O REI NA CRUZ (Parte 1) Lucas 23.26-38

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Jesus viveu a vida que jamais poderíamos ter vivido, e morreu a morte que era para termos morrido.

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Grande ideia: Jesus viveu a vida que jamais poderíamos ter vivido, e morreu a morte que era para termos morrido.
Estrutura: no caminho da cruz, havia um cireneu e um grupo de mulheres (v. 26-32) e na cruz Jesus teve de lidar com a urgência do perdão (vv. 33-37).
Madeiro Lavrado Luiz de Carvalho
Cortaram madeiro, fizeram uma cruz para o meu Salvador. Madeiro lavrado, com pregos cravados, pesada ficou. Ele carregou a cruz, no caminho caiu. Mas Deus deu-lhe graça, morrendo na cruz. Por mim e por ti. Foi feita assim, a cruz do Salvador. Madeiro lavrado, com pregos cravados. Pesada ficou. Perante Pilatos Jesus foi levado como um malfeitor. Chegando a Ele, olhando ao Mestre, assim perguntou. És o rei dos judeus? Disse Jesus: Na verdade, Eu Sou. O Meu reino é eterno, não é desse mundo, daqui Eu não sou. Foi feita assim, a cruz do Salvador. Madeiro lavrado, com pregos cravados. Pesada ficou. Chegando ao Calvário, pregaram na cruz, o meu Salvador. Com a coroa de espinhos, com a fronte sangrada, ao Pai suplicou. Transpassado de dor ficou o meu Salvador. Às três horas da tarde inclinou a cabeça e ali expirou. Foi feita assim, a cruz do Salvador. Madeiro lavrado, com pregos cravados. Pesada ficou. Foi feita assim, a cruz do Salvador. Madeiro lavrado, com pregos cravados. Pesada ficou.
A crucificação não era apenas um método de execução, era um método de humilhação e vergonha total. Era quase sempre feita onde muitas pessoas passavam, observando assim a cena repulsiva. O propósito dos romanos em fazer isso era envergonhar a pessoa que estava morrendo e qualquer que fosse a causa ou o crime que ela representava.
Tim Keller:
O evangelho é que sou tão pecador que Jesus teve que morrer por mim, mas tão amado e valorizado que Jesus ficou feliz em morrer por mim. Isso leva à profunda humildade e profunda confiança ao mesmo tempo. Não consigo me sentir superior a ninguém e, no entanto, não tenho nada a provar a ninguém.”
1. No caminho da cruz. (vv. 26-32)
(a) Depois de sofrer torturas indizíveis, Jesus assume sua “via sacra”.
Philippians 2:7–8 NAA
Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Dewey Mulholland diz que a morte vinha por sufocação, esgotamento ou hemorragia.
William Hendriksen:
Já se disse que a pessoa crucificada "morre mil mortes". Grandes pregos eram pregados transpassando as mãos e os pés (20.25; cf. Lc. 24.40). Entre os horrores que a pessoa sofria enquanto ficava suspensa (com os pés apoiados numa pequena tábua, não muito longe do chão), estavam os seguintes: inflamação severa, inchaço dos ferimentos nas regiões das unhas, dor intolerável por causa dos tendões partidos, terrível desconforto por causa da posição esticada do corpo, dor de cabeça latejante e sede abrasadora (19.28).
John 19:28 NAA
Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para que se cumprir a Escritura, disse: — Tenho sede!
(b) Logo, entra em cena, Simão, natural de Cirene (um africano), e pai de dois homens, que provavelmente faziam parte da igreja em Roma.
Cirene, não era o sobrenome de Simão, mas uma denominação que indicava o lugar de seu nascimento, uma colônia na Líbia, localizada dentro dos limites atuais de Tunis.
Mark 15:21 NAA
E obrigaram Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar a cruz de Jesus.
Romans 16:13 NAA
Saúdem Rufo, eleito no Senhor, e igualmente a mãe dele, que também tem sido mãe para mim.
E, assim, mesmo sem saber de nada - e não ter ainda nenhuma ligação com aquela condenação naquele momento - Simão foi obrigado a participar literalmente daquele sofrimento com Jesus. Isso se tornou uma ilustração muito viva daquilo que Jesus havia ensinado sobre cada um tomar sua cruz e segui-lo, mas ali isso era literal e cruel.
Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (Portuguese Edition) (p. 418). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
(c) Dentre a “grande multidão”, um grupo de mulheres lamentavam por Jesus.
Luke 19:42 NAA
dizendo: — Ah! Se você soubesse, ainda hoje, o que é preciso para conseguir a paz! Mas isto está agora oculto aos seus olhos.
