Jesus Continua em Terras Gentílicas e a Incompreensão de Muitos (Mc 8.1-21)

Exaltando Jesus em Marcos  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Jesus é o Filho de Deus, mas há muita incompreensão sobre quem Ele é e Sua missão

Notes
Transcript

Introdução

Comparação entre Caps. 6—7 e 8:
6.31-44 Multiplicação dos pães e peixes 8.1-9
6.45-56 Travessia do mar e desembarque 8.10
7.1-23 Conflito com os fariseus 8.11-13
7.24-30 Conversa sobre o Pão 8.14-21
7.31-36 Cura 8.22-26
7.37 Confissão de fé 8.27-30
Vamos meditar nos três textos: a multiplicação e a incompreensão dos fariseus e dos discípulos.

1. A segunda multiplicação de pães e peixes (vv. 1-9).

“outra vez” (v. 1): Marcos tem em mente a primeira multiplicação, e a teremos também.
1ª multiplicação aconteceu em Betsaida, cidade da Galileia (Jo 12.21).
2ª: agora, na região de Decápolis, margem leste do mar - terra gentílica. Por quê? Jesus veio para os judeus, mas também para os gentios.
Quem são os leitores originais de Marcos? Cristãos judeus e gentios da igreja de Roma.
A conversa entre a mulher siro-fenícia e Jesus pode ter dado a entender que os gentios deveriam comer apenas “migalhas”. Talvez, por isso Marcos registra números diferentes aqui:
1ª multiplicação: 5 mil pessoas, alimentadas com cinco pães e dois peixes.
2ª multiplicação: 4 mil pessoas, maioria gentílica, alimentadas com sete pães e alguns peixes.
De qualquer modo, são passagens bem semelhantes: a compaixão de Jesus, a incredulidade dos discípulos ao pensar que alimentariam a multidão, a ordem à multidão para se assentar, a sequência de Jesus dar graças e partir o pão, a multidão que comeu e se saciou, as cestas com as sobras.
Alguns estudiosos sugerem que houve apenas uma multiplicação. Contudo, os números diferentes mostram que são eventos diferentes.

a. Pano de fundo (vv. 1-3).

A multidão já estava com Jesus numa área inabitada havia três dias (v. 2). Gentios. Marcos não explica o que Jesus fez nesse tempo. Provavelmente deu ensinos e fez milagres. O que Marcos mostra é a disposição e a perseverança da multidão em estar com Jesus.
“Tenho compaixão desta gente” (v. 2). Jesus é cheio de misericórdia para com as pessoas que iam até Ele, seja pela desorientação espiritual (1ª multiplicação: Mc 6.34), seja pela necessidade material (Mc 8.2).
Jesus não queria despedir a multidão para comprar comida, pois mais um dia de viagem até Decápolis seria pesado demais (v. 3).
Chama a atenção a atitude da multidão: eles literalmente trocaram o pão físico pelo Pão vivo que desceu do céu. Qual foi o resultado? Eles foram saciados primeiro espiritualmente, e depois fisicamente (Mt 6.33).
Mas por que Jesus compartilhou de Sua preocupação com os discípulos (v. 2)? Jesus não é somente o Senhor compassivo, mas deseja sinceramente que Seus discípulos compartilhem dessa mesma compaixão. Leia João 6.5-6:
John 6:5–6 NAA
5 Então Jesus, erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão se aproximava, disse a Filipe: — Onde compraremos pão para lhes dar de comer? 6 Mas Jesus dizia isto para testá-lo, porque sabia o que estava para fazer.
Jesus queria que os discípulos fossem compassivos como Ele e que também estivessem prontos a agir como Ele.
Eles deveriam ter tomado o problema da fome da multidão para si e pedirem ao Mestre Jesus que operasse o mesmo milagre. Mas ele falharam nisso, como mostra o v. 4.

b. A incredulidade dos discípulos (v. 4).

