Aula 7 - 1 e 2 Coríntios

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1 e 2 Coríntios

De acordo com a classificação das epístolas paulinas apresentadas anteriormente, a primeira e a segunda epístola aos coríntios devem ser consideradas sobretudo soteriológicas, uma vez que lidam basicamente com a doutrina da salvação. Juntamente com Gálatas e Romanos, formam o cerne dos escritos do apóstolo Paulo. Até mesmo os críticos mais radicais, que de modo geral rejeitam muitas das obras paulinas por não as considerarem autênticas, aceitam essas cartas e as declaram genuínas. O foco principal da pregação de Paulo — a fé em Cristo e a consagração a ele está presente nessas duas epístolas. Sua expressão favorita —"em Cristo" — que descreve o novo relacionamento do indivíduo regenerado com seu Salvador e Senhor, nelas é usada várias vezes. Essa correspondência resultou da terceira viagem missionária do apóstolo (v, At 18.23-21.14). Ele escreveu 1 Coríntios na cidade de Efeso (1CO 16.7-9), enquanto 2Coríntios foi redigida, provavelmente, na Macedônia (v, 2Co 2.12-13; 7.5-7).

1Coríntios

Contexto

Paulo visitou Corinto pela primeira vez em sua segunda viagem (At 18.1-7). Enquanto esperava por Silas e Timóteo, que vinham da Macedônia Para se reunir a ele em Corinto, Paulo ficou conhecendo Áqüila e Priscila e descobriu que, como ele, os dois fabricavam tendas. O apóstolo permaneceu na companhia deles enquanto dava continuidade ao seu ministério de pregação.
Com a chegada de seus companheiros, que traziam notícias das condições dos cristãos no norte (em Tessalónica e Bereia), Paulo enfatizou novannente sua proclamação de quec Jesus era o Cristo (ou seja, o Messias). Isso despertou a reação costumeira entre os judeus e, a partir daí, Paulo concentrou a sua pregação aos gentios de Corinto (At 18.6). Em pouco tempo, muitos já se haviam convertido ao cristianismo, entre eles Crispo, chefe da sinagoga. Durante um período de no mínimo um ano e meio, Paulo deu continuidade ao seu programa de ensino sistemático.
A razão que aparentemente levou o apóstolo a deixar a cidade foi o fato de ele se ter apresentado perante Gálio, procônsul da Acaia, que residia em Corinto. Enquanto aquela autoridade ouvia as acusações dos judeus contra Paulo, demonstrou calma e indiferença, visto que tais assuntos diziam respeito à lei dos judeus e não à dos romanos, e ele julgava que sua instância não era lugar para debates religiosos. Podemos dizer que, na verdade, a indiferença de Gálio resultou em bênção, porque impediu que a trama dos judeus fosse levada a efeito e permitiu que Paulo, tendo sido solto, continuasse seu trabalho.
Enquanto estava em Efeso, em sua terceira viagem (At 19.1-41), alguns da casa de Cloe trouxeram notícias de que a situação não estava boa em Corinto (1CO 1.11). Além disso, Paulo recebeu uma carta da parte daqueles crentes que relatavam vários problemas e desejavam uma resposta do apóstolo (1CO 7.1; 8.1; 12.1; 15.12; 16.1). Para elucidar esses e outros assuntos a eles relacionados, Paulo escreveu sua primeira epístola aos coríntios.

Esboço

Introdução 1Co 1.1-9
Respostas às notícias vindas de Cloe 1Co 1.10-6.20
Respostas à carta dos coríntios 1Co 7.1-16.9
Conclusão 1Co 16.10-24

