O CUSTO DE SEGUIR A CRISTO (1)

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O CUSTO DO DISCIPULADO

Luke 14:25–35 ARA
25 Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse: 26 Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27 E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo. 28 Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? 29 Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, 30 dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. 31 Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? 32 Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. 33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. 34 O sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como restaurar-lhe o sabor? 35 Nem presta para a terra, nem mesmo para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

INTRODUÇÃO

RETOMANDO: Discipulado é seguir a Cristo e ajudar outros a seguirem a Cristo.
O discipulado como um ato de seguir a Cristo é uma decisão. Portanto, tem um custo.
O CONCEITO DE CUSTO
Quando falamos de "custo", referimo-nos à capacidade que temos de calcular perdas e ganhos com vistas a uma tomada de decisão. Entendo por "decisão" toda e qualquer situação em que, não importa qual seja a escolha, haverá perdas e ganhos. Nesse caso, calcular o custo é tomar consciência do que vamos perder e ganhar em determinada decisão.
No fundo, as pessoas calculam custos o tempo todo, pois sempre estão decidindo. Isso é assim até mesmo quando não decidem. Afinal, "não decidir" também é uma decisão e, como toda decisão, há perdas e ganhos envolvidos. As pessoas fazem cálculos de custo o tempo todo, seja para decidirem o que comprar no mercado no final do mês, seja para escolher qual a melhor viagem de férias com a família, ou o melhor momento para fazer um MBA, ou o melhor lugar para estacionar o carro e assim por diante. Mas os cálculos de custo não param por aqui. Por exemplo, ao escolhermos uma faculdade, não apenas calculamos nossos futuros gastos financeiros, como também o tempo que dedicaremos a frequentar uma universida-de. Acreditamos que, apesar do tempo e do dinheiro "perdidos", há algo valioso que ganharemos e que justificará todo esse investimento.
A APOSTA DE PASCAL
Entretanto, o cálculo de custo não diz respeito apenas aos dilemas da vida material. Ele também diz respeito aos dilemas da vida espiritual. Em seu célebre Pensamentos, Blaise Pascal, filósofo e matemático fran-cês, apresentou um interessante argumento acerca de cálculo de custo, conhecido como Aposta de Pascal.
Vejamos essa questão a partir de um exemplo concreto. Imagine uma discussão entre um cristão e um materialista filosófico, ou seja, um ateu. De um lado, está o cristão, que defende a existência de vida após a morte e, por isso, acredita que aquele que morrer sem crer em Jesus será condenado ao inferno. De outro lado, está o ateu, que diz que não existe vida após a morte e, por isso, a condenação ao inferno não faz sentido. Nesse caso, diria Pascal, o cristão deveria perguntar ao ateu se ele calculou o custo de sua decisão espiritual. Por quê?
Ora, se o ateu tiver razão, então não haverá vida eterna, tampouco condenação. Tanto o cristão como o ateu en-trarão em um estado de decomposição após a morte e ponto-final. Observe que, nesse cenário, tanto o cristão como o ateu não ganham nem perdem nada depois da morte. Entretanto, se o cristão tiver razão, crer em Jesus Cristo e na vida eterna fará toda a diferença. Ou seja, se o cristão tiver razão, haverá um ganho para o cristão e um prejuízo irreparável para o ateu. Levando em conta esses dois cenários, o ateu estaria fazendo uma escolha arriscada e calculando mal o custo de sua decisão.
Em suma, de acordo com os cálculos de custo, o cristão faz, uma escolha mais prudente que a do ateu. Ora, a des-peito de ser mais prudente, a decisão de seguir Jesus inevitavelmente implica um custo.
O custo de seguir a Cristo envolve um final eterno.
MULTIDÃO X DISCÍPULO
Jesus tinha muitos seguidores. Mas será que todos os seus seguidores eram realmente seus discípulos?
Por exemplo, se você observar o comportamento das multidões, representadas pelo círculo mais externo, descobrirá que elas seguiam Jesus mais por interesse e curiosidade do que por consciência do discipulado e do custo envolvido. Todavia, só é possível avaliar o custo do discipulado quando o seguidor está, de fato, consciente das demandas do discipulado. A curiosidade pode até despertar interesse pelo discipulado, mas não é suficiente para constituí-lo. Se o seguidor não é consciente das demandas do discipulado, então não é capaz de avaliar adequadamente seu custo. Por conseguinte, o seguidor terá dificuldade em seguir Jesus consciente do verdadeiro significado do discipulado. A necessidade da consciência do custo do discipulado é a razão da exortação de Jesus, obviamente direcionada não aos Doze, mas à grande multidão que o seguia. Pelo me-nos, isso é o que podemos depreender de Lucas 14.25 “25 Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse:”
Eis o cenário: "uma grande multidão está seguindo Jesus'". Mas o que é uma "grande multidão"? Uma grande multidão é como uma pessoa sem rosto, sem nome. Trata-se de uma espécie de "zona cinzenta", aparentemente "neutra", "indefinida", "isenta de responsabilidades" com relação a Jesus e ao seu ensino. Contudo, Jesus estava realmente preocupado com a "massa cinzenta" que o se-guia. Prova disso é a sua denúncia da falta de consciência da multidão acerca do que realmente significava segui-lo.
A "grande multidão" é o exemplo mais escandaloso de que é possível seguir Jesus sem compromisso, ou seja, sem levar em consideração o custo do discipulado. Por outro lado, é óbvio que Jesus não estava interessado nas multidões como hoje um youtuber está interessado nos zilhões de seguidores de seu canal e de suas redes sociais. A procura de Jesus era por "comprometimento", e não meramente por números. Sua busca maior sempre foi por discípulos comprometidos com ele e com seu ensino, discípulos capazes de segui-lo e conscientes do custo dessa decisão. Por isso, Jesus fez uma exortação àquela multidão sobre a necessidade da consciência do custo do discipulado.
