Uma voz no deserto

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O ministério e pregação de João Batista

Introdução
João Batista é o elo entre dois importantes períodos da história sagrada. Seu ministério marca o fim da antiga aliança e o início da nova.
A OCASIÃO HISTÓRIA DO MINISTÉRIO DE JOÃO
Os líderes políticos mencionados sugerem a garra de ferro à qual a nação de Israel fora subjugada. O fato de ter havido dois sumo sacerdotes em Israel indica que a nação estava em desordem tanto religiosa como política. Apesar de esses homens serem muito estimados pelo mundo, eram ímpios e inescrupulosos aos olhos de Deus. Portanto, quando o Senhor quis falar com os homens, se desviou do palácio e da sinagoga e enviou a mensagem a João, filho de Zacarias, lá no deserto.
Ao citar esses sete nomes, ele revela a iniquidade em que o mundo estava mergulhado quando o evangelho foi pregado. John Charles Ryle diz que essa triste lista está cheia de instruções.
Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito (org. Juan Carlos Martinez; 1a edição.; Comentários Expositivos Hagnos; São Paulo: Hagnos, 2017), 83.
Israel já estava amargando quatrocentos anos de silêncio profético. O templo estava erigido e ampliado. Os sacerdotes realizavam os sacrifícios. Multidões vinham para as festas. Os escribas e fariseus eram zelosos das tradições, mas a palavra de Deus estava ausente. Não havia mais profeta entre eles. A política estava vivendo o máximo da degradação. A religião estava rendida à apostasia por um lado e à hipocrisia pelo outro. Os liberais saduceus dominavam o templo, e os hipócritas fariseus colocavam fardos e mais fardos sobre os ombros esfolados das pessoas. A economia estava combalida. A cobrança abusiva de impostos e a extorsão predominavam nas mãos dos publicanos. É nesse deserto espiritual que Deus levantou João, o último profeta da antiga aliança
Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito (org. Juan Carlos Martinez; 1a edição.; Comentários Expositivos Hagnos; São Paulo: Hagnos, 2017), 86–87.
Rienecker escreve: “Nas trevas do afastamento de Deus e da decadência moral, do desconsolo e da desesperança, precisamente nos aspectos políticos e religiosos, aparece João Batista”
Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito (org. Juan Carlos Martinez; 1a edição.; Comentários Expositivos Hagnos; São Paulo: Hagnos, 2017), 87.
Em tempos de crise moral e espiritual, Deus sempre fala através de uma voz profética.
A igreja é a voz profética nas ruas preparando o caminho para o Senhor através da pregação do evangelho.
O MINISTÉRIO DE JOÃO NO DESERTO
Ele foi a voz do que clama no deserto. Do ponto de vista espiritual, Israel estava nesse tempo em um deserto. Como nação, era árida e desanimada, e não produzia nenhum fruto para Deus. Para prepararse para a chegada do Senhor, o povo precisava passar por uma mudança moral. Naqueles dias, quando um rei anunciava uma visita real, complexos preparativos eram realizados a fim de aplainar as estradas e tornar sua aproximação a mais reta possível. Foi o que João chamou o povo a fazer, só que não se tratava apenas de aplainar os caminhos existentes, mas de preparar o próprio coração para recebê-lo.
William MacDonald, Comentário Bíblico Popular: Novo Testamento (2a edição.; São Paulo: Mundo Cristão, 2011), 160.
A palavra de Deus não veio no palácio nem no templo, mas no deserto, e para o deserto as multidões se desabalaram. Onde a palavra de Deus é proclamada, no poder do Espírito Santo, as pessoas fluirão para ouvir. Não é o lugar que faz o homem, mas o homem que faz o lugar. Nem sempre Deus trabalha pelas vias oficiais. Deus vira a mesa. Deus não se ajusta aos esquemas humanos. Fritz Rienecker diz que João chama as multidões para fora do templo e para fora de Jerusalém, rumo ao deserto. É preciso que se comece algo radicalmente novo.13
Hernandes Dias Lopes, Lucas: Jesus, o Homem Perfeito (org. Juan Carlos Martinez; 1a edição.; Comentários Expositivos Hagnos; São Paulo: Hagnos, 2017), 88.
