O Custo do Discipulado - Lc.14.25-33

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A necessidade de renúncia e dedicação para ser discípulo de Jesus

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a. Introdução

Vemos, hoje em dia, um evangelho falso, incompleto pregado com muita frequência. Um evangelho modificado, adaptado para agradar as pessoas - isso é um tanto complicado pois quando procuramos agradar as pessoas, acabamos por não conseguir ser servo de Cristo, Gl.1.10.
O apóstolo Paulo alertou que qualquer evangelho diferente do que ele já tinha pregado, deveria ser tratado com anátema (maldito), mesmo que viesse de um anjo. Gl.1.8-9. O texto de Gálatas trás o termo “anátema” que significa amaldiçoado e sofrer a ira judicial de Deus.
Jesus foi assustadoramente sincero e direto quando pregava o Boas Novas de salvação. O Evangelho de Jesus é a solução para o maior problema da humanidade - a condenação eterna, como resultado do pecado! Entretanto, o mesmo Evangelho exige uma certa postura e compromisso de todo aquele que decide aceitá-lo!
O Evangelho de Cristo anuncia não só as Boas Novas de salvação, mas anuncia também que o cristão agora tem um novo Senhor, e que ele deve total obediência ao Senhor que o resgatou.
Cremos e aceitamos o sacrifício de Cristo por nós, reconhecendo Jesus não apenas como nosso Salvador, mas também com nosso Senhor.
A aceitação do Evangelho de Jesus nos torna um discípulo do Senhor. Entretanto, crer em um Evangelho equivocado, vai resultar em um discípulo fora dos padrões bíblicos.
Um Evangelho pregado de maneira incompleta, gera cristãos incompletos.
Um Evangelho pregado de maneira deficiente, gera cristãos deficientes.
Um Evangelho pregado de maneira superficial, gera cristão superficiais.
A maneira como o Evangelho de Jesus é pregado e assimilado, resulta no caráter a ser gerado no cristão.

b. Explicação

1. Discípulo
De início, o que seria um discípulo do ponto de vista bíblico?
Nas Escrituras, discípulo tem dois sentidos:
Aprendiz, um aluno - antes de qualquer coisa o cristão como discípulo ele é um aluno. Uma pessoa disposta a aprender do seu Mestre. O aluno deve estar disposto a ouvir, aceitar e obedecer a tudo que o seu Mestre lhe ensinar. Isso trás a ideia de humildade do aprendiz e reconhecimento do amor e autoridade do Mestre. O discípulo não está acima do seu Mestre, Mt.10.24.
Imitador - a segunda característica do discípulo, que complementa a primeira, é que o cristão como discípulo ele deve absorver, imitar e se moldar ao caráter do seu Mestre. Isso é muito interessante pois o discípulo de Cristo não vai apenas aprender as verdades do Evangelho, ele vai colocar em prática em sua vida. O alvo do discípulo é ser semelhante ao seu Mestre. Isso é declarado em Lucas 6.40 “— O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem-instruído será como o seu mestre.Dessa semelhança do discípulo cristão ao Senhor que Paulo fala de Cristo ser formado nos gálatas, Gl.4.19.
Sendo assim, o discípulo de Cristo, é humilde e obediente para ouvir e aceitar todo o ensino de seu Mestre, e também imitá-Lo, colocando em prática tudo que foi aprendido.
2. Prioridades
No original grego, em Lc.14.26, está literalmente “odiar”. As traduções mais antigas trazem “aborrecer” - ARA, ARC95,ARC69.
Entretanto, se trata de uma expressão idiomática, na cultura da época, “amar mais” significava dar prioridade, da mesma maneira que “amar menos”, trazia a ideia de algo secundário. Isso bem claro em Mt.10.37
Matthew 10:37 NAA
— Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não é digno de mim;
Família - pai, mãe, mulher, filhos, irmãos.
De início, tal declaração soa muito estranho! O cristão não deveria priorizar a minha família? A ideia não é desprezo à família, mas de considerar em prioridade a vontade de Deus acima da família. Significa atender os princípios de Deus para família, citados por exemplo em Ef.5.21-6.4; Cl.3.18-25 e 1Pe.3.1. O discípulo de Jesus rege a sua família, não pelo que sociedade dita, ou os próprios integrantes da família deseja, mas pelos princípios bíblicos. Isso é amar mais a Deus do que a família. Quem abraça os princípios de Deus para família, demonstra que, verdadeiramente ama o lar de Deus lhe deu.
A própria vida
O mesmo princípio de prioridade secundária na família se aplica à própria vida, veja:
John 12:25 NAA
Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo irá preservá-la para a vida eterna.
Quem, como o rico insensato pensa: “Você tem em depósito para muitos anos; descanse, coma, beba e aproveite a vida”, Lc.12.19, é considerado como um louco diante de Deus, Lc.12.20.
Priorizar a Jesus sobre a própria vida é renunciar às próprias vontades e desejos. Reconhecer o senhorio de Cristo e que é apenas um servo.
3. Tomar a sua cruz
Em Mt.10.38 é dito que quem não toma a sua cruz não é digno de Jesus:
Matthew 10:38 NAA
e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.
Em Lc.9.23, declara que essa “cruz” deve ser tomada diariamente, como condição de seguir ao Senhor.
Luke 9:23 NAA
Jesus dizia a todos: — Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.
Mas o que vem a ser a “cruz” que o cristão deve tomar como sua e carregar todo dia?
Na época de Cristo, o governo romano quando sentenciava o criminoso com a morte por crucificação, o obrigava a carregar a sua própria cruz (o travessão horizontal, pois o travessão vertical já estava fixado aguardando o apenado), durante todo percurso entre o local da sentença até o local da execução da pena. Jesus passou por todo esse processo antes de ser crucificado. Durante a trajetória até o local da crucificação o apenado era zombado, insultado, afrontas e exposto a todo tipo de humilhações.
O discípulo de Jesus “toma a sua cruz diariamente”, quando decide viver de vida que Cristo viveu: uma vida de renúncia, humilhação, perseguição, opróbrio, tentação e contradição dos pecadores contra si mesmo.
4. Duas comparações prévias ao discipulado
Construção de uma torre
Estar ciente dos meios necessários (trabalhadores, materiais e tempo) para construir uma torre. Para não correr o risco de começar a construção e não poder terminar e seu alvo de zombaria.
Decisão de guerra ou de paz
Um rei deve estar inteirado se realmente é viável começar uma guerra ou não, levando em conta a quantidade de soldados preparados, bem com a quantidade de soldados inimigos a serem enfrentados, armamentos, suprimentos, caso contrário antes de declarar guerra, propõe um acordo de paz.
Se dispor como discípulo de Jesus sem avaliar o custo desse discipulado (priorizar a pessoa de Jesus acima da família, a própria vida e renunciar as próprias vontades) seria como começar a construir uma torre sem o devido planejamento ou ir à guerra sem avaliar corretamente a situação - ambos os casos estão sujeitos ao fracasso, zombaria e grande prejuízo.

c. Conclusão

Como cristãos possamos estar cientes da seriedade de sermos discípulos de Jesus. De vivermos realmente reconhecendo o senhorio de Jesus em nossas vidas, e como servos que somos, renunciarmos às nossas vontades, e atendermos em tudo ao Senhor, em todas as áreas de nossa vida!
Que Deus nos conceda da Sua graça e misericórdia.

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