Esteja sóbrio, seja vigilante;

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Evitando armadilhas de Satanás
   “Esteja sóbrio, seja vigilante; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar ”(1 Pedro 5: 8).
Em primeiro lugar, a identidade do adversário. … o diabo, vosso adversário… (5.8b). O diabo não é uma lenda, um mito, um espantalho para intimidar os místicos. É um anjo caído, um ser maligno, assassino, ladrão, destruidor. É a antiga serpente, o dragão vermelho, o leão que ruge. É assassino e pai da mentira. Veio roubar, matar e destruir. Temos um adversário real, invisível e medonho. Não podemos subestimar seu poder nem suas artimanhas.
Em segundo lugar, as estratégias do adversário. … anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (5.8c). Três coisas aqui nos chamam a atenção.
1. O diabo espreita. Ele anda em derredor. Busca uma brecha em nossa vida. Vive rodeando a terra e passeando por ela (Jó 1.7; 2.2)
O diabo não dorme nem tira férias. É incansável em sua tentativa de nos apanhar em suas armadilhas. 
O apóstolo Paulo diz que precisamos ficar firmes contra as ciladas do diabo (Ef 6.11).
 A palavra “ciladas” vem do grego metodeia, que significa “métodos, estratagemas, armadilhas”. O diabo tem um grande arsenal de armadilhas. Pesquisa meticulosamente nossos pontos vulneráveis. Não hesita em buscar brechas em nossa armadura. Precisamos acautelar-nos!
2. O diabo intimida. O leão ruge não quando ataca a presa, mas para espantá-la. Seu rugido é para fazer a presa dispersar-se do bando. Quando uma presa se desprende do bando, o leão a ataca implacavelmente. É muito difícil uma presa escapar da investida de um leão quando esta se isola. O ataque é súbito, violento, fatal.
3. O diabo devora. O diabo não veio para brincar, mas para devorar. Ele mata. É homicida e assassino. Há muitas pessoas arruinadas, feridas e destruídas por esse devorador implacável. Ele é o Abadom e o Apoliom (Ap 9.11), conhecido como o destruidor.
 Lopes, H. D. (2012). 1Pedro: Com os Pés no Vale e o Coração no Céu. (J. C. Martinez, Ed.) (1a edição, pp. 176–177). São Paulo: Hagnos.
           I. Não se extravie  (nao Sai do Propósito de Deus)
     “Antes de ser afligido, andava errado; mas agora guardo a tua palavra” (Salmo 119: 67).
       A. Os cristãos às vezes negligenciam sua vida de oração e falham em estudar a Palavra de Deus como deveriam. Quando eles fazem isso, eles começam a se desviar.
       B. Alguns não têm coragem de dizer não a amigos não cristãos. Eles se rendem à velha vida e se tornam vítimas das armadilhas de Satanás.
       C. Devemos guardar nossa vida 
devocional diligentemente, (ativo e com zelo)
aproximando-nos de Deus diariamente. 
Devemos assumir nossa posição corajosamente por Deus, 
ficando longe do território de Satanás (Tiago 4: 7, 8).
II. Não seja Soberbo 
     “O orgulho precede a destruição, e o espírito altivo antes da queda” (Provérbios 16:18).
       A. Alguns cristãos carecem de humildade. Eles desejam o louvor e a honra das pessoas, em vez da aprovação de Deus (João 12:42, 43).
       B. Jesus, nosso exemplo, era humilde. Ele declarou que nada poderia fazer por si mesmo, mas dependia do pai. Ele agradou a seu pai. (João 8:28, 29).
       C. Devemos ser humildes também. 
Evitamos as armadilhas de Satanás fazendo coisas que agradam a Deus e dando a Ele o primeiro lugar em nossas vidas (Tiago 4:10).
Tg 4.6 Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: 
Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. 
Tg 4. 10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará. 
III. Não baixe a guarda 
 “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rom. 12:21).
