Aborto

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APOLOGÉTICA III
ESTUDO 545
ABORTO
Jeremias 1.5a NAA
5 “Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações.”

INTRODUÇÃO

Nós já sabemos o que significa apologética e também já chegamos à compreensão que existem padrões e regras de vida que remontam um pensamento cristão quanto a cosmovisão de alguém. Assim a Apologética Cristã é uma defesa bíblica dos princípios e padrões de uma cosmovisão cristã de vida para com a sociedade secular; ela não tem a intenção de converter ninguém pelo conhecimento intelectual, mas de remover barreiras intelectuais e filosóficas para que o coração esteja aberto à ação do Espírito Santo convencendo o homem do pecado, e da justiça e do juízo (Jo. 16:8)
Esse tipo de referência toca todos os aspectos da vida humana, porque quando Jesus disse que sem mim nada podeis fazer (Jo. 15:5), isso não concerne apenas àquilo que consideramos as obras “espirituais”, mas todo o tipo de conduta humana que, como súditos dele e detentores de uma cultura completamente diferente, deveríamos abraçar, pois se trata de uma filosofia de vida que não era nem grega e nem judia e hoje podemos também dizer que não é nem brasileira, nem americana, nem francesa e nem haitiana.
Nosso estudo de hoje se debruça a um assunto que até pouco tempo, dentro do paradigma cristão, era ponto pacífico. Não existiam pontos divergentes sérios sobre esse assunto. Porém de alguns anos para cá algumas autoridades eclesiásticas têm apoiado e defendido a realidade do aborto como prática válida e não pecaminosa. Eu sei, é um absurdo, mas é necessário nos debruçarmos sobre o assunto por alguns minutos e entender por que defendemos o que defendemos.
Afinal,todos a favor do aborto, nasceram!
Veja essa pesquisa do Instituto Barna, de 2016, onde foi constatado que 30% dos americanos acreditam que o aborto deveria ser legal em todos os casos, 34% acredita que deveria ser legal na maioria dos casos, 23% acredita que deveria ser ilegal na maioria dos casos e apenas 13% dos americanos acredita que o aborto deveria ser proibido de maneira absoluta. O problema é que com uma sociedade cada vez mais secularizada estes números tendem a aumentar e onde hoje 24% dos pertencentes a Geração Z (1999-2015) acreditam que as questões morais são mutáveis conforme o tempo.
71% das jovens solteiras nos EUA fizeram um aborto pelo menos uma vez na vida. É o novo normal na sociedade, tão simples quanto é ouvir as pessoas dizerem que vão se tratar no hospital. As pessoas fazem isso sem pensar, pois, uma vez que uma moça descobre que está grávida, ela entra no hospital mais próximo e retira o feto do útero, como se uma pessoa removesse um tumor cerebral![1]
O infanticídio tem sido visto como uma espécie de controle de natalidade em muitas partes do mundo, ao longo da história. Muitas vezes isso era para livrar um grupo de fracos e deformados ou era devido à pobreza, preferência cultural por meninos ou estigma social, como o nascimento fora do casamento, e também era, frequentemente, visto como uma maneira de garantir a saúde, a boa sorte e a fertilidade geral. Isso foi proibido em algumas sociedades, notadamente a cultura hebraica, então sob o cristianismo, e mais tarde sob o Islã. Em todos os casos, a proibição se deveu ao ensino religioso e a prática diminuiu proporcionalmente à disseminação da religião.
Assim o nosso interesse é trazer, de uma maneira devocional e prática, um conteúdo que ajude você a compreender de maneira pedagógica e intelectual um pouco mais a respeito do aborto. É um grande desafio falar de assuntos tão terríveis que permeiam o contexto do aborto de maneira positiva, mas com a graça de Deus vamos passar das trevas para a maravilhosa luz quando engajarmos em ajudar aqueles que estão sofrendo com essas questões.

1 CONCEITOS BÁSICO SOBRE O ABORTO

Aborto é a interrupção de uma gravidez resultante da remoção de um feto ou embrião antes de este ter a capacidade de sobreviver fora do útero. Um aborto que ocorra de forma espontânea denomina-se aborto espontâneo ou "interrupção involuntária da gravidez". Um aborto deliberado denomina-se "aborto induzido" ou "interrupção voluntária da gravidez". O termo "aborto", de forma isolada, geralmente refere-se a abortos induzidos. Nos casos em que o feto já é capaz de sobreviver fora do útero, este procedimento denomina-se "interrupção tardia da gravidez".
Em todo o mundo são realizados 56 milhões de abortos por ano, dos quais cerca de 45% são feitos de forma clandestina. Entre 2003 e 2008 a prevalência de abortos manteve-se estável, depois de, nas duas décadas anteriores, ter vindo a diminuir à medida que mais famílias no mundo tinham acesso a planejamento familiar e a contracepção.
Os países que permitem o aborto têm diferentes limites no número máximo de semanas em que são permitidos. A legislação e as perspectivas culturais e religiosas sobre o aborto diferem conforme a região do mundo. Em algumas regiões, o aborto só é legal em determinados casos, como violação, doenças congênitas, pobreza, risco para a saúde da mãe ou incesto. Em muitos locais existe debate social sobre as questões morais, éticas e legais do aborto. Os grupos que se opõem ao aborto geralmente alegam que um embrião, ou feto, é um ser humano com direito à vida e comparam o aborto a um homicídio. Os grupos que defendem a legalização do aborto geralmente alegam que a mulher tem o direito de decidir sobre o seu próprio corpo.

