Tiago Conclusão

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Estudo 12

1. COMO ENFRENTAR AS PROVAS DA VIDA (1.1–20)
Após breve saudação, Tiago aborda diretamente o assunto das provações a que seus leitores estavam sujeitos. Ele os encoraja a enfrentá-las como motivo de alegria, sabendo o propósito superior de tais provas (1.1–4), orando a Deus com fé por sabedoria (1.5–8), não se deixando abalar pela pobreza nem pela riqueza (1.9–11), fazendo a distinção entre provação e tentação, quando passarem por dificuldades, jamais atribuindo a Deus culpa alguma (1.12–16), pois dele só procede o que é bom (1.17–18). Finalmente, exorta-os a falar menos e ouvir mais, para não tomar atitudes indignas da justiça de Deus (1.19–20).
2. COMO OUVIR SERMÕES DE FORMA SALVADORA (1.21–27)
Aqui Tiago começa a sair do assunto das provações (1.2–20) e entrar na questão da prática da Palavra de Deus. Os dois assuntos estão perfeitamente interligados e é com naturalidade que Tiago passa de um para o outro. Aqueles judeus cristãos precisavam ser exortados a se conduzir corretamente em meio às tribulações, exatamente por não colocarem em prática aquilo que ouviam regularmente nas reuniões das igrejas. Assim, Tiago passa a repreendê-los por serem ouvintes profissionais de sermões, assunto que o ocupará até o fim deste capítulo.
Ele primeiramente os exorta a preparar o coração para receber a Palavra, à semelhança do terreno preparado para receber a semente (1.21). Ouvir a Palavra de Deus sem praticá-la é enganar-se; tal religião não salvará ninguém. É como um homem que se olha no espelho e não toma qualquer providência para consertar os defeitos expostos da sua face (1.22–24). Em contraste, quem pratica o que ouve é bem-sucedido em tudo o que faz (1.25). Tiago conclui esta parte com um teste da verdadeira religião: esta consiste no domínio próprio e no amor ao próximo e a Deus (1.26–27).
3. DISCRIMINAÇÃO DOS POBRES NAS IGREJAS (2.1–13)
Tiago inicia outro tópico, a saber, a parcialidade no tratamento das pessoas e, em particular, a discriminação dos pobres. Ele continua, de certa forma, a tratar a incoerência de seus leitores judeus cristãos quanto à fé em Cristo Jesus. Desta feita, a incoerência deles se mostrava no tratamento diferenciado que davam aos irmãos, com base em suas posses ou aparência (2.1–13). Ao que tudo indica, havia aceção de pessoas na igreja (2.1), de maneira que a liderança favorecia os ricos e bem-trajados, tratando os pobres de forma preconceituosa. Tal atitude era incompatível com a fé em Cristo, o Senhor da glória (2.1). Tiago levanta uma situação hipotética – ou talvez bem real (2.2–3) – de um rico bem-trajado entrando na igreja e sendo deferido, enquanto os pobres eram desprezados. Ao fazer isto, os cristãos assumiam o papel de juízes, avaliando o valor de uma pessoa por motivos errados – “perversos pensamentos” (2.4) –, menosprezando aqueles que Deus valoriza (2.5) e exaltando os ricos, responsáveis em parte pelas aflições deles (2.6–7). Diante disto, Tiago elabora uma extensa exortação à prática do amor ao próximo, sob pena de receber severo juízo (2.8–13).
4. FÉ E OBRAS (2.14–26)
Na seção anterior, Tiago alerta seus leitores do fato de que cristãos se tornam transgressores da lei ao mostrar favoritismo aos ricos e desprezar os irmãos pobres. Essa quebra do mandamento “não matarás” revela antecipadamente que tais transgressores não alcançarão misericórdia no juízo divino (2.1–13). Este ponto retoma o tema que Tiago vem desenvolvendo desde o início da carta, ou seja, a natureza da religião que salva. O Cristianismo autêntico é aquele que se mostra, na prática, pela perseverança nas tribulações (1.3–20), pela obediência à Palavra em vez de meramente ouvir (1.21–25), pelo controle da língua (1.26), pelo amor a Deus e ao próximo (1.27), pelo exercício da misericórdia para com todos, especialmente para com os pobres (2.1–13). Tiago expõe agora nesta seção (2.14–26), de forma direta e explícita, a ideia de que a fé sem obras é vã, morta, inútil. O fato de Tiago mencionar como ilustração de fé sem obras o despedir somente com palavras os pobres malvestidos e famintos indica que ele ainda não terminou de lidar com a questão do desprezo pelos pobres (cf. 2.15–16).
Esta seção é provavelmente a mais conhecida da carta de Tiago. Sua interpretação tem provocado grandes polémicas na igreja cristã, especialmente depois que Lutero considerou a carta como “epístola de palha” por não mencionar a justificação pela fé e defender a salvação pelas obras.
