Mt 23,23-26: Ai de vós, Escribas e Fariseus

Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 44 views
Notes
Transcript

Introdução

Olá, Tudo bem com você? Espero que você esteja bem! Eu sou João Claudio Rufino, professor na Faculdade de Teologia e idealizador do BíbliaPlay, uma Escola de estudos bíblicos on line. Seja muito bem vindo a este canal que tem como objetivo apresentar de maneira profunda o texto bíblico. Se você está em busca de informação bíblica: o contexto cultural e histórico, língua original, etc., você está no lugar certo! E o texto que nós vamos estudar no dia de hoje é tirado de Mt 23,23-26. Trata-se do texto no qual Jesus emite condenações ao escribas e fariseus. É uma das passagens mais fortes da Bíblia. Com ela nós aprendemos muito sobre o que não podemos fazer, se somos verdadeiros seguidores de Cristo. Mas antes de estudarmos com detalhes essa perícope espetacular, quero te pedir que você possa curtir, compartilhar, comentar aqui embaixo. Por quê? Porque isso ajuda a levar a Palavra de Deus para todo o mundo. Além disso, não se esqueça de checar sua inscrição aqui em nossa canal e, se não é inscrito, se inscrever e ativar o sininho para receber as notificações.Vamos à leitura do texto!

Leitura

23Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixais de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vós deveríeis praticar isto, sem contudo deixar aquilo.
24Guias cegos! Vós filtrais o mosquito, mas engolis o camelo. 25Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós limpais o copo e o prato por fora, mas, por dentro, estais cheios de roubo e cobiça. 26Fariseu cego! Limpa primeiro o copo por dentro, para que também por fora fique limpo.

Comentário

Bem, para começar, apenas para constar, é interessante lembrar que esse texto de hoje tem um paralelo em Lc 11,42-52.
Agora, vamos ao contexto literário... O texto de hoje está dentro do contexto mais amplo do discurso que Jesus faz em Mt 23, no qual Mateus apresenta o inventiva final contra os líderes religiosos judeus.
Nesse capítulo, o Mestre pronuncia sete "ais". E, na perícope que estudamos aqui, são apresentados o quarto e o quinto "ai". Ao longo desse vídeo, mostrarei qual é o sentido dessa expressão de acordo com a cultura bíblica.
Ao ouvir as multidões e os discípulos (23,1) Jesus continua as sete condenações, dirigidas aos escribas e fariseus, por causa de sua hipocrisia.
A quarta e o quinta condenações parecem formar um subconjunto, com a terceira, em torno do tema da cegueira.
Jesus critica sua desatenção a importantes questões da lei e sua atenção excessiva ao exterior de si mesmos e aos monumentos. Essas questões indicam sua falsa piedade.
>>> 23 Ai de vós,
mestres da Lei e fariseus hipócritas! <<<
Todas as sete condenações começam com o chamador de atenção "ai de vós", seguido pelo endereço aos “escribas e fariseus” e a sua caracterização como “hipócritas”. Esses elementos ocorrem no início de todos os ais, com exceção do terceiro ai (23,16).
>>> Vós pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho,
e deixais de lado os ensinamentos mais importantes da Lei,
como a justiça, a misericórdia e a fidelidade.
Vós deveríeis praticar isto,
sem contudo deixar aquilo. <<<
Neste quarto ai, Jesus critica os líderes religiosos por prestarem atenção meticulosa aos pequenos detalhes, enquanto desconsideram o verdadeiro coração da lei: "justiça, misericórdia e a fidelidade".
Esse modo de ver as coisas já estava presente nas duras críticas dos profetas do Antigo Israel, por exemplo, em Is 1:17; Jr 22: 3; Zc 7: 9–10; Miq 6: 8; Hab 2: 4.
A maioria dos fariseus e outros intérpretes judeus como Fílon de Alexandria, um rabino muito importante, concordavam que havia partes mais importantes e outras menos na lei. O que não se podia era trocar o que é mais fundamental por aquilo que é menos essencial. Aliás, isso é o que a maioria de nós cristãos fazemos. Isso é triste!
Por fim, dessa parte é importante dizer que Jesus não descarta sua diligência no dízimo, pois afirma que é necessário cumpri-los ao mesmo tempo que atende aos mandamentos mais importantes.
O dízimo das ervas não era sem importância, pois elas eram consideradas parte das colheitas (Lv 27:30; Dt 14: 22–23); os dízimos eram usados especialmente para sustentar os sacerdotes e levitas; mas, volto a dizer, cuidar dos outros com justiça, misericórdia e fidelidade era mais importante.
Essa será a conclusão dada por Jesus, mais à frente, em Mateus 22: 37-40, ao dizer a respeito do ato de amar o próximo como a si mesmo.
>>> 24 Guias cegos! <<<
Continuando com o tema da cegueira, neste subconjunto de três "ais" (23,16, 26), Jesus reitera que os fariseus e escribas são guias cegos (15:14).
>>> Vós filtrais o mosquito,
mas engolis o camelo. <<<
Esta declaração hiperbólica de filtrar um mosquito, mas engolir um camelo (7,3-5) é uma analogia doméstica da prática de filtrar o vinho para remover quaisquer insetos como parte do trabalho necessário de purificação. Para se ter uma ideia, os rabinos coavam o vinho para remover os insetos pequenos e impuros que poderiam contaminá-los, engolindo (cf. Lv 11,23.41).
Essa fala de Jesus é humorística! A ironia está justamente no fato de que o camelo era o maior animal terrestre da Palestina (cf. Mt 19:24), também, do ponto de vista religioso, impuro (Lv 11: 4).
O ditado reforça a gravidade desta desgraça. Isso reforça a ideia de que os fariseus e escribas são meticulosos em certas questões menores de devoção religiosa, embora não atendam com ainda maior diligência às questões religiosas mais importantes.
>>> 25 Ai de vós,
mestres da Lei e fariseus hipócritas!
Vós limpais o copo e o prato por fora,
mas, por dentro, estais cheios de roubo e cobiça. <<<
Todos os sete "ais" começam com o chamador de atenção "ai de você". O endereço aos “escribas e fariseus” e a caracterização como “hipócritas” ocorre no início de todos os ais, com exceção do terceiro ai (23:16), como já vimos.
Neste quinto "ai", Jesus critica a atenção excessiva dos líderes ao externo, algo destacado anteriormente nesta passagem (23: 5).
A analogia humorística do versículo anterior continua com uma nova metáfora do copo e do prato.
A atenção às questões de purificação e pureza era meticulosa na prática religiosa judaica. Mas Jesus, nos ensinamentos anteriores, indicou que a impureza vem de dentro da pessoa, não do que está fora (15,10-20).
A metáfora do copo e do prato é usada como referência à pessoa, pois Jesus aqui afirma que dentro do copo reside “ganância e auto-indulgência”.
>>> 26 Fariseu cego!
Limpa primeiro o copo por dentro,
para que também por fora fique limpo. <<<
A verdadeira pureza externa (comportamento correto) só pode ser alcançada depois que a pessoa é purificada internamente (questões do coração).
Related Media
See more
Related Sermons
See more