Jesus: A verdadeira vida é a morte da morte (João 11)

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Culto Dominical 18 de novembro de 2018 – Exposições no Evangelho de João
Jo 11 Jesus: A verdadeira vida é a morte da morte[1].
Apresentação: Meus irmãos, vamos dar continuidade e finalização às exposições no Evangelho de João que iniciamos no ano de 2017 e demos uma pausa. Já caminhamos pelos eventos desse maravilhoso evangelho, onde vimos que através de Jesus todas as coisas foram criadas, que Jesus é Deus, que ele se fez carne e é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Vimos ao longo desse tempo, através dos capítulos de 1 a 10, diálogos marcantes de Jesus como, por exemplo, no capítulo 3 com Nicodemus e no capítulo 4 com a mulher samaritana – onde Jesus prega para o público de uma só pessoa mensagens que foram eternizadas como 3.16 ou 4.23. Vimos declarações profundas acerca de quem é Cristo – Ele é o pão da vida (6.22-40); Ele é a luz do mundo (8.12-20); Ele é o bom pastor (10.1-18). Também vimos uma série de milagres realizados por Jesus que apontavam que Ele fora enviado por Deus e de fato era o seu Cristo e seu Filho: a transformação de água em vinho (2.1-11); a cura do filho de um nobre (4.46-54); a cura de um paralítico (5.1-9); a multiplicação dos pães (6.1-14); Jesus andando sobre as águas (6.16-21); a cura de um cego de nascença (9.1-12) e terminando na ressurreição de Lázaro, que exporemos hoje (11.1-46).
- Leitura de João 11 -
Introdução: Em primeiro lugar, para entendermos melhor alguns dos acontecimentos nesse texto, precisamos nos perguntar onde estava Jesus quando recebeu a mensagem de que Lázaro estava doente. Em 10.40 descobrimos que ele estava “do outro lado do rio Jordão, perto do lugar onde João batizava no início”. João 1.28 nos informa que João batizava na região de Betânia[2], uma localidade de mesmo nome de onde moravam Marta, Maria e Lázaro, mas que ficavam distantes uma da outra em cerca de 150 quilômetros – quatro dias de viagem para a época. (contexto geográfico).
Versículo 1: Lázaro estava doente – não é informada a doença dele. Sabemos ainda que ele morava juntamente com Marta e Maria em Betânia, essa ao lado de Jerusalém e do Monte das Oliveiras.
Versículo 2: Maria é destacada na estória como aquela que derramou perfume caro nos pés de Jesus e os enxugou com os cabelos.
Versículo 3: As duas irmãs enviaram recado a Jesus avisando de sua doença e gravidade. Ou seja, era uma doença que havia deixado as irmãs profundamente preocupadas e que provavelmente sabiam que comoveria a Jesus. Em acréscimo a isso, veja que Lázaro é qualificado como “amigo querido” de Jesus.
Versículo 4: segundo Jesus, a doença de Lázaro não acabará em morte. Ela aconteceu para a glória de Deus, para que o Filho de Deus receba glória através dela. Meus irmãos, aqui levantamos a primeira grande indagação: Como uma morte pode ser “para a glória de Deus”? É interessante que João esperava que uma questão dessa poderia ser interpretada como falta de amor – ele, portanto, guiado pelo Espírito acrescenta uma informação antes de prosseguir com os eventos, o versículo 5: “Jesus amava Marta, Maria e Lázaro”.
Jesus amava os três irmãos – e essa frase merece atenção. João quer destacar que a permanência de Jesus ali por dois dias não era indiferença (versículo 6). Jesus os amava. Mas Jesus agiria no tempo designado pelo Pai – 5.19: “O Filho não pode fazer coisa alguma por sua própria conta. Ele faz apenas o que vê o Pai fazer”. Talvez houvesse a necessidade de acalmar os ânimos entre “os judeus” e evitar ser capturado e morto antes do tempo – o texto não diz. Mas o que sabemos imediatamente é que Jesus não estava sujeito à manipulação humana, e que iria no tempo propício. Lázaro estava doente, mas ainda não era o tempo de sair – ainda era o tempo de esperar (vs 6 “portanto” / ou “pois” na ARA). Esse trecho é uma pedrada na vidraça de todo sentimentalismo moderno.
