Expiação Definida - Jo 6.37-40

As Doutrinas da Graça  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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introdução

Dos cinco pontos do calvinismo, o que também chamamos de doutrinas da graça, este é o ponto mais complexo, é aquele que oferece o maior número de rejeição.
É o terceiro ponto das doutrinas da graça, que representa a terceira pétala da flor do calvinismo que é a TULIP (inglês), representado pela L, que significa, Limited Atonement, traduzido por Expiação Limitada.
Sabemos que este termo não é muito feliz, pois pensar em expiação limitada, parece demonstrar que Jesus Cristo tem pouco poder.
O adjetivo limitada, não está na verdade falando do poder da obra de Cristo, mas da intenção, significa dizer, que a obra de Cristo é limitada quanto a sua intenção.
De acordo com o que aprendemos na última semana com as escrituras, sabemos que Deus elegeu um povo específico, por meio da eleição incondicional, o segundo ponto do calvinismo.
Logo, se Deus elegeu antes da fundação do mundo um povo específico, então, a obra de Cristo é para um povo específico e não para todas as pessoas.
Por isso, assim como vários teólogos que preferem o termo Expiação definida, adotamos esta mesma nomenclatura neste sermão desta noite.
Apesar da necessidade de redefinir termos, o que fica evidente é que as doutrinas da graça tem uma fina conexão entre um ponto e outro, e esta conexão é lógica e teológica.
O propósito definido da expiação é uma conclusão lógica e teológica da eleição de pessoas definidas pelo Pai.
Jesus disse em sua palavra que veio realizar a vontade do Pai, o Pai lhe deu um número de pessoas, e Cristo salva e não perde nenhuma das pessoas que ele lhe deu.
John 6:38–39 NVI
38 Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. 39 E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia.
Logo, a ideia é que Cristo não vem fazer uma missão diferente daquela envolvida na eleição do Pai, uma pessoa só pode ser alvo pela obra de Cristo, se antes foi alvo da eleição feita pelo Pai.
Isto é, só vem a Cristo aqueles que foram dados a ele por meio da eleição do Pai.
John 6:37 NVI
37 Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.
Podemos então chegar a conclusão lógica e teológica de que se a eleição do Pai foi específica, a morte de Cristo precisa ser pelo mesmo grupo específico que o Pai escolheu.
Feita esta introdução, eu pretendo demonstrar por diversos textos bíblicos a eficácia da expiação, como ela é feita por um povo específico, porque devemos evitar a expiação universal e por fim, apresentar alguns textos que aparentam contradição a expiação limitada, mas que o contexto mostra que não há contradição.

