Jesus, a videira verdadeira (Jo 15.01-17)

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Culto Dominical 24 de fevereiro de 2019 – Exposições no Evangelho de João
Por Phylippe Santos
Jo 15.01-17 Jesus, a videira verdadeira.
- Leitura de João 15.01-17 -
Introdução:Nas últimas pregações nós caminhamos em textos que nos ensinam sobre Jesus como o único caminho para o Pai, sobre nossa caminhada na fé em obediência e sobre nossa dependência do Espírito Santo para tudo na vida cristã. No texto de hoje nós vamos meditar sobre “Jesus, a videira verdadeira”. Podemos dividir o texto em três seções: O campo, o lavrador, a videira e seus frutos.
I) O campo.
Em Pirangi, no estado do Rio Grande do Norte, existe uma árvore gigante: o maior cajueiro do mundo. É uma árvore que cobre mais de 8 mil m2 e produz cerca de 70 a 80 mil cajus na safra [2,5 toneladas de caju]. Você olha e pensa que existe uma centena de cajueiros bem próximos, mas é um só. Ao invés de crescer para cima, ele cresce para os lados e faz uma pequena floresta de apenas uma árvore. De forma semelhante, a igreja é o campo de uma árvore só. Você olha para o mundo e vê muitas denominações, diferentes confissões [reformados, presbiterianos, batistas, pentecostais, assembleianos], milhões de cristãos ao redor do mundo. Você pode olhar e pensar que nessa diversidade há também uma diversidade de árvores nesse campo, mas não. Toda igreja verdadeira está vinculada a apenas uma árvore: a videira verdadeira. É o campo de uma árvore só, multiplicada ao redor do mundo: Jesus Cristo.
Sob a figura da videira, Israel dá lugar a Jesus. Essa é a última das falas de Jesus destacando o “eu sou”, demonstrando que Israel, no Antigo Testamento apontava para a verdadeira videira Jesus Cristo. Aquela que dá fruto e não pode ser derrubada (Salmo 80). A videira verdadeira é Jesus e aqueles que são incorporados a ele.
Portanto, qualquer relação com outras religiões é falsa – é estar ligado a falsas árvores é não ser cultivado e cuidado por Deus. Ou mesmo buscar os elementos cristãos sem Cristo não é proveitoso: buscar a religiosidade, a liturgia, a moral cristã; ou seja, beber dos frutos do cristianismo não é proveitoso no final das contas. Traz benefícios passageiros, lógico, os frutos são verdadeiramente bons. Mas não salva o homem. Não se pode desprezar a raiz e o tronco que dá sustentação a toda copa. É impossível receber a igreja e rejeitar a Cristo. Só podemos colher benefícios verdadeiros na videira verdadeira.
II) O lavrador.
Jesus aponta para si mesmo como a videira verdadeira, mas aponta para o Pai como agricultor [o lavrador]. Em primeiro lugar, o Filho aponta para as ações distintas entre as pessoas da Trindade. O Filho é a videira, o pai o Lavrador e o Espírito o que nutre e purifica os ramos. Também não há no cristianismo espaço para vangloria pessoal, apenas para a glória de Deus, o agricultor (vide o relato de Paulo em 1Co 3.6 e 15.9-11; 3.6). Tudo é Ele quem opera por meio de nós através de sua graça. Ele exerce seu papel de agricultor de duas formas principais, conforme o texto (vs. 2), em ordem inversa: Ele semeia, rega, aduba, enxerta (em Cristo; em Israel – se pegarmos a figura da oliveira), poda, transplanta. Mas também retira ramos que atrapalham o cultivo e que não geram frutos e os joga em fogo infindável.
Por fim, o agricultor sabe o que faz, e tem domínio absoluto de seu campo.
a) Pegando essa primeira função que destacamos, Deus poda os ramos para que eles deem mais frutos (vs. 2b). Jesus como videira não precisa ser podado, mas os ramos sim. Nenhum ramo produtivo é poupado, mas toda atitude de poda é para o bem dos próprios ramos (Hb 12.4-11). No verso três vemos que Deus usa um instrumento eficaz para a limpeza dos ramos: A Palavra de Cristo. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12). Por elas somos santificados (Jo 17.17).
Não devemos desprezar as palavras de Jesus: i) Elas são os nutrientes e a água que alimenta e hidrata seus ramos; ii) A palavra é o alicate de Jesus: Ela age de modo a podar nossas ações limitando-as com suas leis; cortando aquilo que atrapalha o crescimento - santificando; e sempre trazendo novidade de vida - levando-nos a profundidade no relacionamento com Deus, nos tirando de quaisquer comodismos. Ex: Efésios 5.25-27. Mas “vocês já foram limpos pela mensagem que eu lhes dei” (vs. 3) – quem são esses? Os seus discípulos.
b) Pegando a segunda atividade apontada: Deus se livra dos galhos secos infrutíferos. Os galhos saudáveis precisam de espaço para crescer e Deus abrirá o espaço. Os cristãos apóstatas, aqueles que falsamente se disfarçam de ovelhas, mas que não ligam para uma vida piedosa, que são amantes de si mesmos, amam esse mundo, são comerciantes de Cristo, são blasfemadores, cegados pelo deus deste século, serão cortados. Não há cristão sem nenhuma medida de frutos. Todos os que se rendem a Jesus tem uma marca: a frutificação. Se foram cortados, é porque não eram ramos verdadeiros, frutíferos. Esses não são cortados, mas podados. “Pois um ramo não pode produzir fruto se não estiver na videira” (vs. 4b). “Quem não permanece em mim é jogado fora, como um ramo imprestável, e seca. Esses ramos são ajuntados num monte para serem queimados” (vs. 7).
