ORIENTAÇÕES PARA LIDAR COM O PECADO – Pág. 47 – 51

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AINDA PECO UMA ORAÇÃO PURITANA
PAI ETERNAL,
Tu és bom além do que se pode conceber
Mas eu sou ruim, vil, miserável, cego;
Meus lábios são ágeis para confessar, mas meu coração é lento para sentir,
e meus caminhos relutam a emendarem-se.
Trago minh’alma a ti;
a quebre, fira, dobre, modele.
Desmascara para mim as deformidades do pecado,
que eu possa odiá-lo, aborrecê-lo, fugir dele.
Minhas faculdades têm sido instrumento de revolta contra ti;
como um rebelde, tenho abusado de minhas atribuições,
e servido ao odioso adversário do teu reino.
Dá-me graça para lamentar minha estúpida loucura,
Concede-me conhecer que o caminho dos transgressores é tormentoso,
que as más veredas são veredas malditas,
que se apartar de ti é perder todo o bem.
Tenho visto a pureza e beleza de tua lei perfeita,
a felicidade daqueles em cujos corações ela reina,
a tranqüila dignidade no proceder a que ela convida,
embora eu diariamente viole e despreze os preceitos desta lei.
Teu amoroso Espírito me revigora internamente,
me traz os alertas da Escritura,
clama alarmantes providencias,
persuade por murmúrios secretos,
embora eu escolha invenções e caminhos para meu próprio dano, impiamente ressentido, aflito, e o provoque a me abandonar.
Lamento e me entristeço por todos estes pecados, e por eles suplico perdão.
Trabalha em mim por profundo e permanente arrependimento;
Dá-me a plenitude da aflição piedosa que treme e teme,
a qual, embora sempre confie e ame,
é sempre poderosa, e sempre firme;
Concede que por intermédio das lágrimas de arrependimento
eu possa ver mais claramente o brilho e a glória da cruz salvadora.
Tradução: Márcio Santana Sobrinho Extraído de: The Valley of Vision: A Collection of Puritan Prayers & Devotions, editado por Arthur Bennett, p.70.
Já estudamos sobre a cura para o pecado e sobre o poder do Espírito Santo que trabalha a nosso favor. Vimos também que temos de participar de forma ativa no trato com o pecado. O apóstolo Paulo escreveu que é necessário “mortificar” as práticas do pecado em nossa vida. Romanos 8:13; Colossenses 3:5
Isso inclui pecados óbvios que queremos evitar como também os mais sutis que somos propensos a ignorar. Não basta concordar que toleramos pelo menos alguns deles. Qualquer pessoa concordaria, com exceção da mais “santarrona”. A expressão “ninguém é perfeito” talvez seja nossa desculpa.
Contudo, encarar honestamente esses pecados é algo bem diferente. Para começo de conversa, é uma situação que causa vergonha. Além disso, também implica termos de tomar uma atitude em relação aos nossos pecados. Não podemos continuar a ignorá-lo como fizemos até agora.
No entanto, antes de examinar alguns pecados aceitáveis entre os cristãos, gostaria de oferecer algumas orientações para lidarmos com eles. Embora alguns pecados necessitem ser tratados de modo especial, algumas orientações se aplicam a todos os nossos pecados sutis.
6.1. Primeira orientação: lidar com o pecado sempre no contexto do evangelho. Já falei sobre essa verdade no capítulo 4, mas é necessário repeti-la. Nossa tendência é esquecer o evangelho assim que começamos a lidar com um pecado em nossa vida. Esquecemos que, com a morte de Cristo, Deus já nos perdoou os pecados. Colossenses 2:13,14
Deus não somente perdoou nossos pecados, mas também nos creditou a justiça perfeita de Cristo. Em todas as áreas de nossa vida em que temos sido desobedientes, Jesus foi perfeitamente obediente. Somos propensos à ansiedade? Jesus sempre confiou totalmente em seu Pai Celeste. Temos problemas com o egoísmo? Jesus sempre foi completamente abnegado. Somos culpados de grosserias, fofocas ou sarcasmo? As palavras de Jesus foram sempre apropriadas às ocasiões. Ele jamais pecou com sua língua.
