O JUSTO JESUS! (Parte 1) Lucas 22.63-71

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Jesus é o justo que foi injustiçado, para que nós injustos sejamos justificados.

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Grande ideia: Jesus é o justo que foi injustiçado, para que nós injustos sejamos justificados.
Estrutura: O justo Jesus diante dos zombadores (vv. 63-65) e o justo Jesus diante diante do Sinédrio (vv. 66-71).
Luke 22:53 NAA
Todos os dias, estando eu com vocês no templo, vocês não tentaram me prender. Esta, porém, é a hora de vocês e a hora do poder das trevas.
William Barclay interpreta corretamente quando diz que durante a noite Jesus havia sido levado ante o sumo sacerdote. Este foi um interrogatório privado e extraoficial. As autoridades tinham o propósito de arrancar de Jesus alguma declaração que pudesse incriminá-lo. Depois disto, Jesus foi entregue aos guardas do templo. Estes zombaram dele e o açoitaram. Ao chegar no outro dia de manhã, levaram-no ao sinédrio. Isso porque o sinédrio não podia reunir-se oficialmente à noite.
Se você perguntasse a Buda: “Você é filho de Brama?”, ele responderia: “Filho meu, você ainda está no vale da ilusão”. Se perguntasse a Sócrates: “Você é Zeus?”, ele daria risada. Se perguntasse a Maomé: “Você é Alá?”, ele primeiro rasgaria as próprias vestes, depois decapitaria você. Se perguntasse a Confúcio: “Você é o céu?”, acho que ele provavelmente responderia: “Comentários em desacordo com a natureza são de mau gosto”. A ideia de um grande mestre da moral alegando o que Cristo alegou está fora de questão. Em minha opinião, a única pessoa que pode dizer esse tipo de coisa é ora o próprio Deus, ora um completo lunático que sofre do delírio que compromete a saúde da mente. Se você acredita ser um ovo poché em busca de uma fatia de pão que o agrade, é até possível que esteja são; mas, se pensa que é Deus, você está perdido. Podemos notar, de passagem, que Jesus nunca foi considerado um mero mestre em assuntos morais. Ele não produziu tal impressão em pessoa alguma que o conheceu. Na verdade, os três principais efeitos que ele produziu nos demais foram: ódio, terror e adoração. Não vemos sinal algum de uma simples aprovação moderada por parte de alguém. C.S. Lewis, Deus no Banco dos Réus
Não podemos escolher a versão de Jesus que adoraremos. Nós o amamos como ele é. Qualquer outra coisa é idolatria. Qualquer outra coisa é fantasia. Qualquer outra coisa é aquilo que Jesus morreu para que tivéssemos
Jesus diante dos zombadores. (vv. 63-65)
(a) Zombaria e pancadaria (22.63). Aqueles que prenderam Jesus zombaram dele e deram-lhe pancadas. Jesus foi esbordoado, cuspido e espancado na casa do sumo sacerdote.
(b) Escárnio (22.64). Eles vendaram os olhos de Jesus e escarneceram dele, dizendo: Profetiza-nos: quem é que te bateu?
(c) Blasfêmias (22.65). Lucas diz que esses algozes falavam muitas outras coisas contra ele, blasfemando.
A jurista Maria Durvalina de Araújo em seu estudo - Julgamento de Cristo. irregularidades e atrocidades. Lei mosaica x processo de Jesus Cristo - demonstra as irregularidades jurídicas constatadas no processo que culminou na condenação e morte de Jesus Cristo. Da sua análise podemos constatar o cerceamento do direito de defesa, atos jurídicos na calada da noite, ausência de recursos, e testemunhas subornadas
"O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma" de Flávio Gouvêa de Oliveira
"Isso representa bem o modo como o mundo trata muitas coisas sérias até hoje: julgamento precipitado, humor agressivo, violência gratuita e desrespeito a direitos humanos básicos. Esse tratamento aplicado a Jesus causa indignação por sabermos quem ele era, mas dificilmente nos sentimos indignados quando o mesmo tratamento é aplicado a algum suspeito desconhecido do qual “temos certeza” de que é criminoso antes mesmo do julgamento.
2. Jesus diante do Sinédrio. (vv. 66-71)
(a) A cena muda do pátio do sumo sacerdote para a câmara do concílio, a “Sala de Pedras Lavradas”.
Passa-se ao longo de um dos átrios interiores do templo, de acordo com as tradições rabínicas, ou um átrio na esquina sudoeste da área do templo, de acordo com Josefo (Guerra dos Judeus, V.4.2). A acusação religiosa forjada contra Jesus na quinta-feira à noite foi de blasfêmia. Agora, eles precisam lançar sobre Jesus uma acusação política, que encontraria mais eco no pretório romano. Por isso, reuniram-se bem cedo na sexta-feira, agora com o sinédrio pleno, não apenas para dar legitimidade à reunião ilegal da quinta-feira à noite, mas também para acusá-lo de conspiração contra César.