Luke 21:20–24 NAA
— Quando, porém, vocês virem Jerusalém sitiada de exércitos, saibam que está próxima a sua devastação. Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade saiam dela; e os que estiverem nos campos não entrem na cidade. Porque esses dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles.
(d) Mas Jesus faz um aviso a elas: “chorem por vocês mesmos e por seus filhos”. Ele anuncia o que haveria de acontecer em breve.
Ou seja, o que estava acontecendo com Jesus era o princípio das dores que viriam sobre toda a nação. E assim ele identificou seu sofrimento com aquele pelo qual elas passariam, e pelo qual ele lamentava. Ele ainda comparou a situação à queima de lenha verde e da lenha seca. Expressão comum na época para se referir a justos e injustos na condenação, isto é, na queima. Jesus era a lenha verde, a qual é mais difícil de ser queimada, ou seja, ele era o inocente que não poderia ser condenado e que, mesmo assim estava sendo. Quanto mais facilmente seria queimada a lenha seca, ou seja, as pessoas - com suas próprias injustiças – que seriam mais facilmente condenadas nesse sistema pecaminoso, injusto e corrupto.
Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (Portuguese Edition) (p. 422). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
árvore verde – que naturalmente resiste ao fogo.
seca – que atrai o fogo, sendo seu combustível adequado. O provérbio aqui claramente significa:”Se tais sofrimentos caírem sobre o inocente, o próprio Cordeiro de Deus, o que deve estar reservado para aqueles que estão provocando as chamas?” [Jamieson; Fausset; Brown
(e) Jesus estava acompanhado de dois malfeitores. Tudo para se cumprir as Escrituras.
Isaiah 53:12 NAA
Por isso, eu lhe darei a sua parte com os grandes, e com os poderosos ele repartirá o despojo, pois derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores. Contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.
A crucificação de Jesus não está registrada para sentirmos pena dele, mas representa realística e dramaticamente nosso próprio sofrimento em virtude de nosso pecado. É por isso que, como ele disse, devemos carregar nossa própria cruz e segui-lo, pois somente no reino de Deus encontraremos a salvação da destruição do reino do pecado.
Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (Portuguese Edition) (p. 423). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
2. A urgência do perdão. (vv. 33-38)
(a) Gólgota, “lugar da caveira”:
Jesus não queria ficar narcotizado, ele estava no controle de suas emoções. Seu autocontrole era incrível!
(b) Estamos diante do “brado do perdão”.
Essa primeira das sete palavras na cruz do nosso Senhor o apresenta em atitude de oração. Quão significante! Quão instrutivo! Seu ministério público tinha sido aberto com oração (Lucas 3.21), e aqui vemos ele sendo fechado com oração. Certamente ele nos deixou um exemplo! Não mais aquelas mãos ministrariam ao doente, pois estavam pregadas no madeiro cruel; não mais aqueles pés poderiam levá-lo nas tarefas de misericórdia, pois estavam presas no madeiro cruel; não mais ele poderia se ocupar na instrução dos apóstolos, pois eles tinham-no esquecido e fugido. Como então ele se ocupou? No ministério da oração! Que lição para nós.
No Sermão do Monte nosso Senhor ensinou aos seus discípulos: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mt 5.44). Acima de todos os outros, Cristo praticou o que ele pregou. A graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo.[19] Ele não somente ensinou a verdade, mas ele mesmo era a verdade encarnada. Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). Assim, aqui sobre a cruz ele exemplificou perfeitamente seu ensino do monte. Em todas as coisas ele nos deixou um exemplo.
W. Pink, Arthur. Os sete brados do Salvador sobre a Cruz (Portuguese Edition) (pp. 9-10,16). Editora Monergismo. Edição do Kindle.
Isaiah 53:12 NAA
Por isso, eu lhe darei a sua parte com os grandes, e com os poderosos ele repartirá o despojo, pois derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores. Contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.
(c) Suas roupas foram repartidas, em cumprimento a uma profecia:
Psalm 22:18 NAA
Repartem entre si as minhas roupas e sobre a minha túnica lançam sortes.
(d) A crucificação era um espetáculo de horror público.
Harvie Branscomb: Poucos meios mais terríveis de execução poderiam ser planejados. A dor, a sede, o tormento dos insetos, a exposição brutal, o horror da rígida fixação, tudo aparentemente interminável, combinavam para fazer da crucificação a suprema humilhação e tortura.
