Tesouros em Vasos de Barro

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Resumo do Capítulo

Em certos lugares, a divisão dos capítulos nessa epístola é arbitrária. Como fica evidente pelo conteúdo dos seis primeiros versículos, eles fazem parte do discurso que Paulo desenvolveu no capítulo 3. O vocabulário repete o do capítulo anterior, mas nesses seis versículos ele insere um ensino que diz respeito à luz do evangelho.
A abertura de Paulo ao apresentar o evangelho é caracterizada por um modo de ser acima de qualquer crítica. Sua veracidade diverge radicalmente da de seus oponentes. Ele retrata os adversários como pessoas dissimuladoras que vivem uma vida vergonhosa e que, como enganadores, distorcem a verdade de Deus.
Contudo, admite que sua apresentação do evangelho é velada para algumas pessoas: só para as que estão perecendo porque Satanás cegou a mente delas. Assim não conseguem enxergar a luz do evangelho. Deus faz brilhar sua luz nos corações de seu povo para que possam ver sua glória em Cristo.
No segmento seguinte, Paulo contrasta o corpo e a alma, as tribulações e a glória, a morte e a vida. Menciona a fragilidade humana e a suficiência de Deus, a vida de Jesus e a morte dele, e a disposição de Paulo e seus companheiros de trabalho de arriscar a vida pela igreja.
O apóstolo revela um parentesco espiritual com o salmista que compôs o Salmo 116. As duas características, de fé e coragem para falar, são um denominador comum para o salmista e Paulo.
Psalm 116 NVI
1 Eu amo o Senhor, porque ele me ouviu quando lhe fiz a minha súplica. 2 Ele inclinou os seus ouvidos para mim; eu o invocarei toda a minha vida. 3 As cordas da morte me envolveram, as angústias do Sheol vieram sobre mim; aflição e tristeza me dominaram. 4 Então clamei pelo nome do Senhor: Livra-me, Senhor! 5 O Senhor é misericordioso e justo; o nosso Deus é compassivo. 6 O Senhor protege os simples; quando eu já estava sem forças, ele me salvou. 7 Retorne ao seu descanso, ó minha alma, porque o Senhor tem sido bom para você! 8 Pois tu me livraste da morte, e livraste os meus olhos das lágrimas e os meus pés, de tropeçar, 9 para que eu pudesse andar diante do Senhor na terra dos viventes. 10 Eu cri, ainda que tenha dito: Estou muito aflito. 11 Em pânico eu disse: Ninguém merece confiança. 12 Como posso retribuir ao Senhor toda a sua bondade para comigo? 13 Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. 14 Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo. 15 O Senhorvê com pesar a morte de seus fiéis. 16 Senhor, sou teu servo, Sim, sou teu servo, filho da tua serva; livraste-me das minhas correntes. 17 Oferecerei a ti um sacrifício de gratidão e invocarei o nome do Senhor. 18 Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo, 19 nos pátios da casa do Senhor, no seu interior, ó Jerusalém! Aleluia!
O apóstolo fala livremente sobre a ressurreição, pois ela é básica à sua fé. Ele observa que a mensagem que ele proclama concede o dom da ressurreição a todos aqueles que creem no evangelho. Ele espera que cada vez mais pessoas sejam beneficiárias da graça de Deus, para que juntas com os santos expressem graças a Deus.
Paulo reflete sobre a fragilidade de seu corpo humano e a renovação diária de seu ser interior. Ele se alegra com a incomparável glória que excede em brilho às aflições terrenas que são temporárias e insignificantes. E comenta sobre o exercício espiritual de olhar, não para as coisas visíveis, e sim para as coisas invisíveis, não para as temporais, mas para as posses eternas.
Nova Versão Internacional 4.1 Tesouros em Vasos de Barro