5. O DEVER DOS MESTRES EM REFREAR A LÍNGUA (3.1–12)
Tiago passa a tratar de outro assunto relacionado ao tema geral de sua carta. Nesta parte, ele traz orientações e correções aos que queriam ser mestres e denuncia os pecados cometidos com a língua, o principal instrumento de trabalho dos mestres, exortando-os a mostrar sua sabedoria com obras, e não com discursos vazios. Aqui ele cobra, mais especificamente dos mestres da Igreja, obras que demonstrem a sabedoria que professam ter. No caso, estas obras teriam a ver com o controle da língua, com o falar aquilo que convém. Para Tiago, a verdadeira religião não consiste em ouvir sermões (cap. 1), em crer somente (cap. 2) nem em falar palavras bonitas (cap. 3), mas em praticar o que se ouve, realizar obras decorrentes da fé e dominar a língua. Ele já havia ensinado que o teste da verdadeira religião é o controle da língua (1.26). Agora desenvolve esse ponto com maior profundidade.
6. COMO OS MESTRES MOSTRAM SUA SABEDORIA (3.13–18)
Tendo concluído sua denúncia contra o mau uso da língua, iniciada como uma advertência aos que desejavam ocupar a posição de mestre nas igrejas (3.1), Tiago passa a demonstrar a maneira como eles poderiam evidenciar sua capacitação para a função: não com palavras, mas com obras. Aqui temos uma aplicação específica do princípio geral, estabelecido por Tiago no capítulo 2, de que fé e obras andam juntas, e pelas obras a fé é confirmada e consumada. A sua exortação em 3.13 – “Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras” – revela que o autor está a continuar o tema anterior, da relação inseparável entre fé e obras.
7. ADVERTÊNCIA CONTRA O MUNDANISMO (4.1–10)
Tiago havia denunciado as disputas e rivalidades que havia entre os membros das igrejas para as quais escreveu (3.14). Agora ele aponta a origem delas, a qual pode ser resumida na palavra “mundanismo” (4.4). Este é o assunto da primeira parte deste capítulo (4.1–10). Nosso autor identifica no amor ao mundo a raiz dos problemas que afligiam a comunidade. O mundanismo não somente provocava conflitos entre eles (4.1–3), como também os fazia inimigos de Deus (4.4–6). Somente uma atitude radical de arrependimento e sujeição a Deus poderia curá-los do amor ao mundo (4.7–10).
8. MALEDICÊNCIA E ARROGÂNCIA (4.11–17)
Tendo terminado suas exortações aos crentes judeus da Dispersão em geral e aos seus candidatos a mestre em particular a que se quebrantem diante de Deus (4.7–10), Tiago aborda agora duas expressões do mundanismo, a saber, a maledicência, atitude que ele combate desde o início deste capítulo (4.1–4), e a presunção (4.13–17), refletida especificamente no fazer planos sem levar a vontade de Deus em consideração.
9. A CONDENAÇÃO DOS RICOS OPRESSORES (5.1–6)
Este capítulo introduz uma nova seção da carta, a menos que queiramos tomar os “ricos”, aos quais Tiago se dirige, como os mesmos comerciantes pretensiosos vistos anteriormente (4.13–17). O mais provável, porém, é que se trata de um grupo distinto, pois Tiago emprega novamente a expressão atendei, agora, que havia usado para introduzir a censura aos comerciantes que se gabavam dos seus planos (4.13). Este outro grupo, o de ricos opressores, integra o bloco de mundanos que Tiago condena desde 4.1. O mundanismo (4.4) se expressa por guerras e contendas (4.1–3), pela soberba (4.5–12), pela pretensão de que se tem controle do futuro (4.13–17) e pela opressão dos pobres (5.1–6). Aqui, em estilo profético típico dos videntes do antigo Israel, Tiago recrimina veementemente os ricos opressores que acumulavam riquezas à custa do salário dos seus jornaleiros. Boa parte destes trabalhadores pobres era constituída por judeus cristãos.
10. INSTRUÇÕES AOS OPRIMIDOS (5.7–11)
Após advertir em tom profético os ricos opressores de que serão punidos por Deus no dia do juízo (5.1–6), Tiago se dirige aos crentes que eram vítimas dos patrões injustos mencionados no texto anterior, os pobres que eram oprimidos pelos ricos proprietários de terras para os quais trabalhavam como jornaleiros (5.7–11). Tiago lhes dirige exortações práticas quanto ao que deveriam fazer. Eles deveriam aguardar a vinda do Senhor (5.7–8) e, enquanto isso, não deveriam impacientar-se e queixar-se uns dos outros (5.9–11).
11. SOBRE JURAMENTOS, ORAÇÃO E DESVIADOS (5.12–20)
Aqui Tiago se encaminha para o final de sua carta com uma série de instruções e exortações gerais aos seus leitores sobre três aspetos da vida cristã (5.12–20): juramentos (5.12), oração (5.13–18) e resgate de pessoas desviadas (5.19–20). Estas instruções certamente refletem situações reais e concretas vividas pelas comunidades às quais escreve. Contudo, mesmo considerando esse contexto remoto, não podemos deixar de aplicar tais instruções a nós, hoje, guardadas as devidas proporções. Apesar do distanciamento temporal que nos separa do ambiente vivencial da carta de Tiago e do mundo de seus primeiros leitores, sabemos que os problemas enfrentados pelos cristãos modernos são basicamente os mesmos daquela época, apenas em embalagens mais modernas. As palavras do autor inspirado também servem de instrução aos filhos de Deus que vivem em Portugal hoje.
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