Convocados para adorar - Salmo 100.1-5

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Texto base: Salmo 100.1-5.
Data: Domingo, 17 de dezembro de 2023.
Local: Igreja Presbiteriana de Teresópolis - Culto Matutino.
Tema: Convocados para adorar.
Explicação:
O salmo 100 pertence aos salmos classificados como hinos, quanto ao seu gênero literário. Um “hino é definido, e (...) facilmente reconhecível, pelo seu tom de exuberante louvor ao Senhor.” E não há nada mais que o autor do salmo faça, do que louvar a Deus. Além disso, é possível deduzir, de uma maneira relativamente segura de seu título e da tradição que ele reflete, que o salmo 100 é um hino de ação de graças a Deus. “Na igreja primitiva, o Salmo 100 era usado para as orações matutinas, embora ao longo da história da igreja cristã ele [também] fosse com frequência usado pelo povo de Deus congregado, quando se propunha, como comunidade, a adorar diante do Senhor.”
Este hino é divido basicamente em duas partes: 1° nos versos 1 a 3 encontramos uma convocação ao culto ao Senhor Deus; 2° nos versos 4 e 5 todos os anteriormente convocados devem tributar a Deus com ações de graças por sua bondade, misericórdia e fidelidade que duram de geração em geração.
Tema:
Desse modo queridos, o tema de nossa mensagem é: Convocados para adorar. Convocados para adorar. Sim, somos convocados para adorar pelo próprio Deus.
Pelo próprio Deus.
O salmista abre seu hino dizendo: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras.” (v. 1). Aqui o autor do salmo se dirige a nação de Israel? Ao povo que descende de Abraão, Isaque e Jacó, os patriarcas? Aos eleitos de Deus para viverem em uma aliança onde o Senhor se revelaria progressivamente? A resposta a cada uma dessas perguntas é: não. Neste verso, o autor do salmo não se dirige a Israel, não fala especificamente aos descendentes dos patriarcas e nem ao povo da aliança.
Pelo contrário, o salmista convoca “todas as terras”, ou seja, todos os moradores da terra, todos os seus habitantes, a fim de que celebrem com júbilo ao Senhor, o Deus da aliança. E não é opção, mas é uma ordem, é um imperativo. Aliás, até o verso 4, todos os verbos do texto estão no modo imperativo, são ordens não opções. Toda a terra deve responder a esta convocação, quando descobrem o que o Senhor, o Deus da aliança, fez por seu povo, eles devem “celebrar com júbilo ao Senhor.” “Com efeito, ele constitui um convite missionário, pois o salmista deseja que todos, judeus e gentios, se regozijem diante do Rei.”
E é nesse espírito que o salmista continua dizendo: “Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico.” (v. 2). “As nações gentílicas são convocadas a prestar juramento ao Deus pactual de Israel (‘o Senhor’), e a unir-se em jubiloso culto prestado a ele.” O nome próprio que Deus revelou ao seu povo é utilizado aqui, portanto, a convocação ao culto pactual do Senhor significa que os gentios iriam unir-se aos judeus no culto a Deus. E não se unir com cânticos melancólicos, mas com cânticos alegres, com hinos de louvor e gratidão os judeus e gentios serviriam juntos ao Senhor.
Ao ler essas palavras do salmista, nós – o povo de Deus que vive depois da vinda de Jesus – automaticamente pensamos na concretização desse salmo em Jesus Cristo de Nazaré. Observe o que o apóstolo Paulo escreve aos efésios, cristãos não judeus por nascimento, assim como cada um de nós aqui: “Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade” (Ef 2.11-14).
É por isso que nós cantamos, porque Jesus morreu por nós. Porque é por meio do Filho de Deus, que sofreu em nosso lugar que eu e você nos tornamos filhos de Deus. Quando nos achamos em Cristo, devemos cantar. Cantar com toda as nossas forças. Cheios de júbilo pela vida concedida pelo nosso Deus. “O canto, que é um exercício alegre e, ao mesmo tempo, devoto, deve ser uma forma constante de aproximação de Deus.” Como pode uma comunidade cristã, ou melhor, nós como cristãos, não percebermos a importância do cântico alegre na adoração pública a Deus? Isso é um enigma.
Quando vir a casa de Deus meu irmão, louve ao Senhor com todo o seu ser. Não desdenhe desse momento tão importante. Não ache que são apenas canções agradáveis aos ouvidos. O que ocorre nesse momento é um ato de culto, de louvor a Deus. Cante, cante para a glória de Deus! Cante porque você é livre! Cante, pois, Jesus te salvou! Certo vez, um poeta e pregador inglês do século XVIII disse: “Que se recuse a cantar, Quem nunca conheceu o nosso Deus; Mas os favoritos do rei celestial devem cantar o seu louvor.” Se você conhece o amor de Deus derramado na cruz, cante. Cante para a glória de Deus. Louve o Senhor com todo o fôlego de seus pulmões. Não deixe de apresentar-se diante do Senhor com cântico de alegria.
No verso seguinte, o salmista confronta o conhecimento das nações a respeito de Deus. Observe o verso 3: “Sabei que o Senhor é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio.” Aqui o salmista primeiro “repreende a presunção daqueles homens que impiamente se revoltaram contra o verdadeiro Deus, tanto em modelar para si muitos deuses, quanto em inventar várias formas de cultuá-lo.”
