Você quer ser curado?

Alejandro Lopes Ninahuaman

7 Sinais de Cristo • Sermon • Submitted 4 years ago

John 5:1–18

0 ratings

· 34 views

Notes

Transcript

Handout

Você quer ser curado?

3º Sinal de Cristo no Evangelho de João

Água em Vinho

Cura do filho do oficial

O TANQUE

João 5.2 NVI

2 Há em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, um tanque que, em aramaico, é chamado Betesda, tendo cinco entradas em volta.

*Video Ruínas do Tanque

O que vemos é um aglomerado de muitas construções, uma sobre a outra.

Quando um lugar é importante, ele é destruído e construído muitas vezes.

Arcos de uma construção muito grande feita por Constantino marcando o lugar sagrado. Não sobrou nada… provavelmente destruída pelos muçulmanos.

Tem também um templo pagão dedicado ao deus Asclépio, ou esculápio, considerado o deus da cura. Este lugar é associado à cura.

Havia uma placa quase em frente à igreja escrito em grego e uma palavra chama a atenção: probaticon, significa literalmente “das ovelhas”.

Junto à porta das Ovelhas

Tanque de Betesda - significa bait + heset = casa de misericórdia.

O último extrato do tanque tem umas escadarias coberto de limo, que faz parte do tanque da época de João.

O tanque tinha 5 pavilhões.

Eram 2 piscinas colocadas uma ao lado da outra.

Pisos colunados ao redor de ambos os tanques.

(Maquete de Jerusalém)

A piscina norte alimentava a piscina Sul. Eram piscinas usadas para banhos rituais. As pessoas que iam ao templo se purificavam ali.

João 5.3–4 BEARA

3 Nestes, jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos 4 [esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse].

Esse texto na maioria das Bíblias traz um colchete, isso significa que pelo estudo da crítica textual, provavelmente este texto não constava no manuscrito original de João, mas foi acrescentado por algum copista à margem lateral como comentário. E ao longo de muitas cópias ele acabou sendo incorporado ao texto do Evangelho.

Mas apesar de ele não ter sido escrito pelo apóstolo, ele descreve um fenômeno que acontecia ali. Então ele é historicamente viável e plausível.

Como tinha 2 piscinas e uma alimentava com agua a outra, quando havia uma compensação de água de uma para a outra, havia essa movimentação da água, que era natural.

Olhando a piscina, ela era estática e parada, de repente do nada ela mexia, borbulhava, e as pessoas olhavam para aquilo, e a vontade de enxergar o sobrenatural era muito grande, e logo se desenvolveu a ideia de que um anjo agitava essa água, e aquele que desse o mergulho primeiro ficava curado.

Esse era o local de uma ironia sádica . Porque é a casa da misericórdia, mas na verdade, era a casa da desgraça, da miséria, e não da misericórdia.

Em português a palavra misericórdia significa “o coração que se condói, se solidariza, com a miséria.” É um sentimento.

Mas ali, miséria era o fato, a realidade do povo.

Muitos doentes ficavam esperando que a água se mexesse, e então acontecia uma São Silvestre da desgraça. Era aquele que caísse primeiro na água…. Imagine a cena: Pessoas se arrastando, pulando, mancando, cego apalpando procurando o lugar… e quem caísse primeiro, de acordo com a lenda, ficava curado.

"Centenas de sofredores visitavam o lugar, mas era tão grande a aglomeração de pessoas quando a água era agitada que homens, mulheres e crianças mais fracas eram pisoteados pela multidão. Muitos dos que conseguiam alcançar o tanque morriam à beira do mesmo." DTN Cap 21

E quando você tem multidões que se reunem em torno de uma mística, acontece que vez ou outra, sai aquela notícia: fulano foi curado. Eu tinha um caroço aqui em baixo, sumiu! Eu não conseguia levantar meu braço, olha que coisa maravilhosa! Foi curado! E aí você vai alimentando a mística daquela localidade. E as pessoas ficavam na casa da misericórdia, vivendo a sua miséria.

João 5.5 NVI

5 Um dos que estavam ali era paralítico fazia trinta e oito anos.

Aquele homem estava doente há 38 anos! Mais tempo do que eu tenho de vida. Mais tempo do que Jesus tinha de existência terrena… 38 anos!