Ora, a manutenção do anonimato é o que faz de qualquer multidão um lugar confortável para aqueles que desejam seguir Jesus sem compromisso. Isso vale tanto para as multidões dos tempos de Jesus como para as multidões de nossos dias. Naquele tempo — e também hoje -, associar-se a Jesus significava enfrentar uma reação quase sempre negativa, e que frequentemente começava em casa, na família, e poderia facilmente tornar-se uma oposição sistemática dos líderes religiosos, como os fariseus e escribas, por exemplo. Por isso, muitos evitavam identificar-se com Jesus e com seu ensino, pois poderiam ser rejeitados por seus próprios familiares e pela comunidade religiosa. Entretanto, para seguir Jesus, de acordo com os termos que ele estabelecera, era necessário sair do anonimato. Era preciso comprometer-se publicamente. Em outras palavras, não dava para seguir jesus sem mostrar o rosto, sem assumir, diante de todos, seu compromisso com ele. Portanto, para seguir Jesus, é preciso sair das sombras, das trevas.
AS DEMANDAS
Com base no texto, o ato de seguir Jesus pressupõe três demandas:
Um certo tipo de amor
Um certo tipo de sofrimento
Um certo tipo de desapego
No discipulado, essas três demandas não podem ser preteridas. Isso significa que a ausência de uma delas desqualifica o discipulado. Para justificar o que acabei de dizer, observe detidamente as três demandas presentes, de forma clara, no discurso de Jesus
Lucas 14.26 “26 Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.”
Lucas 14.27“27 E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.”
Lucas 14.33 “33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.”
Em todos esses versículos, os motivos que impedem o discipulado ou o ato de seguir Jesus estão explícitos. A chave para encontrar esses motivos está na conclusão dos versículos: “não pode ser meu discipulo”. Quem não pode ser discipulo? Todo aquele que prescindir de qualquer uma das três demandas indicadas por Jesus.
Isso significa que seguir Jesus não era apenas embrenhar-se no meio de uma turba que o seguia. A verdadeira igreja não é uma multidão que simplesmente segue Jesus, mas a reunião de todos aqueles que seguem Jesus nos termos de Jesus, ou seja, é a assembleia daqueles que se recusam a seguir Jesus do próprio jeito, meramente como curiosos, retendo apenas o que lhes agrada e descartando tudo mais. Em suma, trata-se da reunião daqueles que seguem Jesus como Jesus quer ser seguido.
Na "grande multidão", estavam aqueles que queriam seguir Jesus segundo seus próprios termos — trata-se de nossa terrível mania de querer "resignificar" conceitos que ofendem nosso amor-próprio. Ressignificamos com a finalidade única de favorecer objetivos pessoais. Mas, então, Jesus colocou o machado na raiz do problema. Agora ele está confrontando aqueles que se escondem na nebulosidade da multidão, dizendo a eles que, se quiserem segui-lo de verdade, será necessário que saiam das sombras e o sigam segundo os termos que ele estabeleceu, e não segundo os termos que estabeleceram por si e para si mesmos. Assim, para seguir Jesus, é necessário evidenciar certo tipo de amor, um amor que requer a negação de si mesmo.
SOBRE A GRAÇA BARATA x A GRAÇA PRECIOSA E A OBEDIENCIA EXIGIDA POR CRISTO (segundo, Dietrich Binhoeffer)
O livro “Discipulado” de Dietrich Bonhoeffer aborda a distinção entre duas concepções de graça na teologia cristã: a graça barata e a graça preciosa. A graça barata é vista como uma forma de compreender a graça divina que leva à secularização da fé, à banalização dos sacramentos e à falta de compromisso com o discipulado de Jesus. Ela é descrita como uma ideia de perdão sem arrependimento, batismo sem disciplina, comunhão sem confissão de pecados e absolvição sem arrependimento pessoal.
Por outro lado, a graça preciosa é apresentada como uma compreensão mais profunda e exigente da graça divina. Ela é associada ao discipulado de Jesus, à renúncia do mundo e ao seguimento de Cristo em completa obediência. A graça preciosa implica em reconhecer a necessidade de arrependimento, confissão de pecados e compromisso com os ensinamentos de Jesus. Ela é vista como o verdadeiro evangelho que chama os fiéis ao discipulado radical e ao seguimento de Cristo em todas as áreas da vida.
O texto argumenta que, ao longo da história cristã, a compreensão da graça barata tem levado à secularização da igreja e ao esfriamento espiritual dos fiéis. No entanto, é destacado que, mesmo diante dessa tendência, a mensagem da graça preciosa continua sendo uma chamada urgente ao discipulado e à fidelidade a Cristo.
A distinção entre a graça barata e a graça preciosa pode ser feita com base nos seguintes pontos destacados no texto:
Graça Barata:
É descrita como uma graça de estoque abundante, oferecida sem consideração pelos custos envolvidos.
Justifica o pecado em vez de transformar o pecador.
Enfatiza o perdão sem exigir arrependimento.
Promove o batismo, a comunhão e a absolvição sem a devida disciplina ou confissão.
Não requer o discipulado, a cruz ou o seguimento de Jesus Cristo.
Torna-se uma doutrina, um sistema, que não exige uma mudança real de vida.
Leva à secularização da igreja, permitindo que o mundo continue como está, sem confronto com a verdade do evangelho.
É uma oferta de consolo fácil, sem exigir renúncia pessoal ou mudança de comportamento.
Graça Preciosa:
É comparada a um tesouro oculto, algo pelo qual vale a pena sacrificar tudo.
Exige o discipulado, seguindo Jesus Cristo em completa obediência.
Condena o pecado enquanto justifica e perdoa o pecador arrependido.
Requer confissão pessoal, disciplina eclesiástica e compromisso genuíno com a vida cristã.
É o chamado de Jesus Cristo que demanda deixar tudo para segui-lo.
Implica custo pessoal, envolvendo a renúncia do próprio eu e a entrega total a Cristo.
Não é uma oferta fácil de perdão, mas uma exigência de transformação e santidade.
É vista como algo precioso para Deus, pois custou a vida de seu Filho.
Em resumo, enquanto a graça barata oferece perdão sem mudança, a graça preciosa exige arrependimento e transformação, chamando os crentes a seguirem a Cristo com dedicação total.

