Justificação

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Prólogo

Experiência como jurado.

Texto base:

Romans 3:21–26 NVI
21 Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, 22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, 23 pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, 24 sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. 25 Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; 26 mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
Estamos aqui diante de um dos conceitos teológicos que foi um dos pilares da reforma protestante: o conceito da Justificação.
O cisma, a divisão da igreja católica romana e dos protestantes, encabeçados por Martinho Lutero naquilo que ficou conhecido como a Grande Reforma, foi em grande parte dado pelo diferença no entendimento deste conceito teológico.
Mas o que significa justificação?
Justificação é um termo forense para dizer que o indivíduo foi declarado justo diante do juiz, é o contrário de condenação.
Indivíduo se apresenta diante de um juiz, ele pode sair condenado ou justificado
Mas quando o assunto é a salvação de nossa alma, quem é o nosso Juiz?
Psalm 94:2 NTLH
2 Tu és o juiz de todas as pessoas; levanta-te e dá aos orgulhosos o que eles merecem.
Quando nós nos colocamos diante do Grande Tribunal, diante do Justo Juiz, nós temos também dois caminhos, ou saímos condenados ou justificados.
Como podemos sair justificados diante de Deus?
A Igreja Católica Romana entendia, e ainda entende, que a justificação não é somente pela fé, mas também pelas obras.
Já, Martinho Lutero, protestou contra isso, e defendia que a Justificação é somente pela fé. Sola Fide. E não há absolutamente mais nada além da Fé.
A Igreja Católica Romana entende que a Justificação vem pela fé em Jesus Cristo, mas também exigia a realização contínua de boas obras.
No catecismo católico nº 837 diz: “Mesmo estando incorporado à Igreja, quem não persevera na caridade não se salva”
E dentro das boas obras estão o cumprimento dos sacramentos (7 sacramentos)
Isso dá a Igreja Romana um poder sobre a salvação do indivíduo - exemplos - Batismo/Excomunhão - Perdão Pecados/Venda da Indulgência Papal - 95 teses
27ª Tese - Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese - Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
Vejam essas teses e verifiquem se não estamos no mesmo lugar atualmente:
52º Tese - Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.
56ª Tese - Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.
O intuito de Martinho Lutero não era de causar um cisma, uma divisão, mas uma reforma, corrigir o rumo que a Igreja Romana estava trilhando. Ele pedia a realização de um concílio para tratar destes ajustes.
A teologia reformada entende que a Justificação é somente pela fé, e nada mais. O homem não pode se justificar diante de Deus através de nenhuma boa obra.
Porque essa diferença de entendimentos em relação a Justificação?
Tiago
James 2:24 NVI
24 Vejam que uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé.
Paulo
Romans 3:28 NVI
28 Pois sustentamos que o homem é justificado pela fé, independente da obediência à Lei.
Lutero chegou, inicialmente, a questionar a canonicidade do evangelho de Tiago.
Havia até uma questão de quem foi escrito primeiro, Tiago ou Paulo.
Paulo foi escrito primeiro e Tiago escreveu para refutar o ensino de Paulo
Tiago escrito primeiro e Paulo escreveu para refutar Tiago
Como podemos harmonizar essa aparente contradição? Já que cremos na inerrância da Bíblia.
A verdade é que Paulo e Tiago estão respondendo perguntas diferentes, e não há uma contradição, mas uma complementação.
Paulo está respondendo a seguinte pergunta:
Quem pode ser declarado justo diante de Deus?
Tiago está respondendo a pergunta:
Como posso saber se sua fé te justifica diante de Deus?
Paulo e Tiago estão relatando a mesma cena, o Tribunal de Deus, o homem (réu) diante do Juiz (Deus), mas de ângulos de visão diferentes:
Paulo está relatando a cena do ângulo de visão de Deus para o homem
Isaiah 64:6 NVI
6 Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniqüidades nos levam para longe.
Tiago está relatando a cena do ângulo de visão do plenário para o homem que está diante de Deus
Deus enxerga nosso coração, Deus enxerga a nossa fé, mas o outro não consegue enxergar.
O outro enxerga os nossos frutos, o nosso testemunho.
Por isso Tiago nos exorta a termos um fé viva, e não morta. Para que nossos frutos deem testemunho de Jesus para os outros. Somos Luz, Somos Sal.
Não adianta você dizer que tem fé, mas trata seu próximo com desprezo, trata sua mulher com aspereza, trata seu marido de forma desonrosa.
Você não será salvo porque trata bem sua esposa/marido, mas é natural que um salvo trate bem a todos, inclusive os de casa.
Esse negócio de não olhe para mim que sou um pecador, olhe para Jesus, é desculpa para quem não quer se posicionar diante de Deus. Temos, sim, que olhar para os frutos, como pastor, vocês devem sim olhar para a minha vida, não para buscar perfeição, mas para ver os frutos que como salvo, naturalmente devo apresentar.
Ao olharmos para o nosso texto base, Paulo nos ensina que a Justificação:
Todos necessitamos de sermos justificados diante de Deus, pois todos, sem exceção, pecaram e estão destituídos da glória de Deus.
Vem de Deus, e não de homens.
Não depende do cumprimento da Lei Mosaica, ou seja, qualquer esforço na tentativa de cumprimento da Lei é desnecessário. A Lei serve para evidenciar o quanto somos pecadores, e é ineficaz para nos justificar diante de Deus
Não é meritória mas dada gratuitamente por Deus. Não sei vocês, mas isso me dá um grande alívio.
Justificação só é possível pela redenção de Cristo Jesus na cruz. Somente o sacrifício dele foi capaz de satisfazer a justiça de Deus.
Justificação é somente pela fé em Jesus Cristo, e nada mais!
Tirem todo o peso dos ombros de vocês
Todo peso da religiosidade
“Venham a mim os cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”

Conclusão

62ª Tese - O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63ª Tese - Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
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