EIS-ME AQUI

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ISAIAS, UM HOMEM QUE OLHOU PARA DEUS NO DIA DA AFLIÇÃO
Isaias 6.1-8
Isaías está encurralado pela dor. O trono da sua nação está vazio. A nação está de luto. O rei Uzias está morto.
O cenário de sua nação é sombrio. Quatro crises assolam o país:
A crise política. Depois de 52 anos de sólido governo, Uzias está morto. O vácuo no trono trouxe insegurança à nação e um futuro incerto na política. A alternância no governo de Judá foi desastrosa. Levantaram-se em Jerusalém muitos homens que oprimiram o povo e fizeram desviar a nação da presença de Deus. Estamos vivendo uma crise política profunda. A corrupção está instalada dentro do palácio, do congresso nacional e da câmara de deputados. Os políticos são hoje a classe mais desacreditada da nação. As instituições democráticas estão desacreditadas. Há fortes evidências de corrupção instalada nos poderes constituídos. Aqueles que foram eleitos para legislar, governar e julgar estão, muitas vezes, mancomunados com esquemas nefastos de corrupção, roubando o dinheiro que deveria alimentar os pobres e trazer progresso à nação.
A crise econômica. Em Judá, os ricos ficavam cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais miseráveis. Os reis edificavam seus palácios com sangue. Os ricos oprimiam os fracos e faziam alianças espúrias com os juizes para assaltar o direito dos inocentes. Judá entrou em crise por causa dos impostos abusivos, por causa dos tributos escorchantes que a nação pagava aos reis estrangeiros. O povo trabalhava, mas os lucros fugiam-lhe das mãos. Isso trouxe uma riqueza para uma minoria que juntava casa a casa e campo a campo, jogando o povo na miséria. O poder legislativo de Judá decretava leis injustas para negar justiça aos pobres e para arrebatar o direito dos aflitos, despojando as viúvas e roubando os órfãos (Is 10.1,2). Nós também convivemos com a trágica realidade dos mensalões, dos milhões desviados para paraísos fiscais, do enriquecimento rápido e imoral de um bando de homens perversos e inescrupulosos que vendem a alma da nação, enquanto os impostos são abusivos, os salários são achatados, os lucros para os trabalhadores são minguados, e as grandes instituições financeiras nadam em lucros estratosféricos.
A crise moral O povo se corrompeu. Perdeu seus absolutos. Abraçou uma ética flácida e situacional. Perderam a noção de moralidade: chamavam luz de trevas e trevas de luz; o doce de amargo e o amargo de doce (Is 5*20). Judá caiu pelos seus pecados. Roma caiu pelos seus pecados. Os impérios caíram pelos seus pecados. Deus disse para Israel: Volta, ó Israel, para o Senhor teu Deus, porque pelos teus pecados estás caído (Os 14.1). O Brasil está na lama da imoralidade. Políticos corruptos. Campeão mundial de consumo de cachaça. As drogas e o narcotráfico ditam leis no submundo do crime. A sensualidade é desenfreada. Somos o país da maior parada gay do planeta. O país de dois milhões de abortos criminosos por ano. O país do carnaval, dos estádios megalomaníacos, do samba. O reino da pinga, o império da desonestidade e da mentira; o país das mães adolescentes, do crime organizado, dos sequestros criminosos.
A crise espiritual. O povo de Judá era como filhos rebeldes. Era pior do que o animal irracional. O boi conhece o seu dono, mas Judá não conhecia o Senhor. Judá estava doente: com feridas dos pés à cabeça. A despeito desse marasmo, o povo ainda mantinha as aparências e fazia sacrifícios ao Senhor. Mas Deus estava cansado desse culto hipócrita. O Brasil é o país que adora um ídolo pescado no rio Paraíba do Sul como sua padroeira e protetora. O Brasil é o país que adora e obedece a espíritos enganadores. O Brasil é o país que' multiplica seus ídolos e santos de devoção. O Brasil é o país que vê crescer uma igreja evangélica que prega outro evangelho: sincrético, místico, semi pagão. O Brasil é um país que vê a igreja evangélica transformando-se num mercado, onde floresce uma igreja sem doutrina, sem moral, sem compromisso, sem ética. O Brasil é um país que tem uma igreja ortodoxa, mas desprovida de piedade. Uma igreja que tem conhecimento, mas não fervor. Tem doutrina, mas vive cheia de arrogância.
0 QUE FAZER NESSE TEMPO DE CRISE?
Em primeiro lugar, na crise precisamos olhar para cima e saber que Deus reina (Is 6.1-3). O texto em apreço destaca algumas verdades importantes:
Precisamos saber que Deus está no trono. As nossas crises não apanham Deus de surpresa. As nossas crises não abalam o trono de Deus. Deus reina. Os céus governam a terra. Deus dirige a história. Quem dirige os destinos da humanidade não são os poderosos, mas o Todo-poderoso. Esta é a grande mensagem de Isaías. Esta é a grande mensagem do livro de Apocalipse. Deus está no trono. Não importam as crises. Não importam a fúria do dragão, o ódio do anticristo, a sedução do falso profeta, os encantos da grande meretriz. Deus reina. Ele está no comando e vai colocar todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. Não se desespere, nenhum fio de cabelo da sua cabeça pode cair sem que ele o permita. Ele reina!
