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ESTUDO 548 – GÁLATAS I
A CARTA AOS GÁLATAS

“Nós somos judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.”

Gal 2:15-16
INTRODUÇÃO
É com grande alegria que abraçamos esta tarefa de desenvolver um estudo sobre a carta do Apóstolo Paulo à Igreja da Galácia, talvez a primeira das suas treze obras inspiradas pelo Espírito Santo e a mais intensa. Sou imensamente grato ao nosso pastor pela oportunidade de ler, estudar e aprender mais, e transmitir aos nossos queridos colegas esta pequena contribuição que será apresentada em duas parcelas. Nossa esperança é que, ao lembrar o que os ensinamentos paulinos do Espírito Santo nos marcaram ao longo dos anos, nossa vida e ministério recebam um impacto que alimente o zelo, a paixão e a perseverança para viver nossa comum fé.
Se você perguntasse quantas religiões existem no mundo, não há dúvida de que uma extensa lista seria feita. Mas, na realidade, existem apenas duas religiões no mundo e elas estão em oposição aberta uma à outra. A primeira é a religião da carne; a segunda, a religião do Espírito. A primeira é tão antiga quanto o pecado do homem, e oferece três características distintas:
1. Afirma que o homem caído é capaz de alcançar uma justiça que o torna agradável a Deus.
2. Esta religião busca o bem no homem para apresentá-lo a Deus. Para ela, o homem é um pecador, mas ele não está, em sua opinião, totalmente perdido.
3. Ele não sabe que o mundo, aos olhos de Deus, está sob maldição e que há julgamento sobre ele.
Em contraste com a religião da carne, a religião do Espírito não se baseia no homem, ao qual considera um perdido pecador, nem na energia e recursos que pode oferecer, mas num sacrifício preparado pelo próprio Deus para cobrir ao homem (Gén. 3:21), que permite ao pecador aproximar-se dEle plenamente justificado de todo pecado, sem que o homem tenha qualquer intervenção, como prova abundantemente a epístola que desejamos considerar hoje.
O que é especial sobre a carta aos Gálatas é que é muito pessoal e nos ajuda a entender a personalidade de Paulo e sua forte fé; ele também nos dá informações sobre sua vida. Gálatas é uma janela para a importante controvérsia na igreja cristã primitiva. Essa polêmica e as respostas apresentadas por Paulo tiveram grandes consequências na forma de pregar a mensagem de Deus sobre Jesus Cristo. Paulo ensinou que a mensagem é que as pessoas se tornam filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo e não pela lei de Moisés. Cristo liberta os filhos de Deus da lei, e o Espírito Santo os guia e os ajuda a ter amor, benignidade e bondade.
Muitas vezes, a carta escrita pelo apóstolo Paulo às igrejas da Galácia é chamada de "Carta Magna da liberdade cristã", porque nela o apóstolo desenvolveu sua doutrina sobre a independência cristã do judaísmo e sobre a eficácia da salvação total obtida por meio de Cristo. Além disso, a epístola tem considerável valor histórico devido às informações autobiográficas contidas nos capítulos um e dois. A Galácia, foi palco da primeira viagem missionária do apóstolo Paulo, na Ásia Menor central. Ler o relato do trabalho de Paulo naquela região, em Atos 13 e 14, é uma boa introdução ao estudo desta preciosa e maravilhosa carta apostólica.
Na época do Novo Testamento, a Ásia Menor estava dividida em várias províncias romanas e estados súditos: Ásia, Bitínia e Ponto, Galácia, Cilícia e Capadócia. Sua geografia também inclui várias ilhas próximas: Chipre, Patmos, Rodes, Samotrácia, Cos, Asón, Mitilene, Quio e Knidos. Em toda a região da Ásia Menor localizamos cidades que, de alguma, desempenharam um papel importante na história do Novo Testamento, como Tarso, Derbe, Listra, Icônio, Antioquia da Pisídia, Perge, Atália, Hierápolis, Laodicéia, Colossos , Filadélfia, Sardis, Esmirna, Tiatira, Éfeso, Pérgamo e Troade.
Os gálatas eram emocionais, impulsivos e inconstantes, como evidenciado pela adoração que queriam fazer ao apóstolo Paulo, a quem mais tarde apedrejaram Act. 14:8-19 (Atos 14: 8-19) . Quão necessária é essa mensagem hoje, em face de posturas pseudo-intelectuais e do ressurgimento de filosofias veteranas que tentam encorajar o homem a se declarar salvo pelos seus próprios esforços ou pela observância de comportamentos, ritos ou obras que carecem de valor e eficácia em a face do grande abismo que separa o homem pecador do Santo, Santo, Santo Deus a quem adoramos e servimos.
