Mais Lições Sobre o Caminho da Cruz (Mc 9.30-41)

Exaltando Jesus em Marcos  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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O discípulo de Jesus O segue no caminho para a cruz

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Introdução

A reeducação dos discípulos que teve início na primeira predição da morte e ressurreição de Jesus continua agora (9.30-32). Mais uma vez, os discípulos mostram que não compreenderam o fato de que o Filho de Deus terá de morrer pelos pecadores. A natureza do Reino de Deus é contrária ao mundo natural. Assim, o maior é justamente o menor. Em seguida, Jesus dá uma lição contra uma visão monopolista da fé e do serviço no Reino. Por fim, Marcos reúne uma série de ditos de Jesus sobre algumas palavras-chave.

1. A segunda predição da Paixão (vv. 30-32).

v. 30

Dali?

Contexto.
Não sabemos a localização de onde saíram. Do monte em que ocorreu a transfiguração.

Passavam pela Galileia.

Agora estavam numa região familiar. De volta à região em que Jesus foi atuante. Jesus era bem conhecido ali.

E não queria que ninguém o soubesse.

Como Jesus faria isso? Mc 1.45
Mark 1:45 NAA
45 Mas, tendo ele saído, começou a proclamar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de Jesus não poder mais entrar publicamente em nenhuma cidade. Por isso, permanecia fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham ao encontro dele.

V. 31

Porque ensinava os seus discípulos.

Por que Jesus não queria publicidade? Porque o foco era ensinar Seus discípulos, e não a multidão.

E lhes dizia.

Observe esse verbo. Pretérito imperfeito do indicativo. Ação passada inacabada. Significado: tema contínuo desse estágio. É uma lembrança do que já foi dito, sem nada novo. Fala resumida.

O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens.

essa expressão não havia sido dita ainda.
“será entregue”: verbo seguido pelos futuros “matarão” e “ressuscitará” indica certeza. Além disso, indica também que esse processo já começou ao se dirigirem a Jerusalém.
Temos uma quase contradição aqui. Leiamos a passagem que traz o conceito de Filho do Homem: Dn 7.13-14:
Daniel 7:13–14 NAA
13 “Eu estava olhando nas minhas visões da noite. E eis que vinha com as nuvens do céu alguém como um filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. 14 Foi-lhe dado o domínio, a glória e o reino, para que as pessoas de todos os povos, nações e línguas o servissem. O seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.”
Provavelmente foi daqui que Jesus tirou esse nome próprio.
Mas veja a imagem que essa passagem mostra do Filho do Homem. Cheio de glória. É poderoso, é o Rei Eterno.
Jesus disse que esse Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens. Parece uma contradição!

V. 32

Os discípulos não estavam entendendo nada, e não falaram isso para Jesus. A conversa só aconteceu no próximo verso.
Os discípulos normalmente perguntavam a Jesus quando não entendiam. Agora, entretanto, não quiseram. Eles tinham? Medo. Provavelmente porque imaginavam que a resposta não seria agradável, como acontecera antes, no questionamento de Pedro (8.33-38). Eles entendiam o bastante para terem medo de pedir para entender mais.

2. Um ensino sobre quem é o maior no Reino de Deus (vv. 33-37).

Jesus acabara de ensinar os discípulos sobre Seu martírio, e onde estão os olhos dos discípulos? Em suas posições! Completamente desalinhados.
Mas, no Reino de Deus, os valores são invertidos. Os primeiros são últimos, e os últimos, primeiros.

Vv. 33-34

Jesus se dirigiu a Cafarnaum, seu QG. Estranho, pois não queria ser reconhecido (v. 30). Provavelmente a casa de Pedro.
O discípulos estavam relutantes de perguntar algo a Jesus. Mas Ele não estava relutante em lhes perguntar.
Jesus inicia a conversa pois não quer que Seus discípulos permaneçam envergonhados.
Qual foi a reação deles? v. 34. Ficaram calados. Eles estavam agindo como crianças envergonhadas diante do professor!
Mas o que fez surgir essa questão?
Talvez o fato de apenas três terem subido com Jesus ao monte da transfiguração, deixando os outros se sentindo desprezados - ainda mais depois do fracasso na expulsão da parte dos nove.
Talvez seja o fato de que estavam entendendo que Jesus iria morrer - mesmo sem entender o real motivo.

V. 35

E Jesus, assentando-se, chamou os doze.

O professor assenta-se para ensinar os discípulos e Os chama para ouvir.

E lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos.

Jesus está propondo uma mudança tão grande no sistema humano de valores que essa mudança precisa ser reforçada ao ser ensinada várias vezes: lava-pés em João, Lc 14.11
Luke 14:11 NAA
11 Porque todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado.
Mark 10:31 NAA
31 Porém muitos primeiros serão últimos, e os últimos serão primeiros.

Vv. 36, 37

Jesus usa uma criança para ilustrar Seu ensino. No contexto, Jesus não está falando das características da criança. O tema é posição. A criança representa, na ordem social, a menos importante, aquela que está sob cuidado de outros pois não alcançou a autonomia.
Aqui, Jesus não fala sobre “ser como uma criança” (fala em 10.15). Aqui, Marcos enfatiza outra coisa: “receber uma criança”. Fará mais sentindo à luz dos vv. 42-49 (ver Mc 9.42).
Mark 9:42 NAA
42 — E, se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, seria melhor para esse que uma grande pedra de moinho fosse pendurada ao seu pescoço e fosse jogado no mar.
O que Jesus quis dizer com “receber uma criança em seu nome”?
“Tal como esta”: como ela em sua pequenez, sua pouca importância.
Receber: como a um convidado, em vez de ignorá-la ou repreendê-la.
Uma “criança”, pessoa de pouca importância, é um discípulo de Jesus que O representa, assim como Jesus representa quem O enviou.

3. Uma advertência contra a exclusividade (vv. 38-41).

Jesus deseja que Seus discípulos não tenham uma atitude exclusivista.
Comparar com Nm 11.26-29
Numbers 11:26–29 NAA
26 Porém dois homens ficaram no arraial. Um se chamava Eldade, e o outro, Medade. O Espírito repousou sobre eles, porque estavam entre os inscritos, mesmo que não tivessem ido até a tenda; e profetizavam no arraial. 27 Então um jovem correu e anunciou a Moisés: — Eldade e Medade estão profetizando no arraial. 28 Josué, filho de Num, auxiliar de Moisés, um dos seus escolhidos, respondeu e disse: — Moisés, meu senhor, ordene que parem com isso. 29 Porém Moisés lhe disse: — Você está com ciúmes por mim? Eu gostaria que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!
João representando Josué, e Jesus, Moisés.
Alguém desconhecido dos discípulos estava expulsando demônios em nome de Jesus. Essa situação foi um duro golpe no senso de identidade dos discípulos. Eles acreditavam ter uma posição especial. Portanto, o tema da posição ainda está em foco.
Você se lembra de uma expulsão de demônios associada aos discípulos que tinha acontecido a pouco tempo? Ver um estranho aparentemente sendo bem-sucedido onde os escolhidos de Jesus falharam com certeza não foi algo fácil.

V. 38

Aqui João desempenha papel único. Nada positivo. João era do círculo menor de amigos de Jesus, mas mesmo assim tem dificuldade em abraçar os valores do Reino de Deus.
Naquele período havia exorcistas judeus e pagãos. Alguns inclusive tentaram usar o nome de Jesus após Sua ressurreição (At 19.13-16). Esse foi o único caso citado durante o ministério de Jesus.
Essa história, em contraste com a de At 19, admite que a expulsão foi bem-sucedida. O que incomodou João não foi a falta de sucesso dos discípulos, mas o uso do nome de Jesus fora do grupo dos discípulos.
Por que os discípulos proibiram o homem de continuar? Porque “não nos seguia”. João fala algo novo: sobre seguir a “eles”, e não a Jesus! João estava reclamando que aquele homem não fazia parte do “círculo autorizado de discípulos”.
V. 39
Jesus oferece três motivos para deixar o exorcista:
Se o homem opera um milagre em nome de Jesus, ele não pode ser um inimigo;
V. 40: o sentimento de “exclusivismo” está entre os valores mundanos que devem cair por terra no meio dos discípulos. Eles devem aceitar quem segue a Jesus, mesmo não sendo de seu próprio grupo;
V. 41: A atitude mais singela para com um discípulo será recompensada. Esse copo de água é importante porque é oferecido a quem pertence a Cristo. Jesus, assim, considera essa bondade como feita a Ele mesmo.
O maior é o menor. É quem se coloca a serviço do irmão. É quem se identifica mais profundamente com Cristo.
Um discípulo é um representante de Cristo.
Quem serve a um discípulo de Jesus serve ao próprio Jesus. Por isso a recompensa.
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