Não será assim entre vocês

Vim para servir  •  Sermon  •  Submitted
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Palavras Iniciais

Hoje estamos iniciando uma série de mensagem com o tema “Vim para servir”.
Nessas mensagens quero investigar a convicção que Jesus tinha sobre sua condição de servo, isto é, a disposição que ele tinha para viver atento às necessidades das pessoas à sua volta e para agir a fim de suprir essas necessidades.
Também desejo entender melhor como esse posicionamento de Jesus impactou os primeiros discípulos e moldou a vida da igreja, marcando o ensino, o testemunho dos cristãos.
Por fim, meu terceiro objetivo nessa série e olhar para nós, Igreja Batista Videira, e compreender em que precisamos mudar para que haja em nós, isto é, em nossa maneira de viver igreja aqui em Paratibe, as mesmas convicções presentes no ministério de Jesus e os mesmos compromissos que marcaram os primeiros discípulos.

Texto Bíblico

Vamos começar nossa investigação sobre o entendimento de Jesus quanto à sua condição de servo examinando a história narrada por Marcos em Mc 10.35-45
Marcos 10.35–45 NVI
35 Nisso Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: “Mestre, queremos que nos faças o que vamos te pedir”. 36 “O que vocês querem que eu lhes faça?”, perguntou ele. 37 Eles responderam: “Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”. 38 Disse-lhes Jesus: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber o cálice que eu estou bebendo ou ser batizados com o batismo com que estou sendo batizado?” 39 “Podemos”, responderam eles. Jesus lhes disse: “Vocês beberão o cálice que estou bebendo e serão batizados com o batismo com que estou sendo batizado; 40 mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem àqueles para quem foram preparados”. 41 Quando os outros dez ouviram essas coisas, ficaram indignados com Tiago e João. 42 Jesus os chamou e disse: “Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. 43 Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; 44 e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. 45 Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.
Vale notar que essa história também foi registrada em Mt 20.20-28, com o esclarecimento de que os irmãos Tiago e João não foram sozinhos falar com Jesus, mas acompanhados de sua mãe.

Contexto Familiar

Aquela foi uma situação constrangedora. Os dois evangelistas, Mateus e Marcos não são completamente explícitos sobre esse constrangimento, mas o fato é que a mãe de Tiago e João chamava-se Salomé e era irmã de Maria, mãe de Jesus.
A história, portanto, é sobre um pedido feito pela tia de Jesus e seus primos. Um pedido escandaloso, mas completamente alinhado com o modo das pessoas enxergarem a vida nos dias de Jesus e nos nossos.
Alexander Whyte, escrevendo sobre a esposa de Zebedeu, coloca assim as possíveis motivações da tia de Jesus:
“Deixem comigo, meus filhos, deixem comigo. Não tenham quaisquer dúvidas quanto a isso. Dará tudo certo. Eu não sou irmã da mãe dele à toa, eu não o segui todo esse tempo (…) para nada. O sangue vale mais que a água. E vocês, meus filhos, verão que é assim. Deixem comigo. Que é André? Quem é Pedro? Quem são seus pais? E quem são suas mães (…) para que eles presumissem ser príncipes diante de meus filhos? Eles nunca serão! Deixem comigo meus filhos. Deixem comigo.”
Os parentes de Jesus queriam garantir uma fatia do poder e da glória que porventura Jesus viesse a ter. Não sabemos de quem foi a ideia inicialmente, mas o fato é que os dois jovens discípulos e sua mãe sabiam como as coisas funcionavam e queriam fazer o parentesco com Jesus valer a pena. Queriam poder e autoridades para serem servidos pelos outros.
Não é muito diferente com a gente. O mundo não muito muito em relação a isso. Quem tem poder é servido e quem quer ser servido busca poder e influência.
Buscamos a preferência, a prioridade, um lugar à frente na fila, uma indicação especial, um privilégio aqui, uma deferência ali, uma bajulação acolá.
O pedido de Salomé e seus dois filhos deixou Jesus na incomoda condição de responder ao pedido de favor de seus parentes, mas ao mesmo tempo lhe deu a oportunidade de ensinar verdades preciosas aos seus discípulos.

Um pedido absurdo

No verso 38 Jesus deixa claro o qual absurdo era o pedido deles: “vocês não sabem o que estão pedindo.”
Algumas vezes acontece o mesmo com a gente. Pedimos um posição de honra, queremos o poder de influência as pessoas, mas não sabemos o quanto isso custa e nem o quanto pode devastar nossas almas e das pessoas ao nosso redor.
A ambição que faz desejar ter domínio sobre situações e pessoas na maioria das vezes é cega para as implicações desse poder.
Jesus, então pergunta se sele tem noção das implicações do pedido que estão fazendo, isto é, que para reinar com Cristo é preciso primeiro sofrer com ele, e os dois são rápidos em responder que sim, embora, de fato, eles não soubessem o que estavam dizendo.
E como nós também somos rápidos em dizer que estamos prontos para ocupar os tronos ao lado de Jesus, quando na verdade não sabemos o que significa sofrer com ele; nem mesmo a rejeição por um mundo rebelde que vive sem interesse na boa, perfeita e agradável vontade de Deus.
Jesus reconheceu que eles teriam a cota deles de sofrimento por se tornarem seus discípulos, mas foi direto ao ponto ao afirmar que os lugares de honra que eles queriam não estavam disponíveis, nem poderiam ser barganhados com base em amizade ou parentesco.
Que constrangimento eles passaram diante do que Jesus falou. Poderiam ter evitado isso se tivessem lembrado do que Jesus ensinava sobre amor, cuidar das pessoas e servi ao próximo.
Jesus deixou claro que no Reino de Deus o poder não é para satisfazer quem o exerce. No Reino de Deus o poder tem outro fim: servir.

