob controle, e não no controle. Devemos controlar os desejos, não estes a nós.
O segundo estágio é o engano (1.14). Tiago usa duas figuras para ilustrar o engano da tentação: a figura do caçador que usa uma armadilha (atrai) e a figura do pescador que usa o anzol com isca (seduz). Se Ló pudesse ver a ruína que estava por trás de Sodoma, e se Davi pudesse ver a tragédia sobre a sua casa quando se deitou com Bate-Seba, eles jamais teriam caído. Precisamos identificar a isca e a armadilha do diabo, para não cairmos na rede de seu engano.
O terceiro estágio é o nascimento do bebê chamado pecado (1.15). Tiago muda a figura da armadilha e do anzol para a figura do nascimento de um bebê maldito, chamado PECADO.
O quarto estágio é a morte (1.16). A cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Vemos aqui a genealogia do pecado. A cobiça é a mãe do pecado e a avó da morte. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23).
· Em segundo lugar, olhe ao redor e considere a bondade de Deus (1.17). Quando Satanás tentou Eva no jardim do Éden e Jesus no deserto, ele questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande escudo contra a tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom, não precisamos cair nas armadilhas do diabo para suprir nossas necessidades. É melhor estar faminto dentro da vontade de Deus do que estar farto e cheio fora da vontade de Deus (Dt 6.10–15). Jesus foi categórico com Satanás: “… não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Uma coisa é ser tentado, outra coisa é ceder à tentação. Não é pecado ser tentado, mas sim ceder à tentação. Lutero costumava dizer: “Você não pode impedir que um pássaro voe sobre a sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua cabeça”.
Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus: Deus dá somente boas dádivas. Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. Deus dá constantemente. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas constantemente. Deus não muda. Deus não pode mudar para pior porque Ele é santo. Ele não pode mudar para melhor porque Ele é perfeito.
Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos. Ele, muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que pedimos, mas o que necessitamos. Elizabeth George registra uma sublime mensagem sobre os paradoxos da oração,
Pedi a Deus força, para que eu pudesse alcançar êxito. Fui enfraquecido, para que pudesse aprender a humildade para obedecer…
Pedi saúde, para que eu pudesse fazer grandes coisas. Fiquei enfermo, para que pudesse fazer coisas melhores…
Pedi riquezas, para que eu pudesse ser feliz. Foi me dada a pobreza, para que eu pudesse ser sábio…
Pedi poder, para que eu pudesse ter o louvor dos homens. Recebi fraqueza, para que eu sentisse a necessidade de Deus…
Pedi todas as coisas, para que pudesse desfrutar a vida. Foi me dada a vida, para que eu pudesse desfrutar todas as coisas…
Não recebi nada do que pedi, mas tudo de que precisava. Quase que a despeito de mim mesmo, minhas orações não respondidas foram respondidas. Eu sou, dentre todos os homens, o mais ricamente abençoado.
· Em terceiro lugar, olhar para dentro e considerar a natureza divina criada em nós (1.18). Tiago usou o nascimento para falar do pecado e da morte. Mas ele também usou o nascimento para falar da nova vida. Vejamos as características desse novo nascimento: primeiro, a origem do novo nascimento: ele é divino e gracioso. Nicodemos pensou que precisaria voltar ao ventre materno (Jo 3.4–7). Mas o novo nascimento é o nascimento de cima, do alto, de Deus, do Espírito. Não depende de nossa vontade (Jo 1.13) nem de nossa participação (Jo 3.6). Não nascemos de novo por causa dos nossos pais, decisões ou religião. O novo nascimento é obra de Deus. Segundo, o meio do novo nascimento: ele é operado através da Palavra de Deus. Assim como o nascimento natural vem pelo relacionamento do pai e da mãe, o nascimento espiritual vem por meio da Palavra e do Espírito (1Pe 1.23). Terceiro, o propósito do novo nascimento: “… para que fôssemos como que primícias das suas criaturas” (1.18). Este é o mais nobre dos nascimentos. Somos as primícias das suas criaturas. O novo nascimento é o mais alto nascimento, para o mais alto tipo de vida.
Conforme pastor Mario Conrado diz - Somos meros fragmentos de pedras, de diferentes tamanhos, a ser usados por Deus para fazer a bela calçada portuguesa de acesso à Nova Jerusalém
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