Batismo por Aspersão

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MODO DO BATISMO

O batismo é um mandamento de lavar com água e não especificamente imergir, derramar ou aspergir.
Simboliza a purificação da alma da culpa, pelo sangue de Cristo e pelo Espírito dele, de modo que a lavagem com água é tudo o que se necessita para o simbolo.

O batismo, como lavagem em água com significado espiritual, tem suas raízes no judaísmo do AT e pré-cristão. A lei prescrevia o banho de pessoas consideradas “imundas” (ver, e.g., Lv 14.8,9 e Lv 15). Arão e seus filhos foram lavados cerimonialmente em sua ordenação ao sacerdócio (Lv 8.5,6).

Uso da Palavra Bapto e Baptizo
O uso do N.T. e no A.T. , nos clássicos e nos pais da igreja, não prova que o mandamento de batizar seja um mandamento de imergir.
Imergir;
2. Tingir imergindo;
Tingir sem levar em conta a forma como se faz;
4. Dourar ou esmaltar, como quando uma cerâmica é coberta de alguma matéria;
5. Molhar e umedecer ou lavar;
6. Temperar, como se tempera uma ferra candente, seja imergindo ou derramando água sobre
7. Imbuir em fantasias ou de justiça, sem que tenha relação com imergir.
Nos clássicos, significa:
Imergir ou afundar;
Inundar ou cobrir com água;
Molhar completamente;
Derramar ou alagar;
Ver-se de alguma forma esmagadao ou subjugado.
Assim, segundo Hodge, é uma palavra que indica um efeito a ser produzido sem necessariamente dizer a ação como ele é feito.
Na LXX o uso é tanto mergular como de molhar, a exemplo de 2 Reis 5.10,14
e em Daniel 4.33 “No mesmo instante, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de entre os homens e passou a comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceram os cabelos como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves.”
Números 19.11–13 “Aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias. Ao terceiro dia e ao sétimo dia, se purificará com esta água e será limpo; mas, se ao terceiro dia e ao sétimo não se purificar, não será limpo. Todo aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, e não se purificar, contamina o tabernáculo do Senhor; essa pessoa será eliminada de Israel; porque a água purificadora não foi aspergida sobre ele, imundo será; está nele ainda a sua imundícia.”
Lucas 16.24 “Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.”
João 13.26 “Respondeu Jesus: É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.”
Apocalipse 19.13 “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus;”
1Coríntios 10.1–2 “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés.”
Marcos 7.4 “quando voltam da praça, não comem sem se aspergirem; e há muitas outras coisas que receberam para observar, como a lavagem de copos, jarros e vasos de metal [e camas]),”
2. Seu Simbolismo
O Batismo Cerimonial com água simboliza a ação purificadora do sangue de Jesus Cristo na vida do salvo, ou ainda, o lavar regenerador e renovador produzido pelo Espírito Santo no pecador perdido no ato da conversão. "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador". Tt. 3.5,6. (Hb 9.13,14; 1 Pe 1.2; Ez 36.25)
4. Formas de Batismo
Há uma divergência muito grande no meio evangélico quanto à forma de realização do batismo. As maiores polêmicas giram em torno da imersão e da aspersão. Nós, Congregacionais, batizamos por aspersão considerando que, na análise dos textos bíblicos sobre o assunto, bem como no estudo da geografia da Terra Santa e no significado do batismo cerimonial, a balança pende para o lado dessa forma de batismo, senão, vejamos:
a) É sabido que em Jerusalém, onde a Igreja começou a existir e onde foram salvas três mil pessoas na pregação de Pedro no Dia de Pentecostes, não existia água corrente (o rio Jordão fica distante de Jerusalém e o Mar Mediterrâneo muito mais ainda) e sim água em poços artesianos e em tanques. (Jo 5.2; 9.7).
b) As lideranças religiosas e políticas de Israel, na época do início da Igreja, não tinham nenhuma simpatia pelo cristianismo e jamais permitiriam que suas escassas águas fossem usadas numa cerimônia de iniciação de uma nova religião não aceita por eles. (At 4.1-3,17,18; 5.17,18,33,40; 7.57-59; 9.1,2).
c) Caso a liderança cristã conseguisse água para encher um tanque, era impossível que nele fossem batizados por imersão três mil pessoas. Provavelmente, quando chegasse no centésimo candidato ao batismo, fosse difícil introduzi-lo no tanque, pois a água já não seria tão limpa, assim, a operacionalização do batismo seria bastante complicada.
d) Lembremo-nos de que o significado do batismo é purificação e não morte e ressurreição. Todos os atos de purificação na religião judaica, instituída por Deus, e que nos seus cerimoniais tipificavam ou simbolizavam a Cristo, eram realizados por aspersão (Hb 9.13; Lv 8.10,11; 9.18; Nm 8.6,7; Jo 2.6; Hb 9.19-22).
e) Outra coisa a considerar na opção pela aspersão, é que os judeus que foram submetidos ao batismo realizado por João Batista (os imersionistas têm-no como paradigma) não se submeteriam alegremente a ele se o rito fosse feito por imersão, prática essa desconhecida nos rituais do culto judaico. (Considere que até os saduceus - membros do Sinédrio e os fariseus - fervorosos observadores da Lei e extremamente legalistas procuraram o batismo ministrado por João Batista - Mt 3.4). Se o rito do batismo ministrado por João fosse diferente daquele conhecido pelas autoridades e povo de Israel, certamente, os judeus teriam João como falso profeta, o que dificultaria, sensivelmente, o ministério do precursor de Cristo.
f) Os batismos cerimoniais, registrados no livro de Atos, mostram que os mesmos foram realizados por aspersão, senão vejamos:
· Paulo, ao ser batizado por Ananias, ficou de pé (At 9.18; 22.16);
· Os gentios que estavam na casa de Cornélio e que após a pregação de Pedro foram batizados, certamente, o foram por aspersão, porque Pedro mandou que os batizassem logo após terem aceitado a Jesus. (É muito improvável que já estivesse um tanque preparado para tal ocasião). (At 10.47,48).
· Caso semelhante aconteceu com o carcereiro de Filipos que foi batizado em sua casa, logo após a sua conversão, junto com os seus (At 16.32,33).
· O batismo de Lídia, vendedora de púrpura da cidade de Tiatira, deu-se, provavelmente, num rio, mas isso não quer dizer que o mesmo fosse por imersão, visto que foi Paulo ou Silas, ou mesmo Timóteo que a batizou. Como Paulo era quem liderava, é muito improvável que ela tivesse sido batizada por imersão, visto que ele o fora por aspersão.
· O batismo do eunuco, oficial de Candace, rainha dos etíopes, registrado em Atos 8.36-39, foi realizado ao pé de alguma água. As expressões "eis aqui água", "desceram à água" e "saíram da água", não são conclusivas no que se refere a imersão porque também podem se referir a um poço artesiano, a uma cisterna, a um córrego ou mesmo a um rio que não tenha profundidade suficiente para imergir alguém.
· Os batismos realizados em Samaria, registrados em Atos 8.12, não dão nenhuma idéia de que foram por imersão ou aspersão. Podemos inferir, pelo que expomos acima, que os mesmos foram realizados por aspersão, considerando que foram ministrados por um homem só e que eram muitas as pessoas que foram batizadas. (Considerem aí, também, a questão da praticidade da aspersão).
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