Jesus, a Água Viva

Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 1 view
Notes
Transcript

Texto base: João 4.7-26
Introdução: O corpo humano é regido por necessidades fisiológicas. E uma delas é de água. A água é o líquido precioso que sustenta a vida e desempenha um papel insubstituível no bom funcionamento do corpo humano. Para se ter uma ideia, 70% da massa corporal de uma pessoa é constituída por água. Por isso, que podemos até ficar 40 dias sem se alimentar, mas sem água apenas 72h (três dias).
A injeção diária de água gera saúde e equilíbrio fisiológico para o corpo. A água tem a capacidade de regular a temperatura corporal. Por meio da transpiração, o corpo libera calor e mantém uma temperatura interna estável. Á água garante o bom funcionamento do sistema digestivo, dissolvendo e transportando nutrientes essenciais. Garante que os rins realizem suas funções adequadamente. Além disso, garante uma pele saudável. A hidratação regular promove uma pele elástica e resistente. A falta de água pode resultar em pele seca, áspera e mais propensa a irritações e envelhecimento precoce.
Transição: Em vista dessas questões, de fato, a água é um elemento essencial para vida. Nosso corpo tem sede por água. Contudo, existe em nosso ser uma dimensão mais profunda (a alma) que não pode ser saciada pela água natural. Nosso texto deixa isso muito claro. João evidencia, através do diálogo de Jesus com a mulher samaritana, que há uma sede na alma humana. Um anseio interior por descanso, satisfação e sentido. Uma sede que apenas a “água viva” pode saciar.
Quando observamos a sociedade em nossa volta, percebemos que há um desconhecimento desse fato. Vivemos em mundo, de maneira geral, de pessoas insatisfeitas, inquietas, sem contentamento. De pessoas que até reconhecem que há uma sede interior, mas que procuram a saciedade em lugares errados: relacionamentos, em realizações pessoais, acúmulo de riquezas, viagens, poder. O fruto dessa busca equivocada é frustração, angústia, desespero, dor, cansaço, famílias destruídas, guerras, fome, egoísmo, violência, corrupção, injustiça. No entanto, a Escritura nos diz que existe um lugar em que esse quadro sombrio pode ser transformado. Um lugar em há a água que verdadeiramente sacia a alma e que da um sentido significativo a vida. Esse lugar é em Jesus.
E sabe qual é a boa nova para o mundo? A boa nova para nós? Jesus tem um enorme interesse em saciar a nossa sede. Graciosamente, de maneira imerecida, Ele vem até nós e nos oferece água viva.
Jesus decide voltar novamente para Galileia (1-3)
Por volta de 27 d.C., João Batista foi preso, o que tinha feito com que os líderes religiosos da época estivessem muito felizes. João havia alcançado uma grande popularidade através de seu ministério, causando grandes problemas com a cúpula religiosa da época. Contudo, a alegria deles foi de curta duração, pois os fariseus receberam notícias que Jesus estava realizando atividades semelhantes às de João Batista e as multidões o seguiam. Então, na visão dos membros do Sinédrio, as coisas haviam piorado. E, portanto, decidem investigar esse novo “profeta” das multidões.
Jesus, compreendendo que a sua popularidade geraria ressentimento entre os líderes religiosos, decide sair da Judeia, não desejando gerar uma crise prematura. Jesus sabia que, em algum momento, iria confrontar os fariseus, mas aquele não era o tempo apropriado para isso.
A necessidade de atravessar a província de Samaria (4)
Então, depois da Páscoa, Jesus retorna novamente para Galileia e, conforme o plano estabelecido pelo Pai, toma um caminho não convencional atravessando a Samaria.
Esse era um caminho não natural, pois os judeus tinham uma grande rivalidade com os samaritanos, a ponto de evitarem até mesmo pisar em seu território. Mas, no plano divino, aquele era o caminho que Jesus deveria tomar. Por isso o termo “era necessário”. Vidas em Samaria necessitavam da “água viva”.
Pausa para descanso em Sicar (5-6)
Jesus, entra na província de Samaria e faz uma pausa planejada na cidade de Sicar, uma cidade próxima das terras que José herdou de seu pai Jacó. Depois de uma longa caminhada , ao meio dia, Jesus decide descansar perto de uma fonte.
Nesse meio tempo, os discípulos tinham vão a cidade comprar algo para comer, e uma mulher da cidade de Samaria vem para tirar água do poço. Ele vê um estranho descansando perto do poço. Um estranho que se mostrará como resposta não apenas para os judeus, mas também para os samaritanos.