João, ao convocar a multidão para o deserto, sugere o reinício da história de ISrael. Um novo começo para a chegada do Messias. O fato de João exercer seu ministério no deserto também sugere a propria condição moral e espiritual em que se achava a nação israelita.
O ministério de João era dirigido a todos que vinham para ouvi-lo.
João pregou para as multidões. Pregou para os escribas e fariseus. Pregou para Herodes. Pregou para os publicanos. Pregou para os soldados. Pregou para todas as classes sociais. Não importa o status, não importa a profissão, todos precisam igualmente do evangelho. O evangelho não é seletivo. A igreja não é seletiva. Pobres e ricos, militares e civis, religiosos e funcionários públicos, patrões e empregados – todos são pecadores. Todos precisam se arrepender. Todos carecem da graça.
O trabalho da igreja deve ser por todas as classes, sem distinção.
O CONTEÚDO DA PREGAÇÃO DE JOÃO
Ele também chamou o povo ao batismo como sinal visível de que eles de fato se arrependeram. João foi um verdadeiro profeta, uma consciência personificada, clamando contra o pecado e pedindo renovação espiritual.
William MacDonald, Comentário Bíblico Popular: Novo Testamento (2a edição.; São Paulo: Mundo Cristão, 2011), 159–160.
Itamir Neves diz que, infelizmente, hoje é anunciado mais o evangelho de adesão (aquele em que se vai a Cristo e se permanece como está, esperando as bênçãos de Deus) do que o evangelho da conversão (aquele em que se é chamado por Cristo e uma verdadeira transformação é experimentada)
A mensagem de João Batista é grave e urgente. A pregação do evangelho não é uma panaceia para acalmar os corações sobre os sentimentos e circunstâncias. O evangelho fala sobre uma ira vindoura, um fogo eterno, uma condenação inexorável para aqueles que se tornam rebeldes.
João Batista não buscou agradar seu auditório com palavras de bajulação. Feriu-os com a espada da verdade. Mostrou a urgência de voltar para Deus em arrependimento. Mostrou a tragédia da impenitência. O evangelho que ele pregou não era uma coletânea de promessas de sucesso no mundo, mas uma mensagem clara de exortação que exige renúncias claras para escapar do fogo inextinguível.
A pregação de João focava o arrependimento como condição para o recebimento do salvador. Sua mensagem denunciava o pecado e convidava o pecador a uma mudança genuína e profunda da mente e do coração.
A pregação da igreja não deve estar centrada em filosofias humanas, nem mesmo pode estar comprometida com o sentimento de homens, mas deve apelar a pecadores para que busquem arrependimento.
O FINAL DO MINISTÉRIO DE JOÃO
João Batista prefere viver preso, mas com a consciência livre, a viver em liberdade, mas prisioneiro da covardia. Ele sofre por ser fiel. É preso por não negociar princípios. Sofre o martírio por não fazer concessão ao pecado. João Batista viveu no deserto. Vestiu pele de camelo. Alimentou-se de mel e gafanhoto silvestre. Não frequentou palácios nem assentou ao redor de mesas nobres. Seu ministério foi curto, mas sua influência foi permanente. Mesmo sofrendo morte tão desumana, injusta e violenta, Jesus diz que, entre os nascidos de mulher, ninguém foi maior do que ele. Mesmo sendo executado pelos homens, foi enaltecido por Deus. Precisamos ter plena consciência de que, sofrendo as maiores agruras aqui, Deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima
João terminou seu ministério de forma indigna, aparentemente. Entretanto, Jesus garantiu sua recompensa e reconheceu o tamanho de sua obra.
O maior alvo da igreja nao deve ser ter o reconhecimento de homens ou do mundo, mas sim ter certeza de que sua verdadeira vocação foi cumprida.
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