(e) O lugar no centro é dele:
"O crucificado é o verdadeiro rei, o rei mais majestoso de todos; porque é ele que está esticada sobre a cruz, ele transforma um obsceno instrumento de tortura em um trono de glória e "reina a partir do madeiro". (Bruce)
Foi dispensação de Deus ter colocado este título sobre a cabeça de Jesus. Este Jesus de Nazaré, que foi crucificado pelos judeus, na verdade, é o Rei dos judeus no melhor sentido da palavra, é o Messias de Israel. Este Messias devia trazer salvação a todas as pessoas de todo o mundo, cujas línguas principais aqui foram usadas. (Kretzmann)
(f) Por ai:
Lutero: São os nossos pecados que estão impostos ao pescoço dele; nós somos estes pecadores, ladrões, patifes, rebeldes e assassinos. Pois, ainda que não sejamos tão vulgares em nossas ações, ainda assim, é esta a nossa condição diante Deus. Mas aqui Cristo vem em nosso lugar, e carrega nossos pecados, e os paga, para que nós recebêssemos socorro.
(g) Só o olhar sincero na cruz de Cristo é suficiente para fazermos reconhecer nosso orgulho.
John Stott:
Toda vez que olhamos para cruz, Cristo parece dizer-nos: Estou aqui por causa de vocês. É o seu pecado que estou levando, a sua maldição que estou sofrendo, seu débito que estou pagando, sua morte que estou morrendo. Nada na história, ou no universo, nos torna tão conscientes de nossa pequenez como a cruz. Todos somos grandes aos nossos próprios olhos, especialmente no que diz respeito à justiça própria, até que visitamos um lugar chamado Calvário. É lá aos pés da cruz, que murchamos de volta ao nosso tamanho real.
(h) Pilatos conseguiu impor sua ideia a respeito de Jesus: ele era “o rei dos judeus”: uma expressão de deboche?
Os romanos ainda colocaram uma placa sobre ele apresentando-o como “rei dos judeus” - frase que ironizava a acusação acerca de Jesus e também os próprios judeus, pois dava a ideia de que o rei deles era um condenado fraco; ou que os judeus estavam crucificando seu próprio rei. O evangelista João relata que as autoridades judaicas se incomodaram com a frase e chegaram e pedir que fosse mudada, mas Pilatos resolveu deixar assim mesmo, talvez como uma provocação a eles (cf João 19.21-22).
Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (Portuguese Edition) (p. 425). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
John 19:21–22 NAA
Os principais sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: — Não escreva: “Rei dos judeus”, e sim: “Ele disse: Sou o rei dos judeus.” Pilatos respondeu: — O que escrevi escrevi.
A realeza de Jesus não estava em ser o mais poderoso desse sistema pecaminoso e corrupto, como as pessoas esperavam. Sua realeza não seria imposta pela força mundana com suas armas e forças de dominação. Se ele fosse poderoso no conceito mundano, poderia até vencer, mas continuaria mantendo a alimentando o sistema corrupto que era oposto ao reino de Deus. Foi o que ele disse à Pilatos, conforme o registro de João: “O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui” (Jo 18.36).
Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (Portuguese Edition) (pp. 426-427). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
A cruz indicava a oposição dos reinos deste mundo ao reino de Deus, e vice-versa. Do ponto de vista do reino do mundo, Jesus era um perdedor, um herói vencido. Do ponto de vista do reino de Deus ele era o Rei que venceu este mundo por não se submeter a ele, mantendo-se fiel ao propósito de Deus até o fim.
Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (Portuguese Edition) (p. 427). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
3. Outras aplicações:
(a) Diferente de Simão, não somos obrigados a carregar a cruz de Jesus, afinal de contas, temos a nossa.
N. T. Wright: Simão se torna o modelo para todos aqueles que, em devoção, santidade e serviço, vão atrás de Jesus na estrada da humildade, da dor e até mesmo da morte.
Mark 8:34–35 NAA
Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, Jesus lhes disse: — Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a vida por minha causa e por causa do evangelho, esse a salvará.
(b) O verbo vivo morreu em um lugar que exalava a morte. O autor da vida morreu em um lugar chamado “Caveira” (símbolo da morte).
Champlim:
Alguns intérpretes têm pensado que esse local era uma espécie de cemitério, onde muitos crânios humanos podiam ser encontrados; mas a referência diz respeito à aparência da colina em que Jesus foi crucificado, cuja forma se parecia com um crânio humano, especialmente à distância.