4 Portanto, visto que temos este ministério pela misericórdia que nos foi dada, não desanimamos.

As divisões de capítulo do Novo Testamento nem sempre são exatas em delimitar o fim de um certo tópico.
Os primeiros seis versículos do capítulo 4 são uma continuação da discussão de Paulo a respeito de seu ministério e autorrecomendação.
Com o pronome demonstrativo “Por isso” ou “Portanto”, Paulo volta os olhos para a discussão anterior sobre seu ministério da Nova Aliança e para o fato de ele ser beneficiário da misericórdia divina.
E olha para o futuro com toda a confiança, podendo dizer aos oponentes e aos leitores que ele está cheio de esperança e alegria.
Paulo e seus companheiros receberam do Senhor o ministério do evangelho. Com base nisso, Paulo pode dizer que ele não perde a esperança ao pregar a boa-nova e ensinar as pessoas.
O verbo desanimar não tem que ver com fadiga física, mas com cansaço espiritual. Esse verbo grego sempre aparece no Novo Testamento com uma partícula negativa para enfatizar conduta positiva (ver v. 16; Gl 6.9; Ef 3.13; 2Ts 3.13).
O ministério para o qual o Senhor o chamou é um desafio espiritual. Paulo sabe que Deus lhe dá coragem e ousadia para vencer os ataques verbais e físicos que precisa suportar.
Deus concede a Paulo e seus companheiros misericórdia para que vençam a exaustão espiritual e obtenham êxito em seu ministério (v. 16).
Nova Versão Internacional 4.1 Tesouros em Vasos de Barro

2 Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano, nem torcemos a palavra de Deus. Ao contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus.

Observe que em sua defesa Paulo não é combativo, e sim positivo, isto é, ele fala sobre sua situação de vida, não sobre a de seus adversários.
A adversativa "contudo” ou “antes” não descreve um contraste, mas uma explicação para seu ministério. Ele e os companheiros já renunciaram de uma vez por todas a quaisquer coisas vergonhosas que se escondem aos olhos.
“todo sigilo vergonhoso” (NJB)
“modos secretos e vergonhosos” (NIV)
“as coisas ocultas da vergonha” (NKJV)
“coisas ocultas por causa de vergonha” (NASB)
“as coisas vergonhosas que a pessoa esconde” (NRSV)
“atos que as pessoas escondem por verdadeira vergonha” (REB)
“coisas secretas das quais as pessoas se envergonham” (SEB)
“escondem dos olhos por vergonha delas” (Cassirer)
“Não lançando mão de astúcia e não falsificando a palavra de Deus.” Essas duas cláusulas retratam Paulo e seus cooperadores numa luz positiva, pois sua conduta é impecável. A astúcia não caracteriza a conduta de Paulo e seus colegas, porque eles se esforçam pela honestidade e pela integridade.
No Novo Testamento, essa é a única vez que lemos a expressão “falsificando a palavra de Deus”. Paulo faz referência às críticas que seus oponentes lançam contra ele. Algusns afirmavam que sua pregação falsificava a Palavra revelada de Deus; insinuavam que ele diluia, amenizava as exigências da lei em relação aos cristãos gentios (At 21.21).
“Nós nos recomendamos a toda consciência humana diante de Deus.” Tendo chegado tardiamente ao apostolado, Paulo era obrigado a mostrar suas credenciais. Todas as epístolas dele, exceto Filipenses, 1 e 2Tessalonicenses e Filemon, começam com a afirmação de que ele é um apóstolo de Jesus Cristo.
Paulo está disposto a sujeitar sua pessoa e seu ministério ao escrutínio público, pois nada tem a esconder. A consciência humana que é guiada pela verdade de Deus registra e avalia o bem e o mal, examina a própria conduta moral e a dos outros, e obedece à autoridade que Deus instituiu.
Assim, Paulo convida a todos a avaliarem seu trabalho com a consciência que presta contas a Deus. Se os oponentes querem examiná-lo como servo de Deus, que o façam com a consciência afinada com as Escrituras na presença de Deus.
Nova Versão Internacional 4.1 Tesouros em Vasos de Barro