AFIRMAÇÃO TEOLOGICA: SER SEGUIDOR DE JESUS CRISTO NOS CUSTA ALGO

Uma frase comum nesse texto: “Não pode ser meu discipulo”. Quem? 1. Quem não aborrece sua propria vida, 2. Quem não toma sua Cruz e 3. Quem não renuncia tudo quanto tem.
É NECESSARIO CALCULAR
Antes de concluir seu raciocínio com a terceira de-manda, Jesus oferece duas importantes parábolas sobre a necessidade de avaliarmos o custo do discipulado: as parábolas do construtor e do rei.
Luke 14:28–30 ARA
28 Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? 29 Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, 30 dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar.
1. O tolo construtor
Eis um homem que está pensando em construir uma “torre”. Que tipo de torre? O original não deixa isso claro. Talvez seja uma torre de vigia para sua vinha, a fim de proteger-se contra saqueadores etc., e quisesse ter um lugar – talvez um lugar adicional – para armazenagem e ainda que servisse de residência temporária. Ou a “torre” de que fala o texto significasse todo um edifício agrícola. Seja como for, o argumento é que antes de começar a edificar a estrutura, esse homem deveria calcular os custos. Se não o fizer, ele virá a ser um alvo de chacota, um objeto de ridículo.
Semelhantemente, antes de alguém decidir ser um seguidor de Cristo, precisa compreender que ser um cristão não é “um mar de rosas”. Jesus não deixou isso bem claro? Veja Mateus 7.14; Lucas 13.24; cf. João 16.33; 2Timóteo 3.12. Com certeza, um crente genuíno jamais se perde (Jo 10.27,28; 1Jo 2.19), mas há muitas pessoas que parecem ter lançado sua sorte com Cristo e depois … se vão. É só lembrar de Demas e Judas. 2Timóteo 4.10 “10 Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica; Crescente foi para a Galácia, Tito, para a Dalmácia.”
A primeira parábola trata do projeto de construção de uma torre. Nas palavras de Jesus, Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo:"Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar".
Observe que a parábola trata da importância de avaliar os custos da construção de uma torre antes de iniciar a construção. Antes de começar a construir a torre, o sábio calcula os gastos que terá. Somente o tolo começa a construir sem avaliar se terá dinheiro suficiente. Ele simplesmente fica entusiasmado com o projeto e se põe a construir a torre, mesmo sem avaliar os custos.
Resumo da ópera: o dinheiro do tolo acaba antes mesmo de terminar a obra e seu empreendimento fica como um projeto inacabado, um monumento que celebra seu breve entusiasmo e sua imensa tolice. Já o sábio é capaz de pensar antes de decidir. Em outras palavras, o que jesus está dizendo é que a decisão sábia de segui-lo envolve reflexão, e não apenas entusiasmo. Será que, em nome do crescimento numérico, temos contribuído para que, em nossas igrejas, haja mais pessoas entusiasmadas com Cristo do que autênticos discípulos de Jesus? Parece que sim. Entretanto, o que deve estar claro, a esta altura do campeonato, é que "seguir Jesus" não é o mesmo que, para usar os termos de Darrell Bock, "um convite para todo mundo participar de um churrasco coletivo". 4 Trata-se, antes, de uma decisão importante na vida. Não é a simples decisão de mudar de grupo ou de time. É sujeitar-se a Jesus, ao seu senhorio, à sua, Palavra, ao seu ensino. Discipulado é submeter-se Cristo e não mais viver como se todas as coisas orbitassem ao nosso redor. Discipulado é autoesquecimento,15
Luke 14:31–32 ARA
31 Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? 32 Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz.
ii. O rei prudente
