LIVRO DE NÚMEROS III

Biblia Sagrada  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 76 views
Notes
Transcript
ESTUDO 560
“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.”
Num 6.24-26

INTRODUÇÃO

Prosseguindo com o Estudo de Números, nessa terceira parte do estudo ocorre a morte de Miriã (Números 20,1) e de Arão (Nm 20:28). A morte dessas lideranças e de muitos outros (Nm 26:64) mostra que o caminho até chegar perto da Terra Prometida foi longo e penoso, assinala a passagem para uma nova geração. Finalmente o povo que sobreviveu acampa “nas estepes de Moabe” (Números 22,1). Toda esta terceira parte se concentra em Moabe. Encontramos ainda Balaão e seus oráculos (Nm 22-24).
O capítulo 26 repete o recenseamento dos israelitas e dos levitas para ver o que sobrou da caminhada pelo deserto. São recenseados os homens a partir dos 20 anos para o serviço militar em Israel (Números 26,2) e para ver quantos estão aptos para entrar na Terra Prometida e a divisão que cabe a cada tribo (Num 26:52-56).
Moisés, depois de ter vislumbrado a Terra Prometida que ele não iria usufruir, preocupa-se com seu sucessor. Pede a Deus para que seu sucessor seja “alguém que exerça a liderança, para que a comunidade de Javé não fique como rebanho sem pastor” (Num 27:17). Por fim, retoma praticamente os sacrifícios e as leis sobre as festas litúrgicas (Lev 23), retocadas e ampliadas pela teocracia pós-exílica.

CAPÍTULO 18

Os Deveres e Direitos dos Sacerdotes

O povo tinha se queixado das dificuldades e perigos que de aproximar-se a Deus. Aqui Deus lhes dá a entender que os sacerdotes se aproximarão por eles. Arão podia ver a razão para não orgulhar-se pela preferência, ao considerar o grande cuidado e responsabilidade que lhe era imposta.
Arão e os levitas eram servos de Deus indicados para a realização do ministério sagrado do santuário, através do qual Israel aprendia sobre a santidade de Deus (Num 18:1-7). Os sacerdotes e levitas eram responsabilizados por quaisquer delitos ou profanação contra o Tabernáculo do Senhor. Precisavam ter muito cuidado no serviço de Deus ao fazerem aquilo que o Senhor ordenara
O ofício dos sacerdotes incluía a tremenda tarefa de manusear os instrumentos sagrados do Tabernáculo, e de seguir os ritos divinamente determinados pelo infinito e santo Deus. Arão e seus filhos.
Num 18:7
“Mas tu e teus filhos contigo guardareis o vosso sacerdócio em todo o negócio do altar, e no que estiver dentro do véu, isto administrareis; eu vos tenho dado o vosso sacerdócio em dádiva ministerial, e o estranho que se chegar morrerá.”
Tinham esses deveres. E os demais levitas atuariam como seus assistentes

APLICAÇÃO

A possibilidade de pecar até no mais sagrado serviço, o privilégio maravilhoso de representar os homens perante Deus. A responsabilidade do serviço religioso, O dever de sustentar o ministério.

CAPÍTULO 19

A água Purificadora

Considerando que uma multidão morrera por causa da rebelião de Coré e os meios comuns para remover a contaminação resultante de tocar em cadáveres não eram provisão suficiente, o Senhor proveu um sacrifício especial para purificar o acampamento.
Eleazar, o filho de Arão, devia supervisionar o sacrifício de uma novilha vermelha perfeita fora do acampamento. Devia aspergir o seu sangue na frente do Tabernáculo sete vezes e depois queimá-la inteiramente, incluindo o sangue, junto com madeira de cedro, hissopo e fazenda vermelha. As cinzas resultantes deviam ser usadas para o preparo da "água purificadora"; isto é, água para remoção da impureza cerimonial.
A purificação sempre envolvia sacrifícios vicários, pelo que a comunidade tinha de prover uma novilha vermelha, sem defeito, que nunca tivesse sido usada para trabalho, Essa novilha tinha de ser abatida fora do arraial, em contraste com os animais sacrificados no átrio do tabernáculo)
O escritor da Carta aos Hebreus alude este fato quando menciona a "cinza duma novilha":
Heb 9:13
“Portanto, se o sangue de bode e de touros, e a cinza de uma novilha, aspergida sobre os contaminados os santifica, quanto a purificação da carne”.
Como as cinzas da novilha ruiva limpavam cerimonialmente o israelita contaminado, assim o sangue de Jesus satisfaz a justiça divina, limpa a consciência do pecador e o reconcilia com Deus.