1. SEU AUTOR
O autor é Paulo, "apóstolo"de Cristo (Gál. 1:1). A informação autobiográfica da epístola é consistente com o que se conhece do apóstolo Paulo, pelo livro de Atos dos Apóstolos e pelas outras epístolas paulinas. Foi provavelmente escrita entre o ano 55 e 60 d.C. A teologia, da carta de Gálatas concorda com os pontos de vista do apóstolo em outras cartas, especialmente em Romanos.
2. CONTEXTO HISTÓRICO
Não se sabe com exatidão onde as igrejas da Gálatas estavam localizadas ou a data em que Paulo escreveu esta carta, porque durante a época em que o Novo Testamento foi escrito, o termo Gálatas era usado etnicamente (os Gálatas eram um ramo dos Gauleses, originalmente do ao norte do Mar Negro, que se afastou da principal migração para a França e se estabeleceu na Ásia Menor central no século III a.C.), e politicamente (o termo "Gálatas" pode se referir aos habitantes do sul da província romana da Galácia, esta região incluída as cidades da Pisídia de Antioquia, Icônio, Derbe e Listra, onde Paulo fundou igrejas locais, de acordo com Atos 13: 14-14:23).
Paulo passou pela Frígia e Galácia, no norte da Ásia Menor (perto de Ancara, capital da atual Turquia), durante sua segunda viagem missionária (Atos 16:6). Mais tarde, ele a visitou novamente (Atos 18:23; 19:1). A Galácia mencionada aqui não era uma cidade, mas uma região, uma província com muitas pequenas congregações locais. Adoro a Deus pelo interesse do Espírito Santo por aquelas congregações que estavam nascendo como plantas cujas sementes foram semeadas enquanto o missionário passava, por direcionar o apóstolo a escrever sobre temas tão variados, no propósito divino de preservar a saúde espiritual daqueles camponeses, mercadores ou artesãos. Este interesse divino pelo bem-estar das pequenas comunidades e das suas congregações deve fazer-nos sentir o peso da responsabilidade de termos sido colocados por Ele nos lugares onde hoje ministramos. O Senhor nosso Deus tem interesse em cada alma alcançada por Ele, e o zelo para fazer a obra sob Sua direção e com Seus recursos deve estar sempre presente em nossos corações, amando e clamando por vidas com paixão e dedicação.
A obra do apóstolo Paulo na província da Galácia foi um sucesso, pois grandes multidões, principalmente de gentios, receberam a Jesus Cristo com grande entusiasmo. Mas acontece que algum tempo depois da partida do apóstolo, chegaram certos mestres judeus que insistiam que os gálatas não podiam ser cristãos sem guardar a lei de Moisés. Os gálatas aceitaram esse ensino com tanto ou maior entusiasmo com que haviam aceitado originalmente a mensagem de Paulo. Houve uma "epidemia"geral de circuncisão entre esses cristãos gentios. Quando Paulo soube disso, ele escreveu esta carta para fazê-los entender que eram "tolos" e que, embora a circuncisão fosse uma parte necessária da vida nacional judaica, esse costume não fazia parte do Evangelho e não tinha absolutamente nada a ver com a salvação.
A circuncisão foi o rito inicial do Judaísmo. Portanto, se um homem que não era judeu de nascimento quisesse ser herdeiro dos privilégios e bênçãos que Deus havia prometido à nação judaica, ele poderia se tornar um judeu por adoção, circuncidando-se e guardando as leis cerimoniais dos judeus. Os judaizantes eram uma seita de cristãos judeus, que não estavam dispostos a aceitar o ensino dos apóstolos a respeito da Lei mosaica; Eles insistiam em que os cristãos se achegassem a Deus por meio do judaísmo; que o gentio, para ser cristão, deveria se tornar judeu e guardar a lei judaica. Eles se dedicaram a visitar as igrejas, incomodando-as e perturbando-as. Nisto eles tiveram sucesso na Galácia, ao ponto de colocar sob o peso da lei as igrejas dos gálatas, que eram gentios. Para restaurar essas igrejas ao seu antigo estado de graça, Paulo escreveu-lhes esta carta, cujo assunto é "a justificação e a santificação não são pelas obras da lei, mas pela fé". A questão de se os gentios deveriam guardar a lei de Moisés foi decidida no Concílio de Jerusalém (Atos 15:1-29). A decisão foi que a justificação era pela fé, sem as obras da lei.