A segunda parábola trata da sabedoria de um rei diante dos custos de uma batalha. Nas palavras de Jesus:
Ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra outro rei, primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de enfrentar aquele que vem contra ele com vinte mil? Se não for capaz, enviará uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, e pedirá um acordo de paz.
Nessa passagem, Jesus apresenta outro exemplo da importância de se examinar uma situação antes de se tomar uma decisão. A mudança com relação à primeira parábola revela-se no tipo de projeto. Enquanto o projeto do construtor é pessoal, o projeto do rei é político e pressupõe um contexto de conflito. Na primeira parábola, o acento está na tolice do construtor, que não faz o cálculo dos custos e passa vergonha diante de sua torre inacabada. Na segunda parábola, o acento está na sabedoria do rei, que, depois de calcular os custos da batalha, percebendo que não venceria a guerra, resolveu fazer um acordo de paz com o outro rei. Afinal, é melhor render-se e permanecer vivo do que não se render e morrer no campo de batalha. A sabedoria do rei está em refletir sobre o que é mais importante. Em ambos os casos, o rei perderia algo: ou a vida ou o domínio.
Ele decidiu perder o domínio porque considerava a vida mais importante do que o poder de governar. Será que o discipulado com Jesus não é assim? Uma decisão em que nos rendemos, nos submetemos e desistimos de nossa vontade de poder, em prol de algo muito mais valioso? O discipulado não é tanto sobre como ganhar, mas sobre como perder.

SENTENÇA DE TRANSIÇÃO: 3 CUSTOS PARA SEGUIRMOS A JESUS

PRIMEIRO: O CUSTO DO AMOR

EXPLICA

Lucas 14.26 “26 Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.”
Aborrece: 1) odiar, detestar, perseguir com ódio 2) ser odiado, detestado
Lucas 14:26 NAA Se alguém vem a mim e não me ama mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo
De caminho para Jerusalém, através da Pereia, grandes multidões seguem Jesus. De repente ele se volta para eles e lhes fala com palavras que em essência, ainda que não com exatidão, se encontram também em Mateus 10.37. Ele diz ao povo que a devoção a ele deve ser tão completa e de coração que nem mesmo a lealdade aos pais e aos membros da família deve interpor-se.
O que tem incomodado muitas pessoas é a palavra odiar que Jesus usa aqui. O Mestre realmente pretende que um discípulo genuíno deve desgostar-se, detestar, aborrecer, sentir aversão por seu pai e mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs?
É evidente que o sentido de odiar na passagem de Lucas é amar menos. Em todas as coisas, Cristo deve ter sempre a primazia (Cl 1.18).
Outros argumentos em apoio desse ponto de vista:
a. A palavra odiar (ou aborrecer) tem o mesmo sentido – amar menos – em Gênesis 29.31: “Jeová viu que Lia era odiada” [de acordo com a versão usada pelo autor; na versão ARA: “Vendo o Senhor que Lia era desprezada” – N.R.]. A explicação de “odiada” é dada no contexto imediato, versículo 30: “Jacó amava mais a Raquel do que a Lia”. Em outros termos, ele amava Lia menos que Raquel. Era nesse sentido que ele “odiava” Lia.
b. Que a palavra odiar em Lucas 14.26 não pode ter o sentido que geralmente lhe atribuímos claramente vem a lume também do fato de que Jesus nos diz para amarmos até mesmo nossos inimigos (Mt 5.44). Então certamente devemos amar e não odiar os membros de nossa família imediata.
O que o Salvador requer em Lucas 14.26, e em outras passagens, é devotamento completo, o tipo de lealdade que é tão verdadeiro e irredutível que qualquer outro afeto, mesmo o afeto pela própria vida de alguém, deve estar sujeito a ela.

