Tiago 5:7-12

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Estudo 10

COMO COMPREENDER O PODER DA PACIÊNCIA
(Tiago 5.7–12)
Tiago começa sua carta com uma chamada à perseverança sob as provações (1.2–4) e termina exortando os crentes a serem pacientes até à vinda do Senhor (5.7,8). As provas, e não as experiências místicas, são o caminho da santificação e do aperfeiçoamento (1.4). Tiago volta-se agora dos ricos para os pobres que eram oprimidos e dá-lhes uma palavra de encorajamento. Eles devem ser pacientes, sabendo que é a Deus que estão a servir e que de Deus é que vem a recompensa. Os pobres são encorajados a confiar no provedor e não na provisão.
Tiago diz para os crentes da dispersão que a recompensa é a coroa da vida (1.12); agora, afirma que a recompensa é a vinda de Cristo (5.7,8). No começo, o caminho da perfeição é a oração (1.5) e no final da carta, ele volta ao mesmo tópico (5.13–18). No começo oramos por nós, no fim oramos pelos outros.
Tiago fala da segunda vinda de Cristo sob dois aspectos: como uma alegre esperança (5.7,8 e 10,11) e como uma temível expectativa (5.9,12). Para os salvos, o Senhor traz compaixão e misericórdia (5.11); para os ímpios o Juiz traz julgamento (5.9,12). Tiago diz que a vinda do Senhor está próxima (5.8) e o juiz está às portas (5.9). Ao mesmo tempo em que a vinda do Senhor será um dia glorioso para o Seu povo, será também o terrível dia do Senhor para os ímpios.
Certo fazendeiro gozava com crentes, trabalhava em frente à igreja no domingo. Colheu mais que os crentes e mandou uma carta para o jornal e explicava a sua posição: “Enquanto os crentes iam para a igreja eu trabalhei. Colhi mais que eles. Deus não me castigou. O que vocês pensam disto?” O jornalista publicou a carta e colocou uma nota de rodapé: Deus não ajusta suas contas na colheita. James Boyce ainda diz: “Nós podemos passar por perseguições, enfrentar problemas, atravessar períodos de angústia, ver os maus a prosperar, enquanto nós estamos a sofrer. Mas isso não é tudo. Um dia Deus acertará as contas”.
A vinda do Senhor é um sinal de alerta sobre o perigo do mau uso da língua. Devemos ter cuidado para não nos queixarmos uns dos outros (5.9). Também devemos ter cuidado para não fazermos juramentos impróprios (5.12). É mais fácil fazer um voto do que cumpri-lo. Mas ao fazermos um voto, devemos cumpri-lo, porque Deus não gosta de tolos (Ec 5.4). É mais importante ser real do que dramático. Nosso sim deve significar sim e o nosso não deve significar não. Devemos ser íntegros em nossa palavra. Não podemos ser pessoas divididas internamente. Devemos nos livrar da mente dupla. Devemos ser íntegros com Deus e com os homens e praticar uma devoção à verdade.
A vinda do Senhor está próxima (5.8), está às portas (5.9). Enquanto Jesus não volta não esperamos vida fácil neste mundo (Jo 16.33). Lucas nos lembra que é em meio a muita tribulação (At 14.22). Devemos ser pacientes até Jesus voltar.
Mas como podemos experimentar esse tipo de paciência até Jesus voltar? Tiago dá três exemplos de paciência para encorajar os crentes:
A paciência do lavrador (Tg 5.7–9)
Se uma pessoa é impaciente, ela nunca deve ser um agricultor. O agricultor planta a semente certa, no campo certo, no tempo certo, sob as condições certas. A semente nasce, cresce, floresce e frutifica. O agricultor não tem nenhum controle sobre o tempo. Muita chuva pode danificar a lavoura. Falta de chuva pode pôr toda a colheita a perder.
O agricultor na Palestina dependia totalmente das primeiras chuvas que vinham em outubro (para o plantio), e das últimas chuvas que vinham em março (para a colheita). O tempo está fora do seu controle. Ele tem que confiar e esperar. É Deus quem faz a semente brotar, germinar, crescer e frutificar. Ele não pode fazer nada neste processo (Mc 4.26–29).
Por que o agricultor espera? Porque o fruto é precioso (5.7). “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl 6.9). Tiago descreve o crente como um agricultor espiritual que procura uma colheita espiritual. “Sede vós também pacientes; fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima” (5.8).
O nosso coração é o solo. A semente é a Palavra de Deus. Há estações para a vida espiritual, como há estações para o solo. Muitas vezes nosso coração se torna seco e cheio de espinhos (Jr 4.3). Então Deus manda a chuva da sua bondade e rega a semente plantada, mas devemos ser pacientes para esperar a colheita.
Deus procura frutos na nossa vida (Lc 13.6–9). Devemos produzir o fruto do Espírito (Gl 5.22,23). E o único meio de darmos frutos doces é sermos provados (1.2–4). Em vez de ficarmos impacientes, devemos saber que Deus trabalha em nós.