       A. A moral do nosso mundo está em baixa. Violência, sexo ilícito, abuso de álcool e drogas, desonestidade e corrupção no governo confirmam isso.
       B. Milhões relaxaram seus padrões morais porque são espiritualmente fracos. Cristo levantará e restaurará aqueles que se arrependem e abandonam seus pecados.
       C. Os cristãos não devem tolerar o mal, “mas vencer o mal com o bem”. Ajudar os menos afortunados e compartilhar Cristo com os perdidos nos ajudará a evitar as armadilhas de Satanás.
4. Não pare
   “Mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10:22).
       A. Alguns começaram bem, mas pararam mal na vida cristã. Satanás atrai, distrai e ataca por meio de sua sutileza.
       B. Nenhum problema é muito difícil, nenhuma provação é muito severa, nenhum fardo é muito pesado para o cristão, porque a ajuda e a graça de Deus são suficientes.
       C. Deus é mais do que um desafio  para Satanás e nós somos mais do que vencedores por meio Dele (Rom. 8: 37-39).
1. A sobriedade. A palavra grega nepsate, traduzida por “sede sóbrios”, significa “domínio próprio”, 
especialmente na área da bebida alcoólica. 
Um indivíduo que perde o equilíbrio, o siso e a lucidez é uma vítima indefesa na batalha espiritual. 
Quando o diabo consegue dominar a mente de uma pessoa, consegue destruir-lhe a vida. 
Há dois extremos perigosos nessa batalha espiritual. 
O primeiro é subestimar o diabo. Há indivíduos que escarnecem do diabo como se ele fosse uma formiguinha indefesa. A Bíblia diz que nem o arcanjo Miguel se atreveu a proferir juízo infamatório contra o diabo (Jd 9).
O segundo extremo é superestimar o diabo. Há igrejas que falam mais no diabo que em Jesus. Há redutos em que o diabo tem até acesso ao microfone. Há pregadores que entabulam longas conversas com o diabo. Há escritores que recebem até mesmo revelações do diabo. Há aqueles que atribuem ao diabo qualquer dor de cabeça que uma aspirina resolveria. Essas atitudes não têm amparo nas Escrituras. Precisamos ter sobriedade nesse combate cristão.
2. A vigilância. A palavra “vigilantes” indica a atitude de esperar de olhos abertos, acompanhando o que se passa e sempre perscrutando o horizonte na expectativa da chegada do Senhor. 
O diabo vive rodeando a terra e bisbilhotando a vida das pessoas. Não hesita em atacar uma pessoa sempre que encontra uma brecha. Precisamos manter os olhos abertos e os ouvidos atentos. O diabo é a antiga serpente. É astuto, sutil. Sua estratégia é falsificar tudo o que Deus faz. De acordo com a parábola do joio e do trigo, em todo lugar em que Deus planta um cristão, o diabo planta um impostor (Mt 13.24–30,36–43).
 Precisamos agir como o governador Neemias, que, em tempo de ameaças, colocou metade de seus homens empunhando as armas e a outra metade trabalhando (Ne 4.16). 
Oliver Cromwell dava o seguinte conselho às suas tropas: “Confiai em Deus e mantende a pólvora seca”. Sintetizando essas duas primeiras armas (sobriedade e vigilância), Kistemaker escreve:
A sobriedade é a capacidade de olhar para aquilo que é real com a mente clara, e a vigilância é um estado de observação e prontidão. A primeira característica descreve uma pessoa que luta contra sua própria disposição, enquanto a segunda mostra a prontidão para se responder às influências externas. Um cristão deve sempre manter-se alerta tanto contra forças internas como externas que desejam destruí-lo. Essas forças vêm do maior adversário do ser humano, Satanás.
3. A fé. Precisamos resistir ao diabo firmes na fé. 
A fé é um escudo contra os dardos inflamados do maligno (Ef 6.16). Não podemos acreditar nas mentiras do diabo nem dar crédito às suas falsas promessas. Warren Wiersbe diz que tanto 
Pedro como Tiago dão a mesma fórmula para o sucesso nessa batalha espiritual: 
Sujeitai-vos a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg 4.7). 