Sinédrio: O mais alto tribunal religioso dos judeus, do qual faziam parte os sumos sacerdotes (o atual e os anteriores), chefes religiosos (anciãos) e professores da Lei. Tinha 71 membros, incluindo o presidente.
John 11:47 NAA
Então os principais sacerdotes e os fariseus convocaram o Sinédrio e disseram: — O que estamos fazendo, uma vez que este homem opera muitos sinais?
(b) Uma reunião ilegal (22.66).
As autoridades já haviam decidido matar Jesus antes mesmo de interrogá-lo (22.1,2; Mc 14.1; Jo 11.47–53). Eles haviam planejado fazer isso depois da festa, para evitarem uma revolta popular (Mc 14.2), mas a atitude de Judas de o entregar adiantou o intento deles (Mc 14.10,11).
(c) Ainda:
Robertson diz que esta é a segunda vez que Jesus comparece diante do sinédrio, meramente mencionada por Marcos 15.1 e Mateus 27.1, que relatam com detalhes a primeira vez e o julgamento. Lucas menciona esta reunião de ratificação depois do amanhecer, para dar a aparência de legalidade ao seu voto de condenação, já decidido (Mt 26.66; Mc 14.64).
(d) Um interrogatório hipócrita (22.67,68).
Os membros do sinédrio perguntam a Jesus se ele era o Cristo, o Messias. Jesus responde desmascarando a hipocrisia da pergunta deles, que não estavam interessados na verdade, mas apenas em disfarçar suas intenções malignas atrás de formalidades legais.
Tim Keller: Pela escolha de texto que fez, Jesus está deliberadamente nos forçando a ver o paradoxo. Houve uma enorme inversão. Ele, juiz sobre o mundo inteiro, está sendo julgado pelo mundo. Ele deveria estar na cadeira do juiz e nós no banco dos réus, aprisionados em correntes. Tudo está de ponta-cabeça.
(e) Uma declaração ousada (22.69).
Jesus não se intimida como Pedro, mas afirma corajosamente sua identidade. Em vez de declarar que agora é o Cristo sofredor, enfatiza que será o Cristo vencedor, que estará à direita do Todo-poderoso Deus.
Leon Morris diz que “a mão direita” era o lugar de honra, e “sentar-se” era a posição de descanso. Feita a sua obra salvífica, Jesus teria o lugar da mais alta honra. Jesus faz alusão à sua glorificação como algo tão certo que já tinha começado. O evangelista Marcos diz que Jesus falou não apenas de sua glorificação, mas também de sua segunda vinda nas nuvens (Mc 14.62).
Robertson diz que Jesus responde à pergunta deles sobre “o Messias” afirmando que ele é “o Filho do homem”, e assim eles o entendiam. Ele também declara ser igual a Deus, e eles aceitam.
(f) Uma sentença condenatória (22.71).
O sinédrio parecia ter conseguido o seu intento. Lucas registra: “Clamaram, pois: Que necessidade mais temos de testemunho? Porque nós mesmos o ouvimos da sua própria boca”. A sentença de morte foi lavrada. O seu caminho era a cruz, para que o nosso caminho fosse o céu. Agora é só levar o caso ao governador romano para bater o martelo. O juízo dos membros do sinédrio está correto, a menos que Jesus fosse quem ele afirmava ser. Mas eles estariam eternamente errados, pois ele é o Cristo, o Filho do homem, o Filho de Deus. Eles fizeram sua escolha e devem enfrentar Cristo como juiz.
É muito conhecido o desafio feito por C. S. Lewis, quando ele diz que em relação a Jesus só temos três possibilidades: ou Jesus é um mentiroso, ou um lunático ou Deus. Se ele não é quem disse ser, é um mentiroso; se ele não é quem pensou ser, é um lunático; mas se ele é quem disse ser, então, ele é Deus!
O fato de Jesus ser o Messias não dependia da interpretação dos escribas e nem mesmo da argumentação dele próprio, era uma realidade que estava em andamento e da qual até mesmo aquele espetáculo injusto fazia parte. Por isso mesmo Jesus nem se preocupava em argumentar e se defender, afinal, como ele havia dito desde que foi preso no Getsêmani, era a “hora e o poder das trevas”.
(g) Em suma, esse foi o julgamento de Jesus (como registrado nos demais Evangelhos):
Os juízes de Jesus foram: Anás, ganancioso, venenoso como uma serpente e vingativo (Jo 18.13); Caifás, rude, hipócrita e dissimulado (Jo 11.49,50); Pilatos, supersticioso e egoísta (Jo 18.29); e Herodes Antipas, imoral, ambicioso e superficial. Esses foram seus juízes.
Vejamos quais foram os passos nesse processo.