ILUSTRA

Quando um estrangeiro quer tornar-se cidadão de outro país, ele deve renunciar à lealdade à sua terra natal e deve jurar lealdade ao país que então escolheu. Isso não significa que ele não pode continuar mantendo em alto apreço a nação a que deu adeus, mas, sim, significa que agora deve servir à nação que escolheu. Ainda mais absoluta e incondicional deve ser a lealdade que os cidadãos do reino de Deus sustentam para com sua pátria celestial e seu “Senhor dos senhores e Rei dos reis”. Se uma pessoa não está disposta a oferecer esse devotamento incondicional, então Jesus declara: “não pode ser meu discípulo”.
Um exemplo disso é a história de Rute.
Ruth 1:15–18 ARA
15 Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada. 16 Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. 17 Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. 18 Vendo, pois, Noemi que de todo estava resolvida a acompanhá-la, deixou de insistir com ela.
Rute não deixou de ter apresso pelos seus, porém amou mais a Noemi.

APLICA

1. Não ame a Jesus como se ele fosse mais um.
Jesus sempre tem a primazia. Como diz Tomás de Kempis: "Jesus quer ser amado acima de tudo ... ele não admite rival" (Imitação de Cristo, II,7). Nosso pecado é não reconhecer sua primazia e suas implicações para a vida.
A primeira demanda do discipulado é o amor, não o amor em geral, mas um amor específico. Em geral, os filósofos concordam que o que determina o tipo de amor que vivenciamos é o objeto que amamos. Por exemplo, quando amo um time de futebol, como o Palmeiras, por exemplo, eu jamais poderia amá-lo da mesma forma que amo minha esposa, meus filhos, um animalzinho de estimação e assim por diante. Para objetos distintos, existem amores distintos.
As pessoas podem amar a Deus como se ele fosse de barro ou de metal, ou como mais uma pessoa importante que disputa nossa atenção em relação às outras. Quando isso acontece — de alguém amar a Deus como se ele fosse meramente mais uma coisa entre outras ou mais uma pessoa entre outras —, Deus não está sendo priorizado.
Ele é apenas mais um item na agenda.
E o que tudo isso tem a ver com discipulado? O ponto é que o discipulado exige que amemos a jesus como Deus, e não apenas como uma pessoa qualquer, Ele certamente é uma pessoa, mas, por ser também Deus, deve ser mais amado do que qualquer outra pessoa neste mundo. Sem dúvida, ele é homem, mas, porque também é Deus, deve ser o homem mais amado entre todos, mais amado do que qualquer coisa que exista neste mundo, que ele mesmo criou (Jo 1.1-14; Cl 1.15-20). Jesus sempre tem a primazia. Como diz Tomás de Kempis: "Jesus quer ser amado acima de tudo ... ele não admite rival" (Imitação de Cristo, II,7). Nosso pecado é não reconhecer sua primazia e suas implicações para a vida.
2. Ame a Jesus e destrone os outros amores (ídolos)
O verdadeiro discípulo ama Jesus como Deus, ou seja, acima da família e de sua própria vida, Só Deus deve ser amado mais do que amamos nossa família e a nós mesmos. Imagine você que muitos daqueles que seguiam Jesus anonimamente, no meio daquela grande multidão, estavam hesitando em ter tal comprometimento com Jesus e com seu ensino porque estavam sob constante ameaça de sua própria família. Imagine que muitos deles poderiam ter ouvido de seus pais, de seus cônjuges ou até mesmo de toda a família o seguinte:
"Você precisa decidir entre continuar seguindo Jesus ou viver nesta casa. Se você optar pelo Nazareno, será banido de uma vez por todas dessa família e passaremos a te tratar como inimigo". Ora, isso não é muito diferente do que acontece hoje em alguns países de maioria islâ-mica, onde aqueles que se tornam cristãos são banidos de suas famílias, perseguidos por causa de sua fé e, por vezes, até martirizados. Como por exemplo o Indiano Sundar Sing, o Apostolo dos pés sangrentos. O que você pagou por causa de Cristo? Quanto Jesus vale para você?10
Afinal, o que faz com que verdadeiros discípulos decidam por Jesus, a despeito da reação negativa de suas famílias? Um certo tipo de amor. Um tipo de amor que só pode existir quando percebemos que estamos diante de um Deus soberano, criador e mediador de tudo o que existe, o centro de todas as coisas. Esse tipo de amor é o amor que caracteriza o discipulado de Cristo, No entanto, é preciso dizer que Jesus não estava exigindo que seus discípulos odiassem suas famílias. Pelo contrário. Nossas famílias devem ser amadas como o que elas verdadeiramente são: famílias. Quando amamos nossa família mais do que a Deus, nossa família não é amada como deveria ser. Na verdade, quando isso acontece, ela é amada no lugar de Deus. Ela se torna um ídolo que controla toda a nossa vida e agenda. Portanto, o discipulado requer que Cristo seja o centro, e isso terá um custo principalmente se nossa família, nossos bens ou nós mesmos ocuparem a centralidade de nosso coração.