Antes de se manter firme diante de Satanás, é preciso curvar-se diante de Deus. Kistemaker é oportuno quando diz que 
a palavra pode ser compreendida tanto no sentido subjetivo da fé pessoal e confiança em Deus, como no sentido objetivo, ou seja, referindo-se ao conjunto das doutrinas cristãs. Aqui, o contexto favorece o sentido objetivo.
4. O sofrimento. Em tempos de prova, tendemos a pensar que estamos sozinhos nessa luta  e que ninguém está sofrendo como nós. 
Uma das armas do diabo para nos atingir é superdimensionar nossa dor e apequenar nosso consolo. 
Precisamos abrir os olhos e entender que existem outros irmãos passando pelas mesmas provações e enfrentando as mesmas batalhas. 
É errado imaginar que somos os únicos a travarmos esse tipo de batalha, pois nossa “irmandade espalhada pelo mundo” enfrenta as mesmas dificuldades.
Uma palavra sobre o cuidado de Deus (5.10–14)
Pedro termina suas exortações dirigindo-se aos cristãos perseguidos da dispersão sobre o cuidado de Deus. Destacamos aqui cinco pontos.
Em primeiro lugar, quem Deus é. Ora, o Deus de toda a graça… (5.10a). Para uma igreja que estava sendo atacada por forças humanas e espirituais, perseguida pelos homens e pelo diabo, Pedro diz que sua vida está nas mãos do Deus de toda a graça. O próprio Pedro, que caiu em terrível pecado, negando o seu Senhor, sabia quão gracioso é Deus, a ponto de colocar de pé aquele que um dia estivera prostrado no pó. 
Precisamos sempre trazer à nossa memória o fato de que Deus não lida conosco em virtude do nosso merecimento, mas de acordo com seu amor incondicional.
Mesmo quando falhamos, Deus nos perdoa. Mesmo quando tropeçamos, Deus nos levanta. Mesmo quando passamos pela fornalha do sofrimento, Deus nos fortalece.
Em segundo lugar, o que Deus fez. … que em Cristo vos chamou à sua eterna glória… (5.10b).
Deus nos escolheu por sua graça e nos destinou à sua eterna glória. Deus dá graça e glória (Sl 84.11). 
A graça é a causa; a glória é o resultado. 
A graça é a raiz; a glória é o fruto. 
A graça é origem; a glória é o fim. 
Tudo o que começa com graça desemboca em glória!
Em terceiro lugar, o que Deus permite. … depois de terdes sofrido por um pouco… (5.10c).
O sofrimento humano, por mais agudo e prolongado, quando colocado sob a perspectiva da eternidade é pequeno, leve e momentâneo. 
O apóstolo Paulo expressa essa mesma ideia ao declarar: Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação (2Co 4.17).
Deus permite o sofrimento não por longo tempo, mas por breve tempo; não para nos destruir, mas para nos fortalecer; não para sonegar-nos a glória, mas para realçá-la.
Em quarto lugar, o que Deus faz. … ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar (5.10d)
As provações constroem o caráter cristão e fortalecem os músculos da alma. Os cristãos da Dispersão, que estavam perdendo bens, casas, terras e liberdades, mesmo mortos, não seriam vencidos pelo inimigo. Essa fornalha da aflição não tinha o propósito de destruí-los, mas de aperfeiçoá-los, firmá-los, fortificá-los e fundamentá-los.
A palavra grega kartarizein, “aperfeiçoar”, é a mesma usada em Mateus 4.21 para “consertar as redes”. Pelas provações, Deus repara nossas brechas. Essa palavra significa prover aquilo que falta, remendar o que está roto, repor uma parte que está faltando. Assim, o sofrimento, se aceito com humildade, pode prover aquilo que está faltando em nosso caráter.