Existe um contraste evidente entre o 3 e 4 capítulos de João. No cap. 3, Jesus lida com um homem, que é judeu e de alta posição moral (Nicodemos). Já no capítulo 4, Jesus lida com uma mulher, que é samaritana e de baixa reputação. Mas, qual é a resolução do evangelho de João? Jesus oferece água viva para ambos. Jesus é a resposta para ambos. Jesus tem interesse em salvar ambos. O evangelho tem alcance universal. Ele não faz distinção de classe social (rico ou pobre), étnica (judeu ou samaritano), de reputação (boa ou má), de gênero (homem ou mulher), raça (braco ou negro). Seja você quem for ou que tenha feito, a boa nova do evangelho é: Jesus pode lhe salvar. Jesus pode lhe transformar. Jesus pode saciar a sede da sua alma.
Ilustração: História de Brian
Diálogo com uma mulher samaritana, a necessidade da água viva (7-18)
No intuito de abrir os olhos daquela mulher para realidade da salvação, Jesus se dirige a cada parte de sua personalidade. Ele apela para sua compaixão (Dê-me de beber), sua curiosidade (Se você conhecesse), seu desejo por um descanso e satisfação (aquele que beber da água...) e, por fim, sua consciência (Vá, chame seu marido).
Propositadamente, Jesus inicia o diálogo com ela lhe pedindo água para beber, apelando para sua compaixão. A mulher replica alegando que o pedido é inconveniente vindo da parte de um homem que pertencia a um povo que rivalizava com os Samaritanos. Uma rivalidade histórica que culminava em comportamentos hostis de ambos os lados. Os judeus não se davam com os samaritanos porque eles consideravam os samaritanos um povo mestiço e idólatra. Os samaritanos viam os judeus como presunçosos e defendiam o título de guardiões da Torá e os verdadeiros descendentes de Israel. Por isso, viviam constantemente em conflitos. Embora, Jesus não responda diretamente à questão levantada por ela, também não a ignora. Jesus demonstra que a suposição dela está errada. Ela sugeriu que Jesus, um judeu, está necessitado e impotente, mas ela, uma samaritana, é autossuficiente e pode suprir a necessidade dele. Em sua resposta, Jesus mostra que o correto é o oposto disso: ela é quem precisa de água, e ele é a fonte capaz de supri-la!
Mas a mulher ainda não compreende o que, de fato, Jesus está lhe dizendo. Ele fala de uma nascente em que a água brota sozinha ("água viva"). A mulher fica reflexiva e assombrada. Não entende como Jesus possa ter água viva se ele não tem equipamentos para retirar água e o poço é fundo. A mulher está completamente perplexa e confusa. Ela entende a reposta de Jesus como um absurdo, levando-a a questionar a posição dele, comparando-o com o fundador do poço (Jacó).
Então, Jesus apela para o seu desejo de satisfação e descanso, falando de sua superioridade. Água oferecida por Jacó é apenas água natural. Água que não mata definitivamente a sede, não satisfaz as necessidades e é de quantidade limitada. Porém, a água concedida por Jesus é água viva. Água que sacia a sede para sempre, isto é, de satisfação duradoura. É água que alcança a alma e permanece nela, como uma fonte de refrigério e satisfação espiritual. É uma fonte perpétua, que sustenta o homem espiritualmente o conduzindo para vida eterna - é “fonte a jorrar para eternidade”.
O coração do homem, por natureza, busca por propósito e satisfação. Todo ser humano tem o desejo inerente pela saciedade da alma. O problema é que muitos tem buscado essa saciedade na superficialidade e efemeridade deste mundo. A casa própria não pode saciar nossa sede. O carro do ano não pode saciar nossa sede. O casamento não pode saciar nossa sede. O emprego dos sonhos não pode saciar nossa sede. A vida acadêmica não pode saciar nossa sede. Bons amigos não podem saciar nossa sede. Somente Jesus é a fonte de água viva que sacia nossa sede. Somente na água viva de Jesus encontramos sentido e satisfação duradoura.
Ilustração: Santo Agostinho
Nesse momento, a mulher se conscientiza que a água na qual Jesus está se referindo é um tipo de água muito especial. Portanto, pede a água essa, mas sem levar em consideração da natureza espiritual das palavras de Jesus. Ela ainda não consegue enxergar a necessidade de uma água que transforme sua condição espiritual.
Todavia, Jesus desperta sua necessidade apelando para sua consciência, dando a ela uma percepção de culpa, uma consciência de pecado. Jesus faz menção ao seu marido como uma forma de lembrá-la de sua condição espiritual.