SEGUNDO: O CUSTO DO SOFRIMENTO

EXPLICA

Luke 14:27 ARA
27 E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.
Suportar sofrimentos por causa de Jesus é descrito aqui figuradamente como carregar uma cruz. A expressão é retirada do costume de que os condenados à morte na cruz tinham de carregar pessoalmente sua cruz (cf. Mt 27:32). Jesus, portanto, demanda dos discípulos que levem a cruz ao local da execução junto com ele, que andem com ele rumo à morte.
Qual era o significado de "carregar sua cruz" para os primeiros discípulos que ainda não haviam visto Jesus carregar a cruz até o lugar onde ele seria crucificado? Para eles, a cruz, era símbolo de rejeição e humilhação.12 O sujeito que carregava uma cruz tinha sido banido da socie-dade, porque era considerado uma ameaça para todos. Ele deveria ser eliminado, mas não sem antes passar por um doloroso processo de humilhação e sofrimento,"
Carregar sua cruz" revela que o discipulado de Jesus implica a convivência em um mundo hostil ao evangelho, em uma cultura que rejeita seus ensinamentos e, por conseguin-te, seus discípulos. Por isso, para evitar o enfrentamento dessa rejeição natural ao discipulado de Jesus, podemos ressignificar a cruz, minimizar o poder confrontador do evangelho, maquiar a Bíblia e nossas igrejas locais, para que um pseudocristianismo seja aceito pela cultura, para que sejamos recebidos nas diversas esferas da socieda-de, sem "cara feia", sem sermos tachados de fanáticos, fundamentalistas e, por que não, de loucos. Quando desprezamos a demanda do sofrimento inerente ao dis-cipulado, forjamos uma cruz para nós mesmos. Uma cruz que seja do nosso jeito, com as medidas que julgamos aceitáveis. Medidas que não nos custem nada e que, de preferência, não ofendam a ninguém. Porém, uma cruz assim, que carregamos segundo nossos termos, não nos humilha o suficiente. A cruz que devemos carregar é aquela segundo os termos de Jesus e por causa de Jesus.
Somente ela nos humilha o suficiente para nos salvar do amor-próprio.
Nas palavras de Lutero: Eis o caminho da cruz: tu não o podes achar; eu tenho que guiar-te como a um cego. Por isso, nem tu, nem ser humano, nem criatura, mas eu, eu em pessoa, te ensinarei, através do meu Espírito e Pa-lavra, o caminho que deves trilhar. Não a obra que tu escolhes, não o sofrimento que tu imaginas, mas sim o caminho e o sofrimento que te é preparado contra a tua escolha, contra teu pensamento e dese-jo... A esse segue, a esse te chamo, nele sê discípulo; é tempo oportuno, teu mestre chegou. 13
Dito de outra maneira, para saber se o sofrimento pelo qual estamos passando é a nossa cruz, deveríamos nos perguntar se esse sofrimento decorre do fato de seguirmos Jesus. Nem todo sofrimento evidencia o verdadeiro discipulado. Somente o sofrimento que é fruto da obediência a Jesus pode comprovar que somos autênticos seguidores de Jesus.
Mais uma vez: não é o caminho que queremos trilhar, nem o sofrimento que julgamos capazes de suportar, mas o caminho e o sofrimento que nos foram preparados contra nossa escolha, contra nossa mania de onipotência, ou seja, contra nosso costume de querer sempre dar as cartas do jogo, Não é Cristo que deve envolver-se em nossos projetos pessoais. Não é ele que tem de sacrificar seus desejos para se engajar em nossos empreendimentos. É o con-trário. Nós é que devemos nos engajar nos planos que Jesus tem para sua igreja. Nós é que temos de sofrer ao sacrificarmos nossas agendas em favor da agenda di-vina. Essa é a segunda demanda, e ela nos ensina que o custo de seguir Jesus envolve humilhação e sujeição a Deus.
Tomás de Kempis, "Anda por onde quiseres: não acharás descanso senão na humilde sujeição e obediência" (Imitação de Cristo, 1,9).
BONHOEFFER
Ele destaca que o sofrimento e a rejeição são elementos intrínsecos à missão de Jesus Cristo, e, portanto, também fazem parte da experiência do discipulado. Bonhoeffer enfatiza que seguir a Cristo implica em abnegação, renúncia e disposição para carregar a própria cruz, o que significa estar disposto a enfrentar o sofrimento e a rejeição por causa do evangelho. O autor ressalta que o discipulado não é uma escolha fácil, mas sim uma decisão consciente de se submeter à vontade de Deus, mesmo que isso envolva enfrentar dificuldades e sofrimentos. Ele argumenta que o sofrimento não é apenas uma consequência inevitável do discipulado, mas também uma fonte de graça e comunhão com Cristo. Bonhoeffer destaca que a cruz não é um fardo imposto arbitrariamente, mas sim um símbolo da comunhão do discípulo com Cristo, que também suportou o sofrimento em sua missão redentora. Ele conclui que o verdadeiro discipulado cristão implica em seguir os passos de Cristo, mesmo que isso signifique enfrentar o sofrimento e a rejeição.