3. CONTRASTES
É importante também considerar que, nesta carta, o apóstolo Paulo apresenta o Evangelho em uma série de contrastes ou termos opostos, de coisas que não devem se misturar porque estão em oposição. A cruz de Jesus Cristo produz estes contrastes:
CONTRASTES ENTRE A LEI E O EVANGELHO
- Perdidos em Adão
- Salvos em Cristo.
- Em Adam, todos morrem fisicamente.
- Em Cristo todos vivem espiritualmente.
- “Outro evangelho” (falso).
- O evangelho genuíno.
- O raciocínio do homem.
- A revelação de Deus.
- A Lei.
- A Graça.
- Obras.
- Fé.
- Servos escravos.
- Filhos em liberdade.
- Antiga aliança (simbolizada por Hagar).
- Nova Aliança (simbolizada por Sara).
- Vida na carne.
- Vida no Espírito.
- Obras da carne.
- Fruto do Espírito.
- Cair da graça.
- Firme na graça.
4. CHAMADA DIVINA DEMONSTRADA
Gálatas 1:1
“Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos)”
No primeiro capítulo da Carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo mostra que foi chamado diretamente por Deus para ser apóstolo; Ele dirige sua epístola às igrejas da região da Galácia e as confia à Graça de Cristo. Ele se maravilha pela rapidez com que eles mudaram sua fé no Evangelho de Cristo para a falsidade de “outro” evangelho. Ele chamou anátema a aqueles que pregavam “outro” evangelho e mostrou sua própria justiça ao afirmar que havia recebido sua doutrina de Deus e relatou sua conversão e chamado ao apostolado.
Paulo inicia a carta afirmando sua vocação e apostolado, em vista das acusações contra ele por judaizantes que negavam que ele fosse um verdadeiro apóstolo de Cristo, visto que não havia recebido sua comissão pessoalmente do Senhor, como os Doze. Disseram que ele era apenas um mestre enviado pelos apóstolos e que seu ensino só seria aceito quando concordasse com o deles. Eles o acusaram de divulgar ensinamentos não aprovados pelo Concílio de Jerusalém. Paulo afirma que não é apóstolo “dos homens”, ou seja, não foi comissionado por nenhuma assembleia ou conselho dos apóstolos, “nem pelo homem”, ou seja, nenhum dos apóstolos em particular foi responsável pelo seu apostolado, pela sua comissão. Ele esclarece que seu apostolado é por meio de Jesus Cristo; a missão que cumpria, a recebera diretamente de Cristo.
5. O EVANGELHO VERDADEIRO
Gálatas 1:6-7
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.”
Como as igrejas da Galácia, tinham sido enganadas pelos judaizantes, um bom número de crentes do Novo Testamento retornou à antiga religião judaica e procurou observar a lei e ordenança da circuncisão. Paulo fixa e dá caráter final ao verdadeiro evangelho da graça redentora, separando-o de qualquer mistura com legalismo ou obras humanas. Os crentes da Galácia buscaram ser justificados pela lei, embora já tivessem sido justificados em Cristo por crer no evangelho que Paulo lhes tinha pregado. Eles queriam agradar a Deus por meio de suas próprias obras, para que Ele os justificasse. Mas o verdadeiro Evangelho é as Boas Novas da salvação, a revelação que justifica ao homem diante de Deus, a dispensação que Deus deu a conhecer ao pecador. A declaração deste Evangelho foi feita por meio da vida, ensino, morte, ressurreição e ascensão de nosso Senhor Jesus Cristo. É a Graça, o favor imerecido dos homens.
Efésios 2:8-9
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. 9Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”
Consequentemente, foi pela pura misericórdia de Deus para conosco, manifestada em Cristo, em quem, tendo crido, pelo poder do Espírito Santo, recebemos a salvação e fomos selados. De modo que a salvação não é em nenhum sentido "de nós", mas um dom gratuito de Deus, e não por algum tipo de trabalho; assim, ninguém pode alegar ter feito sua própria justificação, ou ter contribuído com algo para ela.
6. A MALDIÇÃO PRONUNCIADA (Gálatas 1:8-9)
A palavra "anátema", do grego "anáthema", traduz "maldição, excomunhão, imprecação"; denota a separação irrevogável e completa de uma pessoa da comunhão dos fiéis, ou dos vivos, ou também, dos privilégios da sociedade. Esta palavra também implica em destinar um homem, animal, cidade ou qualquer outra coisa a ser extirpado ou destruído. É usado várias vezes no Novo Testamento. O apóstolo deixa claro que o Evangelho anunciado aos Gálatas é genuíno e único, por isso ele enfatiza vigorosamente que, se ele mesmo pregar outro Evangelho, ele cairia na maldição de Deus. O apóstolo Paulo deixa claro que se mesmo um anjo do céu proclamar um evangelho diferente do genuíno já pregado, ele também será amaldiçoado, e tal evangelho, rejeitado.
