Ordenação do Luan - Catanduvas

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Intro

Existem na escritura alguns textos que falam sobre o ministério pastoral, e o que dele é exigido, temos uma lista em 1Tm 3, e Tito, nestas listas de requisitos tratam a respeito do caráter do pastor e da sua aptidão para ensinar.
Tendo em vista que estamos na ordenação do Luan, parto do pressuposto de que a própria comunidade de fé que o está ordenando já lidou com estas questões.
Quero pensar de forma prática, o que a congregação deve esperar como responsabilidade de um pastor.
Em primeiro lugar, precisamos antes de entrar no texto em questão, lembrar de algo importante, que vem em forma de mandamento da parte de Paulo à Timóteo, e que se aplica bem a todos nós enquanto pastores.
1 Timothy 4:15–16 NVI
15 Seja diligente nessas coisas; dedique-se inteiramente a elas, para que todos vejam o seu progresso. 16 Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina, perseverando nesses deveres, pois, agindo assim, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.
O apóstolo Paulo falou nesta segunda carta de tquatro compromissos que Timóteo deveria abraçar em seu ministério: a) não se envergonhar do evangelho, b) sofrer pelo evangelho e c) preservar o evangelho; agora, fala acerca do último compromisso: pregar o evangelho.
É sobre este último compromisso que quero pregar nesta noite.

A motivação para pregar o evangelho (4.1)

Antes de dar a ordem a Timóteo para pregar a Palavra, Paulo lhe oferece três poderosas motivações.
Em primeiro lugar, eles prestarão contas ao Juiz de vivos e mortos. Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos…(4.1a).
Antes de partir, Paulo passa às mãos de Timóteo o bastão do evangelho. Transfere para ele essa solene responsabilidade.
A palavra exorto, tem conotações legais e pode significar “testificar sob juramento” numa corte de justiça ou “dar testemunho solene”.
O momento é sério, e Paulo deseja que Timóteo reconheça sua importância.
Paulo diz a Timóteo: Você está diante de Deus e de Jesus Cristo, o Juiz de todos, devendo prestação de contas a ele.
O que pessoas dizem sobre você não terá importância no dia do juízo final, motivo pelo qual você deve libertar-se disso desde já, a fim de poder cumprir livremente sua tarefa, inclusive quando ela acarretar sofrimento e perseguição.
Paulo conhecia bem a personalidade de Timóteo. Ele era um jovem tímido.
Além disso, lidava com frequentes enfermidades. Esse jovem pastor estava à frente da igreja de Éfeso, a maior da época.
Era um tempo de perseguição e incansável ataque dos falsos mestres.
Os crentes da Ásia entraram numa debandada geral. As pressões externas e os temores internos eram gigantescos. Timóteo não podia fraquejar.
Bastava a Timóteo saber que ele é servo do Altíssimo e embaixador de Cristo Jesus.
Em segundo lugar, ele prestará contas ao Rei Vitorioso que virá em glória.… pela sua manifestação… (4.1b).
Devemos viver à luz dessa esperança. Devemos viver aguardando e apressando o dia da vinda de Cristo.
Somos o povo que não apenas aguarda ansiosamente a volta de Cristo, mas o povo que ama a vinda do Senhor (4.8).
Em terceiro lugar, ele prestará contas ao Rei que vem para estabelecer seu reino (4.1c).
A segunda vinda de Cristo será absolutamente distinta da primeira. Virá para estabelecer seu reino de glória.
Então, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que ele é Senhor. Anjos, homens e demônios precisarão se prostrar diante do Rei dos reis.
Jesus é o Rei que vem estabelecer seu reino de glória, e ele reinará com sua igreja pelos séculos dos séculos.
Essa verdade gloriosa deve ser a tônica para encorajar os pregadores a permanecerem firmes na proclamação do evangelho a um mundo rendido por falsas doutrinas.

A responsabilidade de pregar o evangelho (4.2)