A paciência dos profetas (Tg 5.10)
Os profetas foram homens que andaram com Deus, ouviram a voz de Deus, falaram em nome de Deus, mas passaram também por grandes aflições. Eles trilharam o caminho estreito das provas e foram pacientes. Privilégio e provas caminharam juntos na vida dos profetas. Privilégio e sofrimento; sofrimento e ministério caminharam lado a lado na vida dos profetas.
Isaías não foi ouvido pelo seu povo. Jeremias foi preso, lançado num poço e maltratado por pregar a verdade. Ele viu o cerco de Jerusalém e chorou ao ver o seu povo a ser destruído. Daniel foi banido da sua terra e sofreu pressões enquanto jovem. Sofreu ameaça e perseguição por causa da sua fidelidade a Deus, a ponto de ser lançado na cova dos leões. Ezequiel também foi duramente perseguido. Estêvão denunciou o sinédrio: “A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que dantes anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e homicidas” (At 7.52).
Jesus disse: “Bem-aventurado sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12). Quando enfrentaremos sofrimento, não coloquemos em dúvida o amor de Deus, pois pessoas que andaram com Deus como nós, também passaram pelas aflições. Sejamos pacientes!
O apóstolo Paulo diz: “E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12). Nem sempre a obediência a Deus produz vida fácil! Se a igreja for mais perseguida, será mais fiel? Não. Se ela for mais fiel será mais perseguida. Isso significa que Deus não nos poupa das aflições, mas Ele nos assiste nas aflições. Elias anunciou ao ímpio rei Acabe que a seca viria sobre Israel. Ele também sofreu as conseqüências da seca, mas Deus cuidou dele e lhe deu vitória sobre os ímpios.
A vontade de Deus jamais nos levará onde a graça de Deus não possa nos sustentar. A nossa paciência em tempos de prova é um poderoso testemunho do evangelho àqueles que vivem ao nosso redor. O apóstolo Paulo escreve: “Porquanto tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).
Como um agricultor, devemos continuar a trabalhar e como os profetas, devemos continuar a testemunhar.
A paciência de Jó (Tg 5.11,12)
Tiago diz: “Eis que chamamos bem-aventurados os que suportaram aflições…” (5.11). Mas não podemos perseverar a não ser que haja provas nas nossas vida. Não há vitória sem luta. Não há picos sem vales.
O livro de Jó pode ser dividido assim: 1) As perdas de Jó (1–3); 2) As acusações contra Jó e sua defesa contra os ataques de seus amigos (4–31); 3) A restauração de Jó (38–42). As circunstâncias estavam contra Jó; os homens estavam também contra ele; a sua esposa, de igual forma, ficou contra ele; seus amigos estavam contra ele. Satanás estava contra ele. Ele pensou que Deus também estava contra ele. Mesmo assim, ele perseverou!
Jó era um homem piedoso, justo, próspero, bom pai, sacerdote da família, preocupado com a glória de Deus. O próprio Deus dá testemunho a seu respeito. Jó perdeu todos os seus bens, perdeu todos os seus filhos e perdeu também a sua saúde (Jó 1.22; 2.10). Jó perdeu o apoio da sua mulher. Jó perdeu o apoio dos seus amigos. Jó faz 16 vezes a pergunta: por quê? Jó expressa sua queixa 34 vezes. Mas no auge da sua dor, ele disse para Deus: “Ainda que Deus me mate, ainda assim, esperarei nele…” (Jó 13.15).
Jó esperou pacientemente no Senhor e Deus o honrou. Ele não explicou nada para Jó, mas apesar de Jó não conhecer os porquês de Deus, ele pôde conhecer o caráter de Deus (Jó 42.5). A maior bênção que Jó recebeu não foi saúde e riqueza, mas um conhecimento mais profundo de Deus. Isso é a própria essência da vida eterna (Jo 17.3).
O livro de Jó nos prova que Deus tem propósitos mais elevados no sofrimento do que apenas punir o pecado. O propósito de Deus no livro de Jó é revelar-se como o Deus cheio de bondade e misericórdia (Jó 5.11). Jó passou a conhecer o Senhor de uma forma nova e mais profunda. O propósito de Satanás era fazer de Jó um homem impaciente com Deus. Isto porque um homem impaciente com Deus é uma arma nas mãos do maligno. Mas o propósito de Deus em permitir Jó sofrer foi fortalecê-lo e fazer dele uma bênção maior para o mundo inteiro.
Tiago deseja encorajar-nos a sermos pacientes em tempos de provas. Como um agricultor, devemos esperar por uma colheita espiritual, por frutos que glorifiquem a Deus. Como os profetas, devemos procurar oportunidades para testemunhar mesmo no meio do sofrimento. Como Jó, devemos esperar para que o Senhor complete Seu amoroso propósito em nós, mesmo em meio ao sofrimento.
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