O problema do pecado e a esperança do evangelho

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1-11 - A mentira
12-19 - O adultério
20-23 - Hipocrisia
24-30 - O cuidado de Deus
1. “E aconteceu, por esse tempo...” qual tempo?
Sobre Judá: História de José
Judá é o quarto de seis filhos de Jacó e Lia (Gn 29:35). Quando Judá nasce, Lia declara que louvará a Yahweh (Gn 29:35)
Gênesis 29.31–35 (ARA): Vendo o Senhor que Lia era desprezada, fê-la fecunda; ao passo que Raquel era estéril.
32 Concebeu, pois, Lia e deu à luz um filho, a quem chamou Rúben, pois disse: O Senhor atendeu à minha aflição. Por isso, agora me amará meu marido.
33 Concebeu outra vez, e deu à luz um filho, e disse: Soube o Senhor que era preterida e me deu mais este; chamou-lhe, pois, Simeão.
34 Outra vez concebeu Lia, e deu à luz um filho, e disse: Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos; por isso, lhe chamou Levi.
35 De novo concebeu e deu à luz um filho; então, disse: Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá; e cessou de dar à luz.
O contexto familiar de judá
não foi nada fácil. Sua mãe era uma das esposas jacó, que não fazia nenhum questão de omitir que seu amor era destinado para a sua irmã, Raquel - Gênesis 29.30 Mas Jacó amava mais a Raquel do que a Lia;
O livro de Gênesis coloca diante de nós as consequências de casamentos desestruturados: foi assim com Abraão, que trai a sua esposa Sara com sua serva Ágar;
Seu filho, Isaque, que repetindo as atitudes do seu pai mentiu para o rei Amalequita dizendo ser Rebeca sua irmã;
e em Jacó as coisas pioram: ele tem pelo menos duas esposas e duas concubinas;
e jUdá é fruto deste meio, e como vamos observar, ele repete os erros dos seus antepassados.
E por isso eu gostaria de refletir com você sobre O problema do pecado e a esperança do evangelho
(1) Judá se afasta dos seus irmãos e vai para a região de Canaã; o versículo 1 ainda diz que ele se hospedou na casa de um Adulamita chamado Hira - que mais tarde vai ser identificado como seu amigo. NO versículo 2 o narrador nos da uma informação importante: o envolvimento de jUdá com uma mulher de cananita, a qual não nos é dito o nome… Ela aparece apenas como“filha de Sua”.
ELa engravida de judá e por três vezes e dándo luz a três rapazes: Er, Onã e Selá;
O narrador nos diz que Er casa-se com uma moça, também cananita chamada Tamar - (guarde bem esse nome)
O narrador não entra em detalhes sobre Er, mas diz apenas que DEus o matou porque ele era perverço diante dos seus olhos. (7) Judá volta a cena, agora, após a morte do seu primogênito, para orientar o irmão do meio de Er para que este cumpra o levirato (8) Então, disse Judá a Onã: Possui a mulher de teu irmão, •cumpre o levirato •e suscita descendência a teu irmão.
Casamento levirato. Era dever do parente masculino mais próximo de um homem falecido casar com a viúva sem filhos e gerar seus filhos. O filho primogênito seria então reconhecido como filho do falecido marido e herdaria sua propriedade. Essa prática é conhecida como casamento levirato . Boaz é um exemplo de alguém que entra em um casamento levirato com a viúva de seu parente, Rute. O filho deles Obede herda a propriedade do falecido sogro de Rute, Elimeleque (Rute 4:10).
Pela recusa de sucitar descedência ao seu irmão e também pela profanação do leito conjugal, Onã também é tido por perverso diante do Senhor: (9) Sabia, porém, Onã que o filho não seria tido por seu; e todas as vezes que possuía a mulher de seu irmão deixava o sêmen cair na terra, para não dar descendência a seu irmão. (10) Isso, porém, que fazia, era mau perante o Senhor, pelo que também a este fez morrer.
A MENTIRA DE JUDÁ
E aqui, no verso 11, o autor nos apresenta a mentira de Judá; o narrador vai nos dizer que, mesmo sem intenção de entregar seu filho Selá, ele vai dizer:”vá para a casa do seu pai e aguarde o menino crescer, que eu o darei em casamento”, mas perceba, o narrador vai dizer a real motivação de judá:(11)” para que não morra também este, como os seus irmãos”
O QUE o narrador quer nos mostrar é o seguinte: Judá ignora a perversidade dos seus filhos, seus pecados e malícias e culpa Tamar pelas mortes dos seus dois maridos. Portanto, diante disso, temendo que Tamar - uma mulher maldita, de acordo com a lógica de Judá - amaldiçoasse e também matasse seu filho mais jovem, ele mente para ela e os próximos versículos vão mostrar que nunca foi a intensão de JUdá entregar seu filho mais jovem a Tamar.