2 DEUS E O INÍCIO DA VIDA

Ezequiel 18.4a NAA
4 Eis que todas as pessoas são minhas. Assim como a pessoa do pai, também a pessoa do filho é minha. A pessoa que pecar, essa morrerá.
Não existe no Universo uma Autoridade maior que possa responder sobre o assunto “vida” que não seja o próprio Deus. A palavra de Deus tem muitas referências sobre o início da vida, e da relação dos homens ainda não-nascidos, para com o Senhor de suas vidas. Em 2016 um importante estudo científico capturou que, no momento da concepção de um óvulo pelo espermatozóide existe uma faísca de luz que envolve todo o processo e bloqueia o óvulo de receber uma nova fecundação e assim se inicia o processo de mitose da nova vida[2]– seria esse o haja luz (Gn 1.2 ) da vida humana?
Gênesis 1.2 NAA
2 A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre as águas.
A Bíblia nos diz que somos feitos à imagem e semelhança de Deus (Gn. 1:27). Este conceito tratado enganosamente como simples é o ensino bíblico fundamental sobre o qual se baseia todos os outros sobre a natureza humana, até mesmo quando tratamos da Salvação. Isso significa que nossa identidade e o caráter especial da vida humana dependem desse conhecimento e a partir dele, os cristãos refletiram sobre as maneiras de como somos feitos à imagem de Deus. Nós refletimos Sua natureza trina pela posse de um intelecto, emoções e vontade.[3]
Nessas relações é que o dilema a respeito dos não-nascidos se levanta, pois, algumas perguntas surgem das pessoas, como por exemplo: Em que ponto uma pessoa se torna humana? Isso acontece depois do nascimento ou em algum momento durante a gravidez? Em caso afirmativo, em que ponto da gravidez ocorre essa transformação? Não existe de fato nenhum momento de transformação, mas sim um processo ou evolução em direção à humanidade?
A esse respeito o salmista Davi fez diversas referências ao trabalhar de Deus na vida informe de uma criança no ventre (Sl. 139). De acordo com este salmo, Deus estava com cada um de nós desde o momento em que estávamos no ventre, Ele nos criou ali, nos conhece intimamente a partir daquele momento, e teve toda a nossa vida planejada desde então, mesmo que nós fôssemos invisíveis e desconhecidos pelo homem naquele ponto. A Bíblia nos diz que cada um de nós é único, é conhecido pelo nome e tem uma vocação e um propósito únicos desde antes do nascimento, que nesse último aspecto nos remete a Jeremias que ouviu do Senhor a respeito de sua profunda relação para com Ele, quando diz que Deus o havia conhecido antes que fosse concebido (Jr. 1:5). Nessa relação ele já havia sido santificado antes de sair do ventre da mãe! Glória a Deus.
Jeremias 1.5 NAA
5 “Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações.”
O pastor do salmo 23, ainda compreendia que as relações humanas que às vezes dão origem à vida podem não ser ideais, mas as pessoas nascem para fazer algo para Deus mesmo assim – em pecado me concebeu minha mãe (Sl. 51).
Outros autores bíblicos também receberam de Deus uma leitura profunda a respeito do assunto, o qual permeia o estágio da vida chamado de gestação.
Jó durante seu cativeiro disse que seria melhor ter morrido antes de ter nascido para que não tivesse visto o sofrimento (Jó. 3:16), mas reconhece ao final, que na verdade, falou sem conhecimento (Jó 42:3).
Jacó e Esaú já tinham pelejas desde o ventre de sua mãe, ao passo que ela já havia sido advertida sobre o futuro polarizado entre as gerações de seus filhos. Assim, desde o início da vida percebemos personalidades e histórias sendo escritas (Gn. 25:23).
Isaías faz a comparação do nascimento da nação de Israel como o nascimento de uma criança (Is. 44:2) Assim diz o Senhor que te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas, ó Jacó, servo meu;
Isaías 44.2 NAA
2 Assim diz o Senhor, que o criou e formou desde o ventre materno, e que o ajuda: “Não tenha medo, meu servo Jacó, meu amado, a quem escolhi.
E o próprio nascimento do Senhor Jesus Cristo, não foi um tema do caso de junção de enzimas e material humano que acidentalmente se agregaram dentro do ventre de uma jovem, mas um ato deliberado da mão de Deus dando início à vida de Jesus na Terra, onde começa a de todos os homens.
Isaías 49:1-2; Lucas 1:34-35; Lucas 1:42-45
Isaías 49.1–2 NAA
1 Escutem, terras do mar, e vocês, povos de longe, prestem atenção! O Senhor me chamou desde o meu nascimento, desde o ventre de minha mãe fez menção do meu nome. 2 Ele fez a minha boca como uma espada aguda, na sombra da sua mão me escondeu. Ele fez de mim uma flecha polida, e me guardou na sua aljava.
Lucas 1.34–35 NAA
34 Então Maria disse ao anjo: — Como será isto, se eu nunca tive relações com homem algum? 35 O anjo respondeu: — O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.
Lucas 1.42–45 NAA
42 E exclamou em alta voz: — Bendita é você entre as mulheres, e bendito o fruto do seu ventre! 43 E que grande honra é para mim receber a visita da mãe do meu Senhor! 44 Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da saudação que você fez, a criança estremeceu de alegria dentro de mim. 45 Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor.
Não resta qualquer dúvida sobre o envolvimento de Deus no início da vida humana, a exemplo do Éden, no qual Deus é o indivíduo diretamente responsável pela vida humana (Gn. 2:7; 1Co. 15:44-45), e o detentor dos padrões que envolvem o motivo e propósito para cada ser.
Desde o Éden, passando pelo pacto abraâmico (Gn. 17) e mosaico (Lv. 12:3) percebemos Deus estabelecendo um vínculo inquebrável com o fruto do ventre da mulher, inclusive quando não se tratava de uma criança desejada pela família como foi com Agar (Gn. 16:11-12).

