Jesus, o caminho para o Pai (Jo 14.01-14)

Evangelho de João  •  Sermon  •  Submitted
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Culto Dominical 03 de fevereiro de 2019 – Exposições no Evangelho de João
- Leitura de João 14.01-14 -
Introdução:Aquela noite ele está no cenáculo lava os pés dos discípulos, aponta o traidor, e traz novas instruções. Nas palavras que lemos dois domingos atrás, Jesus falou que estaria com eles apenas mais um pouco, e que para onde ele iria seus discípulos não poderiam ir. Pedro perguntou para onde ele iria e que estria disposto a morrer por Jesus, mas Jesus disse que antes que o galo cantasse, Pedro o trairia três vezes. Percebemos, então o momento de perturbação, de angustia e perplexidade dos discípulos. A frustração diante da realidade de que o Messias esperado, aquele que instauraria seu reino e sua glória seria vista em toda terra, estava agora dizendo que ia partir. Acrescentar-se a isso que Ele estava indo através do apontamento de um traidor entre eles e que, o líder deles, o negaria. É compreensível, portanto, o grau de perplexidade entre os discípulos.
I. Jesus é o confortador: “não se turbe o vosso coração” ou “não deixem que seu coração fique aflito”.
“Não fiquem perturbados ou angustiados”. Algo fala mais profundamente aqui: Jesus é quem está profundamente perturbado e angustiado (12.27; 13.21), mas é ele quem conforta. Horas antes de experimentar a agonia moral da humilhação, da injustiça do escárnio, da tortura física das pancadas, da coroa de espinhos, dos pregos e a morte agonizante na cruz, nas palavras de Don Carson “ele ainda é o único que se doa, que conforta e que instrui”. Então Jesus aponta como eles deveriam se acalmar.
a) Em primeiro lugar, os discípulos deveriam se acalmar em crer: “creiam em Deus, creiam também em mim”.
A fé é o instrumento que pode nos manter firmes em meio ao tormento. Nos momentos desesperadores, saber quem é Deus, conhecer o seu poder, seu amor e suas promessas é a única fonte de verdadeira esperança. Não é crer em qualquer coisa: é crer em Deus! Por isso devemos abraçar os meios que Deus nos concedeu para conhece-lo e a suas promessas: sua revelação. A leitura bíblica, a oração e a pregação da poderosa palavra de Deus é que podem nos sustentar. Jesus fala para seus discípulos que da mesma forma em que vocês creem em Deus e esperam nele vocês devem também crer e esperar em mim. Aqui Jesus reivindica ser igual a Deus, pois um pedido para crer em qualquer pessoa assim como se confia e crê em Deus é idolatria ou blasfêmia. Mas Jesus é Deus. Deus não os abandonará e Cristo também não.
b) O segundo motivo para não se preocuparem é que na casa de seu Pai há muitas moradas.A partida de Jesus é para o bem dos discípulos. Não fiquem aflitos pois estou indo para casa do Pai e lá tem muitas moradas – Ele está usando uma figura para deixar claro que lá tem lugar pra vocês também. Pros judeus, para os gregos, para nós! A expectativa da casa do Pai não era o templo de Jerusalém, mas o lugar onde Deus está sentado em seu trono – o paraíso. Muitos de nossos irmãos já estão lá, e é para onde Jesus foi e está.
Ele está indo preparar um lugar para eles. Isso não significa que Jesus está construindo um condomínio, mas que através de sua morte e ressurreição ele está abrindo a porta para os nossos aposentos celestiais. Ele não foi acabar um prédio, pois o reino está pronto desde antes a fundação do mundo – Mt 25.34: “(...) Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo [ARA]”. A casa do Pai está pronta desde a fundação do mundo, mas o acesso estava bloqueado por causa dos nossos pecados. No entanto, pela sua morte e ressurreição ele abriu as portas da casa do Pai - foi feita uma provisão tão ampla que não há mais que o espaço necessário para todos os discípulos de Jesus se juntarem a ele na casa de seu Pai. Jesus já abriu a casa do Pai para todos aqueles que verdadeiramente creem nele.
Jesus também dá a certeza de seu retorno: “virei busca-los, para que estejam sempre comigo, onde eu estiver”. Sobre qual retorno Jesus se refere aqui? Retorno após a ressurreição? A sua vinda pelo Espírito? Creio que faz mais sentido a sua vinda no fim dos tempos – a segunda vinda. Quando ele retornar nos receberá para ele mesmo. E estar na casa do Pai é estar junto de Jesus – e é isso que faz do céu o Céu. Eles não precisavam ficar aflitos - se o céu fosse diferente da descrição dele, ele teria dito.
II. O caminho da Casa do Pai.
Jesus disse que “vocês conhecem o caminho para onde vou”. Porém, Tomé logo replica: “Não sabemos para onde o Senhor vai”, “Como poderíamos conhecer o caminho?”. Será que Jesus se enganou ao dizer que eles conhecem o caminho para onde ele vai? Claro que não! Aqui vemos Tomé retratado não mais como o discípulo leal e corajoso (11.16), mas como um discípulo cheio de equívocos e dúvidas. Tomé não entendeu o destino, muito menos o caminho para chegar lá. Mas Jesus acabou de falar o lugar de destino: a Casa do Pai. E avisou que eles também conhecem o caminho (4): Ele mesmo.