Propósito e conteúdo

O tema central da carta é o dever que tem o cristão de colocar em prática, na sua vida cotidiana, os resultados de sua redenção em Jesus. O crente deve se lembrar de que a nova vida em Cristo requer dele uma nova maneira de viver. Paulo apela para que seus leitores tenham relacionamento com o Espírito Santo (1Co 3.16-17; 6.11, 19, 20). Para enfatizar essas ordens, vale a pena lembrar como era a cidade de Corinto. No primeiro século, Corinto era conhecida por sua iniquidade e imoralidade e destacava-se pela adoração corrupta e sensual a Afrodite, deusa grega do amor. Nessa epístola, Paulo pretende contrastar o templo dedicado a essa deusa, onde mil prostitutas atuavam nos cultos ali prestados a ela, com o crente que é o "templo do Espírito Santo" e com os mandamentos do Senhor que exigem do cristão uma vida de retldão. Na primeira parte da carta (caps. 1—6), Paulo enfoca basicamente o problema da autoridade na igreja. Os crentes de Corinto haviam se dividido em vários grupos e seguiam a liderança religiosa que lhes aprazia. Alguns se voltavam para Paulo, fundador da igreja e expoente da doutrina da justificação pela fé e da libertação do cristão da escravidão da lei. Outros tomavam o partido de Apolo, o mestre culto vindo de Alexandria, que possuía grande conhecimento das Escrituras. Ele havia acompanhado Paulo em sua visita a Corinto (At 18.24—19.1). Ainda outros afirmavam que Pedro, um dos primeiros discípulos do Senhor, que demonstrava grande amor por Cristo e preocupação com os princípios da Lei, era um líder digno de ser seguido. Por fim, havia os que desaprovavam essa divergência de posicionamento e afirmavam: "Nós simplesmente seguimos a Cristo!". Estes, sem dúvida, eram os piores, porque se achavam superiores aos seus irmãos na fé e buscavam guardar Jesus apenas para si. A resposta ríspida de Paulo para essas disputas está em 1Co 3.1-9. Juntamente com seu argumento, Paulo estimula aqueles crentes a buscarem o verdadeiro discernimento espiritual e os faz recordar a realidade de que prestarão contas a Deus — tanto naqueles dias como no dia do julgamento (1Co 2.1-16; 3.10-23).
Nessa parte da carta, Paulo também abordou outros dois assuntos: imoralidade sexual (1Co 5.1-13; 6.12-20) e processos judiciais (1Co 6.1-11). Além disso, repreendeu os membros da igreja por não lidarem eles mesmos com essas questões. O primeiro problema foi julgado severamente e resultou no afastamento do ofensor do convívio eclesiástico (1Co 5.3-5). A segunda questão deveria ser resolvida na igreja, como Paulo ensinou, e não nas cortes pagãs. Na verdade, aqueles processos judiciais eram "completa derrota para vós outros" (1Co 6.7). O apelo final é para que aqueles cristãos mantivessem a unidade e a pureza do corpo de Cristo. Na segunda parte da carta (caps. 7—16), Paulo aborda vários assuntos problemáticos, No entanto, o conteúdo diz respeito basicamente a relacionamentos espirituais, tanto entre os crentes (caps, 7—10) como nos ministérios da igreja (caps. 11—14). Ao lidar com a questão de relacionamentos conjugais, Paulo ordena que aqueles que buscam o matrimónio, os que se divorciaram e as mulheres solteiras preservem a santidade do casamento. Ao longo de toda sua explanação, vemos que o apóstolo possui uma base espiritual na qual fundamenta seus argumentos. Para quando os problemas de consciência são enfrentados, Paulo apresenta várias diretrizes.
Primeiro, não devemos permitir em nossa vida qualquer coisa que possa levar outro cristão a tropeçar (1Co 8.9, 13).
Segundo, a pregação do evangelho não deve ser impedida. Ao contrário, precisa ser estimulada (1Co 9.12, 22).
Terceiro, devemos fazer "tudo para a glória de Deus" (1Co 10.31).
O capítulo 11 trata do ministério das mulheres na igreja e das condições apropriadas para a realização da ceia do Senhor. A natureza e o uso dos dons espirituais são a preocupação de Paulo nos capítulos 12 a 14. Devemos exercitar esses dons em amor (cap. 13), e tudo deve ser feito com decência e ordem" (1Co 14.40). Isso é necessário porque todos os crentes são membros do mesmo corpo (1Co 12.12-30). Portanto, para ser preservada a unidade do corpo, de maneira a que a obra prossiga, é preciso que os dons espirituais sejam corretamente usados. Apenas no capítulo 15 Paulo aborda um assunto estritamente doutrinário. Essa é a passagem clássica do Novo Testamento sobre a ressurreição do corpo. Primeiro, o apóstolo faz uma descrição da ressurreição de Cristo (1Co 15.1-19). Então, descreve a aplicação dessa verdade (1Co 15.20-58). Porque Cristo se ergueu do túmulo, o mesmo acontecerá com o homem, no tempo oportuno e determinado por Deus (1Co 15.22). Paulo descreve a ressurreição do corpo. Ele será um "corpo espiritual" (1Co 15.44), ou seja, caracterizado mais pelo aspecto espiritual do que pelo natural. A exemplo do corpo ressurreto de nosso Senhor, ele terá uma forma reconhecível. A grande esperança da ressurreição dos crentes é descrita nos versículos 50 a 58 (1TS 4.13-18). Ao encerrar essa longa epístola, Paulo relembra os coríntios, como já havia feito nas igrejas da Galácia, a respeito da coleta que ele estava fazendo em benefício dos santos em Jerusalém. Aquelas ofertas deveriam ser regulares, dadas de boa vontade e proporcionais às posses de cada um (1Co 16.1, 2).