APLICAÇÃO

O sacrifício nos ensina que a água não é suficiente para a purificação, e a novilha vermelha um tipo de Cristo, aponta para a purificação daquilo que foi contaminado, Cristo, morrendo e ressuscitado, purificou os homens de toda a contaminação que causa a morte e da contaminação que segue a morte.

CAPÍTULO 20

Não havia água a beber e surgiu aquele espírito de murmuração que havia sido o pecado da geração anterior. Ao ver nos filhos o mesmo espírito que vira nos pais, Moisés ficou amargurado. À semelhança de Jeremias podia ter dito: "Em vão castiguei os vossos filhos; eles não aceitaram a correção."
Qual foi a falta que Moisés cometeu? O Psalm 106:33 “ diz que os israelitas o indignaram e "irritaram o seu espírito, de modo que falou imprudentemente com seus lábios".Deus lhe havia dado a instrução de falar à penha da qual sairia a água, porém Moisés perdeu a paciência e irou-se. Moisés foi tão provocado pelo povo que, longe de anunciar a compaixão de Deus em dar água ao povo, desafiou-o. Em vez de falar à rocha, falou com ira ao povo e a seguir feriu a rocha duas vezes. Não somente desobedeceu a Deus mas se arrogou o poder de operar milagres, dizendo: "Tirare­mos água..."
Deus denominou esta atitude de Moisés como incredulidade e rebelião.
Num 20:12
“E o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não me crestes a mim, para me santificar diante dos filhos de Israel, por isso não metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado.
Já não tinha a mesma paciência com o povo e compaixão por ele como havia tido. Fracassou em seu ponto mais forte: sua mansidão. Arão abrigou a mesma atitude, de maneira que Deus lhes deu o mesmo castigo imposto ao restante daquela geração. Como o broto de uma planta revela se há raiz sob a superfície, a impaciência de Moisés demonstrou que ele já não era apto para introduzir Israel na Terra. Deus suscitaria outro líder para fazê-lo. Arão morreu em pouco tempo e Moisés chegou apenas até à fronteira de Canaã.

APLICAÇÃO

O perigo da incredulidade, o perigo da desobediência, o perigo do desânimo e o perigo da desconfiança.

CAPÍTULO 21

A Serpente de Bronze vs. Num 21:4-9

Visto que os edomitas se negaram a dar passagem a Israel, os israelitas tiveram de rodear a terra de Edom tomando uma rota longa em um "grande e terrível deserto" (Deuteronômio 8.15). Os filhos de Israel estavam fatigados pela longa marcha rodeando a terra de Edom. Falavam descontentes do que Deus tinha feito por eles, e desconfiando do que Ele faria e, desanima­dos pelas dificuldades da viagem, os israelitas voltaram a murmurar. Deus castigou-os enviando serpentes ardentes e venenosas que morderam o povo.
Ainda na região de Elate, ao norte do golfo de Acaba, encontraram víboras venenosas com manchas de cor verme­lha. De imediato os israelitas se aperceberam de seu pecado e pediram a Moisés que intercedesse por eles. O antídoto indicado por Deus foi a serpente de bronze.
Jesus Cristo referiu-se a este acontecimento como semelhante à sua obra na cruz:
Joh 3:14,15
“E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Mas, como é que a serpente, símbolo de Satanás e do mal, pode ser símbolo de Jesus Cristo?
Na realidade, não é uma figura de nosso Senhor, mas do pecado carregado sobre Cristo na cruz:
II Cor 5:21
“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que Nele fossemos feitos justiça de Deus.”
A imagem da serpente morta e impotente, levantada na haste, simboliza a destruição do pecado e do castigo da lei:
Col 2:14,15
“havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.”
À vista de Deus, o homem está envenenado e agoniza no deserto deste mundo. Mas o inimigo foi destruído na cruz e o aguilhão do pecado foi retirado (I Cor 15:55,56). Um olhar de fé ao Doador da saúde e da vida traz o remédio espiritual.