Na primeira multiplicação, essa reação era esperada. Agora, mais uma vez, é digna de reprovação. Obviamente, os discípulos foram incapazes de crer que Jesus poderia novamente multiplicar os pães e peixes.

c. Jesus sacia a multidão (vv. 5-9).

A resposta de Jesus aos discípulos é impressionante. Ele não os repreendeu, mas perguntou: “quantos pães vocês têm?” (mesma pergunta da 1ª vez). Jesus queria que os discípulos gravassem esse número, para que nunca se esquecessem. É justamente a consciência da incapacidade do suprimento que eles tinham que fará o milagre ser mais impactante. Mais adiante Jesus lembrará os discípulos dos números da multiplicação.
O v. 6 mostra a organização que foi basicamente a mesma da 1ª multiplicação: Jesus dividiu o povo em grupos assentados no chão; deu graças; deu o alimento aos discípulos para que distribuíssem (a participação ativa deles).
O v. 7 separa os peixes dos pães, não descrevendo a quantidade, mas mostrando que a quantidade era inapropriada para suprir a multidão.
Vv. 8-9: o segundo milagre foi feito em menor proporção; mas a saciedade do povo foi a mesma.
Recolheram sete cestos cheios.
E Jesus os despediu.
Aqui termina a primeira seção do evangelho de Marcos: “palavras e obras poderosas de Jesus na Galileia e nas regiões circunvizinhas”.
Não há uma ruptura entre seções 1 e 2; antes, uma continuidade. As duas cenas seguintes funcionam como uma transição. Elas mostram o quanto até agora os inimigos de Jesus, bem como Seus discípulos, entenderam o sentido do Seu ministério. Ambos os grupos tinham muito a aprender.
O primeiro relato mostra a incompreensão e a hostilidade crescente dos fariseus, e o segundo mostra a incompreensão dos próprios discípulos de Jesus. Esses não ficaram hostis, mas sim desorientados. A cegueira desses era curável, como os vv. 22-26 vão demonstrar.

2. A incompreensão dos fariseus (vv. 10-13).

Após a primeira multiplicação, Jesus debateu com os fariseus sobre a impureza; agora, após a segunda, Jesus tem novamente uma discussão com os líderes religiosos. Agora eles pedem a Jesus um sinal do céu. Ao contrário da multidão entusiasmada com Jesus, os fariseus repetidamente mostram hostilidade a Jesus.
V. 10
Diferente da primeira multiplicação, agora Jesus entra no barco com os discípulos. Vão até Dalmanuta: noroeste do mar da Galileia, próxima a Cafarnaum ou Genesaré.
Ao ter atravessado o mar, entrando novamente em território galileu, aparece a oposição farisaica.
V. 11
Motivação dos fariseus: tentá-lo. Ameaçados por Sua popularidade e influência. Exigiam ver Suas credenciais. O verbo “discutir” tem sentido negativo aqui: “disputar (com alguém)”. Não queriam conversar nem mesmo receber um sinal; apenas desacreditar Jesus.
“sinal”. A questão era sobre a autenticidade. Um sinal que autenticasse a Jesus e Sua mensagem “vindo do céu” (sobrenatural). Jesus já tinha feito tantos! Eles ouviram ou viram. O que mais eles poderiam querer?
A ideia de um sinal autenticador de alguém que reivindica autoridade divina é bíblica e judaica. Moisés. Elias clamando por fogo do céu. Os judeus sabiam que nem todo sinal é “do céu”.
V. 12
Jesus deu um gemido. Frustração pela incapacidade dessa geração de entender os feitos de Jesus.
“Em verdade”: uma declaração solene.
Jesus se recusou a dar um sinal. Em Mt 12.39, Jesus diz:
Matthew 12:39 NAA
39 Mas ele respondeu: — Uma geração perversa e adúltera pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas.
O sinal de Jonas é Sua morte, que serviria para condenação dos líderes religiosos: “Eles não verão nenhum mais nenhum sinal que me autentique como mensageiro de Deus, mas verão um sinal que os condenará em sua incredulidade”.
V. 13
“deixando-os”: não apenas “ir embora”, mas algo mais definitivo (Exemplo: Mc 12.12; principalmente Mc 14.50).