Agir na agenda de Deus é muito difícil – pode ter certeza, se pudéssemos nós alteraríamos grande parte das datas do “calendário de Deus”. Nós não estamos de acordo, nem entendemos o tempo de Deus, por isso, um dos nossos desafios de fé é confiar que o tempo de Deus é melhor do que o nosso. Que Deus agirá no momento verdadeiramente oportuno, glorificando seu nome e trazendo vida e alegria a nós!
Versículos 7 - 13: Primeiramente a ordem é clara: voltemos para Judeia. Judeia naqueles dias era sinônimo de oposição, de violência, de apedrejamento. Mas Deus não precisa esperar a calmaria para agir – geralmente ele aparece rompendo a turbulência dos mares, como uma luz gloriosa nos céus dissipando as trevas da terra, como o Senhor dos Exércitos dando um basta no caos da humanidade. Se na Judeia havia uma mistura de sentimentos, de ódio dos judeus contra ele e de tristeza dos amigos de Lázaro, ele viria e deixaria ambos atônitos com o seu poder e glória – a luz do mundo iria brilhar sobre aquele momento, transformando luto em esperança. O tempo de Jesus agir chegou na morte de Lázaro. E Jesus foi lá despertá-lo (11,12,13). Observemos que Jesus tem conhecimento de tudo que acontece em Betânia, embora não esteja lá fisicamente.
Versículos 14 e 15: Jesus tem alegria pois aquele evento gerará fé nos corações de seus amigos de que Jesus é verdadeiramente o Cristo, o Filho de Deus – tanto nos discípulos quanto na família de Lázaro. Pessoas vindo à fé e ampliando seu conhecimento sobre Jesus sempre são motivos de alegria no Filho de Deus.
Versículo 16: Uma atitude louvável – Tomé está disposto a morrer com o seu mestre.
Versículos 17- 19: Esses versos nos informam que o ambiente era de luto. Quatro dias de morte já se passaram e ainda havia toda uma movimentação de pessoas, inclusive de cidades vizinhas como Jerusalém, para consolar Marta e Maria.
Versículo 20: Veremos nos versos a seguir eventos dramáticos do relacionamento de Jesus com os seus amigos amados. Vemos logo de cara que, ao Jesus chegar, Marta foi ao encontro seu encontro. Maria não pôde ou não quis ir ver Jesus. Lucas 10.38-42 nos dá uma cena em que Jesus chega na casa das irmãs e Maria está disposta a ouvir o Mestre, mesmo aos seus pés, enquanto Marta se preocupa com os afazeres domésticos. Aqui, Marta corre para Jesus, Maria fica estática.
Versículos 21-26: Marta expressa que tudo poderia ter sido diferente se Jesus estivesse ali, mas ainda confia no poder de Deus e de Jesus. Fica evidente que ela não cogita a ressurreição – ela espera que Jesus aja de alguma forma (22), mas não que a ressurreição pudesse acontecer antes do último dia (24). Vamos refletir sobre o nosso coração diante da demora de Deus em agir: O que o nosso coração faz? Marta conhecia o poder de Jesus de curar, mas Jesus não curou e seu irmão morreu. Mas se seu irmão não tivesse morrido, ela não conheceria Jesus como aquele que tem poder sobre a morte. Às vezes, a demora de Deus em agir é para aumentar nosso conhecimento do seu poder e, consequentemente, ele pareça maior para nós (como Lúcia e Aslam, por exemplo).
Jesus responde que Lázaro vai ressuscitar (23) – Marta enxerga isso apenas no futuro, no último dia. Aqui podemos fazer outra reflexão para nós: Como crentes, podemos ter três reações: de que Deus agirá miraculosamente agora – a expectativa está no agir imediato de Deus. A de quem acha que Deus só agiu miraculosamente no passado, ou de quem só enxerga Deus agindo miraculosamente no futuro. A postura correta é confiar que Deus age conforme a Sua vontade – é ter boa expectativa (confiança) em sua vontade.