Desde os primeiros dias da igreja do Senhor, houve falsos mestres que anunciaram que anjos haviam declarado outras formas de salvação para eles, o mesmo erro contido nos ensinamentos da religião mórmon, também conhecida como "A Igreja de Jesus Cristo dos Santos de os Últimos Dias", cujos líderes enfatizam que “seu profeta” Joseph Smith, recebeu uma nova revelação por meio de um mensageiro (um anjo)enviado da presença de Deus (chamado Morôni), que, supostamente, lhe deu algumas tábuas de ouro, que continha os escritos do Livro de Mórmon, outro Testamento de Jesus Cristo. Nesse livro, comenta-se que o mesmo enviado especial recolheu essas mesas em 2 de maio de 1838 e que é o responsável por elas.
7. O TESTEMUNHO DO SERVO (Gálatas 1:11-24)
No seu testemunho, o Apóstolo lembra e enfatiza que o Evangelho que ele pregou não veio dos homens, não teve uma centelha de invenção humana, nem o menor toque de artifício do homem. Isso mostra que o próprio Senhor Jesus Cristo lhe comissionou e lhe comunicou esse conhecimento divino. Ele dá testemunho de sua vida antes da sua chamada, momento em que confessa que estava perseguindo a igreja de Deus (os crentes em Cristo. Atos 9:1-2; 22:4). O apóstolo busca demonstrar que seu chamado foi tão direto e indicado pelo próprio Deus que nem precisou da cooperação dos demais apóstolos, tendo sido nomeado pela mesma Autoridade Divina e qualificado para este trabalho pela mesma graça e Espírito que treinou os outros apóstolos do Senhor, pelos quais, ao ouvi-lo pregar a fé que antes perseguia, glorificaram a Deus pela graça que operou em sua conversão, e eles próprios reconheceram que Deus tinha revelado a ele o Evangelho verdadeiro.
8. MOVENDO-SE SEGUNDO A REVELAÇÃO DE DEUS
Gálatas 2:1-2
“Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. E subi por uma revelação e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão."
A pregação do Evangelho e as viagens do apóstolo sempre foram motivadas pela revelação do Espírito Santo de Deus, e não por um sistema ou organização humana. Nesse “subi” do Apóstolo a Jerusalém, Deus nos ensina a saber esperar o tempo específico para agir em Sua obra. É muito fácil mudar de um lugar para outro, segundo nossa vontade, mas é muito difícil esperar pela revelação específica do Senhor sobre o tempo de Deus. É muito fácil tomar a decisão de ir para os Estados Unidos, mas esperar 14 anos ou mais para fazer a viagem é muito difícil para nós.
Nunca vá a lugar nenhum tomando decisões levianamente. O melhor plano do crente é aquele que está de acordo com a revelação recebida do Senhor Jesus Cristo, pela orientação do Espírito Santo. (Jo. 14:16-17; 16:13-15).
9. OS FALSOS IRMÃOS (Gálatas 2:4-5)
Os falsos irmãos secretamente introduzidos foram os judaizantes que perverteram o Evangelho de Jesus Cristo ao introduzir subrepticiamente as observâncias da lei nas igrejas. Eles anunciam o conceito de que os crentes devem ser circuncidados para serem salvos. Paulo se opôs e não cedeu nem por um momento. Tudo o que ele fez foi em benefício da Obra do Senhor e dos fiéis, para que a verdade de Deus fosse mantida transparente e não para prejudicar a liberdade que temos em Cristo. A liberdade a que o apóstolo Paulo se refere aqui é a liberdade da escravidão da lei. Os crentes agora estavam livres da obrigação ritual, especialmente da circuncisão.