Vitórias militares de Israel. Num 21:1-3, 21-35

Conquanto Israel não procurasse a guerra, devia enfrentar os ataques dos cananeus e amorreus. Ao ser atacado pelo rei de Arade, que estava situado ao sul do mar Morto, Israel buscou a ajuda do Senhor e prometeu destruir completamente as cidades do inimigo. Deus concedeu a vitória a Israel e os israelitas cumpriram a promessa. O uso da maldição ensina que era uma guerra santa e todo aquele que se opunha a Deus estava debaixo de seu juízo.
Proibia-se a Israel travar guerra contra os moabitas e amonitas pois eram descendentes de Ló e portanto parentes dos hebreus (Gênesis 19.30-38). Não obstante, quando os reis Seom e Ogue negaram passagem a Israel e enviaram exércitos para combatê-los, os israelitas os derrotaram e se apossaram do território palestino ao oriente do rio Jordão, desde o rio Arnom ao sul até ao norte, uma distância de aproximadamente cento e oitenta quilômetros. A derrota de Seom e Ogue era o começo da conquista da Terra Prometida, pois Deus queria que seu povo habitasse ambos os lados do Jordão. Os cananeus encheram-se de terror ao saber que o Senhor lhes tiraria Canaã para, em seguida, entregá-la aos israelitas (Josué 2.9).

APLICAÇÃO

O desânimo muitas vezes surge devido à severidade dos caminhos da vida e pela sua duração mas nem por isso deixa de ser uma constante brecha para o pecado – a história da serpente nos ensina, do pecado, do sofrimento, da tristeza, da síplica e da salvação.

CAPÍTULO 22-25

Os capítulos 22 a 25 formam uma divisão literária entre as duas metades lógicas do Livro de Números. Em nenhum lugar dos capítulos 22 a 24 temos a costumeira fórmula - "Deus disse a Moisés", que se encontra em qualquer outro capítulo do Livro de Números. Certamente o propósito da narrativa é mostrar como Deus protegeu Seu povo dos desígnios malignos de um monarca pagão, e da concupiscência oculta de um profeta errante. Mas os feitos sutis de Balaão e as suas poderosas palavras fazem da história uma obra-prima dramática.

1. Balaão

Quem é Balaão? Balaão era de Petor, na Mesopotâmia, perto do rio Eufrates:
Num 22:5
“Bal aão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio...”
Seus poderes sobrenaturais eram altamente estimados pelos moabitas e pelos midianitas:
Num 22:6
“... porque eu sei que a quem tu abençoares será abençoado e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado.”
É um dos mais misteriosos e estranhos personagens da Bíblia. Era profeta de Deus ou meramente um adivinho em cuja boca o Senhor colocou suas palavras? Tinha certa comunhão com Deus:
Num 22: 8-12
“E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar; então, os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão. E veio Deus a Balaão e disse: Quem são estes homens que estão contigo? E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, mos enviou, dizendo: Eis que o povo que saiu do Egito cobriu a face da terra; vem, agora, amaldiçoa-mo; porventura, poderei pelejar contra ele e o lançarei fora. Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é.”
Daí se infere que tinha dom de profecia, mas seu conhecimento de Deus estava obscurecido, em certa medida, pelos conceitos pagãos.