João 5.6–7 NVI

6 Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus lhe perguntou: “Você quer ser curado?” 7 Disse o paralítico: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim”.

A pergunta que Jesus faz não tem lógica, é sem sentido! Esse lugar era um lugar onde as pessoas estavam reunidas esperando a cura, e aí Jesus faz a pergunta: Queres ser curado?

A resposta mais óbvia à pergunta de Jesus seria: SIM, COM CERTEZA QUERO SER CURADO!

Mas perceba que o paralítico ao invés disso, começou a apresentar desculpas.

Jesus escolheu o pior caso! Aquele homem estava ali ha tanto tempo não era a toa. Se o que era curado era o primeiro a chegar, não é de se estranhar que os paralíticos estivessem sempre em tamanha desvantagem.

Os mais fortes atropelavam os fracos em sua ansiedade para chegar à água quando esta se agitava […] Assim, quanto mais egoísta, determinado e forte fosse o indivíduo, era mais provável que chegasse ao tanque primeiro. Comentário Bíblico Adventista

A pergunta que Jesus, para nós parece absurda, mas quando se conhece a alma humana, como Jesus conhecia, mais do que Freud, Yung, qualquer escola psicanalítica ou psicológica,

Essa pergunta se mostra repleta de sentido e propósito, pois não é todo mundo que quer ser curado.

Tem gente que vicia na sua doença, que se vicia nos seus problemas. Tem gente que faz das suas limitações, da sua realidade, das suas lutas, das suas enfermidades, a sua própria identidade. Se identificam com isso e usam isso numa espécie de barganha com os outros. Vão criando ambientes de co dependência. Tem gente que a pior coisa que pode acontecer na vida é ser curado.

Ninguém gosta do desconforto da doença. E não estamos falando apenas de doenças físicas aqui, mas também emocionais, relacionais, psicologicas, espirituais, as mais diversas. Ninguém gosta da sensação da dor, das limitações que as doenças trazem. Mas a gente vai aprendendo a conviver com aquilo e vai utilizando isso como moeda de troca pra gente poder se relacionar. A gente vai olhando para as nossa limitações, desvios, erros, dificuldades, tortuosidade que trazemos dentro de nós, e dizemos “eu sou assim, sou assim mesmo, gostou de mim tem que me levar assim, é assim que eu sou e vai ter que me engolir.” Não é assim que a gente fala? E a gente vai criando com a doença um perfil do nosso ser. De forma que a gente não consegue se imaginar sem sermos o que somos. E vamos criando todo um cabedal de argumentos para explicar aquilo que não somos nós. É a nossa enfermidade, a nossa doença.

Por isso a pergunta de Jesus parece óbvia, mas ela não é.

Porque a maioria de nós não quer ser curado.

Nós queremos ser a vítima da história, queremos ser carregados… É muito fácil você olhar para tudo que acontece na sua vida e culpar todo mundo à sua volta.

Minha vida é assim por causa do meu casamento que não é feliz. Meu marido é desse jeito. Minha esposa é assim. Olha os filhos que a gente tem… fiz de tudo por essas crianças, olha o que aconteceu com elas… onde foi que eu errei Senhor? Olha só, minha vida espiritual é essa catástrofe porque Olha a igreja que eu frequento, olha o desânimo desse povo, olha esse povo aqui caindo pelos caminhos… não tem como você ser espiritualmente saudável numa congregação assim.

Você vai culpando tudo, as circunstancias exteriores e todo mundo à sua volta. Você vai colocando o foco do lado de fora, mas você não se vê. Todo mundo é errado, você é a vítima do processo e é o único certo. Não é assim? Nós somos assim!

E não estou aqui falando para um ou para dois… eu me incluo nessa descrição também pois todos somos assim. Somos viciados em nossas doenças, transformamos essas enfermidades em traços do nosso caráter e vamos justificando as nossas falhas responsabilizando todo mundo à nossa volta.

Aí vem Jesus e diz: você quer ser curado?

Porque o processo de cura implica você abraçar a responsabilidade de quem você é. E implica em você se livrar dessas limitações e enxergar a sua verdadeira natureza e caminhar com as suas próprias pernas.