10. A INFIDELIDADE AO SENHOR (Gálatas 2:11-14)
O apóstolo Pedro estava sendo infiel ao Senhor, a respeito da verdade do Evangelho. Pedro e os outros judeus convertidos ao Senhor eram hipócritas, então Paulo o repreendeu. Paulo nunca permitiu que a verdade do Evangelho fosse danificada. Era inaceitável para ele que alguém que esteve com O Senhor Jesus Cristo durante os três anos e meio de Seu ministério cometesse tal hipocrisia. Pedro também arrastou Barnabé, que já tinha comunhão com os gentios, mas quando um líder se desvia da fidelidade ao Senhor e ao Seu ensino, os outros o seguem facilmente. O apóstolo Paulo foi honesto, fiel e franco, por isso resistiu a Pedro face a face, quando este não era fiel à verdade do Evangelho. Ao lidar com o problema das igrejas da Galácia, Paulo enfrentou uma situação séria e delicada. Mas o apóstolo não era político, mas franco, honesto e ousado. Devemos lidar com as questões e casos críticos da Igreja e fazer as comunicações adequadas com nossos líderes e pastores. Paulo falou a verdade de Deus, francamente. Comportar-se politicamente, de certa forma, é como mentir. Aos olhos de Deus, essa política é pior do que uma mentira. Muitos diplomatas e embaixadores são especialistas em mentiras sutis. Eles foram treinados para se comportar assim. Um líder é alguém que assume a liderança na igreja, com honestidade, fidelidade e abertura, com um espírito de mansidão e amor.
11. A JUSTIFICAÇÃO É PELA FÉ, NÃO PELAS OBRAS DA LEI (Gálatas 2:15-21)
A verdade do Evangelho de Jesus Cristo é que o homem não pode ser justificado (declarado absolvido da condenação) pelas obras da lei. Justificação é a ação de Deus para aprovar o homem de acordo com Sua medida de justiça divina; Sua justiça é o padrão, não a nossa. Embora pensemos que somos justos, a justiça de Deus é elevada e ilimitada. Poderia ser aprovado por Deus, de acordo com minha própria justiça pessoal? É impossível. Você pode não ter problemas com os outros (seus parentes, amigos, etc.), mas sua justiça nunca o justificará diante de Deus. Você pode se justificar, mas isso não o torna como Deus exige. Precisamos da justificação divina que é pela fé. Justificação pela fé diante de Deus significa ser aprovado por Ele, de acordo com o padrão de Sua justiça. Como Deus pode fazer isso? Ele pode fazer isso nos justificando pela redenção por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Sem essa maravilhosa redenção, é impossível ser justificado por Deus. A redenção é a base da justificação (Rom. 3:28; 5:1).
Cyrus Ingerson Scofield, o teólogo dispensacionalista pré-milenista, militar, advogado e autor, diz a respeito da Justificação: “A justificação e a justiça estão inextricavelmente ligadas nas Escrituras pelo fato de que ambas as palavras vêm da mesma raiz. Grego (dikaios,“justo”; dikaioo, "justificar"). O pecador que se volta para Cristo é justificado porque Cristo, tendo suportado os pecados na cruz, foi feito "justiça" de Deus para todos os que nEle confiam (2 Cor. 5:21). A justificação origina-se da graça (Rom. 3:24; Tito 3:4-5); é realizado por meio da obra redentora e propiciatória de Cristo, que vindicou a lei (Rom. 3:24-25; 5:9); é recebido pela fé, não pelas obras (Rom. 3:28-30; 4:5; 5:1; Gal. 2:16; 3: 8, 24); e pode ser definido como o ato jurídico de Deus por meio do qual Ele, com base em sua justiça, declara apenas aquele que crê em Jesus Cristo. É o próprio juiz quem faz esta declaração. (Rom. 8: 31-34). O crente, que assim recebeu a justificação, compareceu ao tribunal apenas para ouvir que nada mais existe contra ele (Rom. 8: 1, 33-34).”
CONCLUSÃO
Cristo, como um sacrifício pelo pecado, foi até a morte, para que pudéssemos ser salvos da condenação e das amargas dores da morte eterna. Se a necessidade da observância da lei fosse pregada para nos salvar da condenação, a morte de Cristo seria inútil. Mas a observância da lei não pode nos salvar; a morte de Cristo foi uma necessidade absoluta. Gálatas foi escrito para esclarecer e defender a verdade do Evangelho do falso ensino (Gál. 2: 5, 16). Paulo defendeu sua mensagem e sua autoridade como apóstolo, considerando o Antigo Testamento como base da mensagem do Evangelho e demonstrando que o Evangelho que ele pregou atua no cotidiano cristão e transforma o indivíduo em filho de Deus. Que Deus nos ajude a continuar essa tarefa em um mundo tão turbulento como hoje, com coragem e santo temor, para sermos achados fiéis ao chamado que nos foi feito, à honra que nos foi dada de sermos servos do Deus Altíssimo. e discípulos de Jesus Cristo.
Que Deus nos abençoe.
Pr. David Moreno
Lighthouse Point, FL.
Maio/2021.
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