2. Cena: O imoralidade (12-19)
Após algum tempo, a esposa de judá morre e, após outro espaço de tempo, ele parte para as regiões de Timna, para ver os seus tosqueadores - os homens que retiram lã das ovelhas -
E, no versículo 13 o narrador vai dizer que algumas pessoas informaram a Tamar que o seu sogro, jUdá, aquele que a tinha prometido que quando Selá crescesse o daria em casamento , como mandava o levirato. E, diante disso, após aguardar o tempo necessário e perceber que foi enrolada por Judá, pois o garoto cresceu e não lhe foi dado em casamento, ela decide tomar uma atitude:
(14) Então, ela despiu as vestes de sua viuvez, e, cobrindo-se com um véu, se disfarçou, e se assentou à entrada de Enaim, no caminho de Timna; pois via que Selá já era homem, e ela não lhe fora dada por mulher.
Naquela cultura as viúvas, assim como as mulheres casadas, não usavam véu. Elas vestiam uma roupa especial que as destacavam como viúvas. Estas roupas lhes garantiam os privilégios reservado pela lei, como a respiga e uma porção do dízimo.
(O caso de Rute)
nós podemos ver uma ilustração desta lei lá no livro de Rute, no capítulo 2, quando ela diz a NOemi: deixe-me ir ao campo apanhar espigas...
Portanto, Tamar tira a roupa especial que uma viúva vestia e vestiu-se com um véu, de modo semelhante a como as prostitutas se vestiam, mas particularmente as prostitutas culturais, usavam o véu para simbolizar que eram noivas do deus baal. Todavia, não é a intensão de Tamar prestar culto ao outro deus, seu propósito é enganar Judá de volta e conseguir algum tipo de restituição pelo que seu sogro tinha feito. Veja o que diz os versículos 15 e 16:
Vendo-a Judá, teve-a por meretriz; pois ela havia coberto o rosto. 16 Então, se dirigiu a ela no caminho e lhe disse: Vem, deixa-me possuir-te; porque não sabia que •era a sua nora. Ela respondeu: Que me darás para coabitares comigo?
Percebam as motivações imorais deste homem, que enganou e mentiu para sua nora agora intenta relacionar-se com uma mulher, que ele julga ser uma prostituta, mas que na verdade é a própia Tamar, que de modo irônico, o engana também.
17 Ele respondeu: Enviar-te-ei um cabrito do rebanho. •Perguntou ela: Dar-me-ás penhor até que o mandes? Percebam, uma vez que ela já foi enganada, agora ela não confia mais na palavra de Judá, por isso ela vai dizer “tudo bem, você me prometeu um cabrito, mas qual garantia eu terei de que eu irei recebê-lo?
18 Respondeu ele: Que penhor te darei? Ela disse: O teu selo, o teu cordão e o cajado que seguras. Ele, pois, lhos deu e a possuiu; e ela concebeu dele. Esses três objetos serão extremamente importantes para, de modo inquestionável, expor o pecado de judá.
O verso 19 nos mostra justamente que Tamar não era uma prostituta; seu ato demonstra que ela tinha um propósito e que, uma vez cumprido este propósito, ela torna a vestir-se como uma viúva.
Se na primeira Cena observamos judá mentindo e enganando sua nora, aqui vemos sua prática imoral, cometendo, mesmo sem saber, outro pecado contra a sua nora.
A terceira Cena nos apresenta Judá também como um hipócrita:
3. Hipocrisia (20-23)
De modo irônico, o narrador nos apresenta um Judá disposto a cumprir sua palavra a uma “prostituta”, por mais que saibamos que ela de fato não era uma, todavia, vimos na primeira cena, que este mesmo homem negou-se a cumprir a lei e também enganou e não cumpriu sua palavra, pois deixou de entregar seu filho Selá para casar-se com Tamar - reforçando: como diz a lei!!
20-21 Judá, portanto, envia o seu amigo para levar o cabrito e trazer de volta os seus objetos, deixados como penhor com sua nora Tamar.