3 COMO O ABORTO É VISTO NA BÍBLIA

Já sabemos que DEUS é o detentor e doador da vida, porém, como podemos dizer que a prática do aborto é antibíblica? Apesar de observar que a afirmativa positiva sobre a vida e relação divina quanto ao feto já uma negativa ao aborto, é possível que alguém acredite que isto não configure uma negativa quanto ao aborto. A Bíblia, bem como a biologia, deixa claro que os não-nascidos são completamente humanos e não há diferença fundamental entre eles e os recém-nascidos. Por essa razão, a prática do aborto pode ser comparada com a antiga prática do infanticídio.
Algumas pessoas se baseiam nestes dois textos para defendê-los:

3.1 Êxodo 21

O primeiro, em Êxodo 21, determina que se uma mulher por estar envolvida na briga de seu marido e outro homem, for ferida e abortar, o agressor deve pagar uma indenização para o marido, a interpretação de alguns é que, na época, o feto não era considerado um ser vivo, e por isso o agressor não era condenado a morte. Porém no mesmo texto ainda diz que se um homem matasse a outro por acidente esse também não deveria ser morto, o que constitui no mesmo tamanho de falha. A partir desta escritura, podemos ver Deus punindo um homem por, equivocadamente, tirar o filho de uma mulher. Como você acha que Deus vai se dirigir à mulher se ela mesma matar a criança[4]?
Quanto ao feto não ser considerado um ser vivo, isso também não é verdade. Apesar de a gravidez dentro da cultura antiga ser considerada a partir de quando a mãe sentia o bebê (Gn. 25), ou de quando ela se entendia grávida (2Sm.11:5), a própria Bíblia deixa claro que se tratava de algo muito mais complexo e extenso do que os homens até então conheciam (Ec. 11:5, Sl. 139; Jr. 1:5)

3.2 Números 5

O segundo texto, em Números 5 relata um ritual praticado pelo sacerdote. Se o marido ficasse com ciúmes da sua esposa e não pudesse comprovar a infidelidade dela por meio de testemunhas, poderia praticar o ritual de ordália, que consistia em obrigar a mulher supostamente infiel a tomar águas amargas. A mulher era forçada a ingerir o que atualmente se denomina cadaverina, que é um elemento que se encontra em matéria orgânica morta, se a mulher depois de ingerir tivesse uma infecção uterina (e consumirá sua coxa Nm 5.27) estava comprovado que ela tinha sido infiel e o marido podia puni-la, inclusive com a morte, por apedrejamento. Alguns interpretam que esse inchaço, ou consumo da coxa, se trata de um aborto, mas não é verdade. Além de o ritual não ser relacionado ao aborto, pois se trata quanto a questão da infidelidade conjugal. Em momento algum se diz que o filho é do pecado ou qualquer outra coisa do tipo, como feto - nada é dito no texto.
Números 5.27 NAA
27 E, havendo-lhe dado a beber aquela água, se ela tiver se contaminado, tendo sido infiel a seu marido, a água amaldiçoante entrará nela para amargura, e o seu ventre ficará inchado e o útero secará; a mulher será por maldição no meio do seu povo.
Por fim, todos os dois textos não favoreceriam a prática do aborto, mas são claramente contra o derramamento da vida a partir do fato que são para a preservação da família no modelo divino, em ambos os casos.