1. A expiação definida e sua eficácia;

Sempre que se fala sobre a expiação de Cristo, algumas perguntas são levantadas.
Uma delas é:
A morte de Cristo salva pecadores, ou torna possível a salvação deles?
Essa pergunta é importante, pois ela é definidora da maneira como você crê, se tem inclinações reformadas ou arminianas.
Os arminianos acreditam que a morte de Cristo possibilita a salvação, ou seja, abre uma porta de oportunidade para pecadores serem salvos se quiserem.
Porém, como reformados, cremos no contrário, a expiação não é uma possibilidade ou porta aberta condicionada a decisão humana, mas é a própria salvação, é a dívida dos pecados sendo paga eficazmente por Cristo.
Então, crer na expiação definida, é acreditar que a morte de Cristo assegurou a salvação aos eleitos de Deus.
Um exemplo oportuno é pensar na saída do povo de Deus do Egito, Deus não apenas possibilitou a libertação, ele efetivamente libertou o povo da escravidão no Egito.
Deus não somente possibilitou a libertação, ele efetivamente resgatou, tirou o povo do Egito.
Foi isso que Cristo fez na Cruz ao morrer por seu povo.
Colossians 1:13–14 NVI
13 Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, 14 em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados.
Biblicamente falando, ainda que tenham textos que aparentam o contrário, que Cristo morreu pelo mundo todo, para salvar todas as pessoas, isso é problemático.
Pois todas as vezes que ampliamos o alcance da expiação, a sua eficácia é enfraquecida.
Em outra palavras, se universalizamos a extensão da salvação, acabamos por diminuir a sua eficácia, pois nem todos serão salvos.
Se ele morreu por todos, ele salvou uma quantidade bem pequena de pessoas. Isso não corrobora com o ensino das escrituras.
Quero agora ler com você uma série de textos que defendem a eficácia da expiação de Cristo, ou seja, que apontam para a morte de Cristo garantindo a salvação.
Matthew 1:21 NVI
21 Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”.
A ideia aqui é de eficácia, ou seja, Jesus recebe o nome que tem, de acordo com a missão que recebeu, ser o Salvador do seu povo.
Ninguém pode ser considerado salvador de um povo cativo, por apenas abrir uma possibilidade de salvação, sem efetivamente garantí-la.
Luke 19:10 NVI
10 Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.
Perceba, o texto não diz que ele veio oferecer uma oportunidade, ele veio efetivamente buscar e salvar o que estava perdido.
Galatians 1:3–4 NVI
3 A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo, 4 que se entregou a si mesmo por nossos pecados a fim de nos resgatar desta presente era perversa, segundo a vontade de nosso Deus e Pai,
Ele nos arranca, nos resgata, a ação é efetiva.
O sentido no texto é expresso como erguer uma pessoa para fora do perigo em segurança.
Resgatar no grego está no tempo verbal aoristo, e é usado pelo autor para apresentar a ação do verbo como um evento instantâneo, ou seja, não uma possibilidade, mas uma realidade que Cristo resgata do mundo perverso.
1 Peter 2:24 NVI
24 Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados.
Hebrews 9:12 NVI
12 Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, de uma vez por todas, e obteve eterna redenção.
Aqui em Hebreus, isso fica bastante evidente, pois a ideia de obteve eterna redenção, tem o sentido de encontrar, alcançar, ter sucesso imediato.
John 1:29 NVI
29 No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
John 17:6 NVI
6 “Eu revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; tu os deste a mim, e eles têm obedecido à tua palavra.
John 17:12 NVI
12 Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei no nome que me deste. Nenhum deles se perdeu, a não ser aquele que estava destinado à perdição, para que se cumprisse a Escritura.
Vejamos, temos diversos textos, vários autores e todos eles apontando para a eficácia da expiação, ou seja, efetivamente Cristo veio assegurar a salvação para seu povo.
mAlguém pode dizer, mas se Cristo vem assegurar a salvação sem considerar a vontade do homem, isso é muito autoritário da parte de Deus.
Mas veja, a depravação total diz que a vontade humana não se voltará para Deus, pois ela está escravizada pelo pecado, dominada por Satanás e guiada pelo sistema do mundo.
Então, Cristo não poderia vir apenas possibilitar a salvação, pois não teria nada de gracioso nisso, pois se ele apenas abrisse a porta, nossa vontade que é cativa ao pecado nos impediria de entrar no reino.
A glória da graça de Cristo na Salvação está no fato de ele vir para efetivamente salvar aqueles que o pai lhe deu.
Cristo vem pagar nossa dívida diante de Deus sem perguntar se queremos que ele pague, pois por estarmos mortos, mal reconheceríamos que estamos em dívida com Deus.
Romans 5:8 NVI
8 Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.
Colossians 2:13–14 NVI
13 Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, 14 e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz,
A graça da expiação limitada está no fato de Cristo salvar efetivamente aqueles que o pai lhe deu, que sem a obra de Cristo não mostrariam nenhuma disposição para a salvação.

2. A expiação definida e seu alvo definido.

Bom, além de falar da eficácia da expiação, ou seja, de entender biblicamente que Cristo assegura a salvação.
Precisamos entender agora qual foi o alvo da morte de Cristo, já sabemos que ele salva de fato.
Por quem Cristo morreu?
A escritura também apresenta textos diversos a respeito do alvo da expiação.
Matthew 1:21 NVI
21 Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”.
Podemos mencionar novamente este texto para mostrar que o Anjo que aparece a José, diz a ele que a obra de Cristo tem um alvo definido, ele deve salvar "seu povo" dos pecados.
John 10:14–15 NVI
14 “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15 assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.
Estes textos vão nos mostrando que o alvo da morte de Cristo não é salvar a todos, mas aquele povo que o pai o deu por meio da eleição incondicional.
John 13:1 NVI
1 Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
John 15:9 NVI
9 “Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor.
Os textos a seguir dizem que Cristo morreu pela igreja.
Acts 20:28 NVI
28 Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue.
Ephesians 5:25 NVI
25 Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela
Estes textos vão nos mostra que a expiação de Cristo é definida, "seu povo", "suas ovelhas", "amou os seus", "morreu pela igreja", "se entregou pela igreja".
Além disso, sabemos também que Cristo em seu ministério como intercessor, intercede por aqueles que ele veio salvar, de forma definida, e não por todos.
John 17:6–9 NVI
6 “Eu revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; tu os deste a mim, e eles têm obedecido à tua palavra. 7 Agora eles sabem que tudo o que me deste vem de ti. 8 Pois eu lhes transmiti as palavras que me deste, e eles as aceitaram. Eles reconheceram de fato que vim de ti e creram que me enviaste. 9 Eu rogo por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus.
Percebe que há aqui neste texto uma clara distinção, se ele morresse por todos, porque ele rogaria apenas por alguns.
Veja, não faz sentido um sacerdote que faz sacrifícios por todos, mas intercede apenas por alguns, isso é estranho ao ensinamento bíblico.
Logo, devemos entender que ele intercede apenas por aqueles por quem ele ofereceu-se como sacrifício eficaz para salvação.
Romans 8:33–34 NVI
33 Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós.
Ele intercede pelos seus eleitos, pela igreja comprada por seu sangue.
Até aqui, mostrei a fundamentação bíblica que comprovam a eficácia da salvação e seu alvo definido para alcançar os eleitos e não deixar que nenhum se perca.
Agora quero apresentar os problemas de crer na expiação universal, ou ilimitada.

