A confirmação da nossa fé

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Texto chave:
1 John 5:1–5 ARA
1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. 2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. 3 Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, 4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. 5 Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?
1. INTRODUÇÃO
O apóstolo João escreveu o evangelho para os incrédulos e esta carta para os crentes. O propósito do evangelho era levar os incrédulos a crerem em Cristo, o Filho de Deus, a fim de terem vida em seu nome (Jo 20.31). O propósito desta carta era dar aos crentes em Cristo a certeza da vida eterna (5.13).
Depois de desmascarar os falsos profetas que disseminavam suas heresias, tentando enganar os crentes, mostrando que eles não conhecem a Deus, não são de Deus, mas do Maligno, do mundo e, por isso, saíram da igreja, João, agora, fala sobre as certezas daquele que é nascido de Deus.
O texto em apreço fala sobre certezas que marcam a vida do verdadeiro crente.
2. QUEM SÃO OS FILHOS DE DEUS (5.1–5)
Ao longo desta carta, João elaborou três provas irrefutáveis para distinguir um crente falso de um crente verdadeiro. O crente verdadeiro é conhecido por três provas fundamentais: a fé, a prova doutrinária; o amor, a prova social; e a obediência, a prova moral. A fé, o amor e a obediência são as provas cabais de que pertencemos à família de Deus.
2.1. Salvo é aquele que crê da maneira certa - Fé
Em primeiro lugar, o crente é conhecido pela sua fé em Cristo (5.1,4,5).
1 John 5:1–5 ARA
1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. 2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. 3 Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, 4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. 5 Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?
Algo interessante nos passa despercebido, é que essa fé dogmática, objetiva, está intimamente ligada ao processo da salvação.
Quando falamos em salvação pela fé, logo vem à mente “somo salvos pela fé em Cristo”. Mas não é bem isso que as escrituras ensinam não.
A fé não é base ou fundamento da salvação; a expiação de Cristo é a única base ou fundamento de salvação. A fé não é a causa eficiente de salvação; a causa eficiente é a graça de Deus. Antes, somos justificados somente pela fé num sentido instrumental. A fé é o instrumento, ou meio, pelo qual recebemos a graça de Deus em Cristo.
Muitos cristãos, até nos dias de hoje, acham que fé é algo interno, subjetivo, se relaciona apenas com uma crença na existência de Jesus
“Eu creio em Jesus, então estou salvo...”
“Eu creio que Jesus existe, então, estou salvo...”
Mas não é apenas este tipo de fé relacional e subjetiva que é instrumental da salvação. Crer na existência pessoal e histórica de Jesus até os demônios creem, e não são salvos por esta fé, vejamos:
James 2:19 ARA
19 Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem.
Somente crer na existência pessoal e histórica de Jesus não promove salvação, se promovesse os demônios estariam salvos, o liberais estariam salvos, os professores de história, etc.
A fé instrumental que é meio de salvação não é apenas o aspecto subjetivo de “crer em Jesus”, mas a fé completa, “crer em Jesus” e “Crer em toda a revelação bíblica sobre Jesus” que é a fé doutrinal. A fé salvífica é mais que uma crença subjetiva, é uma fé experimental de toda a revelação bíblica.
A fé que se relaciona com a salvação, ou seja, a fé instrumental da salvação é a fé dogmática, objetiva, doutrinal, vejamos o texto de Efésios:
Ephesians 2:8 ARA
8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
Essa fé aqui tratada não é apenas a fides qua, a fé relacional, mas a doutrinária. Em outras palavras, poderíamos interpretar ou traduzir esse verso da seguinte forma: “Porque pela Graças sois salvos, mediante o depósito de fé em Jesus, através do pleno conhecimento das escrituras; e isto (Graças e Escrituras) não vem de vós; é dom de Deus.”
Agora vamos raciocinar um pouco. Pensar não dói.
· Se o conhecimento das escrituras é o meio, o aspecto instrumental de se apropriar da Graça, e, portanto, da salvação em última análise;
· então,
· a falta desse conhecimento pode implicar em uma falta de apropriação da graça salvadora, o que redunda em condenação.
Veja o que João diz sobre a salvação,
1João5:4-5
1 John 5:4–5 ARA
4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. 5 Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?