3.3 Sacrifício Infantil no Antigo Testamento

Na verdade, encontramos rituais relacionados ao sacrifício de recém-nascidos e crianças nas nações cananeias e babilônicas, ondes as entidades ali recebiam ofertas de crianças para que fossem concedidos milagres e favores de prosperidade.
O infanticídio era comum entre as nações que cercavam o Israel Antigo. O Antigo Testamento refere-se muitas vezes ao sacrifício infantil ao deus pagão Moloque, (também chamado moloch, Milcom ou Milcam), quando uma pessoa mata seu filho em sacrifício, "dando-lhe" a Moloque por "passar-lhe através do fogo", em propiciação, na esperança de apaziguar este deus ou ganhar prosperidade. Foi realizado no Vale de Tofete, (também conhecido como Vale de Hinnom, ou Vale do Abate). Esta foi uma das práticas dos cananeus que Deus proibiu seu povo de participar:
Levítico 18.21 NAA
21 E não entregue nenhum dos seus descendentes para que se dedique a Moloque. Não profane o nome do seu Deus. Eu sou o Senhor.
Levítico 20.2-5 dá uma explicação mais detalhada de como Deus via o sacrifício infantil. Sua condenação ao sacrifício infantil foi porque estava em contraste com a santidade da vida expressa ao longo de Sua Palavra. Sabemos que os filhos dos israelitas foram considerados por Deus como seus filhos, em vez de serem propriedade de seus pais para fazer o que desejavam.
Ezequiel 16.20–21 NAA
20 — “Além disso, você pegou os filhos e as filhas que teve comigo e os sacrificou às imagens, para serem consumidos. Como se não bastasse essa sua prostituição, 21 você matou os meus filhos e os entregou a essas imagens como oferta pelo fogo.
Observe que a proibição do sacrifício de crianças a Moloque encontrado em Levítico 18 faz parte de uma lista detalhada de práticas sexuais proibidas. Havia uma conexão espiritual entre o pecado sexual e o sacrifício infantil.
O sacrifício de bebês a Moloque foi visto como o ápice da maldade de uma nação:
Deuteronômio 12.31 NAA
31 Não é assim que vocês devem adorar o Senhor, seu Deus, porque eles adoraram os seus deuses, fazendo tudo o que é abominável ao Senhor e que ele odeia; até seus filhos e suas filhas eles queimaram aos seus deuses.
Também foi associado às práticas satânicas ocultas:
Deuteronômio 18.10–12 NAA
10 Que não exista entre vocês ninguém que queime o seu filho ou a sua filha em sacrifício, nem que seja adivinho, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, 11 encantador, necromante, praticante de magia, ou alguém que consulte os mortos, 12 pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, o Deus de vocês, está expulsando esses povos de diante de vocês.
A punição pelo sacrifício a Moloque foi a morte. O julgamento também era contra a família do agressor. Mais tarde, descobrimos que os israelitas eram desobedientes a este comando:
1Reis 11:7; Jeremias 32:35; 2Reis 16:3; 2Reis 21:6
A prática continuou até a queda de Jerusalém, dando alguma indicação de quanto essa prática havia se tornado uma parte tão normalizada e integral da cultura que aparentemente era extremamente difícil de erradicar. Talvez tenha sido tão normalizado quanto o aborto no mundo, inclusive dentro da igreja, hoje.

4 UM ALTAR MODERNO À MOLOQUE

Podemos pensar que o aborto é completamente diferente da natureza do sacrifício infantil nos tempos antigos, e que nossas razões para o aborto não são um sacrifício para um ídolo sedento de sangue. Isso pode ser em primeiro lugar porque consideramos o feto como diferente em natureza de um bebê nascido. Mas vimos que isso não é assim, nem biologicamente, nem de acordo com a Palavra de Deus. Em segundo lugar, podemos acreditar que o aborto é uma necessidade e uma escolha, em vez de um sacrifício pagão. No entanto, vamos ver que este não é o caso também.
Vivemos em um mundo caído onde famílias, casamentos, relacionamentos e finanças nem sempre são estáveis. Mas este também foi o caso em tempos em que o aborto era ilegal, estigmatizado e raro. Pessoas ao longo dos tempos se viram encurraladas em circunstâncias difíceis, em uma situação em que a única solução aparente era abortar. Portanto, trata-se de uma consequência de viver em um mundo pecaminoso e ter nossa compreensão mergulhada no pecado. Mas, uma vez que estabelecemos que os não-nascidos são humanos e vivos desde a concepção, temos que concluir que o aborto é sacrifício infantil nos tempos modernos, assim como era nos tempos antigos. A única diferença é a razão particular, ou o "altar" sobre o qual o "sacrifício" ocorre.

4.1 Alguns exemplos de "altares" modernos

4.1.1 Medo

Em 2019, 98% dos abortos foram realizados sendo a principal razão dada a de que há risco à saúde da mulher, caso a gravidez não fosse interrompida. Como a maioria das gestações são saudáveis e não são uma ameaça à saúde física da mulher, a ameaça deve ser para a saúde mental da mulher. Uma das principais razões para isso seria o medo: "Como vou (ou vamos) lidar?" "O que as pessoas vão pensar?" etc. Isso sempre foi uma razão para o aborto, mas, em outras épocas, o medo dos perigos envolvidos no aborto, bem como o estigma, e também o temor a Deus, eram muitas vezes maiores do que o medo de ter a criança em circunstâncias adversas.