3. E seu eu crer na expiação universal, tem algum problema?

Há várias razões teológicas que nos levam a defender a expiação definida, ou seja, a salvação de Cristo voltada a um grupo específico de pessoas dado a ele pelo pai por meio da eleição.
E negar a doutrina arminiana da expiação universal, que defende que Cristo morreu por todos os homens sem exceção, pois ela fere a doutrina cristã em muitos aspectos.
São pelos menos 6 razões que nos levam a negar a expiação universal ou ilimitada. Visão defendida pelos arminianos.
1. A expiação universal fere a obra conjunta da Trindade na salvação;
Deus decretou na eternidade o número dos eleitos que o Filho salvaria por meio da sua vida, morte e ressurreição, que seriam chamamos de forma eficaz pelo poder do Espírito Santo.
Logo, não faz sentido a expiação ilimitada, ou universal, se Deus elegeu um número definido de pessoas, o filho não poderia morrer pelo mundo todo e o Espírito convencer do pecado um número diferente de pessoas do Pai e do Filho.
Se assim fosse, isso mostraria que a trindade não estaria trabalhando em sintonia.
Mas a teologia nos mostra que as obras da trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), são indivisíveis, são coesas, um coopera com o outro, um glorifica o outro em sua ação na obra da redenção.
2. A expiação universal fere a sabedoria de Deus;
Como isso acontece?
Bom, se Deus conhece todas as coisas não faria sentido ele enviar Cristo para morrer por aqueles que ele sabia que se perderiam, ou que ele decretou que se perderiam, visto que ele não os elegeu.
Isso seria tornar Deus tolo ao invés de sábio.
1 Corinthians 1:30–31 NVI
30 É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, 31 para que, como está escrito: “Quem se gloriar, glorie-se no Senhor”.
3. A expiação universal fere a justiça de Deus;
Pelo fato de Deus ser justo, o pecado precisa ser julgado e sua dívida paga, e a escritura nos ensina que Cristo pagou a dívida pelo nosso pecado e satisfez a justiça de Deus.
John 19:30 NVI
30 Tendo-o provado, Jesus disse: “Está consumado!” Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito.
Cristo de fato pagou a dívida pelos pecados. Ela está quitada.
Porém, se defendermos a expiação universal teremos um problema com respeito a justiça de Deus.
Pois se Cristo pagou a divida pelos pecados do mundo sem exceção, mas nem todos serão salvos.
Logo, aqueles que serão condenados, pagarão uma segunda vez a dívida pelo seu pecado eternamente do inferno.
Na lei humana existe um princípio de que um crime não pode ser punido duas vezes, os estatutos legais referentes à dupla incriminação, proíbem o que os juristas chamam de penalização múltipla.
Ou seja, se uma pessoa é sentenciada a dez anos de prisão, após o pagamento da pena, não há nenhuma corte que possa manda-la cumprir novamente a pena.
Ou se eu tomo uma multa de trânsito, e alguém paga esta multa em meu lugar, ninguém pode exigir que eu a pague também.
Se a justiça humana que é falha, reconhece que isso é injusto, logo, Deus que é justo não pode exigir pagamento duas vezes pelos pecados, isso o tornaria injusto, algo que é impossível de acontecer, pois a Bíblia diz que Deus é imutável.
Portanto, se o pecado de alguém foi punido na pessoa de Cristo em sua morte, Deus não pode punir o pecador pelo mesmo crime.
Logo, Se Cristo morreu pelos pecados de todo o mundo sem exceção, todos deverão ser salvos.
Mas sabemos que isso não acontece, nem todos serão salvos.
Então, porque Deus é justo e não pune duas vezes o pecado, ele morreu eficazmente apenas pelo povo eleito e os salvará, com já vimos que Cristo faz.
4. A expiação universal fere o poder de Deus;
O teólogo Inglês John Owen ao pensar nisso raciocinou da seguinte forma:
- Se Cristo morreu por todos, porque nem todos estão livres do pecado?