Portanto, “saber” que o Senhor é Deus, equivale a confessá-lo, onde o indivíduo reconhece publicamente que o Senhor é o único Deus. Além disso, as “nações devem saber que é o Senhor quem para si formou os israelitas numa nação, e que a nação lhe pertence.” Quando o autor do salmo diz: “foi ele quem nos fez, e dele somos” há uma mudança aqui. Ele não fala mais de todos os seremos humanos, embora todos sejam criaturas divina. Entretanto, o enfoque do texto subsequente nos informa que o salmista tem em mente o povo que o Senhor formou para si, por livre e espontânea expressão da sua bondade, misericórdia e graça. Foi por amor que Deus tornou Israel seu povo. Israel lhe pertence, afinal, foi o Senhor quem os formou, Israel é o rebanho do seu pastoreio, é o povo da sua aliança.
E assim como ele fez com Israel, Deus nos escolheu para si em Cristo Jesus. Deus nos transportou para uma nova vida antes mesmo de termos vida. Antes da fundação do mundo, Deus olhou para você e escolheu te amar, apesar da sua desobediência. Foi por isso que ele proporcionou um novo e vivo caminho: Jesus Cristo de Nazaré, seu Filho amado.
E todo aquele o que confessar, receberá de graça a vida eterna. Rios de águas vivas fluíram de dentro dele. Nunca mais sentirá fome e nem sede, pois será alimentado pela Palavra de Deus, pelo Verbo encarnado. A sua fome e sede serão voltados para a glória de Deus, para fazer a sua vontade e engrandecer o seu nome. Somos do Senhor, somos seu povo, ele é o nosso pastor e de nada temos falta. O Senhor o conduzirá a pastos verdejantes. Ainda que você forme a sua cama no mais profundo abismo, ainda lá a mão de Deus haverá de guiá-lo. O Senhor será a sua sombra a tua direita. Deus estará contigo até no dia em que você atravessar o vale da sombra da morte, meu irmão. Confie nas suas promessas de amor. Afinal, o Senhor está conosco cada um dos dias de nossas vidas, até a consumação dos séculos.
É por isso irmão. Aí está o motivo do porquê que somos chamados para adorar pelo próprio Deus. Adore-o em espírito e em verdade querido irmão. Mas saiba, que além de sermos convocados para adorar pelo próprio Deus, também somos convocados para adorar com gratidão.
Com gratidão.
Dessa maneira, o salmista adentra na segunda parte do salmo, acompanhe comigo o verso 4: “Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.” Provavelmente, o título do salmo advém desse verso. Aqueles que ouviram a convocação do culto a Deus, devem entrar no templo do Senhor apresentando em seus átrios ações de graça e hinos de louvor; todos são encorajados entrar no templo com jubilo e gratidão diante do Senhor.
No século XIX, Charles Spurgeon, um grande pregador batista da Inglaterra, exortou os seus irmãos cristãos contemporâneos a servirem ao Senhor com ações de graças quando disse: “Em todo o nosso serviço público, a ação de graças deve ser abundante; é como o incenso do templo, que encheu toda a casa com fumaça. Os sacrifícios expiatórios terminaram, mas os de gratidão jamais terminarão. Enquanto formos receptores da misericórdia, deveremos dar graças. A misericórdia nos permite entrar por seus portões; louvemos essa misericórdia.”
Sim irmãos, enquanto a graça do Senhor se manter estendida, nós devemos render-lhe graças, pois estamos adentrando os portões celestiais pela graça. Enquanto o Senhor se assentar no trono e governar toda a nossa vida, nós o adoraremos. Afinal irmão, tudo aquilo que mais necessitávamos Deus já nos concedeu gratuitamente no Amado. O melhor de Deus já veio, como o profeta Isaías disse: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6). A resposta de Deus para os nossos problemas é Jesus, o nosso Salvador. Ele é o nosso Rei, é a ele que devemos honrar com ações de graças, por tão grande amor.
“(...) rendei-lhe graças”, ou seja, sejam gratos. “Que o louvor esteja no (... seu) coração e não apenas na (... sua) língua, e que tudo seja para Aquele a quem tudo pertence.” “E bendizei o seu nome”. Seja o que for que Deus fizer, tome o cuidado de bendizê-lo por isso; glorifique-o quando Ele tomar, assim como quando Ele der; louve-o enquanto viver, sob todas as circunstâncias; bendiga ao Senhor simplesmente por quem ele é e o que ele já fez por nós.
Com razão.
E ao final do salmo, o autor dá a razão dessa ação de graças e hinos de louvor que devem ser tributadas a Deus em seu templo: “Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade.” (v. 5). Sim, todos devem tributar louvores ao Senhor porque ele é bom e nunca deixará ser bom. Sim, todos devem render graças a Deus porque a sua misericórdia se manterá de pé eternamente, dia após dia, e noite após noite, o Senhor será misericordioso para com o seu povo. E sim, rendei graças a Deus e o honrem com os seus lábios pois de geração em geração, ele é fiel e cumpre as suas promessas.
Conclusão:
Dessa maneira meus irmãos, somos convocados a adorar. Convocados para adorar a Deus, pelo próprio Deus, por causa do amor de Deus. Sim irmãos, o Senhor é bom, sua misericórdia dura para sempre e de geração em geração o Senhor é fiel aos que o temem! Que Deus muito nos abençoe em Jesus Cristo, nosso Salvador, amém.
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