4.1.2 Estilo de Vida

É aqui que a chegada de uma criança, ou o tipo de criança que pensamos que ele ou ela será, não corresponde às aspirações dos pais. Se os pais querem um menino, mas a criança é uma menina (ou ocasionalmente vice-versa), o aborto pode ser considerado. O "altar" é a escolha do estilo de vida geralmente baseada na misoginia.
Talvez a criança tenha algum defeito que não corresponda aos sonhos dos pais de família. Embora, às vezes, o diagnóstico de anormalidade fetal possa indicar que o nascituro tem perspectivas muito ruins para a vida, isso é extremamente raro. Anormalidades que são rotineiramente citadas como razões legítimas para o aborto até o nascimento incluem a Síndrome de Down.
Atualmente, no Reino Unido, 90% dos não-nascidos que recebem um diagnóstico definitivo da Síndrome de Down são abortados. Esta é uma evidência de que o rótulo de "anormalidade fetal" passou a significar que as deficiências congênitas não letais são agora consideradas justificativa razoável para o aborto. Isso cria uma impressão profundamente negativa em torno da deficiência em uma cultura que, de outra forma, trabalha duro para garantir que as pessoas com deficiência não sejam discriminadas. Temos uma sociedade que proíbe a discriminação baseada na deficiência no mundo exterior, mas que permite, e até incentiva no útero, muitas vezes tratando aqueles que decidem não abortar como sendo "pais irresponsáveis".

4.1.3 Finanças, carreira ou educação

Um aborto pode ser considerado porque a gravidez ameaça as perspectivas atuais ou futuras de uma mulher. As mulheres agora esperam independência profissional e financeira que elas podem não acreditar ser compatíveis se tiverem um filho em um momento inesperado ou quando não há pai na imagem para compartilhar a responsabilidade. A independência financeira e a carreira de uma mulher não são aspirações negativas, mas devemos reconhecer a realidade de que os sacrifícios são feitos literalmente para alcançar essas coisas.
Também, pode haver necessidade financeira urgente. O objetivo de ter o suficiente para suprir nossas necessidades é uma coisa boa e necessária, e isso não é para minimizar o impacto das circunstâncias negativas em que mulheres (e homens) podem se encontrar. A questão é reconhecer as razões pelas quais as decisões são tomadas.
Somos uma sociedade muito mais rica hoje do que em épocas em que o aborto era ilegal, e não pretendemos voltar aos tempos de pobreza generalizada. No final do dia, questões de dinheiro são um "altar" sobre o qual os não-nascidos são sacrificados.

4.1.4 Pecado sexual

Esse assunto não é a condenação de qualquer pessoa. Em vez disso, é uma explicação das consequências de nossas ações e das consequências do que se tornaram normas culturais antibíblicas.
Um tema central da Bíblia é que o plano de Deus era que um homem (biológico) e uma mulher (biológica) se unissem como uma carne em casamento comprometido e ao longo da vida. O objetivo disso não era que os indivíduos adultos encontrassem satisfação ou que o casal encontrasse felicidade e realização uns nos outros, embora isso fosse uma consequência. O casamento não precisa necessariamente produzir filhos, mas o propósito fundamental original e prático para isso foi para que o homem e a mulher, juntos, assumissem total responsabilidade por qualquer possível resultado de sua união física.
No entanto, vimos nos últimos 50 anos uma mudança radical no casamento e nas relações no Ocidente, essa metamorfose ocorreu ao longo do mesmo período em que o aborto se tornou cada vez mais normalizado, em um contexto de contracepção se tornando amplamente disponível e desde que a influência cultural na sociedade britânica dos valores judaico-cristãos também diminuiu significativamente. Houve um declínio gradual a longo prazo no casamento desde 1972. Durante o mesmo período da história em que o sexo fora do casamento tornou-se a norma cultural, a instituição do casamento enfraqueceu em nossa sociedade.
Isso, por sua vez, comprometeu a estrutura protetora da família, como indicado pela porcentagem de famílias de pais solitários no Reino Unido - quase 15% em 2019, o que equivale a quase 3 milhões de famílias (este não é, naturalmente, um julgamento sobre essas 3 milhões de famílias, mas simplesmente uma observação factual das consequências das mudanças nas normas culturais). Nos EUA 70% das crianças negras não tem uma figura paterna presente em casa.
O fato é que nossa cultura preparou o cenário para a criação de uma grande proporção de “gravidez indesejada”. Isso, por sua vez, leva a argumentos pragmáticos. O slogan comum "toda criança, uma criança desejada" é aquele que afirma colocar o bem-estar da criança em primeiro lugar. A suposição é que ser indesejado por seus pais é pior que a morte. O aborto é a solução lógica para o problema da indiferença.
Não podemos de fato saber o que o futuro reserva para qualquer um de nós, muito menos para uma criança. Tentamos controlar nosso futuro de várias maneiras, e o aborto é certamente um método de controle de nossas circunstâncias, mas a vida raramente se desenrola da maneira que imaginamos. Algumas crianças podem nascer em circunstâncias aparentemente auspiciosas, mas no final têm uma infância desafiadora. Acreditamos mesmo que, em retrospectiva, deveriam ter sido abortados para evitar o sofrimento?

4.2 Outras razões para o aborto

Aqui mora a polêmica lista, utilizada como razão geral, mas na realidade responsável por apenas 1.5% de todos os casos[5]:

4.2.1 Risco de saúde para a mãe

Este cenário citado diversas vezes, porém, que acontecem com raridade, às vezes traz uma enorme confusão a discussão.
Um exemplo dessa situação é se a mãe é diagnosticada com câncer durante a gravidez. Qualquer tratamento de câncer projetado para salvar a vida da mulher colocaria o nascituro em perigo. Sabemos que o feto depende da mulher adulta para a vida, então salvar a vida da mãe é primordial. Mas, em vez do aborto, ações podem ser tomadas para proteger a vida da mulher, que pode ou não fazer com que o não-nascido seja abortado. Devemos também nos proteger de usar uma razão tão rara para o aborto como desculpa para sua prática generalizada por qualquer motivo. Boas leis repousam sobre princípios e não sobre exceções, e assim são as Leis de Deus.

