Não somos Juízes!

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Tg 4.11-12

Intro: Determinado Teólogo disse uma vez:
Diga à sua língua: Não fale mais mal. Pois a tua língua é como uma grande rocha que rola do cume de uma montanha, e primeiro cai lentamente, depois cada vez mais rápido e mais furiosamente. Começa com murmúrios suaves, depois profere pequenos pecados, e então maiores, até que finalmente irrompe em blasfêmia aberta.
Girolamo Savonarola
Nossa língua é assim irmãos, com ela podemos abençoar ou amaldiçoar, e Tiago sabe bem disso, por isso, nesses versos ele explica como era grave a situação presente em seu contexto, e os adverte a mudar. E para nós, fica a seguinte lição: A calúnia não faz parte do povo de Deus. E vamos perceber essa ideia no texto.
1. Não devemos caluniar
1. Irmãos, apesar do indicador estrutural de troca de assunto está presente no texto “irmãos”.
2. Não precisamos entender que agora teremos uma grande troca de tema.
3. Tiago, nesses versos, deseja claramente advertir sobre os problemas que a maledicência ocasionava com relação a Deus e os seus mandamentos.
4. Inicialmente, note que o texto diz: “não faleis mal uns dos outros”. Esse é um imperativo que coordenada o rumo que os versos 11 e 12 vão tomar.
5. Todo texto é dependente dessa primeira declaração. Ela é a verdade primária aqui.
6. O modo como é empregada essa expressão acaba destacando que ela é tanto um comando como uma prescrição atemporal a cada um dos judeus convertidos e a nós.
7. Não podemos infestar a igreja com um falatório negativo sobre os outros.
8. Não podemos ignorar e tomar outro rumo com essas palavras. Não podemos quebrar o que foi deixado para nós.
9. Mas, o que seria falar mal no texto? O sentido pretendido é de não podemos caluniar os outros. E como é colocado no restante, a igreja não pode ficar se caluniando.
10. É como se você estivesse numa roda de conversa que fala mal dos outros, e a cada pessoa que sai da roda vira o próximo alvo da difamação.
11. Sabemos que calúnia são palavras abusivas falsamente faladas que danam a reputação de uma pessoa. Trazendo um sentido negativo para isso, e proibitivo também. Não é bom e nem deve ser feito.
12. Uma outra vez expressão semelha. Em 1 Pedro a expressão também aparece, mas tem o contexto de incrédulos falando mal de crentes, e sabemos que isso não é nada bom, e nem há proveito.
13. Recordando que esse era o mecanismo que os líderes empregavam para se dar bem sobre os outros.
14. Agora no texto, essa ordem extrapola para todos os irmãos. Não recai apenas aos líderes. Ou seja, cada membro do corpo de Cristo não deve caluniar o outro.
15. Muitas vezes não reflitamos sobre o peso que as palavras têm. E como uma palavra proferida com segundas intenções pode ser danosa.
16. Se eu, como pastor, levantar falso testemunho sobre alguém, é possível que as pessoas não desconfiem do que falei, até que apareça uma prova cabal da minha mentira.
17. Logo, o que eu devo fazer com o peso das minhas palavras? Ter cuidado, pois elas podem fazer um estrago imensurável até que sejam desmascaradas.
18. Se eu como pastor há essa responsabilidade, você como crente também tem, e não pode ignorá-la! Esse texto também é para você.
19. Quantas pessoas não foram presas por conta da mesma coisa? E quantos anos até provarem sua inocência?
20. Precisamos ter cuidado irmãos, podemos prejudicar os outros sem nem perceber. Por isso temos essa advertência aqui. Nem brinque com isso!
21. Para evitar esse dano, somos chamados a refrear nossa língua e a evitar que a calúnia se torne uma característica do nosso trato uns com os outros.
22. No seguimento do texto, Tiago fala dos problemas não apenas sociais que isso causava, mas que também gerava problemas teológicos!