3. A incompreensão dos discípulos (vv. 14-21).

Aqui, os temas do pão literal e do fermento simbólico são combinados com a cegueira e a incompreensão dos discípulos.
Essa era a terceira passagem sobre a multiplicação dos pães. Isso mostra sua grande importância. O objetivo de Jesus era muito mais do que matar a fome do corpo. Ele queria que os discípulos entendessem a revelação Dele mesmo. Veja Jesus falando em Jo 6.51:
John 6:51 NAA
51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente. E o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.
V. 14
Eles haviam se esquecido de levar pão (apenas um). O costume era levar provisões para a viagem.
V. 15
Jesus alerta: “fiquem atentos e tomem cuidado”. A ideia é de continuidade.
“Fermento”. Adolf Pohl: “Naquele contexto o pão era feito em todas as casas todos os dias. Para que o pão ficasse solto e saboroso, a massa deveria fermentar naturalmente. Para apressar, misturava-se um pouco de massa já fermentada na farinha. Isso contagiava a massa toda e a azedava (Gl 5.9).” Naquela época, na Palestina a fermentação poderia passar rapidamente para a decomposição. O fermento, portanto, penetra toda a massa e a estraga.
Mas qual era o fermento dos fariseus e de Herodes? O orgulho e a dureza do coração. Uma pequena dose desse fermento pode estragar a pessoa por inteiro. Levam a um entendimento superficial e distorcido sobre Jesus.
Sobre a ligação entre fariseus e herodianos, leiamos Mc 3.6:
Mark 3:6 NAA
6 Os fariseus saíram dali e, com os herodianos, logo começaram a conspirar contra Jesus, procurando ver como o matariam.
V. 16
Os discípulos estão claramente desorientados. “Entre si” indica que não incluíram Jesus na conversa.
Os discípulos, de forma semelhante aos fariseus, não estavam compreendendo o ser e os feitos de Jesus. Qual a diferença entre os discípulos e os fariseus nesse caso? Jesus deixou os fariseus (v. 13), mas continuou sendo o Mestre incansável dos discípulos. Esses não foram abandonados por Jesus.
Vv. 17-21
Com a série de perguntas retóricas, Jesus adverte os discípulos, pois eles não estavam entendendo o que estava acontecendo. Jesus queria que os discípulos abandonassem o pessimismo e tivessem confiança Nele.
Jesus relembra dos números das multiplicações. Queria lembrá-los do que havia feito.
O sentido das perguntas: “diante do que acabou de acontecer duas vezes, Eu não sou capaz de nos alimentar com apenas um pão?”
As palavras e as obras de Jesus devem ser objeto de meditação e levadas ao coração. Não podem ser esquecidas.
A última pergunta feita aos discípulos - “Vocês ainda não compreendem?” - será respondida na seção 2 do evangelho. A falta de entendimento deles será demonstrada várias vezes. Eles tinham visto as duas multiplicações, mas tinham entendido vagamente seu significado. Muitos sinais lhes haviam sido dados, ao contrário dos fariseus, mas eles ainda não tinham entendido.
A partir daqui, Jesus dedica mais esforço para que os discípulos entendessem Seu ministério.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Reino de Deus é para todos os povos (tanto para judeus quanto para gentios). Multiplicações dos pães.
Jesus insiste com Seus discípulos para que entendam quem Ele é.
Muitas vezes somos tardios de coração para entender quem é Jesus. Ele é o pão que desceu dos céus e que, ao ser rasgado e comido, nos dá a vida.
Nosso entendimento sobre Jesus é tardio, mas vem gradualmente. Por isso, precisamos desejar conhecer a Jesus com todo o nosso coração.
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