Muitos responderiam assim: Ah, porque eles foram incrédulos;
- Owen faria outra pergunta:
Mas incredulidade não é um pecado? Se não for um pecado, porque os homens são punidos pela incredulidade, mas se é pecado, porque não está entre os perdoados?
Com estas perguntas de Owen, entendemos que justificar que Cristo morreu por todos, mas que nem todos se salvam porque são incrédulos.
Coloca em xeque o poder de Cristo, pois há um pecado que ele não tem poder de perdoar.
É como aquele comercial de sabonete antibacteriano, que promete combater 99% de bactérias.
Seria como dizer que Cristo expiou 99% dos pecados, mas não conseguiu alcançar a incredulidade, confirmar isso, como fazem os que defendem a expiação universal, é enfraquecer o poder de Deus na obra de Cristo.
Não há com sustentar isso biblicamente.
5. A expiação universal fere a satisfação da Obra de Cristo;
Se Cristo morreu por todos sem exceção, então o plano de Deus foi frustrado, pois salvou apenas uma minoria.
Se olharmos para nosso mundo atual apenas, e pensarmos em proporção daqueles que são salvos diante de toda a população mundial, Cristo alcançou uma minoria.
Que alegria ou satisfação haveria em morrer por todos, e alcançar somente alguns?
Não há nenhuma satisfação ou alegria nisso.
Isso mostraria que o sangue de Cristo que é tão precioso como diz as escrituras foi derramado em vão.
Mas o texto que lemos no início diz que nenhum se perderia, ou nenhum deixaria de ser alcançado.
John 6:39–40 NVI
39 E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40 Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”.
O profeta Isaías diz que o Senhor ficou satisfeito com sua obra, por ter cumprido eficazmente seu propósito.
Vejamos na Almeida Revista e Atualizada.
Isaiah 53:11 ARA
11 Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
Se Cristo morre por todos e salva uma minoria, não tem motivo de satisfação, sua morte seria ineficiente.
Por isso não podemos defender a expiação universal, ela fere a satisfação da obra de Cristo.
6. A expiação universal fere o amor de Deus;
Na expiação universal os arminianos dizem que Deus ama a todos, mas vemos na escrituras que nem todos serão salvos.
Isso faz com que o amor de Deus uma vez demonstrado na morte de Cristo, se transforme em ódio e ira.
Os arminianos defendem que Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho para morrer por todo o mundo, e isso significa todas as pessoas sem exceção.
Porém, aquelas pessoas que não creem, Deus deixa de amá-las e passa a odiá-las e apontar sobre elas sua ira, pois se não serão salvas, passarão a eternidade no inferno.
Na visão da expiação universal, o amor de Deus se transforma em ódio e ira, isso é gravíssimo e anti-bíblico.
Pois descreve o amor de Deus, como limitado e mutável.
Além do que é um amor sem lógica, pois diz que Deus ama a todos, mas não prove os meios para salvar a todos.
Que amor volátil, frágil que ama o mundo dando o seu filho, mas depois muda de ideia lançando pessoas no inferno.
Definitivamente este não é o amor Bíblico que é imutável e inabalável.
Malachi 3:6 NVI
6 “De fato, eu, o Senhor, não mudo. Por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos.
Psalm 100:5 NVI
5 Pois o Senhor é bom e o seu amor leal é eterno; a sua fidelidade permanece por todas as gerações.
Jeremiah 31:3 NVI
3 o Senhor lhe apareceu no passado, dizendo: “Eu a amei com amor eterno; com amor leal a atrai.
A expiação universal fere o amor de Deus, e vai contra o que a escritura ensina sobre seu amor eletivo e eficaz por aqueles que o pai deu como povo definido a Jesus Cristo.
Então, diante de tudo isso que vimos até aqui, que quando a teologia reformada ensina a expiação definida, ela mostra coesão com o todo do ensino bíblico.
Mas nós sabemos que tem algumas passagens na escritura que parecem defender a expiação universal.