A palavra grega sterixein, “firmar”, significa fixar com firmeza, prender firmemente, tornar tão firme como um granito. Deus permite as provas para que os cristãos tenham uma consistência granítica, e não gelatinosa. O sofrimento, quando acolhido com discernimento, é como o exercício corporal de um atleta: tonifica os músculos e aumenta o vigor.
A palavra grega sthenoun, “fortificar”, significa encher de força. Deus nos dá forças para lidar com aquilo que a vida exige de nós. Uma vida sem esforço e sem disciplina torna-se flácida moralmente e frívola espiritualmente.
A palavra grega themelioun, “fundamentar”, significa colocar os fundamentos, lançar um alicerce sólido, ou seja, construir sobre a rocha firme. Quando enfrentamos o sofrimento, somos cimentados no alicerce da fé. Satanás intentou contra a vida do patriarca Jó. Atacou seus bens, seus filhos e sua saúde. Mas, em vez de afastar Jó de Deus, o sofrimento o colocou a seus pés. Antes do sofrimento, Jó conhecia Deus de ouvir falar; agora, Jó vê a Deus e prostra-se aos seus pés.
Em quinto lugar, o que Deus merece. A ele seja o domínio pelos séculos dos séculos. Amém (5.11). Mesmo quando a igreja é perseguida e o inimigo parece estar no controle da situação, Deus está no trono, governando sobre tudo e todos, controlando cada situação. A ele pertence o domínio! Pedro termina sua carta não com um profundo lamento, mas com uma doxologia!
Na conclusão da epístola, Pedro faz quatro destaques:
Primeiro, o amanuense da carta. Por meio de Silvano, que para vós outros é fiel irmão, como também o considero, vos escrevo resumidamente… (5.12a). Pedro informa aos cristãos da Dispersão que Silvano, o mesmo Silas, profeta da igreja de Jerusalém e companheiro de Paulo em sua segunda viagem missionária, foi o secretário que escreveu essa missiva. Silas era não apenas um líder da igreja de Jerusalém (At 15.22,27), mas também profeta (At 15.32) e cidadão romano (At 16.19,25,29,37).
Segundo, o tema da carta. … exortando e testificando, de novo, que esta é a graça de Deus; nela estai firmes (5.12b). Pedro relembra à igreja o conteúdo principal da carta, a graça de Deus, exortando os cristãos a permanecerem firmes nessa graça.
Terceiro, as saudações da carta. Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda, como igualmente meu filho Marcos (5.13a). Pedro envia saudações da senhora eleita e de Marcos, seu filho na fé. A linguagem que Pedro usa nessa saudação é enigmática. A quem ele se refere? Não existe consenso acerca de quem seria essa “eleita”. Alguns estudiosos dizem que se tratava de uma mulher proeminente na igreja; outros que era a própria mulher de Pedro que a acompanhava em suas viagens missionárias (1Co 9.5). Kistemaker observa ser pouco provável que Pedro estivesse referindo-se à própria esposa. A maioria dos estudiosos acredita que Pedro alude à igreja cristã onde ele residia. Portanto, Pedro está enviando as saudações da igreja eleita de Jesus Cristo aos cristãos da diáspora. Concordo, entretanto, com William McDonald, que é impossível ter certeza de quem se trata.359
Quarto, a recomendação final da carta. Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor. Paz a todos vós que vos achais em Cristo (5.14). Pedro orienta os cristãos a saudarem uns aos outros com filema, o “beijo fraternal”, traduzido como “ósculo de amor”. O ósculo santo é mencionado em quatro cartas paulinas (Rm 16.16; 1Co 16.20; 2Co 13.12; 1Ts 5.26). Mas aqui Pedro recomenda “ósculo de amor”. Uma igreja perseguida precisa exercer amor e experimentar a paz.
 Lopes, H. D. (2012). 1Pedro: Com os Pés no Vale e o Coração no Céu. (J. C. Martinez, Ed.) (1a edição, pp. 179–183). São Paulo: Hagnos.
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