Jesus prediz a negação de Pedro. Ou: conhece-te a ti mesmo! (Jo 13.31-38)

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Culto Dominical 20 de janeiro de 2019 – Exposições no Evangelho de João
Por Phylippe Santos
Jo 13.31-38 Jesus prediz a negação de Pedro. Ou: conhece-te a ti mesmo!
- Leitura de João 13.31-38 -
Introdução:Nossa vida é marcada por enfoques, sejam eles mais amplos ou totalmente momentâneos. Por exemplo, a Tayane tem um enfoque amplo em terminar seu doutorado. Nós, neste momento, temos o enfoque em celebrar culto a Deus. No nosso texto nós vemos o desenvolvimento de três enfoques: o enfoque em Deus, o enfoque no outro e o enfoque em si mesmo.
Judas saiu, indo dar cabo ao seu propósito de trair Jesus, e se desenvolvem as cenas que vamos meditar nelas agora. Jesus diz: “chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado e, por causa dele, Deus será glorificado. Uma vez que Deus recebe glória por causa do Filho, ele dará ao Filho sua glória, de uma vez por todas”. Vamos entender a ordem aqui: o Filho do Homem será glorificado  por causa dele (o Filho) ou, digamos, através dele  Deus será glorificado. Irmãos, bendito seja aquele que por si [ou através de si] glorifica a Deus. A glorificação de Jesus não diz respeito apenas a ele, mas tem enfoque na glória de Deus, o Pai. Existe um ato de reciprocidade na Trindade, onde cada pessoa busca a glória do outro. Como crentes, temos algumas posições na bíblia que mostram que, no fim, nossas vidas não devem ser sobre nós mesmos, mas sobre Deus: somos embaixadores – onde se busca a glória do Rei; somos sacerdotes, onde se busca a exaltação de Deus; somos filhos – e devemos buscar a glória do Pai.
Através da sua morte, ressurreição e ascensão Cristo receberá a “glória que tinha antes da criação do mundo” (17.5) e “de uma vez por todas” (32). Ninguém por furtar a glória que o nosso salvador tem hoje e eternamente! Esse tema da glorificação será mais presente nestes capítulos até o fim do livro de João, por isso essa etapa é conhecida como o livro da glorificação. O título de Jesus aqui é o Filho do Homem, e agora faz todo sentido que este seja glorificado na cruz.
No verso 33 Jesus se dirigindo aos seus discípulos como “meus filhos” [e João aprenderá a tratar seus discípulos assim também], ele repete o que já havia dito aos líderes judeus (7.33,34; 8.21) agora a eles: vocês não poderão ir aonde eu vou. Para os líderes religiosos o significado implicava mais amplamente não poder ir para o seio do Pai, para onde Jesus iria. Nesse caso, Jesus se refere a sua ausência corporal devido a morte (estarei com vocês apenas mais um pouco), e que aquela morte de cruz, o sacrifício do cordeiro de Deus, estava reservada unicamente a Jesus (para onde eu vou). Amados, ao contrário dos incrédulos, nossa distância do seio do Pai é apenas temporal, é apenas por enquanto.
Nesse contexto, é feita uma ligação entre essas afirmações de Jesus com o que ele dirá a seguir: “Por isso, agora lhes dou um novo mandamento: Amem uns aos outros. Assim como os amei, vocês devem amar uns aos outros. Seu amor uns pelos outros provará ao mundo que são meus discípulos”. Como palavras simples que qualquer criança pode entender e, ao mesmo tempo, tão profundas que adultos podem passar o resto da vida pensando nelas, Jesus nos dá um consolo de sua presença: Porque Ele partirá, ele nos deixa novo mandamento. Seu mandamento em nós é Ele conosco. Sua Lei é Jesus presente. Esse novo mandamento inclui “como vos amei” e faz parte do contexto da nova aliança com sua igreja. Devemos amar uns aos outros, os discípulos, como Cristo nos amou. Devemos amar a Igreja como Cristo – E isso prova nossa fé ao mundo. Sem amor, não há Cristo, não há fé e não há igreja.
Você pode não ter dinheiro e ser discípulo de Jesus. Pode não usar roupas sociais e ser discípulo de Jesus. Pode ser uma pessoa de pouco estudo e ainda assim ser discípulo de Jesus. Mas você não pode não amar a Igreja e ser um discípulo. E aqui é amar a igreja até as últimas consequências. É se dedicar a igreja. Tem gente que só quer receber, mas amar diz respeito principalmente a dar. “Ah, mas essa igreja é ‘assim e assado’”, mas o amor de Cristo pela Igreja e fez lutar por sua beleza e santidade. Não há cristão verdadeiro descompromissado com a Igreja. Quem tem enfoque na glória do Pai, tem enfoque em amar seus irmãos da fé.
Agora vamos para o enfoque em si mesmo. Simão Pedro não está preocupado com o mandamento de Jesus – isso é secundário. Ele está preocupado para onde Jesus vai – na verdade, não porque tenha interesse na saúde ou integridade de Jesus – ele quer estar lá. Interesse no céu sem interesse em Jesus é egoísmo. Não ligar para as doutrinas de Jesus e querer “só ele” pode revelar não querer-lhe, mas apenas colher os benefícios de conhece-lo. Segundo Lucas, a discussão nesse contexto era para saber “quem deles era o mais importante”- e o mais importante vai com ele para o trono! Que ledo engano.
Jesus responde “Para onde eu vou vocês não podem ir agora, mas me seguirão mais tarde”. Todos aqueles discípulos irão para junto de Jesus – Jesus lhes foi preparar lugar – mas não antes de muitas provações [“pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”At 14.22]. Uma nota adicional de Lucas é que Pedro estava caindo na armadilha de satanás: conhecer a sim mesmo sem levar em conta o que Deus fala de nós e sobre Ele.
“Senhor, por que não posso ir agora? [...] Eu estou disposto a morrer pelo Senhor”. Pedro é o discípulo da autoconfiança, da dúvida sobre as palavras do Senhor. Que confia mais no que sabe do que na revelação. Primeiro ele duvida dos que estão de fora antes de duvidar de si mesmo.
- Quem estará certo no final? Jesus. A resposta de Jesus está repleta de ironia: “Morrer por mim?”. Como se dissesse “Quem dará a vida por quem?”. Mas, por graça, Jesus intercede por Pedro e este não se aparta da fé , apesar de uma queda tão terrível. Ele se arrepende e volta – graças ao Senhor!
1. Bendito o que através de sua vida glorifica ao Senhor (satisfação Nele)
2. A lei de Cristo é a presença dele entre nós. É impossível estar em Cristo sem ter sua lei.
3. Sua lei: amar nossos irmãos de forma radical.
4. Não caiamos na armadilha de confiarmos em nós mesmos. Antes, para nos conhecer devemos conhecer o Pai e o que ele falar de nós mesmos.
5. Para os crentes, se satanás tenta nos peneirar, o Senhor preserva nossa fé.
Soli Deo Gloria
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