Durante trinta e três anos, Jesus viveu em perfeita obediência à vontade moral de Deus, e sua obediência culminou quando atendeu à vontade específica do Pai – obedecendo-o até a morte, e morte de cruz por nossos pecados. Tanto em sua vida pura quanto em sua morte pelos pecados da humanidade, Jesus mostrou obediência perfeita, justiça perfeita, e essa justiça é transferida a todos os que creem. Romanos 3:21,22; Filipenses 3:9
Enquanto lutamos para matar nossos pecados sutis, temos de ter duas verdades em mente: nossos pecados estão perdoados, e Deus nos aceita como justos por causa da vida impecável e da morte expiatória do Senhor Jesus Cristo. Não existe motivação maior para liarmos com o pecado em nossa vida do que compreendermos essas duas verdades gloriosas do evangelho.
6.2. Segunda orientação: depender do poder capacitador do Espírito Santo. Lembre-se de que é pelo Espírito Santo que mortificamos os pecados em nossas vidas. Romanos 8:13. ( Cap. 5)
Quase sempre nos esquecemos disso e recorremos à nossa própria força. O autor chama isso de “configurações padrão”. No entanto, não importa o quanto nos fortaleçamos, iremos sempre necessitar do poder habilitador do Espírito Santo.
Nossa vida espiritual pode ser comparada ao motor de um aparelho elétrico. Na verdade, é o motor que realiza a tarefa; mas, para isso, ele é dependente da fonte de eletricidade externa. Portanto, cultivemos uma atitude de dependência contínua do Espírito Santo.
6.3. Terceira orientação: reconhecer que temos responsabilidade de dar todos os passos práticos na luta contra o pecado, mesmo dependendo do Espírito Santo.
Sei que é difícil manter de igual modo essas duas verdades em mente – dependência e responsabilidade. Nossa tendência é salientar uma e esquecer a outra. A sabedoria de alguns dos velhos escritores é bem útil aqui: “Trabalhe como se tudo dependesse de você, e confie como se não tivesse feito absolutamente nada.”
6.4. Quarta orientação: identificar as áreas de atuação dos pecados aceitáveis.
Claro que isso exige atitude humilde e disposição para encarar o pecado. Ao identificar o pecado, pense nas situações que o desencadeiam. Preparar-se para as circunstâncias ou eventos que engatilham o pecado ajuda a dar um fim nele.
6.5. Quinta orientação: aplicar versículos específicos a cada um dos pecados sutis. Devemos memorizar os versículos, refletir e orar sobre eles, e pedir que Deus os use para nos fortalecer na luta contra esses pecados. Salmo 119:11 (Guardar significa reservar para necessidades futuras)
Claro que não existe mágica nenhuma na memorização de versículos. Eles têm de ser aplicados à vida. Entretanto, se tivermos memorizado e usado em oração versículos que falem sobre nossos pecados sutis, o Espírito Santo irá trazê-los às nossas mentes em situações especificas para nos lembrar da vontade de Deus, para nos advertir e para guiar nosso comportamento diante da tentação.
6.6. Sexta orientação: orar continuamente sobre os pecados que toleramos.
A oração é uma das orientações mais importantes na luta contra o pecado, uma vez que é por meio dela que reconhecemos que precisamos do Espírito Santo. É também por meio dela que reconhecemos continuamente a presença e a insistência desses pecados em nossas vidas.
Devemos orar de dois modos sobre nossos pecados sutis. Primeiro, de modo planejado e consistente, talvez em nosso tempo a sós com Deus
Segundo, fazer a oração “relâmpago” pedindo socorro ao Espírito Santo sempre que nos deparamos com situações que engatilham um de nossos pecados.
6.7. Sétima orientação: envolver um ou mais cristãos em nossa luta contra os pecados sutis.
Naturalmente, esse deve ser um relacionamento mútuo que nos leve a exortar, encorajar uns aos outros e orar uns pelos outros. Eclesiastes 4:9,10
Se desejamos avançar na batalha contra o pecado, temos de ser vulnerável e responsáveis uns pelos outros, orar uns pelos outros e encorajar uns aos outros.
CONCLUSÃO:
Ao fazer uso dessas orientações, lembre-se de que o coração é um campo de batalha entre a carne e o Espírito. Nessa guerrilha, a carne levará vantagem algumas vezes. Ao mirar um pecado em especial na intenção de matá-lo, sua situação pode piorar ao invés de melhorar. Gálatas 5:17
Anime-se: isso é normal. O Espírito Santo usará sua desobediência e derrota ocasionais para fazê-lo enxergar a profundidade de seus pecados sutis e leva-lo a entender o quanto você depende do poder do Senhor.
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