ILUSTRA

EXEMPLOS DE MARTIRES: ao longo da história da Igreja

APLICA

Tudo isso signifca que:
O sofrimento e a rejeição são elementos essenciais da missão de Jesus Cristo e, portanto, também fazem parte da experiência do discipulado cristão.
Seguir a Cristo implica em renúncia e disposição para carregar a própria cruz, mesmo que isso envolva enfrentar dificuldades e sofrimentos.
O sofrimento não é apenas uma consequência inevitável do discipulado, mas também uma fonte de graça e comunhão com Cristo.
A cruz não é um fardo imposto arbitrariamente, mas sim um símbolo da comunhão do discípulo com Cristo, que também suportou o sofrimento em sua missão redentora.
O verdadeiro discipulado cristão implica em seguir os passos de Cristo, mesmo que isso signifique enfrentar o sofrimento e a rejeição.

TERCEIRO: O CUSTO DA RENÚNCIA

Luke 14:33 ARA
33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.

EXPLICA

RENUNCIA:
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 657 αποτασσομαι apotassomai

apartar, separar

1a) separar-se, afastar-se de alguém

1a1) partir, despedir-se

1b) renunciar, desistir de

Lucas, Volumes 1 e 2 C. A Parábola de o rei Razoável

O que Jesus pede é uma devoção de todo o coração, uma lealdade a toda prova, uma negação completa de si mesmo, de seu tempo, de seu dinheiro, de suas possessões terrenas, de seus talentos etc., à disposição de Cristo.

Colossenses 1.13–18 “13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, 14 no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. 15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. 18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia,”
Jesus tem a supremacia. Ele é o rei a quem devemos nos render e perder nele todos os vínculos que nos fazem acreditar que somos senhores de nós mesmos e de tudo à nossa volta.
Nas palavras de Jesus, em Lucas 14.33: “33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.”
O convite de Jesus é para abandonarmos o senhorio de nossas vidas: somos dele ou não?

ILUSTRA

Como é difícil renunciar a algo que acreditamos possuir. Mas não deveria ser assim. No final das contas, as coisas que dizemos possuir não nos pertencem. Neste mundo, todas as posses são mera ilusão. Não possuímos nada daquilo que dizemos possuir. Tudo é dádiva. Tudo que temos vem dele e é para ele. Essa é a grande diferença entre um cristão e um materialista filosófico. No final do dia, ao ver o pôr do sol, o ateu não tem a quem agradecer. Sua vida gira em torno de uma mentira. A mentira que o leva a acreditar que ele tem o que diz que tem. Mas e se ele perder tudo o que diz que tem?
O que o manteria vivo? Pense nisto: e se você perder tudo o que acha que possui? O que será de você sem sua família e seus bens? Imagine que você não possua mais nenhum tostão. Não tenha mais herança, patrimônio, nem imóveis - imagine que você não tenha mais nada disso. Tudo o que lhe restou é Jesus apenas. Você acha que, mesmo assim, conseguiria viver feliz? As respostas que dermos a essas perguntas sinalizarão se estamos seguindo Jesus ou se estamos perdidos no meio de uma multidão que segue e observa Jesus sem se comprometer com ele (Lc 23.27 e 35).
EXEMPLO:
Martin Lloyde-Jones, um médico que renunciou por uma vocação;
O abandono da Controladoria para seguir a Cristo;

APLICA

Que sonho você precisa renunciar para viver os sonhos de Deus?
Que posição você precisa renunciar para viver o que Deus tem pra você?
Que convicções você precisa renunciar?