3 Mas se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão perecendo é que está encoberto.

Os adversários de Paulo acusaram-no de apresentar um evangelho que era encoberto e ineficaz. Com isso, reivindicavam que o evangelho deles era aberto, digno de nota e que estava ganhando muitos seguidores.
Muitos em Corinto se recusavam a aceitar esse evangelho e para estes, portanto, ele permanecia encoberto. A causa disso não se achava no próprio evangelho, que era suficientemente claro, nem em Cristo, que havia comissionado os apóstolos, mas nos ouvintes que rejeitavam a mensagem de Cristo.
Paulo escreve que o evangelho é encoberto apenas para aqueles que estão perecendo. Ele designa as pessoas que rejeitam o evangelho como sendo “aqueles que estão perecendo” e os “incrédulos” (v. 4). Já ouviram o evangelho, mas se recusam a obedecer a Jesus Cristo.
Refere-se àquelas pessoas que rejeitam o evangelho de Cristo, sabendo o que estão fazendo, e que estão seguindo por escolha própria o caminho que conduz à morte eterna. O termo “incrédulos” se aplica a todos aqueles que se recusam a conhecer Jesus Cristo como Filho de Deus.
Nova Versão Internacional 4.1 Tesouros em Vasos de Barro

4 O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Mas não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por causa de Jesus. 6 Pois Deus, que disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.

Paulo chama Satanás de deus deste século, não para pôr o diabo no mesmo nível de Deus, mas para mostrar que Satanás é quem rege este mundo.
Enquanto Adão é portador da imagem de Deus apenas por analogia, Cristo é “a representação exata de seu ser” (Hb 1.3). O Filho de Deus reflete luminosamente a glória de Deus, e assim em sua essência estende a glória do Pai. Por meio de Jesus Cristo a glória do Pai é tornada visível ao mundo da humanidade (Jo 1.14b; 14.9).
E é exatamente isso que Paulo demonstra no contexto logo a seguir: “Deus resplandeceu em nosso coração, para nos prover a iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo” (v. 6).
Nova Versão Internacional 4.1 Tesouros em Vasos de Barro