2 CORÍNTIOS

Propósito

Sendo uma das cartas mais pessoais de Paulo, 2Coríntios, em sua maior parte, é uma defesa de seu ministério (caps. 1—7) e de seu apostolado (caps. 10—13). Nos capítulos 8 e 9, o apóstolo apela outra vez aos crentes de Corinto, para que cumpram seu ministério detarefa como "mordomos" de Deus.

Esboço

Saudação 2Co 1.1,2
Problemas do ministério cristão 2Co 1.3—7.16
Problemas com relação à contribuição 2Co 8.1—9.15
Problemas de um ministro cristão Conclusão 2Co 10.1—13.10
Conclusão 2Co 13.11-14

Contexto

Após ter enviado a primeira epístola à igreja em Corinto, Paulo aguardou em Éfeso pela resposta a sua carta. Então partiu para o norte, em direção a Trôade, para se encontrar com Tito. No entanto, quando este não apareceu, Paulo deu continuidade a sua jornada até a Macedônia (2Co 2.12, 13). Assim que os dois finalmente se reuniram, Paulo escreveu à igreja de Corinto dizendo que estava sendo consolado pelas notícias de "vossa saudade, o vosso pranto, o vosso zelo por mim" (2Co 7.7). Aquelas notícias, no entanto, não eram todas favoráveis. Membros daquela igreja estavam protestando contra a autoridade do apóstolo. Aparentemente, um grupo de judeus que se lhe opunham (2Co 11.2) o difamavam (2Co 10.10), questionando se a fé que Paulo denotava ter era realmente verdadeira, e se seu ministério era genuíno (2Co 10.2). Embora alguns membros tenham se arrependido (2Co 2.1-11), essas pessoas de coração duro continuaram a atormentar o apóstolo. Assim, ele expressa seus sentimentos mais íntimos de uma forma que não vemos em nenhuma de suas cartas.

Peculiaridades

Em meio a um grande número de referências pessoais, Paulo transmitiu àquela igreja muitos conceitos doutrinários duradouros. Por meio dessa carta, podemos notar principalmente as revelações sobre o caráter e as obras de Deus (2Co 1.3, 4; 2.14; 4.5, 6; 5.18-21; 6.14-18; 9.7-15), o contraste entre a velha e a nova aliança (cap. 3), a condição futura (2Co 5.1-10), o ministério da reconciliação (2Co 5.14-21) e a mordomia cristã com relação ao dinheiro (caps. 8 e 9).
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