4.2.2 Estupro ou Incesto

Ambos são fortemente condenados na Bíblia (Lv.18.6, Dt. 22.25). Eles são uma razão frequentemente citada para o aborto, mas estatisticamente incomum. Aqui o inocente não-nascido, é punido pelos pecados de um pai. Em nenhum outro cenário consideramos razoável retaliar contra terceiros, um crime cometido.
Deuteronômio 22.25 NAA
25 — Porém, se um homem, no campo, encontrar uma moça que tem casamento contratado, e a forçar, e tiver relações com ela, então morrerá só o homem que teve relações com ela;
1Coríntios 6:13,18-20
1Coríntios 6.13 NAA
13 Os alimentos são para o estômago, e o estômago existe para os alimentos. Mas Deus destruirá tanto o estômago quanto os alimentos. Porém o corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor, para o corpo.
1Coríntios 6.18–20 NAA
18 Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica imoralidade sexual peca contra o próprio corpo. 19 Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo, que está em vocês e que vocês receberam de Deus, e que vocês não pertencem a vocês mesmos? 20 Porque vocês foram comprados por preço. Agora, pois, glorifiquem a Deus no corpo de vocês.
Há quem cite, para falar do aborto, o mote do feminismo progressista – Meu corpo! Minhas regras! – Porém, seria infantil e um despropósito falar a respeito desse aspecto neste estudo. Apenas quero citar que se você confessa a Jesus Cristo como Senhor, logo seu corpo, sua vida, decisões, sonhos e até seus dias, pertencem a Ele.

5 DAS TREVAS PARA LUZ

“Nenhum outro tira a culpa do pecado,
Ah, como Ele ama a mim;”
Mesmo conhecendo a Deus ou ainda durante sua vida no mundo é possível que alguém, de maneira inadvertida ou equivocada, tenha cometido um aborto, ou até mesmo essa pessoa tenha feito de maneira consciente e contra suas convicções por medo de represálias ou insensatez da juventude. Há, inclusive, homens, que na juventude, obrigaram namoradas e amantes abortarem por medo do que aconteceria se aquela criança nascesse - isso tem o mesmo peso de pecado diante do Senhor.
O que eu posso dizer a você sem nenhuma restrição de qualquer tipo é que Jesus morreu na cruz para perdoar os seus pecados, incluindo esse!
Colossenses 2.13–15 NAA
13 E quando vocês estavam mortos nos seus pecados e na incircuncisão da carne, ele lhes deu vida juntamente com Cristo, perdoando todos os nossos pecados. 14 Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz. 15 E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz.
Talvez você precise conversar com alguém, ou mesmo não consiga deixar de se sentir culpada ou culpado por isso - a última coisa que você deve fazer é ficar “ok” e fingir que ela não existe. Procure seu pastor local e abra seu coração diante de Deus, busque ajuda, porque certamente Deus quer ver você fora dessa situação, por completo.

CONCLUSÃO

O aborto não é apenas um tema de debate, mas um míssil do diabo para o mundo, especialmente para esta geração. Ele sabe que esta prática é contra os caminhos de Deus, então ele tenta nos prender a isso, dando-nos razões sobre as razões pelas quais o errado é certo.
Isaías 5.20–21 NAA
20 Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem chamam mal; que fazem das trevas luz e da luz fazem trevas; que mudam o amargo em doce e o doce mudam em amargo! 21 Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em seu próprio conceito!
E muitas vezes, quase sucumbimos às suas artimanhas e enganos em muitas formas. Ele faz a verdade parecer tão falsa e a falsidade parecer verdade. Desta forma, ele suscetivelmente, leva as pessoas a seguir suas práticas e acreditar em sua doutrina. Toda vez que você vê homens tentando se sentir normais sobre o que é universalmente errado ou tendo argumentos grossos para ir contra ou em apoiar algo errado, esse é o espírito do anticristo no seu trabalho. A Bíblia diz que o espírito do anticristo estará dominando nos últimos dias.
Esse termômetro progressista avança vorazmente contra tudo que se chama Deus (2 Ts. 2:4), porém está com seus dias contados. Seja pelo avivamento que está se levantando, seja pelo retorno do Senhor Jesus Cristo, seja através de um desmascaramento por parte de uma Igreja militante, o Senhor Jesus Cristo já venceu essa batalha (Ap. 11:15).
Vamos celebrar cada criança e entender que todas participam de um plano Universal, porém particular e específico escrito pelas mãos de Deus (Sl.139) e amadas pelo Salvador de suas vidas.
Que Deus Abençoe
Pr. Willian Gutnik.
Março 2021
Lighthouse Point, FL

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida 1969
Shay, Gedaliah. What God Says about Abortion: Understanding Abortion using Biblical Studies and Christian Scriptures on human life, Forgiveness, Consequences and Way Forward - Kindle Edition.
Nye, S.. Whose Child?: UK Abortion, a Gospel Matter - Kindle Edition.
Barna Group – Research
ESBOÇO – ABORTO