7 Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós

Esse versículo mostra um contraste duplo: primeiro o tesouro da luz do evangelho (v. 6) e potes de barro que nada valem; em seguida, o poder sobrenatural de Deus e a fraqueza humana. A primeira cláusula afirma um fato que na segunda resulta em alcançar um propósito.
Agredido e maltratado muitas vezes, o próprio corpo de Paulo era prova viva de sua fragilidade e iminente mortalidade (5.1). Por isso, Paulo usa o exemplo das vasilhas de barro para ilustrar o corpo e a mente dos seres humanos.
O poder de Deus é revelado em seres humanos que, aos olhos do mundo, não têm valor algum. Por exemplo, um bando de pescadores incultos segue Jesus e então, cheios do Espírito Santo, espalham o evangelho até os confins da terra (At 1.8).
Paulo ouve dizer que ele não impressiona bem e lhe faltam as qualidades de um bom orador (10.10), contudo ele proclamou o evangelho, fundou congregações, fortaleceu os crentes e compôs epístolas que já levaram a mensagem da salvação a incontáveis multidões em todo o globo terrestre.
Comentando sua própria fraqueza física e o poder de Cristo, Paulo afirma que quando ele é fraco, o poder divino de Cristo repousa sobre ele (12.7–9).
A autoridade do evangelho não é humana em origem; ao contrário, tem sua fonte em Deus. “Pois dele e por ele e para ele são todas as coisas” (Rm 11.36).
2 Corinthians 4:8–12 NVI
8 De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; 9 somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. 10 Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo. 11 Pois nós, que estamos vivos, somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, para que a sua vida também se manifeste em nosso corpo mortal. 12 De modo que em nós atua a morte; mas em vocês, a vida.
Os sofrimentos que muitas vezes levaram Paulo à beira da morte tinham em vista o benefício do povo de Cristo (v. 15). Paulo enfrentava a morte de bom grado a fim de promover a vida espiritual de seus irmãos crentes.
2 Corinthians 1:8–10 NVI
8 Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as tribulações que sofremos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, ao ponto de perdermos a esperança da própria vida. 9 De fato, já tínhamos sobre nós a sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos. 10 Ele nos livrou e continuará nos livrando de tal perigo de morte. Nele temos colocado a nossa esperança de que continuará a livrar-nos,
1 Corinthians 4:10–13 NVI
10 Nós somos loucos por causa de Cristo, mas vocês são sensatos em Cristo! Nós somos fracos, mas vocês são fortes! Vocês são respeitados, mas nós somos desprezados! 11 Até agora estamos passando fome, sede e necessidade de roupas, estamos sendo tratados brutalmente, não temos residência certa e 12 trabalhamos arduamente com nossas próprias mãos. Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; 13 quando caluniados, respondemos amavelmente. Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo.
2 Corinthians 6:3–10 NVI
3 Não damos motivo de escândalo a ninguém, em circunstância alguma, para que o nosso ministério não caia em descrédito. 4 Ao contrário, como servos de Deus, recomendamo-nos de todas as formas: em muita perseverança; em sofrimentos, privações e tristezas; 5 em açoites, prisões e tumultos; em trabalhos árduos, noites sem dormir e jejuns; 6 em pureza, conhecimento, paciência e bondade; no Espírito Santo e no amor sincero; 7 na palavra da verdade e no poder de Deus; com as armas da justiça, quer de ataque, quer de defesa; 8 por honra e por desonra; por difamação e por boa fama; tidos por enganadores, sendo verdadeiros; 9 como desconhecidos, apesar de bem conhecidos; como morrendo, mas eis que vivemos; espancados, mas não mortos; 10 entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo muitos outros; nada tendo, mas possuindo tudo.
2 Corinthians 11:23–29 NVI
23 São eles servos de Cristo? — estou fora de mim para falar desta forma — eu ainda mais: trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. 24 Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. 25 Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. 26 Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos. 27 Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. 28 Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. 29 Quem está fraco, que eu não me sinta fraco? Quem não se escandaliza, que eu não me queime por dentro?
Como servo de Cristo ele sofreu para que os coríntios pudessem ter vida. Além disso, Paulo mostrou sua disposição de enfrentar a morte em verdadeira imitação do Senhor Jesus Cristo.
Isso não significa, contudo, que os coríntios não teriam de sofrer e até morrer por Jesus. Em todo o mundo, diariamente, muitos crentes sofrem perseguições severas por amor a Cristo. Muitos cumprem o dito proverbial: “O sangue dos mártires é a semente da igreja”.
2 Corinthians 4:13–15 NVI
13 Está escrito: “Cri, por isso falei”. Com esse mesmo espírito de fé nós também cremos e, por isso, falamos, 14 porque sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará com vocês. 15 Tudo isso é para o bem de vocês, para que a graça, que está alcançando um número cada vez maior de pessoas, faça que transbordem as ações de graças para a glória de Deus.
Durante seu ministério em Corinto, Paulo ensinou às pessoas muitas doutrinas escriturais, especialmente o ensino sobre a ressurreição. O verbo conhecer (v. 14) lembra aos leitores lições anteriores e aquelas de outros mestres. Então, o apóstolo renova a confiança dos coríntios no fato que Deus, que ressuscitou Jesus, também os ressuscitará dos mortos com Jesus.
No versículo 15, a gramática do texto grego é desajeitada na segunda e terceira partes desse versículo. Isso dá origem a traduções variadas que apresentam maneiras diferentes de expressar o sentido do texto, como mostram estes três exemplos:
“Que a graça que está se estendendo a cada vez mais pessoas possa fazer com que as ações de graças abundem para a glória de Deus” (NASB).
“Que à medida que a graça se espalha, assim, para a glória de Deus, as ações de graças possam também transbordar entre cada vez mais pessoas” (NJB).
“E à medida que a graça de Deus alcança cada vez mais pessoas, elas oferecerão à glória de Deus mais orações de ação de graças” (GNB)
“Pois todas essas coisas acontecem por causa de vocês.” Como pai espiritual dos coríntios, Paulo tem interesse vital neles. Por essa razão, ele se esgota dedicadamente em servi-los. Por eles sofre agonia, suporta aflições e arrisca sua vida. Com eles regozija-se no evangelho, gloria-se no consolo divino e experimenta transformação na imagem de Cristo.
Paulo nada omite em seu ministério que possa contribuir para servir aos coríntios. Com respeito a seu relacionamento como apóstolo à igreja de Corinto, ele declara que todas essas coisas, sem exceção, aconteceram por causa deles.
“Para que a graça que se está multiplicando por meio de cada vez mais pessoas possa multiplicar as ações de graças.” A palavra-chave, graça, se refere a Deus, que concede amor imerecido à humanidade por meio do evangelho de Cristo e do ministério de Paulo.
Quando Paulo falava sobre a ressurreição diante do auditório em Antioquia da Pisídia, composto de judeus e pessoas tementes a Deus, afirmou que Jesus havia ressuscitado dos mortos e cumprido as palavras da Escritura (At 13.25–37). Quando se dirigiu aos filósofos do Areópago em Atenas, ele mencionou a criação, o arrependimento e a ressurreição do corpo (At 17.29–31).
Onde quer que Paulo pregasse, ele esperava que seus seguidores ecoassem a mensagem do evangelho (comparar com 1Ts 1.6–8). Quando criam, eles também tinham de falar, com o resultado que cada vez mais pessoas se voltavam para o Senhor. Todos esses crentes eram beneficiários da graça de Deus e se uniam à incontável multidão de todos aqueles que expressavam ações de graça à gloria de Deus.
Deus espera que todo crente seja testemunha da ressurreição de Cristo e que leve as pessoas não convertidas ao Senhor. Os crentes precisam contar a boa-nova de salvação a toda pessoa que estiver disposta e pronta a escutar. Por isso todo cristão precisa dizer com Paulo: “Cri, por isso falei”.
Nova Versão Internacional 4.1 Tesouros em Vasos de Barro