É por esta razão que João no capítulo 2:3 relaciona a salvação com a obediência.
1 John 2:3–6 ARA
3 Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. 4 Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. 5 Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: 6 aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.
Então podemos concluir que a fé correta e completa em Cristo concede dois benditos privilégios: primeiro, participação na família de Deus (5.1); segundo, vitória sobre o mundo (5.5).
Aqueles que pertencem à família de Deus por crerem que Jesus é o Cristo são aqueles que vencem o mundo. Não há pertencimento à família de Deus nem vitória sobre o mundo para aqueles que negam a divindade e a humanidade de Cristo.
2.2. Salvo é aquele que ama a Deus e o próximo
Em segundo lugar, o crente é conhecido pelo seu amor a Deus e aos filhos de Deus (5.1,2). “[…] e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus…”
Se a fé em Cristo é a prova doutrinária que evidencia a legitimidade da nossa experiência cristã, o amor a Deus e aos irmãos é a prova social.
É impossível amar os filhos de Deus sem amar a Deus, assim como é impossível amar a Deus sem amar seus filhos (4.20,21).
1 John 4:20–21 ARA
20 Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. 21 Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.
O amor é a apologética final (Jo 13.35).
John 13:35 ARA
35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.
Não é o amor que nos salva, mas ele é o apanágio dos salvos. O amor não é a causa da salvação, mas a sua evidência.
2.3. Salvo é aquele que obedece aos mandamentos bíblicos
Em terceiro lugar, o crente é conhecido pela sua obediência aos mandamentos de Deus (5.2,3). “Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos.”
O amor a Deus é provado pela obediência a Deus.
O amor a Deus não consiste de palavras faladas, mesmo que bem-intencionadas, mas de determinadas ações que demonstram obediência aos mandamentos de Deus.
O amor a Deus e ao próximo não é tanto uma experiência emocional. O amor aos irmãos expressa-se em serviço sacrificial (3.17,18) e o amor a Deus, em guardar seus mandamentos (5.2).
3. QUEM É JESUS CRISTO (5.6–12)
O apóstolo João escreve:
1 John 5:6–12 ARA
6 Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. 7 Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. 8 E três são os que testificam na terra]: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito. 9 Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do seu Filho. 10 Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho. 11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. 12 Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.
Nenhuma doutrina foi mais atacada ao longo dos séculos do que a doutrina de Cristo. Esta doutrina não é uma questão secundária nem lateral, mas está no núcleo do cristianismo. Como podemos saber que Jesus Cristo é Deus? Os principais sacerdotes e os fariseus do seu tempo chamaram-no de embusteiro (Mt 27.63). Outros disseram que ele foi um religioso fanático. Os gnósticos diziam que ele era apenas um homem comum, sobre o qual veio o Cristo no batismo, o qual o deixou quando foi crucificado.
Esta passagem foi motivada pela necessidade de contra-atacar uma marca sutil de gnosticismo ensinada por um filósofo de Éfeso, chamado Cerinto. Cerinto ensinava que Jesus de Nazaré tornou-se filho de Deus ao ser batizado por João Batista no rio Jordão (Adocionismo). Ele afirmava que o Cristo divino desceu sobre o homem Jesus nesta época, e abençoou o seu ministério, mas partiu antes do sofrimento da crucificação.
João refuta estas ideias gnósticas e coloca o machado da verdade na raiz desta perniciosa heresia.
O apóstolo João deixa claro que o Espírito da verdade testifica na terra com a água e o sangue, de forma unânime e com o mesmo propósito, que Jesus é o Cristo, que ele é humano e divino em contraposição às heresias do gnosticismo. Dessa forma temos dois tipos de testemunho: objetivo e subjetivo; histórico e experimental.
O batismo e a morte de Cristo são evidências históricas e concretas da sua natureza divino-humana; porém é o Espírito quem convence as pessoas da verdade destas evidências, por meio da pregação do evangelho e do ensino bíblico (At 5.32).
4. A ORAÇÃO E A PROTEÇÃO DE DEUS (5.13-19)
1 John 5:13–19 ARA
13 Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus. 14 E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. 15 E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito. 16 Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue. 17 Toda injustiça é pecado, e há pecado não para morte. 18 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. 19 Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.