2. Balaão vacila

- Balaque temia os israelitas e de acordo com os midianitas enviou à Balaão a mensagem de que viesse afim de amaldiçoar a Israel. Segundo o autor Flávio Josefo, em sua obra, História dos Hebreus, comenta, que o “célebre profeta e amigo de Balaque, que morava próximo do Eufrates”. Assim sucede muitas vezes que o adversário procura encontrar um crente com o intuito de usá-lo contra o avanço do povo de Deus. No princípio Balaão se nega a ir com a delegação de Balaque porque Deus lhe havia proibido amaldiçoar a Israel, pois era o povo bendito. Mas ao ver a segunda delegação composta de personagens importantes, de novo perguntou a Deus. Ele tinha um forte desejo de aceitar a oferta e esperava que Deus pudesse dar-lhe a permissão para ir. Ele já sabia qual era a vontade de Deus, pois desejava amaldiçoar a Israel para receber o pagamento de Balaque. Desta vez, Deus lhe deu permissão para acompanhar os mensageiros do rei, mas sob a condição de que faria o que o Senhor lhe ordenasse.
Surgem algumas perguntas quanto ao incidente em que o anjo do Senhor estorvava a viagem do profeta. Mudou Deus de ideia ao permitir que Balaão acompanhasse a segunda delegação moabita quando o havia advertido de que não fosse com a primeira? Depois, arrependeu-se Deus de haver-lhe dado permissão e por isso enviou o anjo para detê-lo? A resposta encontra-se aqui:
Num 23:19
“Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?”
Parece que não era a vontade diretiva de Deus que Balaão fosse com eles, mas tão-só a sua vontade permissiva.

a) Provavelmente permitiu que Balaão acompanhasse os moabitas para demonstrar a Balaque o caráter singular de Israel e o poder divino para frustrar toda adivinhação contra o povo de Deus. Balaão foi repreendido porque interpretou a permissão divina de ir com os príncipes como se fosse permissão de amaldiçoar a Israel. Ele foi motivado pelo dinheiro de Balaque.

b) Em segundo lugar, como é possível que a jumenta de Balaão falasse? O animal não é capaz de falar nem de raciocinar. É evidente que foi um milagre de Deus. Se Satanás podia falar por meio da serpente no Éden, acaso Deus não pode falar por uma jumenta? Em todo o incidente, Deus ensina a Balaão que só lhe é permitido falar o que ele próprio transmite.

3. As profecias de Balaão: (Capítulos 23 e 24)

Balaão profetizou quatro vezes prognosticando a prosperidade futura de Israel e a destruição de seus inimigos. As profecias de Balaão são as seguintes:
a) Israel não era apenas uma nação entre outras muitas nações, mas "um povo que habita à parte" (Bíblia de Jerusalém). Gozaria da grande bênção de ter uma descendência numerosa (Num 23.7-10).
b) Deus é imutável e não muda de idéia como o fazem os homens, portanto abençoaria a Israel dando-lhe força irresistível para derrotar seus inimigos. Deus não via o mal em Israel, pois via os israelitas através do pacto, e as maldições e adivinhações não surtiriam efeito contra o seu povo (Num 23:18-24).
c) Israel se estenderia amplamente e obteria domínio irresistível sobre as nações inimigas (Num 24.3-9).
d) Levantar-se-ia em futuro longínquo um rei brilhante em Israel que conquistaria Moabe e Edom. Amaleque seria arruinado eterna­mente e inclusive a Síria pereceria (Num 24.15-24).
A quem se refere a "estrela que procederá de Jacó" e o "cetro que subirá de Israel"?Muitos estudiosos da Bíblia crêem que o rei Davi cumpriu esta profecia pois ele conquistou Moabe e Edom (II Sam 8:2,14).
Outros estudiosos julgam que a profecia se refere primeiro a Davi e depois ao Messias, Jesus Cristo. Neste contexto a "estrela" significa um governador brilhante. Comenta uma nota da Bíblia de Jerusalém: "A estrela é, no antigo Oriente, sinal de um Deus e, por consequência, de um rei divinizado."Através dos séculos a igreja cristã tem interpretado a profecia como messiânica.

4. O ensino de Balaão: (Capítulo 25)

A passagem de Números 25 não fornece nenhum indício de que ele teria sugerido a Balaque que Israel, embora não pudesse ser amaldiçoado, poderia ser corrompido. No entanto Moisés, afirma que esse conselho partiu de Balaão:
Num 31:16
“Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de prevaricar contra o Senhor, no negócio de Peor, pelo que houve aquela praga entre a congregação do Senhor.”
Seja como for, este capítulo introduz dois relatos em Números. Num 25.1-5, imoralidade com as mulheres moabitas e, em Números. Num 25.6-18, a imoralidade com uma mulher midianita.
Ambos os relatos ilustram como Israel precisava separar-se dos povos pagãos em redor, se o propósito de Deus acerca de Israel devesse ter cumprimento.