John Stott:
O que vemos, portanto, no drama da cruz não são três atores, mas dois, nós mesmos de um lado e Deus, do outro. Não Deus como é em si mesmo (o Pai), mas Deus, entretanto, Deus-feito-homem-em-Cristo (Filho). Daí a importância das passagem do Novo Testamento que falam da morte de Cristo como a morte do Filho de Deus; por exemplo: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito”, “Aquele que não poupou a seu próprio Filho”, e “fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho”. Pois ao dar o Seu Filho ele estava dando a si mesmo. Sendo isso verdade, é o próprio Juiz que em santo amor assumiu o papel de vítima inocente, pois na pessoa do seu Filho, e por meio dela, ele mesmo levou a penalidade que ele próprio infligiu. Como disse Dale: “a misteriosa unidade do Pai e do Filho tornou possível que Deus ao mesmo tempo sofresse e infligisse sofrimento penal”. Não há injustiça severa nem amor sem princípios, nem heresia cristológica nisso; há somente insondável misericórdia. Pois a fim de nos salvar de tal modo que satisfizesse a si mesmo, Deus por meio de Cristo substituiu-se a si mesmo por nós. O amor divino triunfou sobre a ira divina mediante o divino auto-sacrifício. A cruz foi um ato simultâneo de castigo e anistia, severidade e graça, justiça e misericórdia.
Ilustr.:
Assassinato de Martin Luther King 04 de abril de 1968
(…) Na noite de 4 de abril de 1968, foi assassinado Martin Luther King, 39 anos, em um motel em Memphis, Estados Unidos. King era pastor batista e a figura mais proeminente do movimento negro nos Estados Unidos. Desde 1955, ele liderava manifestações e protestos pelos direitos civis dos negros. Sua morte trágica gerou muita comoção nos Estados Unidos e em todo mundo causando uma onda de protestos e tumultos nos guetos negros das grandes cidades estadunidenses.
(…) O assassinato de Martin Luther King
As vitórias de Luther King provocaram reações violentas de grupos segregacionistas entre os quais a Ku Klux Klan. Em fevereiro de 1965, Malcolm X, líder muçulmano negro foi assassinado. King não ficou imune a esse clima de tensão. Em março de 1968, quando viajou a Memphis, no Tennessee para dar apoio a trabalhadores negros em greve, seu voo foi atrasado por causa de uma ameaça de bomba contra seu avião. Em Memphis ele se hospedou no quarto 306 do Lorraine Motel. Foi assassinado no final da tarde de 4 de abril de 1968, quando estava de pé na varanda do segundo andar do motel. O tiro fatal foi dado por James Earl Ray, um branco que já havia cometido atos racistas antes do assassinato. A bala perfurou a bochecha direita, esmagando a mandíbula para então chegar na medula espinhal e se alojar no ombro. King passou por uma cirurgia de emergência, mas não resistiu. Morreu às 19h05.
O assassinato levou a uma onda de revoltas em Washington D.C., Chicago, Baltimore, Kansas City e em dezenas de outras cidades dos Estados Unidos. O presidente Lyndon B. Johnson declarou 7 de abril como dia de luto nacional em homenagem ao líder negro. O assassino tentou fugir mas foi capturado e sentenciado a 99 anos de prisão. Morreu em 1998 com 70 anos. Alegações que que ele teria agido em conjunto com agentes do governo persistiram por décadas, mas nunca comprovadas. King foi premiado postumamente com a Medalha Presidencial da Liberdade e a Medalha de Ouro do Congresso. O Dia de Martin Luther King foi estabelecido como feriado em cidades e estados dos Estados Unidos a partir de 1971. Em 1986, tornou-se feriado federal por lei assinada pelo presidente Ronald Reagan. Centenas de estradas nos Estados Unidos foram renomeadas em sua homenagem, e um condado em Washington foi dedicado a ele. Em 2011, foi inaugurado um memorial em sua honra no National Mall em Washington D.C.
Phillip Yansey:
O equilíbrio do poder foi alterado mais do que um pouco naquele dia no Calvário, por causa de quem absorveu o mal. Se Jesus de Nazaré fosse apenas mais uma vítima inocente, como King, Mandela, Havel e Soljenistzin, teria feito sua marca na história e desaparecido do cenário. Nenhuma religião teria brotado em torno dele. O que modificou a história foi a conscientização que surgiu nos discípulos (foi preciso a ressurreição para convencê-los) de que o próprio Deus escolheu o caminho da fraqueza. A cruz redefine Deus como aquele que estava pronto a abandonar o poder por amor por amor do amor. Jesus se tornou, na frase de Dorothy Solle, “o desarmamento unilateral de Deus”.
O poder, não importa qual a sua boa intenção, tende a provocar sofrimento. O amor, sendo vulnerável, o absorve. Num ponto de convergência em uma colina chamada Calvário, Deus renunciou a um por causa do outro.
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