Uma explosão de pecado

O pedido dos parentes de Jesus não foi feito às escondidas. Eles tinham tanta certeza de que Jesus jogaria com as regras do jogo, isto é, que iam receber de Jesus a promessa das posições de poder, que tudo foi feito às claras, diante dos outros discípulos.
Acontece que o pecado é como a explosão de uma bomba, quase sempre alcança além da pessoa que deu espaço para ele.
Quando os outros dez discípulos ouviram o pedido de João e Tiago, ficaram indignados. Os dois irmãos já eram primos de Jesus, já havia uma proximidade natural, mas agora pedir posições de autoridade sobre os demais discípulo era demais. O conflito foi inevitável.
Quem deseja o poder para ser servido sempre acaba pisando as pessoas ao seu redor. Pensando apenas no que vai ser bom para si, humilha e despreza quem se tornar um obstáculo, deixando um rastro de pessoas feridas, doída, entristecidas e indignadas.
Não dá pra gente saber exatamente quais foram os motivos da indignação dos dez, mas foi de um jeito que Jesus chamou os doze para uma conversa.

Abrindo as cortinas

Bastidores são aquela área que fica atrás do palco, separado por uma cortina. Ele é cheio de fios, cordas equipamentos que fazem o espetáculo acontecer, mas que não são vistos pelos espectadores.
Ao chamar seus discípulos para conversar, Jesus abriu as cortinas, revelando os bastidores daquele pedido, tão coerente com o mundo, mas tão absurdo para o Reino de Deus.
No verso 42, Jesus explica que o pedido de Tiago e João é exatamente o modo de pensar que rege as relações entre as pessoas no Reino do Homens: (1) o poder é usado para dominar e subjugar e (2) a importância de uma pessoa é medida pelo poder que ele tem sobre os outros.
Essa é a lógica do Reino dos Homens. Essa é a lógica de quem olha para este mundo com aquele sentimento de “salve-se quem puder”, porque não confia em um Deus soberano e bom.

Não será assim entre vocês

Jesus, no entanto, rejeitou essa lógica do “salve-se quem puder”. Não será assim entre vocês, ele disse. Porque o Reino de Deus funciona de outra forma.
No Reino de Deus, aquele em que Jesus é o Rei soberano sobre tudo e todos, a importância de uma pessoa não é medida pelo poder que ela exerce sobre outros, mas pela disposição que ela tem para servir.
No Reino de Deus, o poder não é usado para dominar, mas garantir que as necessidades dos outros sejam atendida.
Ali, conversando com seus discípulos, Jesus, o Cristo de Deus, anunciado pelos profetas como o Servo Sofredor, anuncia que a lógica do seu reino é o serviço.

A prova

Como podemos saber se isso é de fato verdade e vale a pena? Por que abriríamos mão da lógica do Reino dos Homens e passaríamos a viver a lógica do Reino de Deus? Jesus apresenta-se a si mesmo como a prova de seu argumento.
Filho do Homem era uma expressão profética, usado por Daniel ao referir-se ao Messias, o enviado de Deus. Jesus usa essa expressão para dizer que mesmo ele tendo toda a autoridade e poder sobre céus e terra, ele veio para servir e entregar sua vida vida para salvação de muitos.
No Reino de Deus, nem o filho de Deus usa o poder para dominar, mas para servir. É desse reino que fazem parte todos aqueles que entregaram suas vidas a Cristo. É para esse reino que toda a humanidade é chamada, um reino de paz, justiça e plenitude. Esse é o Reino que começa agora e será para toda eternidade.

Palavras Finais

E ensino de Jesus está presente um muitas outra partes dos evangelhos e nós vamos continuar a investigá-lo. Esse modo de Jesus ver vida precisa se tornar também o nosso modo de ver e viver a vida. Existe poder disponível para aqueles que se renderam ao Senhor para que suas vidas sejam moldadas conforme o pensamento de Cristo
Lembra dos filhos de Zebedeu, Tiago e João. Eles estavam ali enquanto Jesus abria as cortinas e anunciava a lógica de serviço do Reino de Deus.
Tiago foi um dos primeiros discípulos a dar sua vida por amor a Jesus.
João, o jovem João, passou a enfatizar tanto o amor que se transformou no discípulo do amor. Foi ele que escreveu um dos evangelhos, três cartas e ainda o apocalipse.
Ele costumava chamar seus discípulos de “meus filhinhos” e viveu sua vida para servir a igreja de Jesus.
Que o Espírito de Deus produza em nós a mudança que ele deseja, a fim de nos tornarmos parecidos com Jesus.
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