No Poder do Espírito Amamos Uns Aos Outros (1Jo 4.7-12)

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Introdução

Vivemos na pós-modernidade um tempo marcado por incertezas, insegurança, instabilidade, relativismo...

Mesmo na igreja, muitos vivem numa postura de incerteza e confusão quanto à verdade e quanto ao que são em Cristo.
Sintomas das incertezas do nosso tempo:
Dificuldade em ter certeza da salvação.
Sérias dúvidas quanto à autoridade das Escrituras. Ela é a verdade absoluta de Deus?
Falta de ousadia para pregar o evangelho salvador. O relativismo do nosso tempo amordaçou parte da igreja.
Nesse sentido, ela se torna grandemente necessária para lidarmos com os desafios do nosso tempo. Alguns termos-chave: “conhecer” (15 vezes), “saber” (25 vezes), e a palavra grega parresia, que significa “atitude confiante”, “ousadia no falar”.

A primeira carta de João foi escrita para termos certeza. John Stott - certeza de duas coisas: quanto a Cristo e quanto à vida eterna.

Movido pelo ES, João mostra que todo cristão verdadeiro não só pode, como deve ter certeza da vida eterna. Como? João apresenta três provas vitais em sua carta:
A primeira prova é doutrinária: todo cristão verdadeiro crê que Jesus é o Filho de Deus que se encarnou;
A segunda prova é moral: se guardamos os mandamentos de Deus em obediência. Uma vida que tem o pecado como prática normal é totalmente incompatível com Deus, que é luz, e com Jesus, que veio ao mundo para tirar os nossos pecados;
A terceira prova é social: se nos amamos uns aos outros. Como Deus é amor, uma pessoa que não ama não conhece a Ele.

Na passagem que lemos, João se aprofunda um pouco nessa terceira prova, a prova social.

João começa falando que amar é uma ordem (4.7a): “Amados, amemo-nos uns aos outros”.
É indispensável a presença do amor fraterno em nossa vida. O amor é a prova de que alguém é discípulo de Cristo. O amor cumpre a lei de Deus. Ele não é opcional. Se ele está presente em nosso interior, ele fará parte da nossa vida cotidiana.
Nos versos a seguir, o apóstolo apresenta 4 argumentos que reforçam a ordem do amor fraterno. Vamos meditar nesses argumentos.

1º argumento: Devemos amar uns aos outros porque Deus é amor (4.7b-8).

João diz no v. 7b: “[…] porque o amor procede de Deus”.
Tradução mais literal: “pois o amor é de Deus”. Faz parte da mais profunda essência de Deus. Deus é santo e justo; mas também é amor.
Quando olhamos para a grande história do relacionamento de Deus com a criação, ela pode ser resumida assim: Deus criou tudo perfeito; o homem escolheu por si mesmo desobedecer a Ele e, por isso, o pecado entrou no mundo; desde então, no passar das gerações, Deus tem executando Seu plano redentor de salvar a humanidade pecadora. Deus sempre amou o Seu povo.
John Stott: Deus, em Seu plano eterno de amor, achou um meio de expor o pecado (porque Ele é luz) e de consumi-lo (porque Ele é fogo consumidor) sem destruir o pecador; mas, ao contrário, salvando-o.
João continua seu argumento a seguir:
1João 4.7c–8 (NAA)
7 […] e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 8 Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.
O v. 7 diz: “quem ama conhece a Deus”; o v. 8 diz o mesmo, porém de forma negativa: “quem não ama não conhece a Deus”.
Se de fato conhecemos a Deus, é impossível não viver o amor fraternal. Pois, como filhos de Deus, nascidos Dele, temos a Sua essência em nós. Essa essência é o amor.
Resumindo: como Deus é amor, e nós somos Seus filhos amados, nós devemos amar uns aos outros.

2º argumento: Devemos amar uns aos outros porque Deus demonstrou Seu amor através do Seu Filho (vv. 9-10).