4. Textos que aparentam defender a expiação universal;

Por isso vamos analisar rapidamente alguns textos e mostrar que pela força do contexto em que estão inseridos veremos que ao nos aproximarmos do texto a aparente defesa da expiação universal desaparece.
A Bíblia apresenta pelos menos dois tipos de passagens que são usadas por aqueles que acreditam numa expiação universal, como texto prova de que Cristo morreu por todos.
São os textos que mostram a palavra "mundo", e que mostram a palavra "todos".
a. Mundo;
Por que existe confusão na leitura destes textos?
Porque normalmente tendemos a ler estes textos como se mundo abrangesse todas as pessoas sem exceção.
Mas a teologia do Novo Testamento, usa a palavra mundo de maneiras distintas.
Podemos inclusive defender que em nenhum momento o uso de mundo aponta para todas as pessoas sem exceção.
John 1:10 NVI
10 Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu.
Três vezes a palavra mundo aparece, no grego é a palavra "kosmos", tendo três sentidos diferentes.
No NT, mundo aparece como universo material, mundo como sistema de pensamento, mundo como local geográfico, mundo como uma grande quantidade de pessoas.
Vamos aos textos.
John 3:16 NVI
16 “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
O mundo do verso 16 é o mesmo mundo salvo por Cristo no verso 17.
John 3:17 NVI
17 Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.
Aqui vemos que esse mundo é salvo por Jesus, então Jesus não está falando de um mundo que permanece incrédulo, no verso 17 esse mundo é salvo por Jesus, diz respeito não a todos sem exceção, mas aos que creem de todo o mundo (local física, e grande quantidade de pessoas).
Vale lembrar que este texto pertence a um contexto que é parte de uma conversa com Nicodemos, um religioso que acreditava que por ser judeu tinha prioridade e exclusividade na salvação.
Aliás, se você continuar lendo João, chegará ao capítulo 4 onde fala da salvação dos samaritanos.
Por que este texto está ali logo depois do capítulo três?
Com o propósito de demonstrar que "mundo", não se trata de todas as pessoas sem exceção, mas todas as pessoas sem distinção, ou seja, o amor de Deus alcança gente distinta de todas as partes, não só judeus religiosos.
John 4:42 NVI
42 E disseram à mulher: “Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo”.
Veja, os samaritanos reconhecem que Cristo é efetivamente o salvador do mundo.
Mas se ele não salva todos sem exceção, o que mundo significa então?
Mundo significa pessoas de diferentes raças, de lugares distintos, de culturas diversas, de eras diferentes.
O próprio João ao ter uma visão real do céu pode nos ajudar a entender a expressão todos.
Revelation 5:9 NVI
9 e eles cantavam um cântico novo: “Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação.
Então quando lembrar de João 3.16, e dos demais textos que falam do amor de Deus por todos, por meio da cruz de Cristo, não se trata de todas as pessoas sem exceção, mas sim, de gente do mundo todo sem distinção.
Galatians 3:28 NVI
28 Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.
b. Todos;
Os textos que usam a palavra "todos, parecem defender a ideia de universalidade também, mas vamos visitar um exemplo destes textos.
De novo, a confusão aqui é por entender todos como todas as pessoas sem exceção, mas a teologia reformada ao interpretar estes textos, defende que todos significa todos sem distinção.
1 Timothy 2:3–6 NVI
3 Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, 4 que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. 5 Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, 6 o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo.
Como resolver essa aparente ideia de expiação universal no verso 6?
Basta respeitarmos o contexto maior do texto.
1 Timothy 2:1–2 NVI
1 Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; 2 pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.
Paulo está se referindo a todos não como cada pessoa sem exceção, mas pessoas sem distinção, representadas aqui nas classes sociais, reis, autoridades, líderes políticos, governantes diversos, etc.
De novo, o foco é a salvação de gente distinta, e não de todas as pessoas sem exceção.
Revelation 7:9–10 NVI
9 Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas. 10 E clamavam em alta voz: “A salvação pertence ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro”.
Com estes textos que representam estas duas classes onde encontramos as expressões mundo e todos, dando a ideia de expiação universal.
Podemos dizer que é possível explicar a luz do contexto de cada texto que a escritura não defende nenhum tipo de expiação universal, por isso não devemos defender também.
Termino dizendo, que se Cristo morreu para assegurar de forma eficaz e definida a salvação para todos que o pai o deu por meio da eleição.
Devemos ser uma comunidade que acredita tanto no poder do evangelho que o ama, vive e prega a tempo e fora de tempo, sabendo que por meio do evangelho, Cristo atrairá para si aqueles que o Pai lhe deu.
E o fará por meio de comunidades obedientes que amam e vivem para pregar o evangelho, fazer discípulos e plantar igrejas.
SDG
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