23. O fato dessa atitude acontecer não afetava apenas as relações entre irmãos, mas maculava de algum modo a lei.
24. Perceba que utilizando um exemplo, “Aquele que” Tiago fala os rumos que isso chegaria.
25. “Aquele que”, ou seja, qualquer um que age desse modo. E nessa parte do verso, funcionaria como a razão teológica para não agir assim.
26. E note que um outro elemento foi colocado no verso, “ou Julga” indicando uma alternativa igualmente ruim. Aqui com o sentido de condenar algo ou alguém, ou seja, o julgamento sem propósito de restaurar a pessoa.
27. O que fica claro nessa ideia proposta pelo texto? Não é certo a prática de caluniar, e de condenar uma pessoa.
28. Não podemos realizar julgamentos isolados, há modos em que uma pessoa pode ser advertida na igreja. A disciplina, ou mesmo a exortação, são bons caminhos.
29. Mas, tomar para si o direito de condenar alguém, isso não nos cabe! E logo mais entenderemos o sentido de “condenar”.
30. Por quê? Ao fazer isso estamos quebrando a própria lei, pois aquilo que fazemos aos outros indevidamente à atinge.
31. Pois ela já descreve que não devemos caluniar a honra de alguém, logo, quando agimos assim, estamos dizendo que ela não tem valor.
32. Sabe, por quê? Se eu digo para alguém seguir determinado caminho, e a pessoa segue por outro, o que ela acabou de fazer? Respeitar meu conselho? Não, disse de maneira prática que ele não tem valor.
33. O mesmo sentido acaba acontecendo aqui. Se condenamos um irmão, ou o caluniamos fazemos o mesmo com a lei de Deus.
34. Tiago fecha o verso onze, contrapondo uma suposta piedade. “Não, mas eu falei daquele irmão para que o outro não repetisse isso. Eu tinha um proposito bom, viu”?
35. Alguns poderiam fazer isso, e dizer que estavam agindo certo com relação à lei, mas o que eles estavam fazendo realmente? Cumprindo? Buscando a santidade dos demais? Não!
36. Obedecendo-a? Não, mas se colocando acima da lei, se colocando acima do que foi pregado no sermão do monte, e no Pentateuco.
37. Irmãos, se você realmente quer fazer algo proveitoso, procure a liderança, a responsabilidade é nossa de lidar com o pecado, e rogue a Deus por sabedoria em como lidaremos com o caso.
38. Apesar da Lei mosaica não ter uma aplicação direta a nós, ela ainda nos direciona sobre como devemos nos comportar, assim ela tem uma aplicação indireta sobre nós. Precisamos entender o princípio que ela nos deixa.
39. E a leremos, juntamente com o padrão deixado por Jesus nos Evangelhos.
40. O verso fecha com um esclarecimento, no fim das contas você não simplesmente se coloca acima da lei, mas como Juiz.
41. E o problema disso é explicado no verso 12. Mas até aqui, algo que fica claro, é que o comportamento desses irmãos não indicava um proposito certo, exortar, mas o errado, difamação.
42. Não havia proposito bíblico para seu comportamento.
2. Apenas Deus pode realizar o julgamento final
1. Note como o verso inicia, um, esse numeral acaba indicando exclusividade.
2. É como se Tiago falasse, tem um monte de gente querendo ser Juiz e Legislador, mas na verdade há apenas um! Além de agirem errado, ainda querem esse cargo exclusivo.
3. Assim, o que os outros se tornavam na verdade? Caluniadores, faladores, e quebradores de lei.
4. O sentido em conjunto de Legislador e juiz é basicamente quem dá as leis e aquele que julga as pessoas.
5. Os leitores de Tiago, nas suas atitudes, acabavam criando emendas na lei que eles não deveriam.
6. Apenas Deus poderia criar leis ou determinar em como as pessoas podem agir.
7. Por isso que todo o modo como agimos é baseado na Escritura, todas as vezes que vamos além dela não podemos transformá-la em mandamento.