Paulo passa da motivação de pregar o evangelho para o imperativo de sua proclamação: Prega a palavra… (4.2a).
Pregar a Palavra é a principal missão de um ministro. A Palavra tem supremacia, e a pregação, primazia.
O que um pastor deve pregar?
A Palavra de Deus, à Escritura, às sagradas letras, à sã doutrina, à verdade e à .
O pregador não pode pregar as próprias palavras. Não pode, também, torcer as palavras de Deus. Não pode subtrair nem acrescentar nada à Palavra.
Seu papel não é ser popular, mas fiel. Seu chamado é para pregar a Palavra, e não sobre a Palavra.
A Palavra é o conteúdo da mensagem e autoridade do mensageiro. O pregador não cria a mensagem; ele a proclama.
A Palavra de Deus é revelada aos seres humanos na forma escrita (Escrituras), na forma humana (Cristo) e na forma falada (pregação).
Warren Wiersbe explica que o verbo grego pregue significa pregar como um arauto.
Nos tempos de Paulo, o governante possuía um arauto especial que fazia as proclamações ao povo. Não era um embaixador com o privilégio de negociar; era um mensageiro com uma proclamação a ser ouvida e cumprida.
Essa mensagem do Rei não pode ser proclamada sem entusiasmo e convicção.
A pregação é vital para a igreja e o mundo. A fé vem pela pregação da Palavra. Uma igreja pode existir sem prédios, sem liturgia e até sem credo, porém não pode existir sem a pregação da Palavra.
Mas o que é pregação?
É a comunicação oral da verdade bíblica pelo poder do Espírito Santo, por intermédio de uma pessoa, a determinado público, com a intenção de salvar os perdidos e fortalecer os salvos.
A mensagem não é fruto da subjetividade do pregador, mas da exposição fiel da Palavra.
Não temos nenhuma liberdade para inventar a nossa mensagem, mas somente para comunicar a palavra proferida por Deus e agora entregue à igreja, em sagrada custódia.
Até aqui Paulo ordenou a Timóteo guardar a Palavra, sofrer pela Palavra e permanecer na Palavra. Agora, o apóstolo ordena que Timóteo pregue a Palavra.
Não basta conservar intacta a verdade, livre de heresia. Não é suficiente apenas preservar a sã doutrina.
A Palavra precisa ser proclamada com fidelidade, senso de urgência e no poder do Espírito Santo.
Quatro sinais devem caracterizar a proclamação da Palavra. Vejamos a seguir.
Em primeiro lugar, deve ser uma proclamação urgente.… insta, quer seja oportuno, quer não… (4.2b).
O pregador precisa ter um profundo senso de urgência.
Nas palavras do puritano Richard Baxter, o pregador deve pregar como se fosse um homem que está às portas da morte, pregando a pessoas que estão prestes a morrer.
Em segundo lugar, deve ser uma proclamação contextualizada.… corrige, repreende, exorta(4.2c).
Paulo se dirige a Timóteo como um comandante militar, dando ordens expressas: Prega! Corrige! Repreende! Exorta!
Pregar é exercer o papel de um arauto que comunica a urgente mensagem do Rei.
Corrigir significa convencer os que contradizem; trazer à luz os pecados; revelar um erro, mostrar o caminho da reconciliação.
Repreender é o confronto direto. Quando teu irmão pecar, corrige-o, quando se arrepender, perdoa-lhe (Mt 18.15). Como fez Paulo com o impuro de Corinto (1Co 5.1–8,13) e como fez Natã com Davi (2Sm 13.1–15).
Exortar significa chamar para estar perto, buscar para auxílio, consolar.
A Palavra fala a homens diferentes, em situações diferentes. O pregador deve ser fiel e ao mesmo tempo relevante.
Porque muitas pessoas se encontram atormentadas por dúvidas e precisam ser repreendidas; outras são perseguidas pelas dúvidas e precisam ser encorajadas.
É dever do pregador anunciar contextualmente as antigas verdades de Deus no tempo presente.
O sermão é uma ponte entre dois mundos, ligando o texto antigo ao ouvinte contemporâneo.
Em terceiro lugar, deve ser uma proclamação paciente.… com toda a longanimidade(4.2d).
A Palavra precisa ser pregada com toda a longanimidade. A palavra grega paciência significa o tipo de espírito que nunca se irrita, nunca se cansa, nunca se desespera.
É uma espécie de paciência triunfadora no trato com as pessoas. O pregador deve ser firme na Palavra e sensível com as pessoas.
Não é seu papel forçar os ouvintes. Ao contrário, deve ser brando para com todos e fugir das contendas (2Tm 2.24,25).
Stott tem razão em dizer que, mesmo sendo solene o nosso comissionamento e urgente a nossa mensagem, não se justifica uma conduta rude ou impaciente.
Em quarto lugar, deve ser uma proclamação fiel às Escrituras.… e doutrina (4.2e).
A Palavra precisa ser pregada com toda doutrina. A proclamação precisa ser repleta de ensino, ou seja, o anúncio precisa vir acompanhado do ensino.
O pastor precisa ser um evangelista, e o evangelista precisa ser um teólogo conhecedor das santas doutrinas.
O pregador precisa ser mestre, e o mestre precisa ser evangelista. As duas coisas (pregação e doutrina) andam juntas, e não separadas.
Mas, será que o tempo, a modernidade não mudam a ordem de Paulo, pois hoje muitas pessoas não querem ouvir.