4.1. Jesus ainda responde nossas orações?
Uma coisa é saber que Jesus é Deus e que somos filhos de Deus; mas e quanto às necessidades e problemas da vida diária? Jesus ajudou as pessoas quando estava aqui na Terra; será que ele ainda as ajuda? Os pais humanos tomam conta dos filhos; será que o Pai celestial responde quando seus filhos o chamam?
Muitas pessoas se frustram quando oram e não obtém a resposta desejada. Mas será por que isso ocorre?
Nem toda oração é respondida. Existem certas condições para se ter uma oração respondida da forma como esperada. O verso 14 começa a nos clarear a mente sobre isso, vejamos:
1 John 5:14 ARA
14 E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.
PRIMEIRAMENTE, é preciso dizer que para que uma oração seja respondida da forma como esperada, é necessário que a ORAÇÃO SEJA SEGUNDO A VONTADE DE DEUS.
EM SEGUNDO LUGAR, não deve haver obstáculos tais como:
· O coração não deve nos condenar (1 Jo 3:21-22. “21 Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; 22 e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável”).
· O pecado não confessado é um obstáculo sério ao recebimento de respostas de oração (Sl 66:18 - 18 “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido”.).
· É interessante observar que desentendimentos entre maridos e esposas cristãos podem ser um empecilho a suas orações (1 Pe 3:1-7).
· Se existe algo entre nós e outro cristão, é preciso resolver a questão (Mt 5:23-25).
· E a menos que o cristão permaneça em Cristo, suas orações não serão respondidas (Jo 15:7 - 7 “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito”.).
4.2. Deus guarda os seus filhos
1 John 5:18–19 ARA
18 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. 19 Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.
Algumas certezas podemos extrair desses últimos versículos.
A primeira certeza é que o mundo jaz o maligno. Essa é uma verdade objetiva, incontestável, irrefutável.
Mas o texto também deixa claro que temos uma proteção especial de Deus. Esse Maligno não pode tocar os filhos de Deus.
Aquele que nasceu de Deus é diferente daquele que é nascido de Deus. Aquele que nasceu de Deus é Jesus, e não o crente. Em outras palavras, não é o crente que se guarda, mas é Cristo quem o guarda. É o Filho de Deus que mantém os crentes firmes. Aquele que nasceu de Deus guarda a todo aquele que é nascido de Deus.
Isto não quer dizer que não somos tentados.
Precisamos entender corretamente o que significa a expressão: “e o Maligno não o toca”. A palavra tocar só aparece mais uma vez no Novo Testamento e foi traduzida por “deter” (Jo 20.17). O Maligno não pode mais deter e controlar o crente, salvo por Cristo e guardado por ele. Jesus é o nosso escudo. Ele é o nosso Salvador e também o nosso protetor.
5. CRISTO É VERDADEIRO DEUS E DEVE SER ADORADO
1 John 5:20 ARA
20 Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
João conclui sua epístola fazendo duas declarações contundentes: reafirmando a veracidade de Jesus e alertando para o engano dos ídolos.
Primeiramente João conclui refutando a principal heresia gnóstica de Éfeso, ao afirmar que só existe um Deus verdadeiro, Jesus, o Cristo. Jesus Cristo é o Deus verdadeiro. Conhecemos Aquele que é verdadeiro e estamos no que é verdadeiro. Temos o que é real.
Em segundo lugar João escreve para cristãos na cidade de Éfeso, uma cidade dedicada à idolatria. O templo de Diana, uma das maravilhas do mundo antigo, ficava em Éfeso, e a confecção e comercialização de ídolos era uma das principais ocupações dos efésios (At 19:21-41). Uma vez que se encontravam cercados pela idolatria, os cristãos de lá sofriam pressões tremendas para viver como o restante dos efésios.
Éfeso era também a cidade de magia e feitiçaria. Toda forma de seitas e ocultismos grassava ali. A astrologia florescia. Encantamentos, exorcismos e religião mística estavam disponíveis em qualquer esquina. Acrescentado a tudo isso, ainda havia o culto a César. Domiciano exigiu o culto a César em Éfeso até a sua morte em 96 d.C.
1 John 5:21 ARA
21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
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