CONCLUSÃO

Luke 14:34–35 ARA
34 O sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como restaurar-lhe o sabor? 35 Nem presta para a terra, nem mesmo para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
O que essa metáfora do sal tem a ver com o custo do discipulado? Imaginemos que aquele que não avalia o custo do discipulado e começa a seguir Jesus, mas permanece no anonimato (ou seja, quer ser discípulo, mas sem compromisso público com Jesus e seu ensi-no), na verdade não é um autêntico discípulo de Jesus.
Ele é como um sal que perdeu aquilo pelo qual o sal é o que é. A essência do sal torna o sal tanto um tempero como um conservante para os alimentos. Por exemplo, graças ao sal, a carne pode ter um sabor mais agradável tanto quanto pode ser impedida de apodrecer. Mas isso só vai acontecer se o sal permanecer sendo sal. Quando o sal perde sua essência, por mais que ainda mantenha a aparência de sal, não cumpre mais com sua finalida-de. Torna-se, por isso, inútil. Discípulos que deixaram de seguir Jesus podem parecer discípulos, mas, como não seguem mais Jesus, não conseguem mais realizar o discipulado. Assim como o sal que perdeu sua essência não tempera nem conserva mais a carne, o discípulo que perdeu a essência do discipulado não consegue mais fazer discípulos autênticos de Jesus. Eles são como o sal que não salga, que perdeu sua essência. Eles dizem que seguem Jesus, mas não se submetem mais ao seu reino.
Vivem de acordo com suas agendas ocultas. Seguem Jesus do seu jeito. Como consequência, reproduzem outros seguidores anônimos, com um entendimento raquítico ou até mesmo falso do evangelho. Eles são incapazes de avaliar, de forma responsável, o custo do discipulado e, por fim, dizem seguir Jesus quando, na verdade, seguem um Cristo fabricado por seu próprio ego.
A advertência de Jesus é precisa: aquele que for incapaz de amar a Cristo acima de tudo, de sofrer por causa de Jesus e de seu ensino, bem como de se desvincular de tudo o que o prende neste mundo, jamais poderá ser seu discípulo. A negligência do cálculo do custo do discipulado não exime os cristãos das implicações decorrentes da falta de comprometimento com Cristo e com sua pregação. No final, o sal que perdeu sua essência deverá ser jogado fora. O cristianismo genérico também tem seu custo, diga-se, baixo custo. Ele não tem nada ou quase nada do evangelho. E verdade que esse cristianismo genérico é mais agradável ao espírito de época; afinal das contas, não discorda de nada nem de ninguém, todo mundo está certo, todo mundo é bonzinho e, no final, todos serão felizes. O problema é que o cristianismo de baixo custo produz também igrejas de baixo custo. E uma igreja de baixo custo, baseada na máxima satisfação da "clientela", também tem consequências para a vida. Ela nos torna mais parecidos com o Cristo de baixo custo — a bem da verdade, um falso Cristo, que, por sua vez, não poderia produzir outra coisa senão um falso cristão, um falso discípulo.
Por isso, mais do que nunca, a igreja precisa abandonar a cultura de consumo, centrada nas pessoas e em suas necessidades, e investir na cultura de discipulado, centrada em Cristo e em sua missão gloriosa. Só o discipulado é capaz de garantir a formação de autênticos "pequenos Cristos" (At 11.26). Todavia, o começo dessa mudança não vem com "métodos de discipulado eficaz", mas com a imitação de Cristo, A base de sustentação dessa mudança é a imitação de Jesus. No discipulado, não vale o "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço, pois só é possível discipular sendo, falando e agindo como discípulo, como um imitador de Cristo. Esta é a essência e a condição do discipulado: para ajudar alguém a seguir Jesus, é necessário, antes, pagar o preço de imitar Jesus.
Argumento Principal:
A metáfora do sal é utilizada para ilustrar a essência do discipulado, comparando-a à essência do sal como tempero e conservante para os alimentos.
Aqueles que seguem Jesus sem compromisso público e verdadeiro com seu ensino não são verdadeiros discípulos, pois perdem a essência do discipulado, tornando-se inúteis para a realização da missão de Jesus.
O texto adverte que os discípulos que abandonam o verdadeiro seguimento de Jesus podem até parecer discípulos, mas não conseguem mais realizar o discipulado autêntico.
A negligência em considerar o custo do discipulado não isenta os cristãos das implicações de sua falta de compromisso com Cristo e sua pregação.
Pontos Chave:
O discipulado autêntico requer compromisso público e verdadeiro com Jesus e seu ensino.
Seguir Jesus sem compromisso leva à perda da essência do discipulado, tornando-se inútil para a realização da missão de Jesus.
A falta de compromisso com Cristo e sua pregação tem implicações graves para os cristãos.
O cristianismo de baixo custo produz igrejas e cristãos superficiais, incapazes de realizar o verdadeiro discipulado.
A cultura de discipulado, centrada em Cristo e em sua missão, é essencial para a formação de autênticos discípulos de Jesus.
O discipulado eficaz não se baseia em métodos, mas na imitação de Cristo.
O QUE EU ESPERO DE QUEM ME OUVE?
O que SABER ou ACREDITAR
Ser discipulo de Jesus não é coisa para as multidões
O que SENTIR ou EXPERIMENTAR
Escute Ele te chamando para um compromisso maior. Não simplesmente com o pastor, mas com Jesus!
O que FAZER ou RESPONDER
Faça uma oração sincera: Jesus, eu deixo tudo para te seguir.
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