16 Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, 17 pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. 18 Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.

O advérbio portanto indica que Paulo agora conclui seu discurso sobre a doutrina da ressurreição. Ele reflete sobre a dor e as aflições que já suportou por causa do evangelho. Ele deveria ter desistido há muito tempo. Em vez disso Paulo mostra uma capacidade de recuperação que lhe vem do poder de Deus (v. 7) que habita nele e que ele dedica à glória de Deus (v. 15).
Os dois termos (“ser exterior” e “ser interior”) que Paulo emprega são inclusivos e totalmente abrangentes. Incluem tudo que é ligado à existência humana de todo crente. O ser exterior está exposto a “tentações, perigos e putrefação”, enquanto o ser interior é renovado pela comunhão diária com Cristo, e é fortalecido pelo Espírito Santo. Esse processo de renovação tem seu início na regeneração e é completado na consumação.
O termo temporário não está relacionado com uma breve duração. Olhando o tempo da perspectiva da eternidade, Paulo considera a duração de nosso sofrer terrestre como apenas um momento fugaz (comparar com 1Pe 1.6; 5.10).
Paulo não diz “nossa leve aflição” mas sim “nossa aflição é… insignificante”. Ele quer enfatizar que qualquer dificuldade, seja qual for, é coisa insignificante. Parece incongruente que o apóstolo que suportou ser apedrejado pelos judeus em Listra (At 14.19) argumente que essa aflição foi uma experiência insignificante. Mas não percamos de vista o ponto ao qual Paulo quer dar atenção:
ele contrasta
o temporário e o eterno
o insignificante e o significativo
aflição e glória.
A causa de não desanimarem..
Os sofrimentos são leves porque…
Os sofrimentos são momentâneos
Os sofrimentos são leves porque…
Os sofrimentos produzem glórias eternas, que pesam mais e, se comparados, tornam os sofrimentos leves.
Os sofrimentos são leves porque..
Os sofrimentos é pelo bem dos cristãos
Os sofrimentos são leves porque..
Paulo fixa os olhos não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno
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