Chegando ao local, seu amigo HIra não encontra a tal “prostituta”, pois, como já sabemos, Tamar não era uma prostituta, mas o que chama a atenção são as suas motivações: (23) Respondeu Judá: Que ela o guarde para si, para que não nos tornemos em opróbrio; •mandei-lhe, com efeito, o cabrito, todavia, não a achaste.
A intensão de Judá era não ter fama de enganador e mentiroso, pois é isso que ele quer dizer quando diz: Veja bem, eu cumpri com a minha palavra, mandei o cabrito, mas você não a encontrou, então, que ela fique com os meus objetos.
Que hipocrisia... O homem que não honrou sua palavra para com a sua nora, agora se vê temendo ser reconhecido por algo que ele de fato é: um enganador, seguindo a risca os passos do seu pai Jacó antes do encontro com Deus.
A Esperança do evangelho (24-30)
A Partir do versículo 24 o Deus de Israel, que não é tão visto nesta passagem, começa a aparecer mas claramente, mas tendo em vista que ele nunca esteve oculto de fato. Isso serve de aprendizado para nós: Se as coisas não estão acontecendo da maneira como gostaríamos ou esperávamos, não quer diZer que DEus deixou de cuidar de nós e guiar os nossos passos. Certo compositor, falando sobre a presença de Deus no dia mal, diz assim: “mesmo sem sentir sua presença eu sei que estava ali.
E Deus estava no controle de toda esta história, olhando para Tamar e preservando-a. Por isso devemos observar e achar esperança no evangelho até ou principalmente em histórias que envolvem traição, engano, hipocrisia, pois onde abundou o pecado, superabundou a graça,(RM 5,20)
Chega aos ouvidos de Judá que sua nora Tamar está grávida, possivelmente Judá imediatamente pensou ser essa uma boa oportunidade para se livrar da sua Nora e do compromisso que tinha com ela. De modo curioso ninguém pergunta sobre o homem com quem ela adulterou, numé? Cadê este homem?
Outra observação é que, existe uma criança de aproximadamente três meses no ventre de Tamar, algo que é completamente ignorado por judá e pelos que estão acusando-a.
(JUDÁ É DESCOBERTO)
Fato é que, a rigidez de Judá muda rapidamente quando sua Nora diz: (25): Do homem de quem são estas coisas eu engravidei. E disse mais: Reconhece de quem é este selo, e este cordão, e este cajado.
Veja o que diz o versículo 26. Judá afina a voz. Sua valentia se transforma em vergonha. O narrador faz questão de mostrar que o vilão da história não é Tamar, mas Judá. Diante disso ele é levado a reconhecer: “Ela é justa, não eu.” Os estudiosos entendem que esta é uma tradução mais adequada.
(APlicação cristológica)
Mas este enredo não tem como foco Judá, sua esposa e filhos, sobre Tamar… não!
Este drama é sobre a preservaçãO da semente do Messias. Deus prometeu a serpente, após ela enganar nossos primeiros pais, que da mulher nasceria um criança que resgataria a humanidade; Genesis 3:15 “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
O Tempo passa e a pergunta que fica é a seguinte: de onde virá este descendente? Veja o que diz Genesis 49:8–10Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos.”
Sabemos que Davi é descendente de Judá, porque lá no capítulo 4 de Rute nos é dito isto; mas de modo mais significativo, olhe para o evangelho de Mateus, no capítulo I, e você verá de onde vem o messias prometido, a semente da mulher que pisaria a cabeça da serpente, mas que Judá tentou, mesmo que inconscientemente, impedir o avanço da promessa. Voltando ao livro de gênesis, dos versículo 27-30 do capítulo 38, o narrador vai nos mostrar que Deus preservou não somente Tamar, mas seus filhos, e principalmente o garoto chamado de Perez; este dará seguimento a semente do Messias.
Deus sempre esteve presente, irmãos, guiando os nossos passos, apesar dos nossos pecados. Nossos pecados não fazem Deus mudar de opinião em relação a nós ou a qualquer outra coisa.
Entenda uma coisa: Os propósitos dele serão cumpridos independente de qualquer coisa. Isso serve de consolo para nós, irmãos. Creia e deposite sua fé naquele que, tendo todos os motivos do mundo para te condenar, resolveu tomar o seu lugar e receber a condenação que você e eu merecia. Ao invés de Jesus dizer sobre você: tirai-a fora para que seja queimada”, ele diz: Eu morrerei no seu lugar, eu serei queimado em seu lugar, as acusações que pesavam sobre você serão creditadas na minha sentença; apenas creia nisso.
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