Jesus agora leva a conversa numa direção diferente para ajudá-la a perceber que ela tinha necessidades maiores e que Ele poderia satisfazer. A mulher adota uma postura defensiva e responde a Jesus brevemente com uma meia verdade. Ela não se sente confortável para confessar seus erros. Jesus com uma única sentença desvenda o passado e a vida presente da mulher. Ele expõe o pecado dela não para humilhá-la, diminuí-la, mas para se apresentar como aquele que pode ajudá-la a vencer o pecado. Como aquele que pode mudar a sua história. Que pode dar um sentido significativo a sua vida.
Em muitos casos, por estamos tão envolvidos com o “aqui” e “agora”, acreditamos que a maior necessidade é garantir o futuro dos nossos filhos. É a promoção no emprego. É a cura de uma enfermidade. É a aprovação na faculdade. É a mesa farta. É a proteção da nossa família. E por acreditarmos nessas “necessidades”, dedicamos a elas todo nosso tempo e força. Deixando de lado nossa preocupação com as necessidades maiores, as necessidades espirituais. Deixamos de lado a leitura bíblica, a oração, o jejum, a adoração comunitária. Ignoramos as admoestações do Espírito Santo e caímos no desvaneio de ganhar o mundo. Jesus chama esse tipo de comportamento de loucura: Lucas 12.20 “Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”. Em Marcos 8.36“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”.
Nossa maior necessidade não é de ordem material, emocional, psicológica, fisiológica, mas espiritual. Nossa maior necessidade é de Cristo. Nossa maior necessidade é de água viva. O que é mais encantador em Jesus é que não apenas expõe as necessidades, mas está disponível para supri-las. Ele ao mesmo tempo aponta nossos erros e nos ajuda a corrigi-lo! Ao mesmo tempo aponta nossos vazios existências e se apresenta para preenchê-los! Ao mesmo tempo nos avisa sobre o perigo da morte e nos oferece vida eterna! Ao mesmo tempo fala sobre a nossa sequidão e nos oferece água viva!
Conclusão:
A questão da adoração (19-24)
O lembrete doloroso de sua conduta pecaminosa faz com que a mulher fuja do assunto. Ela não nega as observações de Jesus quanto à sua vida imoral, mas rapidamente propõe mudança de tema, levantando uma questão que tinha ouvido bastante e sobre o qual desenvolveu interesse (adoração).
Jesus responde à questão dizendo que o mais importante não é onde se adora, mas como e o quê. Quem Deus deve ser o objeto da nossa adoração? Aquele aquém conhecemos revelado nas Escrituras. Deus é objetivo da nossa adoração. É quem nos reverenciamos. É aquém nos prostramos. E como esse Deus deseja que o adoremos? Em espírito e em verdade. Ou seja, Deus não quer uma adoração superficial, baseada apenas fatores externos como o lugar, a cerimônia ou belas palavras. Mas, deseja algo profundo e sincero. Adorar é mostrar amor, respeito e dedicação a Deus. Rituais como ir à igreja e cantar louvores ajudam a expressar essa adoração, mas somente possuem valor quando são fruto do desejo do coração de adorar a Deus. Quando adoramos porque desejarmos adorar, como resposta por tudo que Deus é e por tudo que Ele faz.
Portanto, Jesus explica para aquela mulher, a adoração precisa ser direcionada ao verdadeiro Deus, tal como estabelecido na Escritura, e não se restringe um mero ato externo, físico, mas é algo mais profundo, espiritual. A necessidade de adoração distintamente espiritual se fundamenta no próprio ser de Deus: Deus é Espírito. Ele não é um deus-pedra ou deus-árvore, nem é um deus-montanha de forma que precise ser adorado em uma determinada montanha. Ele é um ser independente, incorpóreo e pessoal.
Jesus se apresenta como Messias (25-26)
Então, os pensamentos da mulher são direcionados para a expectativa do Messias vindouro. As palavras de Jesus a lembraram de certas tradições que foram transmitidas ao povo de Samaria. O fato é que também havia entre os samaritanos uma expectativa messiânica. Uma figura profética de relevância.
Jesus aproveita o momento e faz uma grande revelação a mulher se apresentando como o Messias aguardado. Jesus diz: “mulher, eu sou o Messias. Eu sou o único que pode lhe salvar. Que transformar sua vida. Sou o único que tem água viva para dar.”.
Da mesma maneira que a água é singular para o corpo humano, Jesus é para alma. Nele encontramos a saciedade, a completude, vida eterna. Seja você quem for ou que tenha feito, Jesus tem água viva para você. Talvez, como aquela mulher, você esteja andando solitário pela vida e sem esperança. Mas, hoje, Jesus quer transformar sua história. Ele quer fazer com que você tenha um amigo para todos os momentos. Ele quer dar um sentido mais que especial para sua existência e fazer com que brote esperança em seu coração. O que você precisa fazer? Vir até Ele? Ele é a fonte que todos podem se saciar.
Related Media
See more
Related Sermons
See more