É como se Tomé dissesse: não sabemos o endereço da Casa do Pai, como poderemos saber o caminho? E Jesus demonstra novamente que Ele mesmo é a resposta: Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (6). Eles conheciam o caminho: Jesus. Ele é o caminho para Deus precisamente porque Ele é a verdade de Deus (1.14) e a vida de Deus (1.4, 3.15, 11.25). Jesus não abre o caminho, Ele é o caminho. E isso não é forma passiva – Ele é o Salvador (4.42), o Cordeiro de Deus (1.29,34), quem traz os mortos à vida (5.28,29). Ele não é um dos caminhos– Ele é o caminho. “Ninguém” é acrescentado por Jesus para demonstrar que Ele é a única forma de se chegar ao Pai. Há um exclusivismo claro no Evangelho – ninguém pode conhecer o Pai fora dele! A união entre Cristo e o Pai também está implícita aqui no fato de que ir ao Pai não é passar por Jesus, mas vir até Jesus. A partir de agora também conhecerão e verão o Pai: através da morte e ressurreição.
Daí vem o pedido de Filipe (8): “Senhor, mostre-nos o Pai, e ficaremos satisfeitos”. É aquele velho pedido: “Eu quero ver a tua glória”. E como fazemos a mesma coisa que Filipe e o homem rico de Lucas: “só queria que tu falasses comigo hoje. Ah, Se aparecesse um anjo. Deus, mostra teu poder que todas as minhas dúvidas serão esclarecidas”. Mas aí vem a resposta de Jesus: (9) “estive com vocês todo esse tempo e você ainda não sabe quem sou eu? Quem me vê, vê o Pai”. Eles riram com Jesus, andaram com Jesus, comeram com Jesus – mas a resposta é que “Esse encontro que você quer já acontece há três anos, Filipe. Você quer revelação, mas você tem a encarnação!”. Essa inclinação atual para uma vida de sinais e prodígios acaba diminuindo o poder da encarnação de Jesus e das Escrituras – é uma mina para uma vida de fé, pois o desafio da vida cristã é do crer sem vê (20.29). Muitos de nós têm estado com Jesus durante anos. No entanto, ainda podemos estar ignorantes quanto a Ele. Precisamos tê-lo visto, pois “quem me vê, vê o Pai. Então, por que me pede para mostrar o Pai? Você não crê que eu estou no Pai e o Pai está em mim?”. Ore para ver o Pai!
Jesus novamente remete à fé (10,11): “creiam pelas minhas palavras, elas são de meu Pai, e as minhas obras são ele quem realiza por meu intermédio. Creiam pelas palavras, mas creiam pelas obras que vocês me viram realizar”. Jesus também remete a fé por causa das obras que ele realizou pois como já falamos, os milagres que ele realizou tem um propósito de que os homens creiam que Ele é o Cristo, o Filho de Deus, como João afirma em 20.31.
Esses homens não estavam apenas perturbados, mas se mostravam ignorantes sobre a casa do Pai, Jesus ser o caminho e a revelação do Pai, e que tinham uma fé inconstante, pois se esqueciam de facilmente de suas palavras e do testemunho de suas obras. Mas no verso 12 Jesus diz para esse grupo que “quem crê em mim fará as mesmas obras que tenho realizado, e até maiores”. A chave para entendermos “as obras maiores” que seus discípulos farão [e isso nos inclui] não diz respeito a quantidade nem a dimensão destas obras. Elas precisam ser entendidas pela dobradiça da redenção: o entendimento das obras à luz da morte, ressurreição e ascensão de Jesus – “pois eu vou para o Pai”. Essas obras envolvem sim os milagres, as atividades de mestre como pregador, discipulador, curando os doentes, ajudando os pobres e necessitados, tendo compaixão dos excluídos. E farão maiores pois elas sempre serão conectadas duas coisas: a) com a ida de Jesus ao Pai, ou seja, que como igreja fazemos tudo isso em conexão com o evangelho da cruz. De forma semelhante como aqueles do reino de Deus que são maiores que João Batista (Lc 7.28); b) e porque tudo que nós pedirmos em nome de Jesus Deus nos dará (13,14). Ao fazermos as obras de Cristo pelo poder de seu nome, não como palavras mágicas, mas em total acordo com tudo o que seu nome representa (1Jo 5.14).
1. Na aflição, nosso consolo está na casa do Pai. No desapego desse mundo – não tenham o coração aflito: creiam em Deus e creiam em mim. Se cremos em Cristo, temos um lugar junto à mesa do cordeiro e habitação eterna com ele.
2. A urgência evangelística perene: não há outro caminho fora de Cristo. Ninguém pode vir ao Pai a não ser por Ele. Não nos enganemos com o pluralismo e relativismo dos nossos tempos.
3. Se buscarmos ver a Cristo através das Escrituras encontraremos satisfação em Deus (Hb 1.1-4). Se revista do poder que advém das Escrituras para vencer o pecado e ter um relacionamento profundo com Deus.
4. Nossas obras devem testificar o evangelho, devem estar em conformidade com sua vontade e que temos garantia de receber do Pai se assim o fizermos. As obras de Cristo são vistas em você?
Soli Deo Gloria
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