8. Podemos chamar de um hábito ou costume, mas isso não tem o mesmo peso da Escritura.
9. Quando agimos assim, estamos tentando ocupar o lugar de Deus. E indo além da sua palavra.
10. De tal modo, apenas Deus é maior que a lei, e nenhuma pessoa tem o direito de ir além dos limites que ele impõe, pois isso é se colocar acima dele.
11. O verso segue e descreve a ação desse juiz, e há um apontamento interessante sobre o julgamento dele.
12. Aquele que “pode salvar e fazer perecer”, isso é uma alusão ao que Jesus falou em Mateus 10.28 “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”
13. E isso fala do julgamento da condição eterna da pessoa, pois salvar e perecer no que implicaria? Céu ou inferno! É sobre o juízo final.
14. Então, esse tipo de julgamento que acontecia naqueles dias, acabava se confundindo com o tipo de julgamento futuro que Deus fará.
15. Irmãos eis o grande problema de não seguirmos os passos da Escritura, e seguir o nosso próprio desejo, ou mesmo a raiva.
16. Se havia realmente um problema aqui, bastava seguir os passos de Mateus 18.15-17.
17. Mas além de não existir, eles ainda pecavam em como julgavam os outros.
18. Outra coisa, o texto não está proibindo todo o tipo de julgamento, mas está alertando em como estamos agindo com o pecado do outro.
19. Há um modo certo, não vão além dele! Até porque mesmo a disciplina não tem caráter condenatório, mas a função dela é despertar e fazer quem pecou mude de vida, e faça com que os demais também pensem.
20. Mas, se você tem prazer em ver alguém sendo disciplinado, tenha muito cuidado, há um problema sério no seu coração.
21. Isso é uma clara indicação que você não quer o arrependimento do irmão, mas tem prazer em ver a queda dele. Qual é a diferença disso, para os infiéis da carta de Tiago? Nenhuma!
22. E quando menos esperar, você mesmo pode estar caindo em pecado! Quando alguém é disciplinado, lamentamos por isso? Pensamos em nossa vida? Ou rimos? E falamos que ele não tem mais jeito? Isso não é certo!
23. O texto segue e fala algo que não deve ser esquecido.
24. O “Tu”, aqui, acaba fazendo um contraste com o que foi dito anteriormente.
25. Após as credenciais de Deus serem colocadas na mesa, você coloca o seu currículo. E ai? Quem é você diante dele?
26. Quem levaria essa? Quem é você para agir deste modo?
27. Quem é você para condenar uma pessoa? E nem mesmo entender que ela pode mudar? Quem é você?
28. Virou Deus por acaso?
29. Irmãos, temos visto até aqui como é importante saber usar a língua, facilmente podemos cair no mesmo erro.
30. Por isso, não dê brecha para essa situação, se alguém vai te dizer uma calúnia sobre alguém, impeça a pessoa mesmo de falar.
31. Isso pode estar batendo na sua porta e você deixou entrar, e acabou de pecar também.
Aplicação:A língua é um pequeno órgão como disse Tiago, mas pode transformar uma vida calma numa tempestade, por isso é tão necessário saber se segurar, e não dá lugar à difamação, assim:
1. Não tente exalar virtude falando mal de uma pessoa, você está sendo pior que ela.
2. A lei não nos difama, mas condena nossos erros. Você está falando contra os erros para o bem da pessoa, ou apenas detonando ela?
3. Não podemos antecipar o julgamento final, Deus um dia o trará.
4. Se você sabe que um irmão está pecando, e espalha isso ao invés de contar à liderança ou confrontar o irmão, você também está pecando.
Conclusão: Nessa noite irmãos vimos o grande problema que é a difamação, isso é se colocar acima de Deus, e proferir um tipo de julgamento que apenas cabe a ele. Não tente ir além da palavra, e guarde seu coração do velho hábito de espalhar o que você ouviu. Isso é sério e todos nós precisamos ser cuidadosos, se não o problema só cresce. Que Deus nos dê sabedoria mediante essas situações, amém.
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