A indisposição para ouvir o evangelho (4.3,4)

Paulo não ilude Timóteo com promessas vazias. Ele sabe que o tempo do fim é marcado por uma forte oposição ao evangelho.
Quais são as atitudes das pessoas?
Em primeiro lugar, as pessoas se sentirão ofendidas com a sã doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina…(4.3a).
O evangelho, as Escrituras, a Palavra, a sã doutrina nunca foram populares.
A verdade sempre fere mortalmente o orgulho do homem e denuncia a malignidade do seu pecado.
Naturalmente, a resposta do homem ao evangelho será hostil.
Quanto mais extraordinária for a avidez dos homens perversos por desprezar a doutrina de Cristo, mais zelosos devem ser os ministros em defendê-la e mais enérgicos seus esforços em preservá-la íntegra e proclamá-la com fidelidade.
Em segundo lugar, as pessoas se sentirão atraídas pelas novidades.… pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos (4.3b).
Além de repudiar a verdade, sentirão uma atração enorme pelas novidades e darão todo crédito aos falsos mestres.
As pessoas querem mestres que falem o que elas querem ouvir. Cercam-se daqueles que lhes darão exatamente o que desejam.
Preferem os pregadores da conveniência. Procuram não a verdade, mas o que lhes acalme o coração, enquanto permanecem em seus pecados.
Em terceiro lugar, as pessoas taparão os ouvidos à verdade e se lançarão no colo das fábulas. E se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (4.4).
Mesmo diante deste contexto de gente que se opõe ao evangelho, uma igreja bíblica precisa de líderes e discípulos que seguem firmes na pregação do Evangelho e em vivê-lo.

A obrigação de seguir em frente com o evangelho (4.5)

O desinteresse das pessoas em relação ao evangelho não deve determinar a atitude dos pastores e discípulos de Jesus.
Longe de desistir de pregar porque as pessoas estão mais interessadas em novidades que na verdade, Paulo ordena que Timóteo cumpra cabalmente o seu ministério de evangelista.
Nesse sentido, quatro atitudes devem ser tomadas pelos servos de Deus.
Em primeiro lugar, seja sóbrio em meio à rejeição reinante. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas…(4.5a).
Em vez de entrar no sistema e seguir a onda da maioria, Timóteo deveria manter-se íntegro na sua missão, pregando a verdade.
Não importa se os falsos mestres parecem mais atraentes e populares.
Não importa se eles ajuntam multidões mais numerosas. Não importa se o que eles pregam tem aceitação maior.
Timóteo precisa ser diferente. Ele não pode se deixar influenciar pela moda prevalecente.
No meio de uma geração embriagada e entorpecida pelo sucesso, pelo prazer e pela cobiça, Timóteo deve manter-se sóbrio em todas as coisas.
Ser sóbrio, significa estar alerta, vigilante, com aquela atitude firme e persistente da mente, que observa tudo o que acontece ao redor e permanece inabalável em direção a seu objetivo.
Em segundo lugar, suporte as aflições em meio à oposição.… suporta as aflições… (4.5b).
Paulo já havia dito que aqueles que quisessem viver piedosamente em Cristo seriam perseguidos (3.12).
Agora, declara que, diante da oposição, o ministro do evangelho não deve afrouxar suas convicções nem se tornar um pragmático, pregando o que as pessoas querem ouvir.
Ao contrário, deve dispor-se a suportar as aflições por causa de sua fidelidade à verdade.
“Sempre que a fé bíblica se torna impopular, os ministros são altamente tentados a mudar aqueles elementos que promovem a maior ofensa”.
Em terceiro lugar, pregue as boas-novas de salvação em meio às distorções.… faze o trabalho de um evangelista… (4.5c).
Há uma gritante e perturbadora ignorância das pessoas acerca do verdadeiro evangelho.
O diabo tem falsos ministros, falso evangelho e falsos crentes. Nesse cenário de tantos enganos, os ministros de Cristo precisam pregar incansavelmente o verdadeiro evangelho.
As boas-novas do evangelho não devem somente ser preservadas da distorção, mas propagadas com devoção.
Em quarto lugar, complete seu ministério em meio aos que retrocedem.… cumpre cabalmente o teu ministério (4.5d).
O fim dos tempos é marcado por um processo de esfriamento do amor, abandono da verdadeira fé e consumada apostasia.
Nesse cenário de debandada geral (1.15), Timóteo deve cumprir cabalmente o seu ministério.
Não basta ao ministro apenas começar bem a carreira; é preciso terminá-la bem (4.7).
Aqueles dias, em que era difícil conquistar ouvidos para o evangelho, não deveriam desencorajar Timóteo; nem detê-lo em seu ministério; nem induzi-lo a adaptar a sua mensagem ao gosto de seus ouvintes; nem, menos ainda, silenciá-lo de uma vez; mas antes deveriam estimulá-lo a pregar ainda mais.
Nessa mesma linha de pensamento, Calvino diz que, quanto mais grave for a doença do engano religioso que atinge as pessoas, mais eficaz e mais determinado deve ser o trabalho do ministro de Deus para curá-la; quanto mais perto e ameaçador for o problema, mais diligente o ministro de Deus deve manter-se em guarda.
Que nesta comunidade, não tenha apenas um pastor dedicado à pregação do Evangelho, mas haja também discípulos de Jesus dispostos a aprender, viver e servir por meio do Evangelho.
Pois o Senhor Jesus não está apenas chamando o Luan para ser um pastor fiel que vive e prega o Evangelho, mas toda a igreja somos, para viver e pregar, anunciar a Cristo em Catanduvas e na região.
SDG
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