INTRODUÇÃO

Nós já sabemos o que significa apologética e também já chegamos à compreensão que existem padrões e regras de vida que remontam um pensamento cristão quanto a cosmovisão de alguém. Assim a Apologética Cristã é uma defesa bíblica dos princípios e padrões de uma cosmovisão cristã de vida para com a sociedade secular; ela não tem a intenção de converter ninguém pelo conhecimento intelectual, mas de remover barreiras intelectuais e filosóficas para que o coração esteja aberto a ação do Espírito Santo convencendo o homem do pecado, e da justiça e do juízo (Jo. 16:8)
O nosso interesse é trazer de uma maneira devocional e prática, um conteúdo que ajude a você compreender de maneira pedagógica e intelectual um pouco mais a respeito do aborto. É um grande desafio falar de assuntos tão terríveis que permeiam o contexto do aborto de maneira positiva, mas com a graça de Deus vamos passar das trevas para a maravilhosa luz quando engajarmos em ajudar aqueles que estas sofrendo com essas questões.

1 CONCEITOS BÁSICO SOBRE O ABORTO

Aborto é a interrupção de uma gravidez resultante da remoção de um feto ou embrião antes de este ter a capacidade de sobreviver fora do útero. Um aborto que ocorra de forma espontânea denomina-se aborto espontâneo ou "interrupção involuntária da gravidez". Um aborto deliberado denomina-se "aborto induzido" ou "interrupção voluntária da gravidez". O termo "aborto", de forma isolada, geralmente refere-se a abortos induzidos. Nos casos em que o feto já é capaz de sobreviver fora do útero, este procedimento denomina-se "interrupção tardia da gravidez".
Em todo o mundo são realizados 56 milhões de abortos por ano, dos quais cerca de 45% são feitos de forma clandestina. Entre 2003 e 2008 a prevalência de abortos manteve-se estável, depois de nas duas décadas anteriores ter vindo a diminuir à medida que mais famílias no mundo tinham acesso a planeamento familiar e contracepção.

2 DEUS E O INÍCIO DA VIDA

Ezequiel 18:4a
Não existe no Universo uma Autoridade maior que possa responder sobre o assunto “vida” que não seja o próprio Deus. A palavra de Deus tem muitas referencias sobre o início da vida e da relação dos homens ainda não-nascidos para com o Senhor de suas vidas. Em 2016 um importante estudo científico capturou que no momento da concepção de um ovulo pelo espermatozoide existe uma faísca de luz que envolve todo o processo e bloquei o ovulo de receber uma nova fecundação e inicia o processo de mitose da nova vida[6]– seria esse o haja luz (Gn1.2) da vida humana?
A Bíblia nos diz que somos feitos à imagem e semelhança de Deus (Gn. 1:27). Este conceito tratado enganosamente como simples é o ensino bíblico fundamental sobre o qual se baseia em todos os sobre a natureza humana, até mesmo quando tratamos da Salvação. Isso significa que nossa identidade e o caráter especial da vida humana dependem desse conhecimento e a partir dele. Os cristãos refletiram sobre as maneiras como somos feitos à imagem de Deus. Nós refletimos Sua natureza trina pela posse de um intelecto, emoções e vontade.[7]

3 COMO É VISTO O ABORTO NA BÍBLIA

Já sabemos que DEUS é o detentor e doador da vida, porém como podemos dizer que a prática do aborto é anti-biblica? Apesar de observar que a afirmativa positiva sobre a vida e relação divina quanto ao feto já uma negativa ao aborto, é possível que alguém acredite que isto não configure uma negativa quanto ao aborto. A Bíblia, bem como a biologia, deixa claro que os não-nascidos são completamente humanos e não há diferença fundamental entre eles e os recém-nascidos. Por essa razão, a prática do aborto pode ser comparada com a antiga prática do infanticídio.

3.1 Sacrifício Infantil no Antigo Testamento

Na verdade, encontramos rituais relacionado ao sacrifício de recém-nascidos e crianças nas nações cananeias e babilônicas, ondes as entidades ali recebiam ofertas de crianças para que fossem concedidos milagres e favores de prosperidade.
O infanticídio era comum entre as nações que cercavam Israel Antigo. O Antigo Testamento refere-se muitas vezes ao sacrifício infantil ao deus pagão Moloque, (também chamado moloch, Milcom ou Milcam), quando uma pessoa mata seu filho em sacrifício, "dando-lhe" a Moloque por "passar-lhe através do fogo" em propiciação, na esperança de apaziguar este deus ou ganhar prosperidade. Foi realizado no Vale de Tofete, (também conhecido como Vale de Hinnom, ou Vale do Abate). Esta foi uma das práticas dos cananeus que Deus proibiu seu povo de participar:
Levítico 18:21

3.2 UM ALTAR MODERNO À MOLOQUE

Podemos pensar que o aborto é completamente diferente da natureza do sacrifício infantil nos tempos antigos, e que nossas razões para o aborto não são um sacrifício para um ídolo sedento de sangue. Isso pode ser em primeiro lugar porque consideramos o feto como diferente em natureza de um bebê nascido.