Deus demonstra Seu amor por nós de várias formas. Ele é o nosso bom pastor. Ele cuida de nós, nos sustenta, nos guarda, nos livra do mal, nos dá sabedoria e discernimento… Mas a maior manifestação do Seu amor por nós está em Cristo Jesus:
1 John 4:9 NAA
9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.
É digno de nota que a principal demonstração de amor de Deus por nós não é algo subjetivo, mas é um evento histórico: o único filho de Deus esteve entre nós. João cap. 1: Nós vimos Sua glória. Ele é cheio de graça e de verdade.
Com a vinda de Jesus ao mundo, Deus mesmo esteve entre nós. Deus é um Deus presente. Não abandonou a criação, nem tampouco a humanidade.
Mas Deus não apenas enviou Seu filho ao mundo. É preciso uma prova de amor muito maior. Ela se encontra no v. 10:
1 John 4:10 NAA
10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
Aqui no v. 10, o apóstolo explica o que ele quis dizer com o fato de que “o amor procede de Deus” e que “Deus é amor”.
Sua argumentação começa negativa: “não em que nós tenhamos amado a Deus”. Falando de forma positiva, significa que o amor só pode ser compreendido através do amor de Deus. Então, ele continua: “Ele nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”.
Nos vv. 7 e 8, João afirma que Deus é amor. Ele fala sobre Seu caráter. Mas agora, nos vv. 9 e 10, ele demonstra que o amor de Deus não está apenas em Seu ser, nem tampouco apenas em palavras eloquentes, mas foi provado através de um alto preço, um presente sacrificial: Ele enviou Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
Deus não está apenas assentado em um alto e sublime trono, como contemplou o profeta Isaías. Ele nos ama tão profundamente que Se humilhou para nos resgatar. Deus não é apenas santo; Ele também é amor. E é precisamente o fato de que Deus é amor que O motivou a buscar a humanidade perdida oferecendo a salvação exclusivamente através do sacrifício do Seu único Filho, cumprindo assim Sua própria justiça.
Propiciação? “Expiação” (AT); um sacrifício que aplaca a ira do Pai e nos reconcilia com Ele. Em outras palavras, não é a Encarnação o maior ato de amor de Deus, mas é a propiciação. É o sacrifício salvador.
Jesus é o presente de Deus. Através da Sua morte temos vida.
Hernandes D. Lopes: Não foi a cruz que gerou o amor de Deus, mas foi o amor de Deus que produziu a cruz.

3º argumento: Devemos amar uns aos outros porque Deus demonstra o Seu amor através de nós (vv. 11, 12).

Deus não apenas é amor; Ele nos ama. Ele não apenas nos ama, mas demonstrou Seu amor ao enviar Jesus ao mundo para morrer por nós. Mas não para por aí. Ele tão amoroso que deseja demonstrar Seu amor por outros através de nós.
João declara isso no v. 11:
1 John 4:11 NAA
11 Amados, se Deus nos amou de tal maneira, nós também devemos amar uns aos outros.
O amor de Deus é o nosso maior exemplo e nossa maior inspiração para amar. Esse grandioso e inigualável amor de Deus nos faz seriamente devedores a Deus. Como retribuí-Lo à altura? O que podemos fazer para corresponder a esse amor tão especial? Amando uns aos outros.
Não devemos receber o amor de Deus e retê-lo só para nós; somos chamados por Deus a compartilhar o amor recebido. Compartilhar o amor de Deus é uma ordem!
O v.12 começa com uma expressão estranha: “Nunca ninguém viu a Deus”.
De fato, Deus é espírito (Jo 4.24). Nenhum homem o viu. Todas as manifestações visíveis de Deus na Bíblia eram manifestações de Deus em disfarce humano; não eram visões de Deus como Ele é.
Mesmo que fosse visível, ninguém poderia vê-lo e viver por causa do pecado. Quando Moisés pediu a Deus para ver Sua glória, Deus lhe respondeu: “Você não poderá ver a minha face, porque ninguém verá a minha face e viverá” (Ex 33.20).
Se não é possível ver a Deus, como então Ele pode ser conhecido? João responde isso em seu evangelho:
John 1:18 NAA
18 Ninguém jamais viu Deus; o Deus unigênito, que está junto do Pai, é quem o revelou.
Ou seja, Deus Pai pode ser conhecido em Jesus, o Deus Filho. Mas não é isso que João afirma no v. 12. Em vez de falar que Deus pode ser conhecido através de Jesus, João continua:
1 John 4:12 NAA
12 Nunca ninguém viu Deus. Se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.
Ou seja: o Deus invisível, que nunca foi visto por ninguém, que antes fora manifestado em Seu Filho unigênito, agora se torna visível quando amamos uns aos outros! Isso é impressionante! Veja a importância do amor fraterno: Deus é manifesto através da prática do nosso amor.
2 grandes verdades aqui:
O sinal vital de que Deus permanece em nós é a prática do amor fraterno. Não são sinais, maravilhas, êxtases, línguas e ditas profecias, mas o amor sacrificial;
O amor de Deus é aperfeiçoado em nós. “Aperfeiçoado” aqui não significa “melhorado”, “completado”, mas dá a ideia de um ciclo finalizado. A demonstração do amor uns aos outros é a última etapa do ciclo do amor de Deus: 1º) Deus é amor; 2º) Ele enviou Seu Filho para vir a este mundo e morrer por nós; 3º) agora, Seu amor é completado, finalizado, alcança seu último estágio quando amamos uns aos outros.

Considerações finais

São estes os três argumentos que João usa para nos convencer a viver o amor fraternal:
Devemos amar-nos uns aos outros porque Deus é amor;
Porque Deus nos amou;
Porque, se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o Seu amor é em nós aperfeiçoado, completado, finalizado.
Em outras palavras: o amor faz parte do ser de Deus; Deus demonstrou que nos ama através do sacrifício de Jesus; quando nos amamos, o próprio Deus se manifesta e, assim, completa, finaliza o ciclo do Seu amor.

Apelo

Você já foi impactado pelo amor de Deus? O amor de Deus está presente em sua vida? Você deseja atender ao apelo de Deus para amar o irmão?
Quebrantado
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