Precisamos saber que Deus é santo, santo, santo. Quando a Bíblia diz santo, ela define. Quando diz santo, santo, ela enfatiza. Quando diz santo, santo, santo, ela coloca no grau superlativo. Deus é majestoso. Ele é glorioso. Ninguém jamais pode ver a Deus..Ele habita em luz inacessível. A maior necessidade da igreja hoje é ter uma percepção da majestade de Deus em seu meio. Precisamos ter um senso da glória de Deus. E impossível ter uma visão da glória de Deus sem se humilhar no pó.
Precisamos saber que os seres mais exaltados adoram a Deus da maneira mais reverente. Os serafins cobrem o rosto e os pés num gesto de profunda reverência. E voam para cumprir suas ordens. Das seis asas, eles usam quatro para adorar e duas para servir. Se os próprios serafins se prostram, nós poderemos nos manter altivos na sua presença?
Precisamos saber que os seres mais exaltados proclamam quem Deus é e o que Deus faz. Deus é santo, e toda a terra está cheia da sua glória. Ele é o Senhor dos Exércitos, o Deus que luta por nós, que guerreia as nossas guerras, que se manifesta e que age poderosamente em favor do seu povo.
Em segundo lugar, na crise precisamos olhar para dentro e saber que necessitamos da misericórdia de Deus (Is 6.4-7). Examinemos alguns pontos importantes:
Precisamos ter uma visão pessoal da nossa real condição aos olhos de Deus. Antes de Isaías contemplar a Deus, ele distribuiu uma série de Ais: 1) Ai dos gananciosos (Is 5.8); 2) Ai dos beberrões (5.11); 3) Ai dos injustos (5.18); 4) Ai dos corrompidos moralmente (5.20); 5) Ai dos soberbos (5.21); 6) Ai dos farristas (5.22). Mas, agora, quando vê o Senhor, ele se volta para dentro de si e diz: 7) Ai de mim (6.5). Russel Shedd diz que o maior pecado da igreja hoje é a dureza de coração. É falta de quebrantamento. É ausência de choro pelo pecado.
Precisamos ter uma visão de profunda angústia pelo nosso pecado. Este Aí de Isaías é um Ai de dor, de lamento, de angústia, de tristeza profunda. Ele não chora apenas as consequências do seu pecado, mas lamenta porque seus lábios são impuros. Só quem tem um verdadeiro encontro com Deus consegue enxergar a malignidade do seu pecado. Quanto mais perto de Deus, mais se vê a horror do pecado.
Precisamos ter uma visão do pecado que nos rodeia. Isaías disse: habito no meio de um povo de impuros lábios (Is 6.5). Isaías se incomoda com o pecado do seu povo. Ele chora pelo pecado da nação. Ele geme de dores por causa da transgressão do seu povo. Ele não é um homem alienado espiritualmente. As feridas do seu povo estão doendo no seu coração. Precisamos ter uma visão da graça perdoadora de Deus (Is 6.6,7). Não há perdão onde não há confissão.
Hoje se prega uma fé sem o arrependimento, a salvação sem a conversão. Deus é Deus de perdão. Você pode ser transformado hoje. Seu vocabulário pode mudar. Seu coração pode mudar. Uma fonte de vida pode brotar do seu interior. Você pode ter uma mente pura, um coração puro, um namoro puro, um casamento santo. A mulher samaritana recebeu uma nova vida; Zaqueu achou paz para o seu coração; a mulher pecadora foi perdoada; Bartimeu teve seus olhos abertos; o leproso foi purificado; o ladrão foi recebido no paraíso. Cristo pode agora mesmo libertá-lo também. Pode perdoar o seu pecado e fazer de você uma nova criatura.
Em terceiro lugar, na crise precisamos olhar para fora, ouvir o desafio de Deus e ver a necessidade do mundo (Is 6.8). Três pontos nos chamam a atenção:
O envio de Deus nunca precede a restauração espiritual. Vida com Deus é mais importante do que vida para Deus. A vida vem antes do trabalho. A consagração vem antes do ministério. Só depois que Isaías viu a Deus e foi perdoado é que pôde ouvir o desafio de Deus para fazer sua obra. Deus trabalha em nós antes de trabalhar por meio de nós. Adoração vem antes de missão. Santificação vem antes de serviço.
O chamado é dirigido a todos aqueles que foram perdoados. O Deus que salva é o mesmo que chama para o serviço. Deus não nos salvou para a indolência, mas para o serviço. Somos todos membros do corpo. Somos todos ramos da videira. Somos todos ovelhas.
Somos todos ministros da reconciliação. Não feche os ouvidos. Não endureça seu coração. O campo é o mundo. Não chegue diante de Deus de mãos vazias. Deus não o salvou apenas para levá-lo para o céu, mas para que você fosse um vaso de honra em suas mãos, a fim de levar esse evangelho aos pecadores. Uma missionária disse: “eu não recebi um chámado, eu obedeci a uma ordem”.
A disposição de atender ao chamado para fazer a ohra de Deus. Isaías se coloca nas mãos de Deus. O fogo começou a arder em seu peito. A brasa havia queimado em seus lábios. Ele se levantou. Ele se dispôs. Ele atendeu. Isaías denunciou o pecado. Apontou com firmeza os desmandos do rei Acaz. Atacou a exploração dos pobres. Denunciou a ganância insaciável dos ricos. Interferiu nos pactos internacionais com o Egito, que substituíam a confiança no Senhor. Denunciou a religião sem vida. Hoje temos muitos desafios: na família, na escola, na empresa, no trabalho. Deus está chamando você para ser uma bênção em sua nação. Deus está chamando você para se levantar e pôr a mão no arado. O clamor dos céus cruza os séculos e cai nos nossos ouvidos: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? [...] Eis-me aqui, envia-me a mim (Is 6.8).
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