A pergunta que fica é: Qual o trabalho que Deus, o agricultor, está desenvolvendo em você? Limpeza ou corte?
III) A videira e seus frutos
Temos três frases parecidas aqui em João 15: 4 “permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês”. 5b “quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto. Pois, sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma” 7 “mas, se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e isso lhes será concedido”. Há um paralelismo entre Jesus permanecer em seus discípulos, os discípulos produzirem frutos e que Jesus permanece em seus discípulos através da palavra. Em primeiro lugar, devemos perceber que esse “permanecer” não é termos contato com Jesus. É sermos habitados por ele (cap 14) – é estar ligado à videira. Não é só contato, como Judas, é ligação.
Existe um elo umbilical entre o crente e Jesus: a Palavra. Se não buscarmos a Palavra, se não a lermos, a ouvirmos, a orarmos, a memorizarmos, a estudarmos, não permaneceremos em Cristo. Alguns não suportam a sã doutrina, mas, tendo comichão nos ouvidos, se aproximam de mestres que afagam seus pecados. Desviam os ouvidos da verdade. Nossos ouvidos são ligeiros para palavras que massageiam nosso ego e que nos levam novamente à cegueira da idolatria. E existem pregadores que fazem da palavra de Deus um comércio – e como comércio, a palavra serve para agradar os clientes. Precisamos parar para ouvir a Palavra! A pregação tem que nos dar contato com as Escrituras.
Mas o discípulo precisa buscar Jesus na Palavra. “Uma bíblia em pedaços geralmente pertence a uma pessoa que não está em pedaços”. Não estamos falando somente de tempo, mas de contato. Tem gente que deixa a bíblia no carro de um domingo pro outro. Tem gente que esquece na Igreja. Isso só significa uma coisa: falta de relacionamento com Deus e de leitura bíblica – e pode ter certeza que essas duas coisas estão intimamente ligadas. Tem gente com bíblia cheia de comentários (bíblias que são o sonho de missionários em países pobres) mas que nunca a estudaram. Seu desleixo com a palavra significa uma coisa: as palavras de Jesus não permanecem em você, Ele não permanece em você e você não permanece nele. Será que não está na hora de mudar esse quadro?
Mas existe uma evidência de que permanecemos em Cristo e Ele em nós: a produção de muito fruto. Existe um objetivo nesse enxerto: que demos frutos! Em primeiro lugar, Cristo nos dá uma razão encorajadora para darmos frutos: que se pedirmos a Deus, ele nos tornará frutíferos! 7 “pedirão o que quiserem, e isso lhes será concedido”. O contexto aqui é de frutificação. Muitas vezes nos aproximamos de Deus para pedir coisa banais – coisas para nosso aproveitamento. Outras vezes pedimos coisas importante, mas nos esquecemos das essenciais. Por exemplo: celular, nos dias de hoje, é importante. Ora, viver sem celular é algo quase incogitável. [Sem internet? Morreriam vários adolescentes. Eles teriam de ler livros!] Mas, para a manutenção da vida o celular não é essencial como o alimento ou como a água. Da mesma forma, você pode até pedir coisas importantes a Deus, mas existem coisas essenciais que precisam fazer parte das suas orações diárias: “Pai, frutifica a minha vida”. O fato de alguns estarem infrutíferos, é porque não permanecem em Jesus.
(vs. 8) Fomos criados para a glória de Deus. Os cristãos têm como objetivo de vida glorificar a Deus! Então, peçamos frutos, pois quando produzimos muitos frutos trazemos muita glória a Deus.
a) Amor, alegria e frutos (9-17)
Já aprendemos em João 14 que o discipulado é demonstrado na obediência. Nossa obediência revela que amamos a Cristo (vs. 10/14.23). Mas existe um propósito em tudo que Jesus falou até agora: para que ficássemos repletos da alegria de Cristo (vs. 11). E a alegria para Jesus é a nossa plena satisfação. Sim, gerar alegria a Cristo é a nossa alegria. Cumprirmos a palavra dele é a alegria dele. Não vivemos para a nossa alegria, mas para a de Cristo. Ah, e isso é a nossa satisfação!
E Jesus nos dá o mandamento fruto do amor: Amarmos uns aos outros como Cristo nos amou. Esse é o padrão de amor na Igreja. Isso envolve sacrifício e renúncia. Isso envolve serviço e submissão. O amor a Igreja é a maior fábrica de alegria para Jesus Cristo. Não amamos a servos, mas a amigos – irmãos, assim como Cristo ao nos amar ao ponto de entregar a sua própria vida por nós, foi nos tornar seus amigos. Na nova aliança “servos” dão lugar a “amigos”. E a marca dessa amizade também é a obediência.
E como não há espaço para vanglória pessoal no evangelho, Jesus revela que a causa desses benefícios obtidos pelos discípulos está em sua eleição. As revelações que eles tiveram acerca do amor, da alegria, da amizade se deu não porque eram sábios ou especiais, ou porque escolhem direito, mas porque Cristo os escolheu. E foram escolhidos (separados) para irem e darem frutos. E existe um meio para frutificamos em nossa jornada: a oração em nome de Jesus.
Paz, alegria e amor, que são frutos do espírito em Gálatas 5.22, estão repletos nos capítulos 14 e 15 e são benefícios que só temos acesso pela obra de Jesus Cristo.
Soli Deo Gloria
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