3.2.1 Medo​

Em 2019, 98% dos abortos foram realizados sendo a principal razão dada a de que há riscoà saúde da mulher caso a gravidez não fosse interrompida. Como a maioria das gestações são saudáveis e não são uma ameaça à saúde física da mulher, a ameaça deve ser para a saúde mental da mulher. Uma das principais razões para isso seria o medo: "Como vou (ou vamos) lidar?" "O que as pessoas vão pensar?" etc. Isso sempre foi uma razão para o aborto, mas em outras épocas o medo dos perigos envolvidos no aborto, bem como o estigma, e também o temor de Deus, eram muitas vezes maiores do que o medo de ter a criança em circunstâncias adversas.

3.2.2 Estilo de Vida

É aqui que a chegada de uma criança, ou o tipo de criança que pensamos que ele ou ela será, não corresponde às aspirações dos pais. Se os pais querem um menino, mas a criança é uma menina (ou ocasionalmente vice-versa), o aborto pode ser considerado. O "altar" é a escolha do estilo de vida geralmente baseada na misoginia.

3.2.3 Pecado sexual

Vimos nos últimos 50 anos uma mudança radical no casamento e nas relações no Ocidente, essa metamorfose ocorreu ao longo do mesmo período em que o aborto se tornou cada vez mais normalizado, em um contexto de contracepção se tornando amplamente disponível e desde que a influência cultural na sociedade britânica dos valores judaico-cristãos também diminuiu significativamente. Houve um declínio gradual a longo prazo no casamento desde 1972. Durante o mesmo período da história em que o sexo fora do casamento tornou-se a norma cultural, a instituição do casamento enfraqueceu em nossa sociedade. Isso, por sua vez, comprometeu a estrutura protetora da família, como indicado pela porcentagem de famílias de pais solitários no Reino Unido - quase 15% em 2019, o que equivale a quase 3 milhões de famílias. (Este não é, naturalmente, um julgamento sobre essas 3 milhões de famílias, mas simplesmente uma observação factual das consequências das mudanças nas normas culturais), nos EUA 70% das crianças negras não tem uma figura paterna presente em casa.

3.3 Outras razões para o aborto

Aqui mora a polêmica lista, utilizada como razão geral, mas na realidade responsável por apenas 1.5% de todos os casos[8]:

3.3.1 Risco de saúde para a mãe

Este cenário citato diversas vezes, porem que acontece com raridade as vezes trazem uma enorme confusão a discussão.

3.3.2 Estupro ou Incesto

Ambos são fortemente condenados na Bíblia (Lv.18.6, Dt. 22.25). Eles são uma razão frequentemente citada para o aborto, mas estatisticamente incomum. Aqui o inocente não nascido, é punido pelos pecados de um pai. Em nenhum outro cenário consideramos razoável retaliar contra terceiros um crime cometido.

4 DAS TREVAS PARA LUZ

“Nenhum outro tira a culpa do pecado,
Ah, como Ele ama a mim;”
Mesmo conhecendo a Deus ou ainda durante sua vida no mundo é possível que alguém de maneira inadvertida ou equivocada tenha cometido um aborto, ou até mesmo essa pessoa tenha feito de maneira consciente e contra suas convicções por medo de represarias ou insensatez da juventude. Há inclusive homens que na juventude obrigaram namoradas e amantes abortarem por medo do que aconteceria se aquela criança nascesse, isso tem o mesmo peso de pecado diante do Senhor.
O que eu posso dizer a você sem nenhuma restrição de qualquer tipo é que Jesus morreu na cruz para lhe perdoar dos seus pecados incluindo esse!
Colossenses 2:13-15

CONCLUSÃO

O aborto não é apenas um tema de debate, mas um míssil do diabo para o mundo, especialmente nesta geração. Ele sabe que a esta prática é contra os caminhos de Deus, então ele tenta nos prender a isso, dando-nos razões sobre as razões pelas quais o errado é certo.
Isaías 5:20-21
Vamos celebrar cada criança e entender que todas participam de um plano Universal, porém particular e específico escrito pelas mãos de Deus (Sl.139) e amadas pelo salvador de suas vidas.
[1] Shay, Gedaliah. What God Says about Abortion: Understanding Abortion using Biblical Studies and Christian Scriptures on human life, Forgiveness, Consequences and Way Forward (p. 8). Kindle Edition. [2] https://www.nature.com/articles/srep24737- The zinc spark is an inorganic signature of human egg activation [3] Nye, S.. Whose Child?: UK Abortion, a Gospel Matter (p. 17). Kindle Edition. [4] Shay, Gedaliah. What God Says about Abortion: Understanding Abortion using Biblical Studies and Christian Scriptures on human life, Forgiveness, Consequences and Way Forward (p. 17). Kindle Edition. [5]https://www.usatoday.com/story/news/nation/2019/05/24/rape-and-incest-account-few-abortions-so-why-all-attention/1211175001/ [6] https://www.nature.com/articles/srep24737- The zinc spark is an inorganic signature of human egg activation [7] Nye, S.. Whose Child?: UK Abortion, a Gospel Matter (p. 17). Kindle Edition. [8]https://www.usatoday.com/story/news/nation/2019/05/24/rape-and-incest-account-few-abortions-so-why-all-attention/1211175001/
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