APLICAÇÃO

Balaão representa o crente que cumpre a letra da lei mas viola seu espírito. Não falaria o que Deus não lhe dissesse, mas queria fazer o mal. Quis que Deus mudasse de ideia e lhe permitisse fazer sua própria vontade. Então, não podendo amaldiçoar ao povo de Deus por palavra, procurou prejudicá-lo ensinando os midianitas a colocar tropeços diante deles. Balaão é uma amostra do profeta mercenário que deseja negociar com seu dom: "Amou o prêmio da injustiça" II Pe 2.15. Balaão, em seu trato com os midianitas, exemplifica a má influência dos mestres insinceros que procuram fazer avançar a causa da igreja aconselhando-a a fazer aliança com o mundo e os mundanos (Num 21:16; Rev 2:14). O relato de Balaão ilustra quão vazio é em uma pessoa o conhecimento de Deus se não estiver acompanhado do sincero desejo de obedecer-lhe. Balaão desejava morrer a morte dos retos, mas não queria viver uma vida reta. Em consequência, morreu nas mãos dos israelitas na guerra contra Midiã (Num 3.8). Ensina-nos que nada pode prevalecer contra os propósitos de Deus nem contra seu povo.

CAPÍTULO 26

O segundo recenseamento.

A geração que havia sido contada no primeiro recenseamento já havia morrido, com exceção de Moisés, Josué e Calebe. Os israelitas fizeram novas listas por motivos militares e em preparação para a partilha de Canaã. O segundo recenseamento indicou que o número total dos israelitas não havia diminuído muito. Havia dois mil homens menos que no primeiro censo levantado havia trinta e nove anos.
Esse segundo recenseamento teve lugar nas planícies de Moabe, quando Israel se estava preparando para invadir a Terra Prometida. O segundo recenseamento ocorreu trinta e oito anos depois do primeiro. É provável que a praga mencionada em Números 25.8 e 26.1 tenha aniquilado com o resto da geração antiga, de modo que somente seus filhos, agora adultos, tiveram permissão de entrar. Somente Calebe e Josué, os dois espias que haviam dado um relatório favorável, depois de terem espiado a Terra Prometida, dentre a antiga geração que havia perambulado pelo deserto durante quarenta anos, tiveram permissão de entrar:
Números 26.64,65
“E entre estes nenhum houve dos que foram contados por Moisés e Arão, o sacerdote, quando contaram aos filhos de Israel no deserto do Sinai. Porque o Senhor dissera deles que certamente morreriam no deserto; e nenhum deles ficou, senão Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num”. Todos os homens da geração mais velha tinham perecido, exceto aqueles dois.
APLICAÇÃO
O censo descrito no primeiro capítulo seria aplicável a entrada de Canaã, se não fosse o pecado que destruiu o povo que Deus estava para levar a herança prometida, o novo começo devemos começar de novo vencendo pela graça de Deus.

CAPÍTULO 27

Leis sobre heranças. Num 27:1-11

As cinco filhas de Zelofeade se consideraram abandonadas por não ter pai nem irmão que herdasse a Terra. O caso singular dessas mulheres fizeram com que uma lei adicional fosse feita ao código civil de Israel que comprovou de forma satisfatória e garantiu amplamente o direito de sucessão em casos de herança.
A questão foi apresentada diante da corte suprema - Moisés e Eleazar (o sumo sacerdote), e também dos príncipes das doze tribos. As filhas de Zelofeade não queriam que o nome de seu pai fosse extinto, pelo que estavam defendendo os direitos dele, e não somente os direitos delas. O caso era bastante difícil, pois Moisés teve de apelar para Deus em busca de iluminação (Num 27:5). Mas, uma vez recebidas instruções divinas, Moisés sabia como agir. A lei, que é tão razoável quanto justa, permanece assim:
1. Com a morte do pai, a propriedade vai para os filhos;
2. Se não houver filho, as filhas são bem-sucedidas;
3. Se não houver filha, os irmãos do falecido herda;
4. Se não houver irmãos ou tios paternos, a propriedade vai para os irmãos de seu pai;
5. Se não houver tios-avós ou irmãos do pai do falecido, então o parente mais próximo sucede a herança.
Além do quinto grau a lei não prossegue, porque como as famílas dos israelitas foram mantidas distintas em suas respectivas tribos,deve sempre haver alguns que poderiam ser chamados de parentes, e eram realmente tais, tendo descido sem interrupção do patriarca do tribo.