Versículo 27: A confissão de Marta – o prelúdio da glória (40). O prelúdio antecipa temas da obra que antecede ou que introduz – aquela história no começo que explica ou amplia o entendimento das cenas posteriores? É isso que acontece aqui.
Versículos 28-32: Marta foi ao encontro de Maria, já que esta última foi chamada por Jesus. Maria vai apressadamente se encontrar com Jesus, mas aquela pressa desesperada de quem está inconsolável. Ela cai aos pés do mestre e repete as palavras de sua irmã: “se o senhor estivesse aqui, tudo seria diferente”.
Versículos 33-38: Temos aqui uma sequência de emoções e sentimentos. O primeiro deles de Jesus: (33) ele se indignou e se angustiou (agitou-se no seu espírito – ARA) com o choro. Essa indagação não é com as pessoas, mas com o sentimento de desolação que a morte traz, e se angustiou diante disso. Depois disso, Jesus chora (35, o verso mais curto da bíblia – mas o significado profundo) – pois esse choro está casado com o significado do verso 38 – era um choro misto de tristeza e indignação. A morte não é o curso que Deus designou no princípio para a humanidade – ela é consequência do pecado. Jesus não diz para nos habituarmos com a morte. O choro indignado de Jesus é o choro do guerreiro diante de uma batalha que lhe consumirá tudo – como uma mãe que enfrenta o mais terrível inimigo para proteger seus filhos. É o choro de quem matará a morte. Sem espadas nem escudo, mas o madeiro e com pregos, em corpo e sangue.
Algumas pessoas tiveram empatia com Jesus (36 - grupo 1) e perceberam o quanto ele amava Lázaro. Outros tiveram ira (37 - grupo 2), pois Jesus não agiu no tempo e na forma como eles queriam.
Versículos 39-44: Segue-se a ordem de Jesus: rolem a pedra. O prelúdio de Marta no versículo 27 chega ao clímax, a cena esperada (40) – Marta verá a glória de Deus. Meus irmãos, só verão a glória de Deus aqueles que confessarem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, aquele que veio ao mundo da parte de Deus (10.25-38). (42) Jesus ora e agradece a Deus pois ele o ouviu - o pedido de Jesus era que aquelas pessoas vissem o feito de Jesus. Se elas verão a glória de Cristo ali e crerão nele, é porque Deus atendeu ao pedido do Filho.
Meus amados, Cristo é a palavra pela qual todas as coisas foram criadas – todos estão debaixo de sua autoridade. A morte não dá a palavra final – Jesus é a Palavra final. Se Deus disse haja luz e houve luz no princípio, o Filho diz a Lázaro “venha para fora” e ele, ainda que estivesse morto, vem! O grupo 1 creu. O grupo 2 desencadeou a morte de Jesus.
Versículos 45-57: (53) Jesus ressuscita seu amigo e glorifica seu nome – com isso, caminhará para morte para glorificar a Deus na cruz. (49,50) Um homem pela nação – que ironia, foi exatamente o que a Trindade planejara – Cristo em favor de sua igreja.
Com esses versículos que concluem o capítulo onze é como se Jesus falasse: “Lázaro, eu salvei a tua vida entregando a minha”. Ironicamente, Tomé, no verso 16, pensou que passaria pela morte junto com Cristo, mas a ressurreição de Lázaro foi o estopim para a morte do cordeiro de Deus, sozinho numa cruz, por todos nós. Não houve com quem dividir a dor. Jesus foi e é o nosso único substituto.
Lázaro ressuscitou, mas um dia morreu novamente. E um dia ele e todos nós que estamos em Cristo experimentaremos a ressurreição e jamais morreremos. Veremos, até o final das exposições do livro de João que Cristo dará um fim definitivo para a morte.
Soli Deo Gloria
[1] A morte da morte – uma referência a “morte da morte na morte de Cristo”, de John Owen. [2] Betânia além do Jordão.
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