Primeiro, Jesus diante de Anás (Jo 18.13). Antes de Jesus ser levado ao sinédrio, ele foi conduzido até Anás manietado pela escolta, o comandante e os guardas dos judeus. Este era sogro de Caifás, o sumo sacerdote. Apesar de ter sido destituído pelos romanos, muitos judeus consideravam Anás o verdadeiro sumo sacerdote, pois esse cargo era vitalício e sumamente honroso; e, como cabeça de toda a família, ele exercia enorme influência na direção da política da nação por meio do seu genro Caifás. O interrogatório de Jesus por este potentado tinha por objeto orientar o sumo sacerdote, ao mesmo tempo que oferecia tempo suficiente para a convocação de um quórum do sinédrio durante as altas horas da noite.
Segundo, Jesus diante do sinédrio (Mc 14.53–65). O sinédrio era a suprema corte dos judeus, composta por 71 membros. Entre eles, havia saduceus, fariseus, escribas e homens respeitáveis, que eram os anciãos. O sumo sacerdote presidia o tribunal. Nesta época, os poderes do sinédrio eram limitados porque os romanos governavam o país. O sinédrio tinha plenos poderes nas questões religiosas. Parece que tinha também certo poder de polícia, embora não tivesse poder para infligir a pena de morte. Suas funções não eram condenar, mas preparar uma acusação pela qual o réu pudesse ser julgado pelo governador romano. Embora ilegalmente, o sinédrio reuniu-se naquela noite da prisão de Jesus para o interrogatório. Eles já tinham a sentença, mas precisavam de uma forma para efetivá-la. Os membros do sinédrio estavam movidos pela inveja (Mc 15.10), pela mentira (Mc 14.55,56), pelo engano (Mc 14.61) e pela violência (Mc 14.65). Os que interrogaram Jesus não buscavam a verdade, e sim evidências contra ele, diz Dewey Mulholland.
3. Outras aplicações:
(a) Diante de Jesus, ninguém será considerado inocente: diante dele você terá “ódio, terror e adoração”.
John 10:24–30 NAA
Então os judeus o rodearam e disseram: — Até quando você nos deixará nesse suspense? Se você é o Cristo, diga francamente. Jesus respondeu: — Já falei, mas vocês não acreditam. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim. Mas vocês não creem, porque não são das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo, e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um.
(b) Até hoje, Jesus continua sendo julgado pela opinião pública. Cabe a você escolher qual será o seu testemunho a respeito dEle.
Para muitos, Jesus é apenas uma figura apropriada para uma pintura, o herói de um romance, um belo modelo para uma escultura ou o tema de uma canção. Mas para os que ouviram Sua voz, experimentaram o perdão e sentiram Suas bênçãos, Ele é aconchego, luz, alegria, esperança e salvação. Um amigo que não nos abandona jamais, que nos levanta quando estamos prostrados.
"Nunca sabemos que Jesus é tudo de que precisamos até Jesus ser tudo o que temos. E se Jesus é tudo o que você tem, então, e só então, você vai descobrir que Jesus realmente é tudo de que você precisa." - Ron Dunn
Ilustr.:
https://www.chamada.com.br/mensagens/conheca_jesus/conheca_jesus_05.html
"Quem é como Jesus?" Esse era o título de um artigo que li e transcrevo: "Jamais cansaremos a Jesus; podemos lançar todos os nossos fardos e anseios sobre Ele. Jesus está sempre disposto a nos ajudar; Ele fala conosco com o mesmo amor de sempre e ouve o que temos a Lhe dizer. Não existe nome superior ao nome "Jesus". Ele é mais glorioso que o nome de César, mais sonoro que o de Beethoven, mais vitorioso que o nome de Napoleão, mais eloqüente que o de Demóstenes e mais paciente que o de Lincoln. O nome de Jesus representa vida e amor. Seu nome é como um perfume maravilhoso. Quem consegue solidarizar-se com uma pessoa sem pátria como Jesus o faz? Quem, como Jesus, consegue dar as boas-vindas a um filho pródigo que volta ao lar? Quem, além de Jesus, consegue libertar um alcoólatra de seu vício? Quem consegue encher de luz e esperança um cemitério repleto de túmulos? Quem, além de Jesus, consegue fazer de uma prostituta das ruas uma rainha diante de Deus? Quem consegue juntar as sofridas lágrimas humanas em Seu odre? Quem consegue nos consolar em nossa tristeza, como Jesus o faz?"
Muitas pessoas tentam compensar seus erros fazendo boas obras, mas isso não as ajuda em nada. Outras tentam lavar suas almas através de exercícios espirituais, mas isso também não funciona. Outras se suicidam impelidas por uma consciência desesperada. Mas isso também não as liberta, pois a alma continua vivendo.
Sobre a terra, somente o Filho do Homem, Jesus Cristo, tem o poder de perdoar pecados (Mateus 9.6). Só Ele pode tirar nossa culpa e tomar sobre Si os pecados de todos os homens porque só Ele é o Filho de Deus, só Ele é sem pecado, só Ele é justo e não nasceu da semente de Adão, pois tornou-se homem pelo Espírito Santo.
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