Nomeação do sucessor de Moisés. Num 27:12-23

Havia chegado para Moisés o momento de morrer. Quando feriu a penha duas vezes, Moisés perdeu a paciência, irritou-se e falou com ira arrogando-se a glória. Agora, porém, revelou outro espírito. Submeteu-se ao juízo de Deus sem pensar em si mesmo. Sua única solicitude foi pelo bem-estar do povo e especialmente porque Deus designasse um dirigente que fosse um verdadeiro pastor para o rebanho de Deus.
Por que Moisés não deixou tudo nas mãos de Deus, confiando que os israelitas elegessem sabiamente seu sucessor? Reconhecia Moisés que tanto seu próprio critério como o do povo podiam estar errados. Era uma época crítica, pois Moisés havia ocupado o cargo durante um período muito longo. Também tinha uma tarefa muito importante pela frente, isto é, a conquista de Canaã.
Moisés não procurou instalar um de seus filhos, Gérson ou Eliézer. Não confiava em seu próprio raciocínio para estudar a situação e escolher um homem, mas pediu a direção de Deus. Pediu que Deus pusesse "um homem... que saía diante deles, e que entre diante deles", uma expressão hebraica que se aplicava a um homem capaz de começar e terminar com êxito as tarefas que empreendesse. Deus designou a Josué, "homem em quem há o Espírito" (Num 27:18).
Por que era necessário que Eleazar confirmasse a eleição do novo líder Josué? Isto foi ordenado para dissipar toda dúvida de que a eleição vinha de Deus. Moisés honrou a Josué e reconheceu em público que ele seria o dirigente escolhido por Deus.

APLICAÇÃO

Como solucionar dificuldades: levando a Deus, o líder de Israel tinha que ser um tipo de Cristo na obra de reger, guiar e cuidar.
CONCLUSÃO
A maioria dos eventos do Livro de Números se realiza no deserto, principalmente entre o segundo e quadragésimo ano da peregrinação dos israelitas. Os primeiros 25 capítulos do livro relatam as experiências da primeira geração de Israel no deserto, enquanto que o resto do livro descreve as experiências da segunda geração. O tema de obediência e rebelião seguidas de arrependimento e bênção percorrem todo o livro, assim como todo o Antigo Testamento.
Um dos principais temas teológicos desenvolvidos no Novo Testamento com base no Livro de Números é que o pecado e incredulidade, sobretudo a rebelião, colherão o julgamento de Deus. I Co 10 diz especificamente e Heb 3:7, 4:13, fortemente implica que estes eventos foram escritos como exemplos para os crentes observar e evitar.
Em Cristo.
Pr. Fábio Felipe
ADBelém/USA
Julho de 2021
BIBLIOGRAFIA
SHEDD, Russel P. A Bíblia Vida Nova, Vida Nova, 6ª Edição, 1984
SCOFIELD, Cyrus Ingerson, Bíblia de Estudo, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 5ª edição, 2014
ROCHA, Aldery Nelson, Santa Bíblia, Versão di Nelson, Sociedade Bíblica do Verso, 1ª Edição, 2013
HOFF, Paul, O Pentateuco, VIDA, 6ª Impressão 1995.
Champlin, R.N. - O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo, HAGNOS, 2ª Edição 2001.
HENRY, Matheus – Comentário Bíblico, CPAD, 1ª Edição 1999.
JOSEFO, Flávio, História dos Hebreus, CPAD, 8ª Edição 2004.
DAVIDSON, F. – O Novo Comentário da Bíblia, Vida Nova 3ª Edicao 1997
CAVALCANTE, Marcos Emanuel Barros – Pentateuco, FAETESP, 1ª Edição 2004.
Related Media
See more
Related Sermons
See more