A VIDA DO ADORADOR

Exposição nos salmos de liturgia de entrada  •  Sermon  •  Submitted
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Em Cristo Jesus somos verdadeiros adoradores de Deus

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Texto:

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Introdução

Captação

Contexto

Este é, aliás, um ponto que não deve ser esquecido: os salmos não foram originalmente compostos para serem lidos, mas para serem cantados. É preciso analisa-los sob duas perspectivas: primeiramente quanto a sua posição no cânon e depois quanto ao salmo propriamente dito.
O Contexto do Salmo
O Salmo 15 é parte de um complexo literário tal qual é caracterizado o livro de Salmos. A divisão do saltério é geralmente feita classificando-o em 5 livros distintos, a saber:
O Saltério Completo
Livro I: Salmo 1-41
Livro II: Salmo 42-72
Livro III: Salmo 73-89
Livro IV: Salmo 90-106
Livro V: Salmo 107-150.[1]
No presente caso, o salmo 15 se encontra no livro I. Neste, a maioria dos salmos mostra Deus ou de seu “Ungido” estabelecendo e vencendo conflitos contra os seus inimigos.[2] Mas esse salmo não faz menção aos inimigos, então, como encaixá-lo aqui?
Para isso, é necessário entender que, dentro do livro I, este salmo faz parte de um bloco a qual é denominado como “salmos de entrada”, pois, conforme o contexto pós-exílico, são caracterizados por funcionar como parte de uma liturgia para entrar no templo para adoração.[4] Isso pode ser notado pela semelhança entre o salmo 24 e o salmo 15, o qual inicia o bloco.
Além disso, é interessante observar a conexão deste com os salmos anteriores. O salmo 14 mostra a tolice e a desgraça de um povo que diz: não há Deus. Ele encerra com uma promessa de julgamento e benção para aqueles que se refugiam no Senhor; já o salmo 16 demonstra o prazer que possui aquele que busca refúgio no Senhor. Portanto, eles são dois opostos. Como ligar estes dois salmos? Aqui temos, o salmo 15, que evidencia como é a vida daquele que busca a presença do Senhor.
O salmo 15, portanto,
Contexto Próximo
O sobrescrito לְדָוִ֗ד מִ֫זְמ֥וֹר(um salmo de Davi), evidencia que este é o autor do Salmo. Mas quem é Davi? Conforme 1 Sm 16. 1-13, Davi é ungido Rei de Israel. Porém, sua coroação definitiva só ocorrerá em um período posterior. Após a morte de Saul, ele é aclamado Rei de Judá (2Sm 2. 1-7) e 7 anos mais tarde torna-se Rei sobre todo o Israel (2Sm 5. 1-5).
Durante seu reinado, Davi trouxe não só grandes conquistas militares, mas se dedicou a implementar uma vida de culto e adoração ao povo de Israel. O centro desta adoração estabeleceu-se em Jerusalém, cidade a qual conquistou dos Jebuseus (2Sm 5. 6-12). Os dois momentos pelos quais ele leva a arca (2Sm 6; 1Cr 13. 1-14; 15.25 – 16. 3, 37), sua vontade em construir um templo para Yahweh (2 Sm 7. 1-17) são indicativos do seu esforço em adora-lo com todo o seu coração. Porém, são os salmos de sua autoria que revelam sua profunda devoção a Deus e o amor que ele tinha por seus mandamentos.
Portanto, Davi compõe este salmo, o qual é dividido em 3 estrofes. A primeira no v. 1; a segunda nos versículos 2-5a; e a terceira no v. 5b.
A proposta deste salmo é mostrar como é a vida do adorador. Dessa forma, este salmo, na medida em que consiste em uma profunda adoração a Yahweh, procura trazer aspectos que respondem esta pergunta: Como é a vida do adorador? Tema: Elementos que descrevem a vida do adorador.
[1] Ibid., p. 23
[2] ROBERTSON. O. Palmer. The Flow of the Psalms: discovering their structure and theology. Phillipsburg, P&R Publishing, 2015. (tradução própria)
[3] Evidências editoriais no cânon do saltério, CPAJ, p. 36
[4] CLIFFORD apud FUTATO, interpretação do Salmos, p. 168.

1. Quem é o adorador?

O adorador é um homem santo

Essa afirmação é evidenciada pela pergunta contida no v. 1. O monte do Senhor era um lugar santo, pois representa a presença de Deus. Este monte era o monte Sião, de onde Davi fez com que a arca da aliança subisse e permanecesse ali. Anos depois, o rei Salomão, filho de Davi, edificou um templo para o Senhor.
Além disso, o tabernáculo do Senhor é santo. Ele foi criado durante a peregrinação do povo de Israel no deserto como sinal da sua presença no meio do povo. Portanto, o tabernáculo é uma representação da glória do Senhor, um sinal da sua aliança com Israel.
Assim, dado que Deus é Santo, logo seu lugar de habitação também é santo. A santidade de Deus é vista sob dois aspectos: sua majestade e sua lei. No primeiro aspecto, Deus é santo, porque ele é distinto de qualquer outro ser. Lembremos que a palavra santo traz a ideia de algo que é separado para determinado fim. Dessa forma, Deus é santo porque não há ninguém igual a ele.
A santidade de Deus é vista sob sua moralidade. Deus revela a sua santidade através da sua palavra que é santa. Seus mandamentos são evidências de sua santidade. Todos os preceitos dados por Deus ao povo possuem o objetivo de demonstrar o quão Deus é santo e que ele exige que os seus adoradores sejam santos. Por isso ele disse: “sede santos porque, o Senhor, sou santo” (. 44)
Como Deus é santo e o seu lugar de habitação é santo, não é possível que qualquer pessoa suba e permaneça neste lugar. Apenas uma pessoa santa poderia fazer isso. Lembremos de Hofni e Finéias, os quais ofereceram fogo estranho a Deus e, por isso, foram mortos. Lembremos dos resquisitos que necessários para que Arão entrasse na tenda do tabernáculo.

Deus é santo

O lugar de sua habitação é santo

Este texto fala ao nosso coração ao perceber o que é necessário para adorarmos a Deus, a saber: santidade. O problema é que quando olhamos para nosso coração percebemos que, por nós mesmos, não temos condições de subir o monte do Senhor. Como então

2. Como é a vida do adorador

Uma vida de integridade

3. Qual a consequência daquele que adora verdadeiramente a Deus?

Jamais será abalado

Conclusão